La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 44
O inverno chegando depressa...




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“o inverno chegando depressa, um frio de rachar. Na alma mesmo”
Caio F. Abreu

O tempo passou rapidamente e logo chegou a época das provas finais. Era uma época de muita aflição para alguns alunos e tranqüilidade para os mais esforçados. O ano estava finalmente chegando ao fim.

No colégio do limoeiro, os alunos faziam a última prova do ano. Cebola, assim como seus colegas de classe, se esforçavam para resolver a prova de química. A prova até que era fácil, mas ele estava com dificuldade para se concentrar. Por que depois de tudo ainda se preocupava com a Mônica? Se ela caiu naquele buraco, foi por sua teimosia. Não havia mais ninguém a quem culpar além dela. Mesmo assim ele pensava no que ia fazer quando ela voltasse. O primeiro passo seria dar um jeito para que ela não perseguisse a Irene.

Talvez conversando com jeito, prometendo reatar a amizade, ele poderia vencer aquela teimosia. Pensando bem, ela devia estar no fundo do poço e precisando de sua ajuda. Cabia a ele ajudá-la a se reerguer. Ele se animou um pouco. Se a ajudasse, ele ia ter o respeito e a gratidão dela para sempre. Seria até uma forma de derrotá-la, por que não? Para quem resolvia tudo sozinha e com a própria força, ia ser uma grande derrota ser ajudada por alguém que sempre foi vencido por ela.

E algumas coisas iam ter que mudar naquela turma. Ele tinha conseguido o posto de liderança e não ia abrir mão dele só porque ela voltou. Nada disso, Cebola pretendia continuar sendo líder do grupo. Ela que se contentasse em ser a seguidora.

O tempo estava acabando e ele resolveu terminar logo, pois tinha um histórico de notas boas para manter.

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- Como você foi na prova? Eu devo ter tirado um zero. – Sue perguntou quando as duas estavam saindo da escola.
- Eu acho que fui bem.
- Inteligente, heim!
- Nem tanto. No colégio do Limoeiro era bem mais difícil.
- Pois eu vou passar o maior aperto no ano que vem. Meu pai foi transferido e a gente vai morar lá no Rio de Janeiro e eu vou estudar num colégio mais puxado.
- Puxa! E você tá numa boa?
- Claro! Cansei de morar na roça, isso não é pra mim não! E você? Vai voltar pro seu antigo colégio?
- Vai dar não. Eles me expulsaram, não vão me aceitar de volta. Meus pais estão vendo se conseguem uma vaga pra mim em outro colégio.
- Tomara que consigam, né?

Elas se despediram e Mônica voltou para a chácara na sua bicicleta pensando em como ia ficar sua situação no próximo ano. E se seus pais não conseguissem uma vaga em outro colégio? Como ela ia ficar? Será que ia ter de continuar morando ali naquela cidade por mais um ano inteiro? Embora gostasse de trabalhar na chácara, ela não sentia que ali era realmente seu lugar.

A prova feita naquele dia tinha sido a última. O resultado final ia sair no dia seguinte e depois disso seriam as férias. Se tudo desse certo, seu pai a buscaria no dia primeiro de dezembro, já que um dos filhos de Araci pretendia se mudar para a chácara a fim de viver com a mãe. Assim ela não ia ficar mais sozinha.

- Oi, Mônica. Como foi nas provas?
- Muito bem. Acho que já passei em tudo.
- Isso é bom. Mas você ainda parece preocupada.
- É que eu não sei se meus pais vão conseguir outro colégio pra mim, sabe? Tá até dando medo de ir embora porque aqui pelo menos tenho onde estudar.

Ela deu um sorriso reconfortador e disse.

- Seu tempo aqui terminou, menina. Você já aprendeu tudo o que precisava aprender e está na hora de seguir em frente. Não se preocupe. As coisas vão se encaminhar a seu favor.

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No dia seguinte, bem cedo, Franja olhava seus instrumentos e viu que algo muito estranho estava afetando o clima. Aquelas mudanças não tinham nada de naturais.

- Descobriu alguma coisa? – Marina quis saber.
- Um monte de coisa. Meus aparelhos detectaram um aquecimento da ionosfera que parece estar sendo causado por um raio eletromagnético. Esse aquecimento está afetando o clima. O problema é que eu não consigo detectar essa fonte!
- Que medo! Acha que isso pode causar muitos desastres?
- Ainda é cedo para dizer, mas o potencial é grande. Pode haver terremotos, furacões e todo tipo de catástrofes naturais.
- Essa não! Quem poderia estar causando isso?
- Tenho suspeitas de que seja o Capitão Feio, mas não dá para provar nada. Ele desapareceu e o Ângelo não consegue encontrá-lo.

Ela encolheu-se toda e falou.

- Estou ficando com medo! E se for mesmo o Feio e ele resolver atacar o mundo todo?
- Vou ver se peço ajuda ao Astronauta. Pode ser que lá do espaço ele encontre algo. Enquanto isso, vou continuar monitorando a ionosfera para ver se mais alguma coisa acontece.

Após coletar mais alguns dados, ele entrou em contato com Astronauta para pedir ajuda. O comandante se prontificou a rastrear a superfície da Terra em busca de informações. Duas horas depois, ele entrou em contato novamente para mostrar os resultados.

- Então você não encontrou nada de anormal. – Franja falou muito desapontado após receber o relatório por e-mail.
- Não. Aqui do espaço tudo parece em ordem. Essa interferência na ionosfera pode estar vindo da Terra mesmo.
- Isso é estranho. Meus sensores indicam que está vindo de várias fontes, não de um lugar só.
- Então podem ser máquinas espalhadas pelo globo. Teremos que rastrear essas ondas e descobrir sua origem. Elas estão bagunçando com o clima de todo planeta.
- O mais estranho é que a pessoa por detrás disso tudo ainda não se manifestou.
- Também não entendo isso. Acho que ele deve estar preparando o terreno para sua aparição. De qualquer forma, vamos continuar a procurar. Isso não pode ficar assim.

O cientista encerrou a vídeo conferência e ficou pensando consigo mesmo. As coisas estavam bagunçadas não somente no bairro como no mundo inteiro. As alterações climáticas estavam se tornando mais agressivas e as coisas podiam chegar a um ponto onde não teria mais volta.

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O vilão fazia os últimos ajustes em sua máquina que já estava pronta para atuar. Todos os testes foram bem sucedidos e não havia mais perigo de as forças armadas da Terra encontrarem seus satélites que estavam invisíveis para os radares.

Agnes aguardava pacientemente o momento certo para se vingar da Penha. Sua idéia inicial era raptá-la sem perder tempo. Mas quando soube que Mônica estava investigando aquele incidente do colégio, ela resolveu adaptar seus planos. Ela não queria ajudá-la de jeito nenhum, mas naquele momento, o ódio que sentia pela Penha era maior do que aquele que sentia pela Mônica ou qualquer amigo dela. Era por isso que ela pretendia deixá-la seguir com seu plano de investigar Penha sem interferir nem contra, nem a favor.

Seria bom se, antes de ser torturada e mutilada, Penha passasse pela raiva e frustração de ver seu plano fracassando mais uma vez. Era até provável que aquela folgada resolvesse lhe chamar, então nessa hora Agnes teria sua vingança. Pensando assim, ela viu que não teria problemas em esperar mais um pouco. Ia valer a pena.

- Vejo que os testes foram um sucesso. Qual será seu próximo passo? – ela perguntou ao ver que o vilão estava prestes a executar seu plano.

Ele respondeu cínico e malicioso.

- Digamos que as coisas vão esfriar um pouco.


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