La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 46
Não há lugar melhor que o nosso lar




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“Não há lugar melhor que o nosso lar”
Dorothy no filme “O Mágico de Oz”

Na sua casa, Cascão andava de um lado para outro pensando em como as coisas iam ficar quando Mônica chegasse. Ele não se sentia bem por ter que esconder tanta coisa do Cebola, mas sabia que era necessário. Ao lembrar da conversa que tiveram no dia anterior, o rapaz percebeu que seu amigo ainda tinha a idéia fixa de fazer a Mônica pedir desculpas pelo que supostamente tinha feito com a Irene. Que sujeito mais idiota! O pior era que o otário pensava que ela teria que voltar por baixo enquanto ele continuaria no topo e por cima da carne seca.

Como ele ia ficar quando descobrisse que tudo era encenação e que a Mônica não estava por baixo de nada? Com certeza ia quebrar a cara da pior maneira. O rapaz foi olhar a janela para ver se tinha algum sinal do carro dos pais da Mônica. Sua pele se arrepiou toda e ele começou a sentir frio. Que coisa, frio no verão?

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Mônica olhava feliz a paisagem tão conhecida e familiar do seu bairro. Que saudade! Cada rua que passava ela ia olhando tudo avidamente. A padaria do seu Quinzão, que ainda estava fechada, a escola, o shopping do limoeiro, a casa dos seus amigos... tantas coisas!

- Está feliz em voltar? – sua mãe perguntou.
- Um monte! É bom estar de volta!

Chegando em casa, ela respirou bem fundo, inalando os cheiros familiares do seu lar. Tudo estava como ela tinha deixado, inclusive seu quarto.

- Ô coisa boa! – ela falou se jogando em sua cama.
- Aqui estão suas coisas. Coloque tudo no lugar e terá a tarde livre.
- Tá bom, mãe.

Ela levantou-se rapidamente para guardar suas coisas enquanto pensava no que ia fazer depois de resolver aquele mistério e provar sua inocência. Quem sabe usar o dinheiro economizado para fazer um com curso e arranjar um trabalho de meio período? Depois de um tempo trabalhando e ganhando o próprio dinheiro, ela gostou da experiência. Aninha certamente poderia lhe dar umas dicas.

- Credo, que frio! – ela falou se encolhendo um pouco e correu para colocar um agasalho. Era a primeira vez que sentia tanto frio no verão.

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Penha escolheu um dos seus caríssimos casacos e vestiu-se logo tremendo de frio. Que clima doido era aquele? Ela até se sentia em algum país da Europa!

Agnes a observava com um sorriso perverso no rosto. Sua idéia inicial era raptá-la sem perder tempo. Mas com a chegada da Mônica, ela resolveu adaptar seus planos. Ela não queria ajudá-la de jeito nenhum, mas naquele momento, o ódio que sentia pela Penha era maior do que aquele que sentia pela Mônica ou qualquer amigo dela. Era por isso que ela pretendia deixá-la seguir com seu plano de investigar Penha sem interferir nem contra, nem a favor.

Até que seria bom que, antes de ser torturada e mutilada, Penha passasse pela raiva e frustração de ver seu plano fracassando mais uma vez. Era até provável que aquela folgada resolvesse lhe chamar, então nessa hora Agnes teria sua vingança. Pensando assim, ela viu que não teria problemas em esperar mais um pouco. Ia valer a pena.

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Magali tomava uma xícara de chocolate quente enrolada nas cobertas. Mingau, Aveia e Mocotó se aninharam na cesta, dormindo juntos sob uma manta quentinha de lã.

- Minha nossa, que frio é esse? – Carlito perguntou passando perto do quarto da filha. – Magali, não esquece de agasalhar bem viu?
- Pode deixar pai. A mãe fez chocolate quente.
- Então eu vou querer. Está frio demais!

Seu celular tocou e ela atendeu com dificuldade tentando equilibrar a xícara, segurar a coberta e o telefone ao mesmo tempo

- Oi, Mô. Você já tá em casa?
- Eu tô. Acabei de arrumar minhas coisas aqui. Puxa, viu só o frio que tá fazendo?
- Demais! Eu tô aqui enrolada na coberta tomando chocolate quente. E aí? O que você vai fazer agora?
- Tô pensando num jeito de investigar isso a fundo, só que ainda não sei o que fazer. Tenho que tomar muito cuidado pra não me meter em encrenca.
- A Denise tá na cola da Irene e já viu ela saindo com a Penha um monte de vezes e até tirou várias fotos com o celular. Ela é danada, viu?
- Isso é bom, ficam sendo as provas. Agora eu preciso saber por onde começar as investigações. O melhor seria na casa da Penha, só que eu não sei o que procurar e nem onde!
- Pensa bem, senão vai dar o maior rolo.
- É por isso que eu tenho que ficar esperta. Mas também não posso demorar muito. Uma hora ela vai saber que eu cheguei e pode querer me infernizar de novo.

Elas fofocaram mais um pouco e Mônica desligou o telefone pensativa. Era preciso planejar cada passo cuidadosamente e como não tinha mais nada para fazer, ela pegou um papel e caneta para esboçar seu esquema.

- O Cebola poderia ajudar bastante, esse negócio de plano é mais a praia dele. Ah, mas eu também não sou nenhuma tonta e posso me virar muito bem. Vejamos...

Invadir a casa da Penha poderia não ser tão difícil quanto da outra vez já que não teria mais tantos seguranças ao redor. O problema maior era saber onde procurar pistas. Talvez no quarto dela? Aquilo a fez sentir um frio na barriga. Cruzes, ela teria que entrar diretamente no ninho da cobra?

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Joana chorava desoladamente, sendo consolada pela outra empregada e pela cozinheira.

- O que eu vou fazer agora? Eu preciso desse trabalho pra mandar o dinheiro lá pra casa!
- Puxa, a gente sente muito. Aquela ali tava era te perseguindo, isso sim!
- Também tô achando isso. De vez em quando ela cisma com a cara de um e aí não tem jeito.

O motivo da demissão tinha sido a coisa mais ridícula do mundo. Tudo só porque Joana estava cantarolando enquanto limpava a sala de jantar e Penha disse que aquilo a incomodava e também comprometia a qualidade do seu trabalho. A verdade era que a francesa estava de perseguição com Joana só porque ela não era loira como os outros empregados e não tinha aceitado tingir seus cabelos. Que absurdo!

- A patroa te deu duas semanas. – a cozinheira avisou. – Tenho uns conhecidos aqui e acho que eles podem te arranjar outro emprego.
- Fica assim não, há males que vem pra bem. De repente você acha um emprego melhor e sai desse inferno. Eu também tô doida pra sair daqui!

Ela enxugou as lágrimas e agradeceu a ajuda das amigas. Talvez fosse hora de sair daquele campo de concentração. Antes disso, porém, ela não pretendia deixar por isso mesmo. Ela ia arrumar uma forma de se vingar da Penha de qualquer jeito e já tinha uma idéia de como fazer isso.  


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