A princesa tinha chegado muito cedo, não esperavam que ela fosse chegar exatamente 7h30 da manha.

Depois que Tsunade tinha lhes apresentado, a pequena princesa tinha carregado os garotos para a sua carruagem, mas foi informada por alguns assistentes da Hokage que teria que subir e dar um breve depoimento sobre a sua viajem até Konoha.

Alguns soldados a acompanharam ficando somente os quatro sozinhos novamente.

Hinata puxou Naruto de canto, não queria falar alto e também não queria que ninguém ouvisse. Queria contar o que tinha acontecido com o pai, e queria também algumas explicações do que acabara de acontecer.

– Éééé... Hina, eu não sei de nada, ela que me puxou e começ-

– Xiiii, fica quietinho. Eu só estou com saudade de você, e também preciso contar algumas coisas, depois nos falamos dela. – a morena colocou o dedo indicador nos lábios de Naruto para se calar, e logo em seguida lhe deu um beijo. Estavam num lugar meio distante e isolado, por isso ela não se preocupou.

Um beijo um pouco longo que fez os dois se esquecerem do que acontecera antes disso e o que viria depois. Naruto ouviu Sakura gritar, discutindo com o Sasuke. “Coitado (*risos*)! Enquanto a Sakura-chan briga com ele, eu to aqui beijando minha hime!” – pensou, dando um sorriso no meio do beijo e interrompendo-o.

– Não pense que só porque estou te beijando você vai se safar de uma boa explicação. – ela disse ainda de olhos fechados, com a boca perto da dele, sorrindo. Depositou mais um selinho e se afastou.

O loiro a segurou pela cintura, olhando-a serio, mas sorrindo para não preocupa-la.

Ela está diferente, ele consegue ver isso.

– Hina? O que você tem? O que quer me contar? – levantou seu queixo pequeno para que ele pudesse olhar nos olhos claros dela. – O que aconteceu?

– Ah... – ela suspirou. – Naruto-kun, eu não sei o que deu em mim. Sei que estou errada por ter feito aquilo, mas não suportei quando ele pronunciou aquelas palavras absurdas. – ela falava baixinho, quase que um sussurro. Seus olhos começaram a lacrimejar e as lagrimas iam se acumulando nos olhos claros da morena. – Eu... Ele... – a lagrima escorreu.

– Ei, calma! – Naruto sussurrou junto. Acariciou seu rosto e secou a lagrima que o molhava. – Fala de vagar... Fica tranquila! – o silencio dominou por um tempo. Hinata tentando se recuperar e suspirando de leve.

– Eu... Eu não sei direito o que fiz. Não sei o que fazer agor- fora cortada pelos gritos da princesa que havia chegado.

– Ei, venha Uchiha, e cadê o seu amigo loiro gostoso? – Hinata suspirou mais uma vez, levantou o rosto e encarou Naruto com uma sobrancelha arqueada.

– Ele já deve estar vindo, foi conversar com alguém junto com a Hinata. – o moreno tentou encobrir o amigo, mas não parecia ter dado muito certo, pois o pequeno ser loiro em sua frente reclamava e xingava baixinho de alguém que ele pôde entender ser Hinata.

– Vai lá “amigo loiro gostoso”, ela esta te chamando! – a morena falou baixinho, com um tom de provocação.

– Hinata... – sabia que isso ia ser confuso para ele. Tinha certeza.

– Não, sério, ela está te chamando! – ela rio seca e sarcasticamente. – Juro que vou me controlar, mas se ela continuar falando e fazendo essas coisas, não vou responder por mim. E acho que a Sakura está junto comigo nisso. – ela se soltou dele, arrumou a roupa e o cabelo e foi andando, em direção ao projeto de piranha que havia conhecido mais cedo.

Saiu da pequena rua que estavam e olhou para Rurichyio, sorrindo de um jeito estranho, do tipo: Que vontade de enfiar uma kunai no teu olho!

– Cadê ele? – a princesa perguntou, olhando Hinata de cima a baixo.

– Naruto? Não sei. Deve estar vindo! – a pequena a olhou feio. – O que foi?

– Nada. – olhou-a com um sorriso que Hinata definiu ser idiota e entrou na carruagem, puxando Sasuke por um braço e Sakura puxando ele pelo outro.

Os três discutiam sobre quem devia ir dentro, junto à princesa, e quem devia ir fora. Relutante, Sakura ganhou a discussão, fazendo Sasuke sair da lá e arrastando-o para fora. Hinata suspirou, sorrindo minimamente.

Sentiu uma mão tocar sua cintura levemente. Já conhecia de quem era o toque, e não se preocupou. Naruto andou até as bagagens que estavam fora da carruagem por algum motivo que ele não sabia, e as colocou de novo no veículo.

Rurichyio o viu e saiu de lá correndo, abraçando-o e arrastando-o para dentro da cabine de madeira. Ele não estava nem um pouco confortável com isso, e muito menos Hinata que olhava de longe. Ele deu um sorriso para a sua morena e coçou a nuca, mostrando não estar feliz com aquilo também. A morena balançou a cabeça negativamente e começou a andar, me direção ao portão da vila. Sasuke e Sakura começaram a segui-la, e a carruagem foi tomando o rumo da saída juntamente a eles.

Narração Hinata (ON)

Eu não tinha muito que fazer, sabia que não podia “expressar” nosso relacionamento, assim como o Sasuke e a Sakura também não podiam. A princesa puxou o Naruto pra dentro da carruagem e eu me segurei pra ficar quieta. Era estressante ver como ela o agarrava!

Comecei a andar e os outros vieram atrás de mim. Queria logo acabar com isso, o mais rápido possível.
Ouvi Sasuke e Sakura discutindo baixinho. Ela disse algo como “Não quero que você fique perto dessa princesinha” e ele disse apenas “Ta bom”. Se fosse fácil assim com o Naruto, eu nem precisava ficar nervosa. Sei que se eu pedir ele não vai ficar perto dela também, mas o problema não é ele e sim ela.

Quando passamos pelo portão da vila, ouvi a princesa resmungando. Sua voz me irrita, seu cheiro me irrita, tudo nela me irrita. Não sei por que estou assim, talvez seja por causa da minha discussão com o otou-san. Sei que ele não queria ter dito aquilo. Acho que entendo um pouco ele.

Naruto saiu da cabine da carruagem correndo e veio até o meu lado, ele sorriu para mim, meio sem jeito. Olhei pra ele e vi uma marca de batom do lado da boca, bem perto pelo visto. Não acreditei no que estava vendo. Eu me virei e olhei bem nos olhos daquela loira. Ela estava sorrindo, parecia que tinha feito de propósito. Talvez ela já tivesse notado os nossos relacionamentos. Olhei para o meu loiro de novo e vi que ele estava limpando a marca do batom vermelho. Estava longe da carruagem, mas pude ver a princesa limpando os cantos da boca. Sakura olhou para mim e arregalou os olhos ao ver minha expressão de fúria. Passei por Sasuke, batendo em seu ombro. Acho que ele olhou para trás, não me certifiquei e nem queria. Só queria deixar o belo rosto da princesa sangrando. Passei por Sakura, mas ela me segurou.

– Me... Me solta Sakura-san! – ativei meu Byakugan mentalmente, sem nem perceber, e encarei a princesa que ria.

– Hinata para! – tentei me soltar, mas além dela, Sasuke já me segurava também. – Hina! Hinata. Hinata olha pra mim! – a rosada gritou, chacoalhando meu braço esquerdo, enquanto Sasuke me empurrava para trás pelo braço direito. – Você não pode fazer nada, não pode.

– Ah eu posso sim! – por um instante eu me soltei deles. Consegui correr alguns passos, mas quando faltava pouco para eu agarrar o cabelo loiríssimo dela, Naruto me puxou. Deu um tranco no meu braço, senti a dor se acumular no meu ombro direito, mas nem liguei.

Ele me empurrou pela cintura, me levando para frente de todos, bem longe da carruagem. Ele falava algo, mas eu não consegui prestar atenção. Só conseguia ouvir a risada horrivelmente estridente da maldita. Estava zombando de mim, de verdade!

– Ei! Ei, Hinata, olha pra mim! – Naruto me cutucou no ombro dolorido e isso chamou minha atenção. – O que deu em você Hina-chan? – ele me olhou confuso e um pouco... Sério.

– O que deu em mim? Não sei, talvez tenha sido essa marca de batom perto da sua boca. –ri. Não tinha outra coisa que eu conseguia fazer a não ser rir da situação. – “O que deu em você?”,essa é boa!

Olhei pra trás algumas vezes, para poder encarar a criatura. Ela já nem ligava mais, estava olhando as unhas pintadas de rosa.

Sakura veio até mim e empurrou Naruto para que fosse conversar com Sasuke. Ela suspirou.

Essa poderia ser a missão mais angustiante e difícil para a gente.

–- Narração Hinata (OFF) –

Com o tempo Hinata foi se acalmando, conversando com Sakura e andando bem a frente da carruagem. Apesar do acorrido eles haviam andado bastante, sem fazer paradas. Era fim de tarde, precisavam parar para descansar e comer algo. Com a ajuda de Hinata, Sasuke foi à procura de um lugar aberto para que pudessem fazer uma fogueira e se aconchegar. Não demorou muito para que parassem, e num lugar aberto qualquer eles ficaram. Não muito longe dali tinha um pequeno lago, para que eles pudessem se banhar.

Enquanto Naruto e Sasuke arrumavam as barracas, Hinata e Sakura tiveram que esperar a princesa tomar seu banho. Como a pequena loira havia pedido, elas ficaram longe, mas não o bastante para que se acontecesse algo elas pudessem estar lá para protegê-la.

– Hinata, quando ela acabar você vai tomar banho também?

– Sim, por quê?

– Só pra saber, porque dai eu já pego as minhas coisas e as suas também.

– Ah, por favor! Está dentro da minha bolsa, já tudo separado! – a morena abaixou o tom de voz e segurou no braço da rosada, para que ela chegasse mais perto. – Só que vai logo por que não quero ficar perto dessa megera. – Sakura riu, assentiu e se foi.

Alguns segundos depois de Sakura ter saído, para a infelicidade de Hinata, Rurichyio saiu do lago, enrolada numa toalha vermelha.

– Ei querida! – ela chamou, balançando a mão na frente do rosto de Hinata. – Da pra ver bem minhas pernas? Quero que aqueles dois fiquem loucos por mim. – soltou uma risada estranha, estampando um sorriso enorme no rosto.

Hinata suspirou. Esperou a loira secar o enorme cabelo. Não aguentava mais lidar com aquelas situações. Precisava falar de tudo entre ela e Naruto, mesmo que isso prejudicasse a missão. A princesa acabou de secar e olhou para a morena. Não apenas a boca, mas seus olhos também sorriam. Ela era muito linda, não podia negar.

– O que foi? – a princesa perguntou, já emburrando a cara.

– Para de fazer isso! – a pequena princesa ia responder, mas Hinata logo prosseguiu. – Você certamente já sabe sobre nós. Eu e o Naruto! Eu não devia estar falando isso, mas nos estamos juntos. Não sei se você sabe o que é sofrer por alguém – a princesa “murchou”. Seu sorriso desapareceu e sua expressão ficou triste. Hinata percebeu, mas continuou. – Não sei se você sabe o quanto dói sofrer por alguém que ama. Eu o amo desde pequena, quando eu ainda nem sabia o que era amor. Posso estar parecendo uma ridícula agora, mas se você sabe o que é sofrer por alguém que ama, então pare de fazer isso. Por favor!

– Eu sei... – sua voz saiu baixa e anasalada. Rurichyio parecia mexida com o que Hinata dissera. – Eu sei o que é sofrer. Pode não parecer, mas eu sei. Você deve estar achando que eu sou uma mimada ignorante que só quer a atenção dos homens...

– E é mesmo!

– Ok! Talvez eu seja... Hoje de manha quando eu vi vocês, logo percebi que estavam juntos. Sei que eles também estão – apontou para a parte onde Sakura e Sasuke estavam. – Mas isso tudo que eu fiz foi apenas pra me confortar. Ver a raiva nos outros me alegra, nesse sentido.

– Você é louca? – Hinata soltou uma risada, mas não achou graça no que a princesa disse. – Só pode né? Porque ter prazer em ver as pessoas sentindo raiva é coisa de gente louca.

– Não sou louca... Só sou... Eu já sofri também por amor.

– Ah, ótimo então. Você tem uma noção da raiva que eu estou sentindo.

– Sei, talvez. Desculpe por isso...

A princesa saiu andando. Hinata percebeu algo estranho nela. “É, ela já sofreu por amor! Pra ter falado tudo isso e ainda ter pedido desculpa... Sei lá, ela é estranha!” – a morena pensou, balançando levemente a cabeça. Sakura chegou com as roupas na mão. Viu a princesa sair de cabeça baixa, mas não notou que estava só de toalha. Olhou para Hinata como quem pergunta: O que você fez? Mas ao ver o sorriso da morena, a rosada retribuiu e seguiu junto a ela até o lago.

–-

Extra:

Pensamento da Rurichyio

Ela não me falou quase nada, mas eu pude sentir que o que ela tem por aquele garoto é muito mais do que amor. Acho que a entendo. “Acho” não, eu a entendo.

Nunca tinha pensado por que faço essas coisas. Sou má, eu sei disso. Mas como eu disse pra ela, isso me conforta. Talvez ninguém saiba, nem meus pais. Meu amor foi morto em uma missão, tentando me salvar. Vi sangue, o vi falando que me amava, o vi sorrindo e depois desabando. Talvez a minha dor de tê-lo perdido faça com que eu aja assim. Nunca parei pra pensar. Eu posso estar atrás de alguém que me ame novamente como ele me amou, e fazendo isso, eu magoo outras pessoas. Estou tentando achar um substituto, mas sei que isso é impossível. Os problemas que passamos juntos foram bons pra mim, pois nunca vou esquecê-lo. Eu sei o que é sofrer, sei o que é amar uma pessoa e não poder ficar junto a ela. Sei disse, e a entendo.

Só agora, depois de tanto tempo, notei que além de machucar os outros eu me machuco. Eu a entendo... Eu a entendo.

–-

As garotas não demoraram muito no banho. Em pouco tempo já estavam de volta. Sasuke havia acendido uma fogueira para aquecê-los e Naruto tentava arrumar a comida, e como sempre, fez besteira. Sakura brigou com ele por desperdiçar a pouca comida que tinham, ele se calou e foi pegar uma roupa para tomar banho também, sozinho. Hinata olhou para os lados, a procura da princesa, mas não a encontrou. Comentou com Sakura, mas a rosada não se preocupou e continuou fazendo o jantar.

– Sasuke, viu a Rurichyio? – a portadora dos olhos claros perguntou.

– Ah, ela saiu do banho e foi direto pra cabine da carruagem. Não saiu de lá por um segundo e nem chamou eu ou o Naruto. Estranho... – e deu de ombros.

Hinata não disse nada, apenas assentiu e esfregou o cabelo mochado na toalha. Olhou pra cabine da carruagem esperando ver alguma sombra da princesa ou algo do tipo. Nada!
Poderia ter falado algo que tivesse deixado ela chateada. Não queria, mas foi conversar com ela.

– Rurichyio-sama? – bateu algumas vezes na cabine de madeira. – Posso falar com você? - a pequena resmungou um “sim” e então Hinata entrou.

A princesa estava deitada e com a entrada de Hinata na cabine ela se sentou. Sua expressão era de pura tristeza. Seus olhos estavam fundos e inchados. Parecia estar chorando, mas a pouca luz que vinha de fora não deixava claro para Hinata se estava ou não. Ela fungou e passou a mão no nariz. Suas conclusões foram tiradas. Ela estava chorando.

– É eu queria falar sobre o que a gen-

– Por favor... Desculpe-me! - cortou Hinata e começou a falar baixo, e chorando. – Desculpe ter feito tudo aquilo. Não sou nenhuma santa, eu sei disso, mas depois do que você falou eu soube por que eu fiz coisas tão ruins.

– É, voc-

– Por favor, me deixe terminar! – ela secou os olhos e respirou fundo. – Eu sempre escondi de mim mesma a dor que eu senti ao perder ele, sempre escondi. Ninguém sabia sobre nós e nem poderiam saber. Nos mantínhamos um relacionamento escondido, e isso machuca, faz doer. Pois não podíamos fazer nada juntos... Eu sofri e ainda sofro muito por causa dele. Cheguei à conclusão de que faço isso por que quero ser amada novamente. Quero ser amada de novo, como eu era antes dele morrer. Ele me protegeu. Vi seu sangue escorrer. Ouvi suas ultimas palavras. – Hinata sentiu as palavras entrarem dentro dela e mexer nos seus canais lacrimais. A princesa estava falando tudo muito de pressa e enrolado, mas ela conseguiu entender e “ver” o quanto era triste a historia dela. – Me... Desculpe-me por isso!

Sabia o quanto doía perder alguém. Alguém que ama! Não respondeu mais por si, abraçou-a, sentindo sua dor.

– Eu só queria me encontrar com ele de novo! Queria poder abraça-lo, beija-lo e ter a oportunidade de falar que o amo. Só mais uma vez! - ela chorou mais um pouco e se acalmou.

– Olha, não diga isso. Ele não gostaria de te ver chorar desse jeito. Gostaria? Provavelmente ele amava seu sorriso, e seja lá onde ele estiver ele quer ver esse sorriso sempre. Ele ainda te ama, e ele ainda te protege. Tenho certeza. – Hinata se afastou dela e a olhou nos olhos brilhantes, com lagrimas. – Sei como é essa dor. Conheço muito bem. Ela passa uma hora ela passa. E quando passar, você vai perceber que esse tempo todo ele esteve te protegendo quando menos você esperava. – ela sorriu.

Parecia ter passado apenas alguns minutos lá dentro, mas com aquela pequena conversa elas levaram duas horas. Depois de vários pedidos de desculpa e varias lagrimas, Hinata abraçou-a e saiu de lá. Pegou algo para ela comer e levou até ela. Antes que ela saísse de novo, a princesa pediu para que ela chamasse a Sakura. Queria falar tudo que tinha falado para Hinata. Queria seu perdão também.

Hinata voltou, falou algumas palavras para a rosada que a olhou estranho, mas depois logo fez o que a princesa pediu. Mais algumas horas passaram, Sakura saiu de dentro da cabine com os olhos inchados. A historia todinha fora contada outra vez.

Hinata sentou em frente à fogueira, pensando em tudo que a princesa havia falado. Ela não esperava por aquilo. Nunca imaginaria isso dela.
Naruto sentou ao seu lado e a empurrou de vagar, fazendo-a sorrir. Ela se aconchegou no peito do loiro que entrelaçou seu braço por cima do ombro da morena.

– O que vocês ficaram fazendo lá dentro? – ele perguntou, olhando para o fogo que dava pequenos estalos.

– Nada de mais. Está tudo bem, juro! - ela suspirou. – Não precisa se preocupar!

– Tudo bem então! - ele pareceu aliviado, suspirou também e esboçou um sorriso delicado.

– Naruto-kun! – ele resmungou um “hm?” baixinho. – Eu te amo! – Hinata se levantou um pouco e olhou nos olhos cor de céu do loiro.

– Eu também te amo! – colocou a mão no rosto delicado e quente da morena e a aproximou para um beijo.

Sasuke limpou a garganta, chamando a atenção do casal. Eles sorriram entre o beijo, mas não pararam. Sakura deu um tapinha no ombro do amado e sussurrou um “Deixa eles!” e lhe deu um beijo em seguida.

Depois de um tempo, Hinata acabou dormindo no peito de Naruto, e com toda a delicadeza do mundo, Naruto a pegou no colo e a deitou ao seu lado dentro da barraca.

Fora um dia bem conturbado. Sentimentos a flor da pele. Raiva. Lágrimas. Dor e sofrimento. Mas que no final tudo acabou bem. Bem até de mais!

Já era tarde. Todos estavam dormindo. A fogueira dava seus últimos estalos juntamente com o adeus das chamas que viraram apenas cinzas. Um súbito empurrão na cabine da carruagem fez a princesa acordar. “Acho que é só o vento. Está tão frio lá fora...”. Voltou a dormir, sem saber o que a esperava.