O vento estava frio naquela noite, uma figura trajando preto fitava o horizonte, a visão de uma floresta passava através de suas órbitas. O Lorde das Trevas estava cansado, não de lutar, já que acabara de ter um conflito com o menino Potter e o velho Dumbledore, mas sim, cansado de lutar, queria acabar logo com isso. Acabar de uma vez por todas com o garoto que ameaçava sua vida eterna.

– Lúcio! – Seu tom de voz era gélido como o tempo naquela noite.

– Sim, mi Lorde? – Lúcio tentava não demonstrar tanto medo, mas era quase incontrolável.

– Chame Bellatrix! Agora! – Ordenou. – E Lúcio...

– Sim? – Perguntara Lúcio medindo as palavras.

– Quero que saía daqui e leve todos os comensais consigo, fui claro? - O Lorde adorava ver os outros com medo dele.

– Claro mi Lorde. – Lúcio se afastou da figura e segundos depois, Bellatrix chegou perto de Voldemort, como ele desejara.

– Sim, meu senhor? – Bellatrix se pôs ao lado de seu mestre.

– Bella! – Sua voz tinha mudado, ele era mais suave com ela, não a ponto de fazer tudo que ela queria, mas a ponto de tratá-la melhor do que qualquer outro. – Algo me passou pela mente...

– E o que seria, mi Lorde? – Perguntara curiosa. Sua voz era fina.

– Harry Potter deseja minha derrota, aquele menino insolente não sabe com quem está se metendo, mas... – Suas palavras eram cuidadosas, ele não queria dizer mais do devia. – Há uma chance mínima de ele me derrotar, se Harry Potter achar as Horcruxes ele me terá em suas mãos. Não quero isso, Bella. Você sabe da profecia... “Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... Mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece e um dos dois deverá morrer na mão do outro, pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver”.

– E isso jamais irá acontecer, meu Lorde. – Bellatrix sabia que Voldemort era mais cuidadoso com ela, mas o medo estava sempre presente em suas conversas.

– Eu sei! – Voldemort a fitou, seus olhos continham raiva. – Isso jamais acontecerá, mas desejo fazer mais uma Horcrux. – Bellatrix estava surpresa. – Uma viva.

– O que? – Bellatrix estava espantada e com medo de que a última Horcruxe de Voldemort pudesse ser ela. Sua devoção ao mestre estava mais do que clara, mesmo assim ela não queria ter um pedaço da alma do Lorde consigo.

– Isso mesmo! Uma Horcruxe viva, tive muito tempo pra estudar sobre esses assuntos e só agora isso me parece uma ideia boa. Dumbledore está aliado á Harry e se aquele velho estiver por perto quando eu botar minhas mãos no Potter, é capaz de eu perder minha oportunidade que pode ser única. Antes de nos livrarmos do velho... Eu quero um filho. – Voldemort parecia conversar com si mesmo, pois dizia tudo de uma só vez.

– E o senhor quer ter um filho comigo? – Bellatrix estava mais surpresa do que nunca.

– Exatamente! Você pode esperar um galanteio meu, eu poderia dizer que você foi ótima quando deixou que o Potter te derrubasse a pouco no Ministério, poderia dizer que arriscou sua vida apenas por mim quando ficou frente á frente com o menino Potter quando ele tinha a chance de te matar, mas não quero e não vou ser galanteador Bella. Sua devoção é inteiramente minha, e juntos poderemos criar o meu retorno, caso alguma coisa aconteça. – O Lorde das Trevas parecia esperar uma resposta negativa de Bella, e então ia ter que fazer o que fosse para ela assentir, ele desejava um herdeiro, e ela tinha que dá-lo.

– Como quiser... Meu Lorde. – O consentimento de Bellatrix fez o Lorde das Trevas vibrar por dentro. Não pela ideia de ter uma relação com ela, ele não desejava isso, mas pela satisfação de sua ordem ser cumprida e seu herdeiro ser criado.

– Vamos, Bella! Hoje será o único dia que lhe permitirei me chamar de Tom. – A figura trajando preto ergueu sua mão e fitou Bellatrix, ela apenas sorriu fraco, e quando Bella segurou sua mão, eles aparataram para outro lugar. Um lugar onde a relação foi consumada e a criança gerada.

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Nove meses se passaram. O Lorde das Trevas tinha como sua maior preocupação resgatar seus antigos servos comensais e claro... Mandar que eles cumprissem suas tarefas. Sua família favorita agora era os Malfoy, sempre cumpriam suas ordens apesar de seu medo estar estampado em suas faces. Seu herdeiro? Estava sendo carregado por Bellatrix, o Lorde tinha afastado-a de suas ordens, e seus outros seguidores não sabiam da existência da criança.

– Narcisa! – O Lorde a chamou na própria Mansão dos Malfoy, ela chegou perto de Voldemort. – Venha dar um passeio comigo. – Lhe disse e os dois seguiram para o Jardim dos Malfoy que estava repleto de pavões. – Bellatrix está afastada, sabe o por quê?

– Não! Lorde! Não sei. – Narcisa era clara e suas respostas mais ainda.

– Ela está grávida, Narcisa. – Narcisa abriu a boca em sinal de surpresa, nunca haveria lhe passado pela cabeça o real motivo do afastamento de sua irmã, é claro que ela sabia que não era pra cumprir ordens, como o Lorde das Trevas tinha dito aos seus súditos. – E o filho é meu. – Ele falava com total frieza. – Narcisa, Bella estará ao meu lado na guerra que virá pela frente e sua família é a que mais atende minhas ordens. Portanto... Quero que cuide da criança caso aconteça algo conosco. – Apesar de expressar sua possível derrota, Voldemort não se abatia, sua cabeça vivia erguida, como a de um líder que nunca iria cair. – Agora vá para esse lugar... Bella está precisando de sua ajuda, faça o que for, mas salve a criança, mesmo que pra isso tenha que matar Bellatrix. – Voldemort lhe deu um pedaço de papel com o endereço. Narcisa estremeceu com a possível ideia de ver sua irmã morrer, Bellatrix era uma má pessoa, mas Narcisa não queria ver um membro de sua família falecer desta forma. A Malfoy pegou o papel e observou que o lugar onde Bella estava todo esse tempo era o cemitério onde fora enterrado o pai de Voldemort. – E Narcisa... Lúcio não saberá de nada! – Narcisa assentiu e foi a socorro de Bella.

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A criança finalmente nasceu em completo sigilo, o Lorde das Trevas foi até o cemitério onde seu pai estava.

– Traga-me a criança. – Ordenou á Bellatrix. – Bella! Essa criança foi fruto de uma relação sem amor, ela não é sua filha, apenas meu símbolo de vitória. – Bellatrix assentiu com medo de seu mestre. Narcisa lhe entregou a criança e Voldemort a olhava com desprezo, um bebê de que lhe servia? Mas a criança cresceria com um objetivo. Vingar seu pai por qualquer coisa que lhe acontecesse. – Essa criança deve morrer, e minha alma ficará viva dentro dela. GREG! – Um rapaz alto e bonito apareceu. O Lorde pegou sua varinha. – AVADA KEDABRA! – Gritou o feitiço apontando para o rapaz, o corpo do mesmo caiu sem vida no meio da sala da pequena casa próxima ao cemitério. Voldemort extraiu a parte de sua alma que havia se separado ao ter causado mais uma morte, e a parte de sua alma foi colocada no interior da criança. O Lorde tratava sua filha como um objeto. Narcisa olhava a recém-nascida com pena.

– O que o Senhor vai fazer? – Perguntou Bellatrix, por incrível que pareça ela não demonstrava nem um sinal materno de preocupação com a criança e isso deixava Narcisa cada vez mais atormentada.

– Vou matá-la! – Respondeu Tom friamente. Ele levitou a criança com uma de suas capacidades, e a criança começou a ser congelada aos poucos.

– Mas ela vai morrer, como quer uma herdeira desse jeito? – Perguntou Narcisa se atrevendo mais do que devia.

– Ela estará morta em parte. Narcisa... Quando acontecer algo a mim, quero que descongele essa criança e a acorde... A parte da minha alma que está com ela a fará viver de novo e de pouco em pouco eu retornarei.

– E quando exatamente eu devo fazer isso? – Perguntou Narcisa receosa.

– A tempo de me vingar dos Potter, seja do garoto ou de algum herdeiro dele que possa nascer caso eu for derrotado... – Lorde Voldemort fitava o chão tristemente. – Você é minha única esperança, Narcisa. E Lúcio continuará sem saber de nada. – Ele era claro em suas ordens. – Mas o menino Potter nunca irá me derrotar... Agora vamos... Tenho que dar uma missão ao seu pequeno Draco. – Sua voz era firme, ao escutar isso Narcisa engoliu em seco. Não queria Draco envolvido com o Lorde como ela e Lúcio faziam, pode ser que Draco não retornasse das missões ou se falhasse, morreria pelas mãos de Voldemort.

– E o que acontece se o Draco falhar? – Perguntou preocupada.

– Até lá, veremos o que eu posso fazer pra protegê-lo. – Respondeu Voldemort, tratando a situação como uma espécie de troca. Narcisa cuidava de sua filha e ele cuidava de Draco, quando possível é claro.

Harry Potter ganhou a batalha contra o Lorde das Trevas, mas assim como previsto, sua filha viria ao mundo. A guerra continuará quando a criança for acordada, e com ela, parte da alma de Voldemort.