La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 41
A amizade desenvolve a felicidade...




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“A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor”
Joseph Addison

O quarto de hóspedes estava bem arrumado para a chegada dos seus pais. Araci lhe falou que daquela vez eles iam passar o fim de semana inteiro e também estavam lhe trazendo uma surpresa. O que seria? Talvez uma roupa nova? Ou quem sabe um dinheiro extra para gastar como quisesse?

Era uma bela manhã de sábado e Mônica acordou bem cedo para cuidar dos seus afazeres e assim ter mais tempo para seus pais. Lá pelas oito, ela viu o carro deles chegando pela estradinha da propriedade e correu para recebê-los.

- Pai, mãe! Que saudade!
- Filhinha, também sentimos saudade! – os dois falaram ao mesmo tempo abraçando-a com força. – Como tem passado?
- Muito bem. Mas quem... – foi quando ela percebeu que seus pais não vieram sozinhos e começou a soluçar de emoção ao ver três garotas descendo do carro.

- Oi, Mô! – Magali falou lhe dando um grande abraço, sendo seguida por Marina. Denise ficou de fora, já que não era muito dada a sentimentalismos.
- Gsuis me abana, meu traseiro tá doendo de tanto ficar sentada! E essa poeira da estrada? Cruzes, você ainda não deu um jeito nesse ouriço morto em cima da sua cabeça?

Mônica deu uma risada e abraçou a amiga.

- Hahaha, eu também senti sua falta.
- Pois é. Era tão bom andar com você!
- Mesmo? Porque eu sou legal?
- Não. Porque perto de você eu fico ainda mais linda e glamorosa!
- Grrrr! Sua traíra dos pântanos!!!

As outras deram risadas ao ver que algumas coisas não mudaram.

- Oi, gente! Não querem entrar? Está na hora do café. – Araci convidou.

Os olhos da Magali brilharam na mesma hora e após fazer as apresentações, todos foram para a cozinha apreciar o café da manhã típico do interior, com bolo de fubá, pão assado no forno a lenha e vários biscoitos acompanhados com o café coado na hora e leite da fazenda. Magali comeu com apetite, embora sem o mesmo exagero de antes.

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- Como isso pode ter acontecido?
- Eu não sei o que deu nelas, foi assim de repente!
- Isso non pode estar acontecendo! Agorra a Mônica vai recuperrar os amigos!
- Mas elas vão ficar lá só nesse fim de semana.
- Pois non deverriam ficar nem uma horra!

Irene estranhou um pouco aquela atitude da amiga e perguntou.

- Será que a Mônica já não aprendeu a lição? De repente ela não representa mais perigo nenhum!

Penha lhe atirou seu olhar do desprezo e respondeu.

- Ela nunca aprende, querrida. Quando voltar, tornarrá sua vida um inferno outra vez. É isso que você quer?

Ela se encolheu toda, desviou o olhar e choramingou.

- Não, eu não quero isso!
- Enton precisamos fazer alguma coisa. Quando elas voltarrem, você darrá um jeito de saber tudo o que se passou naquele fim de mundo, vous avez compris (Você entendeu)?
- Sim, entendi...
- Ótimo. E dessa vez, non falhe comigo.

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Cebola andava a esmo perdido em seus pensamentos. Ele estava voltando do shopping, onde tinha ido procurar um jogo que estava esperando há um tempo. O jogo não chegou e ele resolveu caminhar para tentar clarear as idéias.

Um muro lhe chamou a atenção fazendo-o lembrar-se de que era ali onde ele e o Cascão pixavam as caricaturas da Mônica com giz de cera. Quando ela via, sempre distribuía coelhadas. O rapaz voltou a andar e de repente foi como se visse a si mesmo correndo da Mônica que o perseguia rodando seu coelho no ar. Ele não conteve um sorriso. Na época ele ficava apavorado. Depois de alguns anos, até que era engraçado.

Ao passar perto do campinho, ele parou um pouco e ficou olhando o lugar lembrando das brincadeiras de infância. Ele sempre brincava com a Mônica de peteca, a brincadeira de que ela mais gostava. Engraçado... apesar das brigas e provocações, eles sempre acabavam brincando juntos no final. Ela nunca foi de guardar rancor.

- A gente passou por tanta coisa junto... – ele falou consigo mesmo. Desde crianças eles se metiam em muitas confusões, aventuras e travessuras. Ela o ajudou muitas vezes e ele a ajudou em outras.

Alguns pingos de chuva começaram a cair e ele foi embora andando devagar, mergulhado em seus pensamentos. Várias imagens e lembranças foram passando pela sua cabeça. Ela aparecia rindo, chorando, zangada, carinhosa, decidida, mandona, solidária e sempre disposta a ajudar a todos. Ele também parecia ouvir a sua voz, o som das suas risadas e até dos seus chiliques.

Era por causa dela que ele queria conquistar o mundo, só que quando ela partiu, seu objetivo foi sendo esquecido aos poucos. O Cascão estava certo quando falou que ele não era mais o mesmo. Sem a Mônica, ele tinha perdido seu sonho de vista. Seus planos de dominação mundial foram engavetados e esquecidos. O que tinha acontecido com ele afinal?

Chegando em casa, ele trocou de roupa e deitou-se na cama. Por que a Mônica teve que fazer tudo aquilo com a Irene? Claro, ela sempre foi agressiva e temperamental, mas precisava daquela violência toda? Em parte, ele se sentia culpado por isso. Afinal, ele sempre insistia demais em sair com a Irene mesmo sabendo que a Mônica não se sentia confortável com isso. De certa forma, ele só fazia para contrariá-la, era de pirraça mesmo.

Talvez ele devesse ter ido mais devagar com aquela amizade, não insistido tanto para que elas fossem amigas. E, claro, dado a Mônica um pouco mais de segurança. Ela estava esperando que ele a derrotasse e isso nunca aconteceu.

- Mônica... que saudade! – Ele falou com os olhos molhados. Como será que ela estava? Será que ainda pensava nele? De repente, o que ela tinha feito foi perdendo a importância. Talvez ela estivesse arrependida, disposta a pedir desculpas. Quem sabe ela não tinha mudado? Podia haver esperança para os dois!

Se ela demonstrasse arrependimento verdadeiro, ele não se importaria em perdoá-la por tudo. Assim as coisas voltariam a ser como eram antes.

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Na chácara, Mônica mostrava o lugar para as amigas que olhavam tudo encantadas. Pelo menos Marina e Magali, já que Denise nunca foi chegada a cidades do interior. Mas pelo menos ela não reclamava e até tirava algumas fotos para seu blog.

- Olha que paisagem linda! Ah, se eu tivesse meu material de desenho! – Marina falou encantada com o campo de lírios.
- Eu sempre venho aqui pra esfriar a cabeça e pensar melhor.
- Isso é bom. E sua aparência tá muito boa, viu? – Magali elogiou.
- Acha mesmo? Eu nem tinha reparado nisso.
(Marina)- Olha só essas pernocas! Você anda pedalando bastante, heim? Tá uma beleza!
(Denise) - E essa barriguinha chapada, ai que inveja!
- Ah, gente!
- “Ah, gente” nada, Mô! Já pensou se o Cebola te vê nesse corpão? Ops! – ela tampou a boca rapidamente ao ver que tinha falado besteira.
- Tudo bem, Magá. Eu já desencanei do Cebola.

Silêncio total. Todas a olhavam com os olhos arregalados.

- Que foi? Depois de tudo o que ele fez, não teve jeito né?
(Magali) - Ele terminou com a Irene. Agora tá livre!
- Bom pra ele, só que agora quem não quer mais sou eu. Cansei.

Aos poucos elas foram se recuperando do choque e quiseram saber se por acaso Mônica não tinha arrumado algum namorado, se tinha feito amizades e como andava a vida dela. Contrariando suas expectativas, ela estava muito bem e tinha voltado a ser a Mônica forte e independente que sempre fora. Ela com certeza ia voltar para o bairro por cima.

(Marina) - Você vai voltar mesmo?
- Vou sim. Meus pais vão ver se conseguem outra escola pra mim.
(Magali) – Então você não vai voltar pro colégio do Limoeiro? Que pena!
(Denise) – Depois da surra que você deu na Irene, fica difícil né?
- Denise! – as outras duas falaram ao mesmo tempo. Mônica pareceu não se importar.
- Não fui eu e ainda vou conseguir provar isso de um jeito ou de outro.
(Marina) – Ué, então quem bateu na Irene?
- Ninguém. Ela armou tudo aquilo. Eu fiz uma amiga aqui e ela entende tudo de maquiagem. Ela falou que o rosto da Irene foi pintado pra parecer que apanhou. E eu também fui investigando e descobri umas coisas bem interessantes.

Ela contou tudo o que tinha descoberto, as pistas encontradas e as conclusões a que tinha chegado. As outras ouviam tudo boquiabertas. Desde quando Mônica tinha ficado tão inteligente? Aquilo era de se esperar do Cebola, não dela.

(Magali) – Ai, credo! Agora que você falou, tá fazendo muito sentido! Então a Irene enganou a gente esse tempo todo?
(Marina) – E tá mancomunada com a Penha?
– E você ainda não deu um jeito nessas roupinhas barangas?
- Denise!
- Não tinha outra coisa pra falar, ué!
- Isso não é tudo. Eu acho que ela também tem coisa com o Capitão Feio e mandou ele fazer tudo aquilo com a gente.
(Magali) – Que perigo! A gente precisa contar tudo pro pessoal!

Mônica pensou um pouco e decidiu.

- Não façam isso.
- Por que não? – elas perguntaram ao mesmo tempo.
- Porque se eu estiver certa, a Penha quer que eu fique numa pior. Se vocês falarem que eu tô bem e descobri essas coisas, ela vai ficar sabendo e me perseguir. Tem muita gente boa nesse lugar e não quero que sejam prejudicados também.
(Denise) – Ai, chorei litros! Tá bom, amore, e o que a gente faz?
- Sabe... eu tive uma idéia.
- Uia! A Moniquete tá pensando! Onde você aprendeu isso, fófis? Doeu na primeira vez?
- Grrrrrr! Eu te pego agora Denise!

Denise saiu correndo dali dando risadas com a Mônica ao seu encalço. Marina e Magali acompanhavam tudo felizes em ter a velha Mônica de volta.


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