“Não confunda meu silêncio com fraqueza, pois ninguém planeja assassinato em voz alta!”.

Era 14 de fevereiro de 2023, uma terça-feira. Anastasia acordou um tanto desanimada. Nos últimos dias ela tinha feito os Potter agirem como loucos. Todos de Hogwarts já estavam comentando, uma disputa boba era travada pelos dois e por mais que isso estivesse em sua lista de coisas a se fazer, a Riddle não parecia feliz com a situação. Levantou da cama, fez sua higiene matinal e deu de cara com Melissa Zabini quando ia saindo do dormitório. As duas não se falavam faz tempo, apenas conviviam juntas, mas uma não pronunciava uma sequer palavra perto da outra. Anastasia saiu do Salão da Sonserina e encontrou Minerva a esperando na porta do mesmo.

– Bom dia Senhorita Malfoy. Seu pedido de mudança de quarto foi concedido e agora mesmo, pode pegar suas coisas e se mudar para o quarto de número oito nos dormitórios da Sonserina. Se andar rápido ainda consegue conhecer sua nova companheira de quarto. – Avisou Minerva. Anastasia agradeceu e adentrou de novo no Salão. Chegando á seu dormitório, ela rapidamente arrumou suas malas com auxilio de magia e foi até o quarto de número oito. Entrou sem bater e avistou uma garota de cabelos castanhos, olhos claros e um sorriso amigável na face.

– Oi! Você deve ser Anastasia. – Disse a garota erguendo a mão para a Riddle. Anastasia podia deixar de lado o aperto da garota, mas teve uma impressão boa sobre ela. Afinal, a garota não a tinha chamado de Ana como todos que tentavam se aproximar forçadamente. – Meu nome é Claire Clearwater.

– Meu nome você já sabe. – Anastasia sorriu sincera. – Você é bem diferente da minha última colega de quarto.

– Deve ser porque ela era colega e eu posso ser sua amiga se quiser, agora vem, a gente tem aula de D.C.A.T. – A garota sorriu e puxou Anastasia pela mão que com o movimento brusco largou as malas ali mesmo e as duas seguiram para a aula.

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– Bom dia pessoal! Estou aqui substituindo o professor de Feitiços, pois ele estava doente e como ontem não tivemos aula devido a minha esposa que teve que fazer uma ultrassonografia pra ver como o bebê estava, teremos aula hoje. Feliz dia dos Namorados. – Disse Teddy sorrindo pra todos, a aula era com a Grifinória. – Passamos o ano quase todo praticando Oclumência, hoje faremos o teste pra ver se vocês estão aptos pra se defender. Anastasia venha aqui, por favor. – Anastasia foi até o lado de Teddy. – Quero que façam duplas com pessoas de suas casas. Tentem ver as lembranças uns dos outros. Anastasia escolha sua dupla.

– Alvo! – Ela nem chegou a pensar. Queria saber o que o Potter pensava sobre ela. Teddy sorriu e foi se dirigir a outro aluno. Antes de sentar num banquinho de frente para Alvo, Anastasia observou os olhares de James que tinha se sentando com Dominique. – Preparado? – Perguntou com seu tom de voz contente. Alvo assentiu fazendo sua melhor cara de concentração. – Legilimens. – Pronunciou erguendo a varinha. Anastasia sentiu como se algo entrasse dentro dela, viu algumas imagens distorcidas dela com Alvo. Viu James e Alvo discutindo, viu Harry conversando com o garoto. A família unida. De repente Anastasia sentiu sua cabeça doer, ela abriu seus olhos que antes estavam fechados e Alvo continuava com os dele totalmente lacrados. Um tempo depois da dor de cabeça continuar, Anastasia caiu pra trás e todos da sala a olharam. A dor em sua cabeça era forte e insistente.

– O que aconteceu? – Teddy veio socorrê-la.

– Ele... Lançou... Uma azaração em mim... – Anastasia tinha a voz fraca, não pela dor, mas pelo movimento inesperado. Isso nunca tinha acontecido!

– Alvo! Você viu algo? – Perguntou Teddy surpreso. Alvo tinha a expressão ainda mais chocada que a de Anastasia. O Potter apenas balançou a cabeça positivamente. – Pessoal! Ele conseguiu. Ele bloqueou a Legilimência e ainda viu as lembranças da garota. Anastasia você está bem? – Teddy a levantou e o pessoal da sala aplaudiu. A garota não respondeu. Teddy estava feliz pelo desempenho do aluno-irmão. Ele tinha conseguido. Conseguira ser um bom professor como o seu pai fora um dia. – Na próxima aula começaremos com um feitiço bem mais complicado. – Teddy parecia mais feliz do que nunca. Na melhor oportunidade Alvo escapou pra fora da sala. Anastasia tinha medo do que ele podia ter visto. Uma azaração como essa nunca aconteceu com ela antes. Ninguém nunca penetrou em sua mente desta maneira. Alvo fora o primeiro. Ignorando seu estado de choque, ela escorregou através da porta e foi à procura do Potter.

– ALVO! ALVO! – Gritava a garota desesperada. “O que será que ele tinha visto?”, essa era a pergunta que mais deixava Anastasia confusa. A Riddle avistou Alvo entrando em um corredor deserto, ergueu a varinha e lançou sem pensar. – Incarcerous. – Uma corda surgiu e prendeu Alvo na parede pelo pescoço. – O que você viu? – Perguntou rude, mas dessa vez, ela não se poupou nas palavras.

– Nada! – Alvo tinha dificuldade em respirar. Ela o liberou do feitiço respirando pesadamente assim como o garoto. – Eu vi um corredor vazio, o chão molhado e frio. Um livro grande cheio de nomes... E nós... Eu vi a gente... Debaixo da árvore. – Alvo parecia confuso mais soava como sincero.

– Melhor que não esteja mentindo. – Falou a Riddle olhando seriamente pra ele.

– Do jeito que você fala, até parece que você tem algum segredo obscuro. Porque você usou aquela corda? – Perguntou desconfiado passando a mão pelo pescoço que estava vermelho e marcado pela corda.

– Nada demais! Apenas gosto de privacidade. – Falou a loira saindo dali. O corredor vazio, o chão molhado e frio e o livro cheio de nomes. Anastasia tinha certeza que Alvo tinha lhe visto na Câmara Secreta, mas como nunca viu o lugar, não tinha como saber onde era ou o que ela fazia lá. Ela respirou fundo e seguiu em frente aliviada.

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Anastasia pensava em tudo que Lúcio havia dito á ela. Ela tinha que andar logo com esse plano, mais por ela mesma do que por Lúcio. As expulsões continuavam, eram frequentes para Anastasia que planejava cada uma. Ficava na média de um ou dois alunos por mês que saíam de Hogwarts. Cada um por fazer algo diferente, seja maldições, venenos que ela implantava nos pertences dos alunos ou até mesmo festas e bebidas que ela fazia com que Minerva descobrisse. Seu lugar de costume era a Câmara. Lá não tinha como ser vigiada. Algumas estátuas de cobras presentes na Câmara já estavam totalmente destruídas, pois Anastasia treinava todos os dias, para que seus poderes conseguissem se aperfeiçoar ainda mais. Ela tinha pensado no que Lúcio havia falado. E precisava mesmo controlar seus poderes já que eles só viam a tona quando a garota aparentava ter raiva. A Riddle tinha descoberto um modo de focar tudo em apenas um sentimento e só precisava lembrar-se do nome de Harry Potter para fazer qualquer coisa que quisesse.

– Anastasia. Tem alguém lá embaixo, a pessoa quer te ver. – Disse Claire chegando ao dormitório. Anastasia apenas desceu ás escadas e saiu do Salão Comunal da Sonserina. Assim que fez o mesmo, ela avistou James que com um movimento esperto a encostou á parede dando-lhe seu famoso sorriso maroto de canto.

– O que quer James? – Perguntou sem nenhuma animação. Os últimos dias estavam lhe deixando estressada.

– Feliz dia dos namorados! – James mantinha a voz habitualmente sexy. Anastasia arqueou a sobrancelha. - Apenas queria te dizer uma coisa. – Falou chegando perto da moça. Antes disso ele olhou de um lado para o outro no corredor, pra ver se não tinha ninguém ali. – Eu fico louco quando eu vejo você com ele... – Era claro que James referia-se a Alvo.

– E o que isso tem de mais? – Perguntara Anastasia com os olhos apertados.

– O que isso tem de mais? Eu respondo! Eu... Sinto ciúmes... Sabe o que é James Sirius Potter com ciúmes? Você não pode fazer isso comigo, entendeu? – James a prendeu com mais força na parede de modo que os dois permanecessem colados, literalmente. A Riddle apenas sorriu fraco.

– Posso sim James, não mandei você vir atrás de mim e ficar me perseguindo desse jeito. Muito menos mandei que brigasse com seu irmão. – Revidou.

– Eu não brigo com ele. – Tentou James.

– Briga sim! E eu vou te dizer uma coisa. Se vocês dois continuarem a brigar feito idiotas por mim eu irei botar um fim nisso tudo e não irei escolher nenhum dos dois. – Foi à vez de Anastasia encurralar James na parede.

– Você está blefando. – Soltou James sorrindo mesmo estando nervoso.

– Experimenta James! – Anastasia encostou de leve seu dedo indicador nos lábios de James, o deu uma última olhada e saiu dali rebolando. De fato ela estava blefando, mas James não precisava saber disso. O plano da Riddle estava indo super bem, ela estava com os dois Potter na palma de suas lindas e perversas mãos.

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Depois do almoço Anastasia e Claire foram para a aula de Poções.

– Olá alunos! Hoje faremos uma coisa especial. Quem aqui ouviu falar da Amortentia? – Perguntou Horácio empolgado. Rose levantou a mão como sempre.

– Amortentia é a poção do amor mais poderosa do mundo. Capaz de fisgar qualquer um que tenha a tomado, a não ser que a pessoa seja um forte Oclumente já que um Oclumente legítimo é capaz de se defender até mesmo de poções como essa e de feitiços poderosos. – Explicou Rose depois que Horácio concedeu.

– Muito bem Senhorita Weasley. Dez pontos para a Grifinória. – Disse Horácio. As aulas eram misturadas entre 6ª e 7ª ano. – Tentaremos fazer uma Amortentia perfeita hoje. Abram seus livros na página 249 e boa sorte. – E os alunos começaram a por as mãos na massa. Os minutos foram se passando e nada de ninguém conseguir fazer a Amortentia, Horácio foi observando de caldeirão por caldeirão testando as poções, mas apenas a de Anastasia e a de Rose chegaram perto da verdadeira, mas não o suficiente para ser uma poção do amor que funcionasse. – Ninguém aqui conseguiu tal proeza, mas parabéns pelas tentativas. Senhoritas podem escolher um menino pra vir testar a poção do amor verdadeira que tenho guardada as sete chaves. – Rose olhou para Anastasia, ela estava confusa, “quem escolheria para cheirar a poção?”, a pergunta queimava os neurônios da loira.

– Eu sei quem amo... Acho que Anastasia pode escolher duas pessoas. – Disse Rose dando um olhar para Scorpius e por fim, sorrindo para a garota.

– Pois bem! Quem serão os garotos, Senhorita Malfoy? – Perguntou Horácio.

– Os dois Potter. – Respondeu a Riddle e os dois se aproximaram, o primeiro foi James. Suas narinas buscaram o cheiro de Anastasia no caldeirão.

– Eu sinto um cheiro de frutas cítricas, roupas novas e spray de cabelo. – Disse James olhando para a loira a sua frente. Aquele não era o cheiro dela, nem chegava perto. Anastasia fez uma careta estranha e foi à vez de Alvo se aproximar do caldeirão. Alvo permitiu que suas narinas sentissem o cheiro de flor de laranjeira, com perfume de limão e um odor amadeirado, parecia carvalho. Anastasia estremeceu com a ideia de que Alvo poderia ter sentido o cheiro dela. A ideia de poder controlar os dois parecia boa de um lado, mas pelo outro, ela não queria que os dois se apaixonassem por uma pessoa tão fria e calculista como ela.

– Não é o cheiro dela. – Dissera Alvo fracamente. Os que o conheciam sabiam que ele mentira. Anastasia saiu dali às pressas e os dois Potter a seguiram.

– Ana! Espera! Eu tenho uma coisa pra te dizer. – Só alguém tinha a capacidade de chamá-la de Ana mesmo que ela não gostasse. Anastasia se virou e deu de cara com James novamente. Ela não viu, mas Alvo estava observando tudo bem atrás. – Acho que estou apaixonado por você. – Aquelas palavras fizeram com que a Riddle comemorasse e entristecesse ao mesmo tempo. O plano estava indo muito bem. Mas porque ela estava triste e não comemorando? Era simples, ela sabia que não servia para ele.

– Eu ia dizer a mesma coisa. – Alvo apareceu logo atrás. Os dois se encararam com raiva. O coração de Anastasia apertou mais ainda. Alvo era meigo e romântico e James era galinha, safado, mas mesmo assim os dois haviam realmente dito a verdade, estavam completamente apaixonados por ela e isso era cruel de se fazer com dois Potter com corações bondosos.

– Escutem! Eu já estou farta de toda essa competição. Quero propor um desafio. – Os Potter olhavam pra ela surpresos, pensavam que Ana ia escolher um dos dois, mas ai ela faz isso: – O jogo da Sonserina contra a Grifinória vai ser daqui a uma semana, quem ganhar o jogo, ganha algo de mim. – Anastasia calculava cada passo. Se uma ganhasse o outro ficaria triste e desistiria e ela não precisaria escolher. Além de que mesmo sendo tocada pelo momento romântico daquela hora, ela adorava uma disputa. – Alvo! Se a Sonserina ganhar o jogo eu te dou um beijo com tudo que tem direito. – Alvo sorriu só de imaginar a cena. – James! Se a Grifinória ganhar o jogo eu te prometo a melhor noite de toda sua vida. – Os dois arregalaram os olhos.

– Não é justo! Porque ele ganha mais do que eu? – Perguntou Alvo irritado.

– Porque ouvi dizer que a Sonserina nunca ganha da Grifinória, ou quase nunca, e agora você vai ter um belo motivo pra ganhar este jogo, Alvo. A não ser que queira que seu irmão ganhe mais do que você. – Ela sabia jogar como ninguém. Os dois iriam falar algo. – SHI! Nada de falar, garotos... Melhor correrem pra se prepararem. – Disse saindo dali. A guerra estava formada a partir dessas palavras.

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Claire Clearwater