-Vamos Tsukimi, não vai demorar nada. – insistiu pela décima nona vez.

-Eu não quero! Isso machuca! – fez bico, como odiava fazer aquilo.

Franzindo a testa, a médica colocou a injeção no suporte e a fitou. Isso acontecia toda vez, no dia de tirar uma amostra de sangue a menina de apenas sete anos fazia uma tempestade em um copo de água, por isso, várias enfermeiras não gostavam de coletar o sangue da menina, e acabou ficando nas mãos da doutora Haruno.

-É só uma picada de abelha.

-E essas picadas machucam. Eu não quero! Não quero! – virou o rosto com as bochechas cheias de ar, fazendo manha.

-Tsukimi. – lançou-lhe um olhar de repreensão. –Quando nós acabarmos com isso, eu prometo que levo você ao pátio. – poderia ficar ali, insistindo até que a menina cedesse, mas sua paciência estava tão curta essa tarde que encontrou apenas essa saída.

Os olhos inocentes da loira brilharam.

-Você faria isso tia Sakura?

-Claro querida, eu sei que você está trancada nesse quarto desde sexta-feira. – sorriu carinhosamente, enquanto afagava os cabelos loiros ralos.

-Eu vou poder brincar no balanço? – assentiu com a cabeça. –No escorregador? – mais um aceno afirmativo. –Na caixa de areia e no jardim também?

-A onde você quiser meu anjo!

-Eba! – vibrou. Finalmente respiraria um ar mais leve e puro. –Então vamos logo tia Sakura. – pulou da cama com um sorriso sapeca.

-Nada disso mocinha! Antes a picadinha de nada! – agarrou o braço da menina e a fez sentar-se na cama.

Pegou a injeção e a encarou perguntando com o olhar se a menina estava pronta, em resposta a médica viu uma expressão chorosa.

-Prometo que não irá doer. – garantiu. –É só uma picadinha. – pegou o braço da menina.

-Espera tia Sakura. – mesmo acostumada a tomar soro, o medo de agulha era outra coisa.

-O que foi?

-Eu sei que vai doer. Não podemos fazer isso depois que voltarmos do parquinho?

Mesmo sendo médica, acostumada com todos os tipos situações, o que sempre a deixava receosa era o dia de coletar a amostra de sangue da pequena Tsukimi. Ela sempre fazia um escândalo, mas no final chorava. E isso fazia o coração da Haruno apertar-se.

-Sinceramente querida, eu não gosto de fazer isso com você, mas são ordens lá de cima e para você ficar boa precisa fazer isso. – sorriu gentilmente, tentando acalmar a menina que já ameaçava a chorar.

-Mas tia... – o corpo pequeno tremeu por conta do soluço.

Sentindo-se a pior pessoa do mundo e desorientada, Sakura a abraçou.

-Calma me anjo. A injeção dói, mas você é forte lembra? – afastou-se um pouco de Tsukimi apenas para limpar as lágrimas do rosto arredondado. - Faz de conta que você é a flor mais linda do jardim da minha casa. – falou a primeira coisa que veio em sua mente, e por sorte acabou ganhando a atenção total da menina. –E um dia de primavera você mostrava a todos que era muito cheirosa. – discretamente pegou a injeção que estava ao seu lado e logo em seguida o braço magro. –Uma abelha trabalhadeira foi atraída por esse cheiro maravilhoso e como tinha que levar o pólen das flores para fabricar o mel... – em um só movimento penetrou a agulha no braço de Tsukimi. –Coletou todo o seu pólen e foi embora agradecendo por você ter sido muito gentil.

Tsukimi fez uma careta de dor, mas estava muito entretida com a história totalmente inventada pela médica.

-Obrigada flor Tsukimi! – piscou para a menina enquanto colocava um curativo com estampas de flores de cerejeiras no buraco quase invisível do braço da mesma.

O recipiente em que estava a quantidade necessária de sangue para fazer os exames de rotina já estava sendo lacrado e nas mãos da enfermeira que levaria ao laboratório.

–E aí? Vamos ou não para fora? – perguntou com um sorriso à criança que olhava o seu novo curativo.

Desviando sua atenção da estampa de cerejeiras, Tsukimi abriu um sorriso que mostrava todos os dentes brancos emoldurando seu rosto e como se nada tivesse acontecido ela disparou porta afora.

-Sapeca só você mesmo querida! – murmurou apressando os passos por saber que a loirinha poderia armar a maior confusão pelos corredores do hospital pela alegria contagiante que sempre demonstrava quando saia.

~~*~~*~~*~~

O clima naquela suíte estava muito pesado, ninguém sabia dizer o que estava prestes a acontecer naquele ambiente que antes irradiava alegria.

A Shiroki mesmo sentindo olhares irritados e bravos de todos ali presente permaneceu de cabeça em pé devolvendo o olhar com a mesma intensidade. Mas isso foi logo rompido por uma voz masculina.

-Que problemático! – reclamou Shikamaru soltando um suspiro cansado.

-Quieto Shika! – a Nara lançou-lhe um olhar bravo.

-Sim senhora.

-Agora que todo mundo está aqui, por que você não continua Ko?

-Eu já disse tudo que tinha que falar. Mas só para reforçar, a Sakura que vocês tanto têm consideração é o passado. – a Shiroki não se importou com o que eles poderiam pensar, já estava estressada daquele assunto, que explodiu. –Agora com licença, porque eu tenho mais o quê fazer e lamentar o passado não está em minha lista. – levantou-se e começou a andar, mas estacou antes de por a mão na maçaneta.

A morena de coques segurava firmemente o braço da loira, estava contando até dez para se acalmar, mas não estava funcionando.

-Você pode ser namorada do Sasuke e amiga da maioria de nós, mas isso não me impede de dar uma surra, pois na sua infância isso lhe faltou! – virou a loira bruscamente para olhá-la em seus olhos arregalados, demonstrando claramente a surpresa de ter sido pega desprevenida.

Mas logo a surpresa desapareceu de seus olhos dando lugar ao cinismo.

-Apenas tente encostar um dedo em mim Tenten. Posso ser o seu pior pesadelo. – ameaçou olhando-a com superioridade.

-Olha que eu cobro as ameaças. – sorriu. Levantou a mão fechada em punho pronta para desferir um soco no rosto da loira para quebrar o nariz da mesma.

Kohana encarava o punho de Tenten vindo em sua direção quando subitamente sentiu uma dor em seu abdômen. Ino soltou um grito agudo e os homens ali presentes observavam toda a cena alarmados.

-Tenten! Não! – Hinata tentou impedir, mas foi falha. Kohana já estava sendo prensada pela amiga contra a porta.

-Não faça isso Ten! – completou Temari que fazia o possível para que a pequena Hyuuga não visse nada daquilo.

Porém foi tarde demais. O som do tapa certeiro preencheu o ambiente e logo depois outro. Com uma raiva que a Hyuuga nunca pensou que sentiria por alguém fechou a mão esquerda em punho, olhou para Shiroki que estava paralisada.

(...) Vai ver a Sakura não era a pessoa que vocês pensavam que conheciam.

Se ela fosse a amiga que tanto vocês dizem que era, a Sakura não teria desaparecido sem mais nem menos. Ou melhor, não teria fugido sem falar nem um ATÉ LOGO às amigas.

Eu só estava sendo realista.

As palavras ditas pela loira ecoavam por sua mente. Ela sabia que a Haruno nunca fugiria no dia do próprio casamento com um amante e muito menos que fosse falsa. Mas também ela sabia que a rosada devia algumas explicações a ela, ou melhor, para todos.

O que a deixava mais raivosa era o fato das pessoas serem ignorantes e julgarem a rosada sem saber o que realmente aconteceu naquele dia.

-Tenten pare! – ouviu a voz de seu marido a chamando, mas não deu a mínima. Queria descontar sua raiva e estresse em algo, e a Shiroki apareceu em um momento oportuno.

A Sakura que eu conheço deve ter uma ótima explicação para esclarecer o que houve naquele dia. – pensou. Sem pensar duas vezes, Tenten desferiu um soco perfeito no olho direito da loira, deixando-a tonta.

-E da próxima vez que for dizer algo sobre a Sakura, é bom medir bem as suas palavras porque você vai agradecer por ter levado apenas um soco. – sorriu amigavelmente e logo saiu de perto da loira. –Venha filha, vamos passar o repelente. – pegou a filha no colo e saiu do quarto sentindo certa leveza em sua consciência.

Todos demonstravam a surpresa. Fazendo uma nota mental dizendo: NUNCA SOBRECARREGAR A MORENA DE COQUES.

~~*~~*~~*~~

Sentia-se humilhada! Como Tenten se atrevia a agredi-la? Aquele soco que recebeu deixaria uma marca roxa por um bom tempo.

Encolheu-se mais ainda, estava sentada com as costas apoiada na parede do banheiro da suíte que dividia com Sasuke. Seu rosto estava inchado e avermelhado por conta do choro.

Sentia-se sozinha, pois todos ignoraram a situação que ela se encontrava e foram ao passeio turístico. Nem Ino viera ver se estava bem, muito menos Sasuke que era seu namorado.

Isso é tudo culpa da Haruno! Se ela não tivesse aparecido como um fantasma para todos eles, eu não estaria sozinha e muito menos se sentindo humilhada. – dizia em pensamento. A raiva que crescia dentro dela era tanta que as unhas acabaram perfurando a palma de suas mãos. O som escandaloso de seu celular a despertou. Correu até o aparelho que estava em cima da cama e atendeu sem olhar no visor.

-Shiroki. – falou controlando a voz para que ela saísse no seu tom habitual.

-Precisamos de você no estúdio. É uma emergência.

-Estou de férias. Chame outra. – um suspiro cansado escapou de seus lábios.

-As outras estão ocupadas com outros projetos, e só você está disponível.

-Tem a Ino. – insistiu com a certeza de que se livraria do trabalho.

-Ela pediu para não ser chamada durante duas semanas.

Amaldiçôo-se internamente por ter se esquecido de avisar a agencia sobre suas férias de última hora e que não estaria disponível.

-Shiroki-san é uma emergência e o chefe quer que você faça esse trabalho de tamanha importância para agencia e para senhorita. – implorou o assistente de seu chefe do outro lado da linha.

-O que eu teria que fazer exatamente? – perguntou interessada. Talvez não precisasse mais de férias.

-A revista NIGHT quer fazer um ensaio sensual com uma de nossas modelos.

A loira ficou muda, o seu grande sonho bateu na porta. A chance de ser a modelo mais sexy estava bem na sua frente.

Finalmente alguém notou que eu sou única!

-Estou aí em uma hora. – respondeu com um sorriso de satisfação. –Até lá Sasabe-san. – e desligou.

A felicidade era tanta que deitou na cama toda esparramada. Estava tão feliz com o seu novo trabalho que se esqueceu dos momentos anteriores.

-Hora de brilhar Kohana! – falou para si mesma e foi arrumar suas coisas.

~~*~~*~~*~~

-Finalmente um descanso! Não agüentava mais andar para cima e para baixo enquanto ouvia o nosso guia falava sobre aquela pessoa importante ou como o dia está lindo.

-Concordo Ten! Mais um segundo perto daquele guia e eu faria meu filho nascer. – a loira franziu o cenho enquanto acariciava a sua barriga de seis meses.

-Não é para tanto né Tema! – repreendeu a outra loira erguendo o seu cabelo no habitual rabo de cavalo.

-Você diz isso porque não está carregando um ser dentro de você! Quero ver fazer esse passeio grávida, você entenderia a minha irritação e cansaço, não é filho? – uma vibração como resposta. –Até ele concorda. – sorriu.

-Mamãe. Akemi com fome! – resmungou no colo do pai, mas quando os braços da morena de coques foram estendido em um convite mudo de vir para o colo da mesma a pequena Hyuuga sorriu e jogou-se nos braços da mãe.

-Filha assim você se machuca! – repreendeu Neji encarando a filha assustado pelo pulo repentino da mesma.

Não ligando muito ao que o pai acabara de dizer a menina olhou pidona para a mãe que logo entendeu o que queria. Olhando-a carinhosamente desabotoou os três primeiros botões da blusa que usava, tudo isso sob o olhar fascinado do marido que não se cansava em observar como a morena de coques ficava linda amamentado a filha deles.

-O que desejam para o almoço? – um garçom apareceu com um bloco de anotação e uma caneta.

Depois da manhã cansativa, primeiro com a briga que a Shiroki fora a culpada e logo em seguida por ter que aturar o guia falante que contrataram, um ótimo almoço entre amigos em um restaurante de ambiente calmo e com comida caseira era a melhor escolha.

~~*~~*~~*~~

-Se eu comer mais alguma coisa eu explodo! – exclamou o Uzumaki apalpando a barriga inflada propositalmente. –Não vou aguentar fazer a tal trilha.

-Ninguém nunca te falou que devemos esperar no mínimo uma hora depois de ter almoçado?

-Eu matava as aulas de biologia, lembra? – coçou a cabeça sem jeito.

-É mesmo tinha me esquecido desse pequeno detalhe! – exclamou Gaara com levando outra colher cheia de sorvete à boca.

-Por isso que é um dobe! – completou Sasuke fazendo todos rirem.

Uma veia saltou da testa do loiro.

-Quando o Sasuke quer, ele sabe ser engraçado. – comentou Shikamaru com a voz sonolenta. –Problemático! – tombou a cabeça para o lado encostando-se no ombro da amada.

-Preguiçoso! – resmungou a Nara acariciando a barriga.

Todos ali riram mais ainda. Mesmo tendo suas respectivas responsabilidades, a turma que formaram na época do primário ainda existia, mas uma pessoa faltava no grupo e eles sabiam quem. Shiroki Kohana poderia ser AMIGA de todos, porém o lugar da rosada ela nunca tomaria, disso eles tinham certeza.

A mesa foi tomada por um ar nostálgico.

-Será que pegamos pesado com a Kohana? – perguntou Ino preocupada.

-Lógico que não! Ela julgou a Sakura sem ao menos conhecê-la direito.

-Mas em certo ponto eu concordo com ela Ten.

-Ino você realmente acha que a Sakura sumiu com amante no casamento dela? – irritada com aquele assunto mais uma vez, a voz da morena se elevou uma oitava.

-Eu não sei Tenten! Mas essa história está muito mal contada. – protestou alterando a voz.

O que ninguém percebera foi que certo moreno remexeu-se em sua cadeira desconfortável pelo o assunto abordado na mesa. O silêncio que ele apreciava estava sendo desfeito.

-E também não precisava ter batido nela daquele jeito. – repreendeu.

-Ino, todas nós crescemos juntas e sabemos muito bem que a Sakura não é do tipo de pessoa que brinca com os sentimentos dos outros. – por causa dos hormônios descontrolados pela gravidez, a Nara não aguentava ouvir tanta coisas sem sentido.

-Até você Tema? Por que nenhuma de vocês consegue entender o lado da Ko? Fomos muito duras com ela, devemos desculpas por destratá-la daquela forma!

-Entendemos sim Ino-chan. Eu, ou melhor nós queremos saber o que houve com a Sakura-chan dois anos trás, mas já tirando conclusões precipitadas também não ajuda em nada. – falou Hinata.

-A Kohana deveria tomar cuidado com as palavras. Não é só porque ela é nossa amiga que pode falar o que der na telha. Desde o começo eu nunca fui com a cara dela mesmo! – o loiro franziu o cenho.

-Ino, eu também concordo com elas e o Naruto. Essa manhã a Kohana passou do limite. – o ruivo falou enquanto passava o braço no ombro da loira.

-Vocês não entendem! A Sakura abandonou todos nós, e depois de quase três anos ela aparece e sem querer desequilibra tudo. – finas lágrimas acumulavam nos contos dos olhos azuis da loira.

~~*~~*~~*~~

A rosada e a loira já estavam se divertindo há um bom tempo. Depois de Tsukimi ter brincado em todos os brinquedos do parquinho, corrido pelo jardim cheirando cada flor e conversado com as joaninhas, resolveram entrar para a menina poder repor as energias com legumes, vegetais e um peixe frito.

-Tia Sakura. – a chamou depois de sentar-se na cadeira do refeitório. -Vamos comer juntas! – a convidou com um sorriso contagiante em seu rosto.

O cheiro delicioso do almoço a deixou com água na boca.

-Espero só um pouco, vou pegar o meu almoço. – mandou-lhe uma piscadela e andou até o lugar onde se servia.

A menina que já começara a dar sua primeira garfada vibrou em felicidade. Fazia um bom tempo que não almoçava com a sua médica preferida.

~~*~~*~~*~~

Após o seu dia cheio, Sakura pode finalmente respirar calmamente. Sua tarde fora muito agitada, com uma cirurgia de emergência que durou mais tempo que deveria, mas conseguiu salvar o homem que apresentava um quadro sério de apendicite.

Não via a hora de chegar a sua casa e poder relaxar com um banho morno. O que poderia fazer para o jantar dessa noite? Ou melhor, o que Karin gostaria de comer? Pensou em vários pratos práticos e rápidos e um em especial a deixou com vontade de comer. A ruiva irá desculpá-la essa noite, mas hoje será o que ela quiser comer. O semáforo abriu e ela pisou no acelerador.

Um vulto preto apareceu repentinamente em sua frente. Apenas deu tampo para pisar bruscamente no freio, ela bater a testa no volante e voltar com tudo batendo a cabeça no encosto do banco.

Obrigada sinto de segurança! – agradeceu sentindo-se tonta pelos movimentos bruscos de antes.

Lembrando que quase atropelara um estranho, ela desfez-se do sinto de segurança e saiu do carro em um pulo.

-Desculpe senhor! Porém o senhor apareceu de repente em minha frente. Está tudo bem? – desculpe-se preocupada, a possibilidade de ter machucado aquele senhor era grande.

Não demorou muito e uma multidão aglomerou-se em volta da rosada e daquele senhor que estava sentando no asfalto com uma expressão neutra. Um pouco incomodada pelos murmúrios que a multidão faziam, ela encarou a vitima do quase acidente e suspirou aliviada por ver que ele estava inteiro. Sem nenhuma escoriação ou arranhão.

Mas espere um pouco. Sakura conhecia muito bem aquele porte físico, a expressão neutra e os cabelos negros e arrepiados. A preocupação foi substituída por surpresa e a rosada desejou que um meteoro caísse em cima dela.

-Não se preocupe moça, eu estou bem. – a voz rouca dele soou debochada.

O cinismo brilhava nos olhos do Uchiha. Esticou a mão em um pedido mudo de ajuda. Ela torceu o nariz e cruzou os braços abaixo dos seios.

-Você acabou de quase cometer um acidente e se recusa a me ajudar? Eu sou a vitima aqui e posso te processar. – ameaçou olhando-a cinicamente.

-Você disse que está bem, então que levante sozinho. – contrapôs irritada.

O seu dia estava uma maravilha, mas aquele ser de cabelos e olhos negros tinha que aparecer para estragar tudo? Definitivamente o destino não gostava dela.

Franzindo o cenho, Sasuke preparou-se para levantar. Sua tentativa de provocá-la não deu certo, ao contrário ele que foi provocado. Pôs-se de pé e ficou encarando a Haruno que lhe lançava um olhar mal humorado. Uma dor vinda de sua perna esquerda o desequilibrou e só não caiu, pois se apoiou no carro da rosada.

Os olhos de Sakura arregalaram-se. Tinha machucado o Uchiha.

-Chamem uma ambulância. – ouviu alguém entre a multidão falar. Com isso Sakura foi desperta.

Não poderia deixar Sasuke ser levado em uma ambulância, pois o mesmo tinha um trauma daquele tipo de carro. Sentiu os olhos negros a fitaram aflitos e um nervosismo tomou conta de si, sem pensar em nada, aproximou-se dele e fez com que ele apóia-se em si.

Andou com ele assim até o lado do passageiro de seu carro e sem falar nada o fez sentar-se ali.

-Onde dói? – perguntou abrindo a porta de trás do carro.

-Se eu te falar você não acreditaria. – respondeu debochado. Ele a escutou bufar em desagrado.

-Estou falando sério Sasuke! Onde está doendo? – lançou-lhe um olhar bravo.

Franzindo o cenho respondeu:

-A perna esquerda.

Escutou a porta de trás sendo fechada em um baque e ela reapareceu em sua frente com panos brancos e uma barra de um material que ele não se lembrava o nome medindo trinta e cindo centímetros em mãos.

Quando sentiu o toque das mãos delicadas e macias da Haruno em sua perna uma eletricidade passou por ele e logo em seguida a dor insuportável tomou conta dele.

-Aguente só mais um pouco. – pediu a rosada prendendo a tal barra rente a perna machucada com os panos brancos. Depois daquilo o moreno não sentia mais o toque quente das mãos da Haruno. –Isso deve dar até chegarmos ao hospital. Você quebrou a perna.