La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 47
Não existe coincidência...




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“Não existe coincidência, apenas a ilusão de uma coincidência”
V de Vingança

– A temperatura vem caindo em todo o globo. Especialistas relatam um aumento no tamanho das calotas polares. Os oceanos esfriaram cerca de três graus e em muitos países já está caindo neve. No sul do Brasil a temperatura mínima é de cinco graus e a tendência é só abaixar.

Franja acompanhava a televisão muito apreensivo. Alguns especialistas apontavam para a possibilidade de ser uma nova era do gelo, mas ele duvidava seriamente. Aquele fenômeno não era nem um pouco natural.

O esfriamento parecia algo controlado, porque a temperatura caia a uma taxa constante e em intervalos regulares. Isso não aconteceria se fosse um fenômeno natural.

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Seu Nimbão estudava os relatórios tentando entender o que estava acontecendo com o clima do país.

– Ainda olhando esses papéis, querido?
– Claro! Eu nunca vi coisa igual antes! Daqui a pouco vai estar caindo neve no país inteiro!
– Minha nossa, isso é estranho demais!
– E como! Eu nem consigo mais fazer previsões sobre o tempo que dá tudo errado! Será que o clima ficou assim por causa dos desmatamentos?
– Deve ser a poluição. O homem interfere tanto na natureza que tudo acaba ficando atrapalhado mesmo.
– Pois é. O pior é que não temos informação nenhuma!

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– Quando pretende fazer sua grande aparição?
– Daqui a uns dias. Quero fazer tudo aos poucos e deixar todo mundo aterrorizado com esse esfriamento repentino. Só então eu entrarei em cena.
– Torturar aos poucos até minar suas defesas. Grande estratégia.
– Sei disso, sou mesmo um gênio. Então, quando todos já estiverem bem desesperados, eu pretendo impor minhas condições: ou as nações me dão o controle total sobre o mundo, ou a Terra irá mergulhar em uma nova era do gelo. Simplesmente perfeito!

Ele se vangloriava o tempo inteiro por seu plano inteligente. Por que desperdiçar sua máquina causando alterações aleatórias no clima sendo que era bem mais proveitoso concentrar seus esforços em uma coisa só? Ele sabia que uma nova era do gelo iria causar um prejuízo incalculável ao mundo inteiro. Não apenas econômico como também ambiental com a destruição de vários ecossistemas. Nenhum governo ousaria recusar suas exigências.

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– Rua do Limoeiro número 32... acho que é aqui! – Joana falou consigo mesma consultando o papel que o chofer tinha lhe dado. Foi com muito custo e pesquisa que ela conseguiu descobrir aquele endereço.
– Pois não? – uma garota dentuça de cabelos castanhos atendeu e Joana a reconheceu logo de cara
– Você é Mônica, não é?
– Sou... mas eu não sei se te conheço...
– Eu trabalho na casa da Penha. Acho que você conhece ela. A gente pode conversar um pouco?

Mônica arregalou os olhos. O que uma empregada da Penha iria querer com ela?

– Pode entrar então.

Sentada no sofá da sala, Joana contou tudo o que tinha visto no quarto da Penha e também o quanto tinha sofrido nas mãos daquela megera. Mônica ouvia tudo boquiaberta mal acreditando em tanta sorte.

– A Penha gravou tudo mesmo? Puxa vida, fui expulsa da escola por causa daquele briga que nunca aconteceu!
– Foi? Que injustiça! Aquela ali não vale nada mesmo! Mas se você mostrar o vídeo aos seus pais, eles vão ver que você não fez nada.

Os olhos da Mônica se iluminaram. Aquela mulher parecia disposta a colaborar.

– Se eu pudesse mostrar esse vídeo pra eles e pra diretora da minha escola, tudo ia se resolver! Só que eu não posso pegar assim ou vou arranjar mais encrenca ainda!
– Eu podia copiar pra você, mas o computador dela tem senha.
– Tenho um amigo que pode me ajudar nisso. Deixa eu ver...

Mônica tentou pensar em uma solução quando uma idéia maluca passou pela sua cabeça. Desde que voltou para casa e passou a ter acesso livre a internet, ela fez várias pesquisas sobre a Penha e sabia que ela tinha uma com conta no Youtube com vídeos contendo aulas de francês, embora na verdade fosse apenas exibicionismo.

E se ela conseguisse uma forma de fazer o upload desse vídeo para o Youtube? Publicado na internet, qualquer um poderia acessar e assim ela estaria dentro da lei. Bastava baixá-lo para seu computador, fazer alguns print screens para provar que foram tirados da conta da Penha e pronto! Era a prova de que ela precisava!

– Eu tive uma idéia, mas não sei se vai dar certo. – ela explicou sua idéia para Joana que ouvia tudo atentamente.
– Que boa idéia!
– Eu só preciso arrumar um jeito de entrar na casa dela sem ser notada e fazer o upload do vídeo. Aí tudo se resolve.
– A Penha sai muito de casa. Aí você pode aproveitar.

Mônica logo ficou empolgada.

– Isso seria muito bom. Mas aqui, você vai mesmo me ajudar?
– Essa cachorra fez a mãe dela me mandar embora, então eu não tenho mais nada a perder. Vou te ajudar sim só pra ver ela quebrando a cara. A gente precisa combinar direitinho pra não dar rolo.
– É mesmo. Só que eu tava pensando uma coisa aqui... Por acaso existe algum horário em que ela tá em casa, mas longe do computador?

A empregada levou um susto.

– Cruz credo! Por que você quer fazer isso com ela dentro de casa?

Mônica se pôs a explicar seu plano, que Joana escutou atentamente. Apesar de sentir muito medo, ela estava disposta a se arriscar só para se vingar da Penha. De qualquer jeito, Mônica garantiu que não ia colocar o nome dela no meio caso fosse pega no flagra.

As duas acertaram todos os detalhes do plano, marcando data e local para se encontrarem. Com a ajuda de Joana, Mônica não ia ter dificuldades para entrar na casa. O resto ia ficar por conta da sorte.

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Franja estava analisando uns dados quando o telefone tocou.

– Alô? Mônica? E aí? Eu tenho aqui aqueles papéis do facebook que você tinha pedido.
– Mesmo? Que bom! A que horas dá pra eu ir aí?
– Pode vir agora se quiser. Preciso mesmo dar uma pausa no trabalho.

Mônica se arrumou e correu para o laboratório do Franja o mais rápido que pode. Chegando lá, o amigo mostrou para ela as descobertas que tinha feito, deixando-a muito contente.

– Nossa, você é demais mesmo!
– Ah.. que é isso... – ele falou com o rosto vermelho e esfregando a nuca. – O que você pretende fazer com isso? Mostrar aos seus pais?
– Vou sim, só que antes eu preciso fazer uma coisa.

Ela contou todo seu plano e ele não sabia se elogiava a esperteza, criticava a audácia ou se ficava preocupado com o risco que ela estava correndo. Após fazer um pouco de cada, ele falou.

– A senha no computador dela deve ser aquela do Windows. Eu tenho um programa aqui que faz o sistema operacional pular a parte onde pede a senha e entrar direto. É só colocar o pen drive, nem precisa instalar. V
– Puxa, é disso mesmo que eu preciso!
– Você entende o risco que está correndo, não entende?
– Entendo sim, mas eu vou planejar tudo direitinho pra não dar galho.

Os dois conversaram mais um pouco, ele mostrou a ela sua preocupação com a queda de temperatura ao redor do globo, deu mais alguns conselhos para seu plano e Mônica saiu do laboratório dele levando um pen drive com o programa que ia lhe permitir entrar no computador da Penha. Seu estômago se revirava um pouco de ansiedade ao saber que ia ter de entrar direto no ninho da serpente. Em pensamento, ela foi recitando a canção ensinada por Araci. De certa forma Penha não deixava de ser um demônio também.



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