La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 59
É soberano aquele que decide...




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“É soberano aquele que decide em que armadilha quer cair...”
Bárbara Coré


Mesmo de carro, a viagem até o monte do Desafio tinha sido longa e cansativa. Souza dirigia revezando com Luiza enquanto Mônica e Cebola iam no banco de trás acertando detalhes do plano. Do lado de fora, Ângelo os seguia voando.

- Nós temos que dar um jeito na Agnes. – ele falou. – Ela é mais perigosa que o Feio.
- Isso mesmo! Dele a gente dá conta!
- Tomem cuidado vocês dois! – Souza falou sem desviar os olhos da estrada. – Se ficar perigoso demais, fujam! Ouvi dizer que o exército está a caminho.
- Por isso mesmo eu acho que vocês deviam deixar isso por conta deles!
- Aí eles vão ficar de refém do Feio, não podemos deixar mãe.

Passava das oito da noite quando eles finalmente chegaram ao seu destino. Como já sabia a localização da cabana, Ângelo pegou cada um pelo braço e voou até o local para não perder tempo.

- É uma casinha bem simples. – Mônica falou quando pousaram na frente de uma pequena cabana de aspecto rústico.
- Só por fora. Sabe-se lá o que tem dentro? Vamos entrar!

Os três entraram com muito cuidado. A porta estava aberta e a cabana tinha pouca mobília. O principal devia estar escondido no interior da montanha.

- Vamos procurar pela passagem... – Cebola falou e na mesma hora uma parede se abriu mostrando um túnel iluminado em seu interior. – Secreta. É. Parece que ele tá mesmo esperando a gente!
- Então vamos lá que eu vou dar uma bela surra nele!

Cebola tirou três latas de tinta spray fosforescente de uma sacola e deu uma para Mônica e outra para o Ângelo, ficando com a terceira.

- A medida que a gente for passando, vocês deixam uma marca de tinta na parede. Assim a gente encontra o caminho de volta.

Eles foram andando com cuidado para evitar quaisquer armadilhas. Para sua surpresa, a caminhada estava bem tranqüila e sem incidentes. Enquanto andavam, eles deixavam uma trilha pelo caminho.

- Eu achei que ele fosse colocar um monte de armadilhas. – Cebola falou bem desconfiado com aquela calmaria. – Vai ver ele tá esperando a gente pra uma batalha!
- Vocês cuidam dele. Deixem a Agnes comigo. – Ângelo falou e os três continuaram a caminhada.

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- Parece que nossos convidados estão chegando. E ainda trouxeram aquele anjo enxerido! – Agnes falou olhando as imagens das câmeras de segurança. – Da última vez, ele me exilou.
- Não se preocupe. A magia que usei para te convocar é poderosa demais para ele. Somente eu posso te mandar para o outro lado.

Ouvir aquilo a deixou mais segura e ansiosa para ir a forra com aquele anjo atrevido. Todos iam pagar bem caro por terem tirado seu brinquedo. Quando tudo aquilo acabasse, ela pretendia ir atrás da Penha novamente e daquela vez nada e nem ninguém ia salvá-la.

Capitão Feio já tinha terminado a armadilha e esperava que daquela vez não houvesse nenhum problema. Bastava Agnes seguir suas ordens a risca.

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A caminhada estava bem tranqüila. Sempre que chegavam a uma bifurcação, o caminho certo se iluminava. Não era objetivo do Capitão Feio que eles se perdessem e sim que fossem ao local exato da sua armadilha.

Após mais alguns minutos de caminhada, eles chegaram a o fim de um corredor e viram que não tinha mais saída. Então a parede se abriu mostrando uma luz forte que vinha do seu interior. Quando seus olhos se acostumaram com a claridade, os três avançaram e entraram em um grande salão, sendo recebidos por uma voz grossa e desagradável.

- Ora, ora ora! Vejam só quem resolveu me visitar. Sejam bem vindos a minha humilde casa!

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No campo de lírios, Araci estava sentada no chão tendo algumas velas espalhadas ao seu redor. Também havia talismãs e amuletos para proteção.

- Eles vão passar por um perigo muito grande. Preciso pedir ajuda aos ancestrais!

Ela entoou alto um cântico invocando ajuda dos espíritos dos guerreiros da sua tribo para proteger aqueles jovens. Mesmo tendo ajuda daquele anjo, eles não iam conseguir vencer sozinhos aquele demônio que os esperava.

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De onde estavam, eles viam o Capitão Feio flutuando a uma distancia segura dali segurando um pequeno dispositivo nas mãos. Ao lado dele, estava Agnes na sua forma humana e segurando a bíblia de sempre. No centro do salão, estavam Cascão e Magali numa jaula com grossas barras de ferro.

- Finalmente a gente te encontrou, né seu safado? – Mônica falou cerrando os punhos e se preparando para a briga.
- Onde está sua educação? Aqui vocês são visita e vão ficar por um longo tempo. Ficarão para sempre! Agnes, pegue-os!

Sem esperar segunda ordem, ela assumiu sua forma monstruosa e foi para cima deles. Mônica e Cebola se desviaram do seu caminho e Ângelo foi para cima dela com sua espada.

- Agnes, você ainda não entendeu que aqui não é mais o seu lugar!
- Idiota! Pensa que pode me vencer? – ela disparou acertando-o com um dos seus tentáculos. O rapaz perdeu um pouco o equilíbrio no ar e logo se recompôs, indo para cima dela pronto para a luta.

Mônica e Cebola correram até a jaula onde estavam seus amigos.

- Vocês vieram!
- Como é bom te ver, careca! Só que isso aqui é uma armadilha das brabas!
- É por isso que a gente tem que vazar daqui agora!

Ela tentou entortar as barras e não teve nenhum sucesso. Eram grossas demais até para ela.

- Hahaha! Pensa que será tão fácil? Seus tolos!

Ao ver que seus amigos estavam em dificuldade, Ângelo resolveu acabar logo com aquilo enviando Agnes para o outro mundo.

- Você não tem escolha! Está na hora de ir embora da Terra e dessa vez será para sempre!
- Quero ver você me obrigar!

Ele se concentrou e um portal se abriu, tentando sugá-la para o outro lado. Mas ao contrário do que ele esperava, nada aconteceu e o monstro disparou a rir da aflição do anjo.

- Dessa vez não será tão fácil me vencer idiota! – ela lhe deu outro golpe com o tentáculo, jogando-o no chão com toda força. Sua espada voou para longe e ele não pode alcançá-la.
- Seu monstro, você vai ver só uma coisa! – Mônica gritou tentando partir para cima dela. Cebola correu logo atrás gritando apavorado.
- Mônica! Não faz isso!

Agnes agarrou os dois com seus tentáculos. Mônica tentou lutar contra seu aperto férreo, mas foi em vão. O monstro era muito mais forte do que ela. Ao ver que os três estavam imobilizados, Capitão Feio decidiu que era hora de executar seu último plano de vingança.

- Segure-os muito bem! E não os solte enquanto ainda estiverem respirando! – ele apertou o botão do dispositivo que segurava e um alarme soou, com uma voz metálica de mulher anunciando.
- “Processo de autodestruição iniciado.”
- Como é que é? Ficou louco? Você vai matar todo mundo! – Mônica gritou se debatendo.
- Sim, é isso mesmo que eu quero! E Agnes ficará aqui para assegurar que ninguém sobreviva. Agora adeus! Com vocês fora do caminho, estarei livre para fazer o que quiser!

Ele saiu voando por uma abertura no teto que se fechou em seguida, deixando os jovens sozinhos para enfrentar seu destino.

- “Trinta minutos para a autodestruição”. – a voz eletrônica falou novamente, deixando todos apavorados. Mônica, Ângelo e Cebola não conseguiam se esquivar dos tentáculos de Agnes, enquanto Cascão e Magali não tinham como sair da jaula.

Cebola tentou apelar para o bom senso dela.

- Por que tá fazendo isso? Esse lugar vai explodir com você aqui dentro também!
- Imbecil! Eu já morri, esqueceu? Para mim não fará nenhuma diferença, mas vou adorar ver vocês morrerem nos meus tentáculos!
- Não pode matar um anjo! E quando eu sair daqui, você sofrerá as conseqüências do que fez! A ira divina cairá sobre você! – Ângelo tentou ameaçar. Ela não se importou e continuou segurando os três com força.

“Droga, tenho que pensar alguma coisa, senão ela vai matar todo mundo! Ah, peraí!” Mônica pensou e logo teve uma idéia.

- O que pensa que está fazendo? – Agnes gritou quando Mônica começou a cuspir repetidas vezes em seu tentáculo. – Pare agora mesmo, coisa nojenta!

Cebola entendeu a idéia e não perdeu tempo, raspando bem a garganta e cuspindo também, sendo imitado por Ângelo. O plano da Mônica deu certo, já que mesmo morta Agnes ainda tinha aquela germofobia. Ela soltou os três na mesma hora rosnando de nojo.

Ângelo correu para pegar sua espada enquanto Cebola e Mônica foram até a jaula.

- Eu não consigo entortar essas barras!
- Não precisa. Ela vai fazer isso por nós! Pega aquela corrente li, eu tive uma idéia!

Mônica pegou um dos lados de uma grande e grossa corrente que estava jogada no chão e ele pegou o outro lado, entregando-o para Cascão.

- Enrola isso nas barras! Aperta bem que é pra não soltar!
- O que as pestes pensam que estão fazendo? – Agnes bradou após se recompor.
- Não é da sua conta, coisa horrorosa! – Cebola gritou mostrando a língua e saindo correndo.
- Seu moleque atrevido! Vai ver só uma coisa! – o monstro foi atrás dele e Mônica entendeu qual era sua parte no plano. Sem perder tempo, ela foi atrás de Agnes e enrolou a corrente ao redor do monstro, amarrando alguns tentáculos. Ao perceber, Agnes voltou-se contra ela.
- Acha que isso pode me deter? Garota idiota!
- Acho sim, coisa feia! – ela gritou segurando a corrente mostrando-se disposta a fazer um cabo de guerra. – Sou muito mais forte do que você!
- Não me faça rir!

O monstro puxou a corrente com toda força que pode reunir. Mônica soltou imediatamente e saiu de perto a tempo de ver um pedaço da jaula sendo arrancado. O plano do Cebola tinha dado certo afinal de contas!

- Eba, a gente tá livre! – Magali falou saindo da jaula e Cascão respondeu.
- Ainda não. Cuidado!
- Seus malditos! Pensam que vão conseguir escapar? – Agnes gritou se enroscando toda na corrente.
- “Vinte e cinco minutos para a autodestruição”.

Eles resolveram se aproveitar da distração do monstro e saíram dali em direção a única porta do salão. Mônica conseguiu abri-la com muito custo, segurando seus dois lados para que não se fechasse novamente.

- Vão! Depressa!

Um a um eles foram passando, começando por Magali, Cascão, Cebola e Ângelo. Mas antes que Mônica pudesse escapar, um tentáculo negro a agarrou pela cintura, puxando-a novamente para dentro. Cebola correu para dentro do salão antes que a porta se fechasse novamente.

- Não! – todos gritaram ao mesmo tempo socando a parede. Não havia como abrir a porta novamente sem a força da Mônica.


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