La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 4
O arrependimento é a chave...




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“O arrependimento é a chave que abre qualquer fechadura.”
Frases Judaicas

Seus olhos percorriam a bela campina admirando a beleza das flores. Lírios brancos e amarelos enfeitavam a paisagem, balançando suavemente com o sopro da brisa. As flores pareciam tão felizes! Um leve aroma perfumado atingiu suas narinas, como que enviado pelas flores para agradecer sua gentileza em deixá-las crescer em suas terras sendo que todos preferiam queimar e derrubar tudo para transformar em campos de cultivo ou pastagem para gado.

Ela jamais faria aquilo. Dinheiro nenhum no mundo lhe proporcionava a paz e serenidade que aquelas flores lhe traziam. Um par de olhos bem pretos e levemente puxados olhou o céu observando as nuvens que pareciam querer lhe dizer alguma coisa. O vento que soprava também parecia lhe trazer uma mensagem. Parecia o vento da mudança. Um longo suspiro. Sim, era o vento da mudança, só que aquela mudança não seria para ela e sim para outra pessoa.

Que curioso... se era para outra pessoa, então por que aquele vento soprava em seu rosto?

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- Vixe, ela te botou pra fora de casa? Tenso! – Cascão falou com os olhos arregalados.
- Dá pra acreditar nisso? Aquela ali não agüenta ouvir a verdade que logo vai apelando!
- Fica assim não, Magá. Você sabe como a Mônica é cabeça quente.
- Não é tão simples assim não, viu? Eu fiquei muito chateada com o que ela fez!
- Parece que a Mônica tá mó atacada esses dias, nunca vi coisa igual! Ah, desencana! Daqui a pouco ela esfria a cabeça e te pede desculpa.
- Acho bom mesmo, senão eu não falo mais com ela!

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Ele não sabia como encarar Irene depois daquela briga. A coitadinha queria tanto ir a festa que Cebola não suportava a idéia de decepcioná-la. Por que a Mônica tinha que ser tão teimosa e intolerante? Claro, era aquele maldito ciúme.

- Hunf! Se ela tá tão insegura assim, devia melhorar pra me agradar ao invés de dar chilique por causa das outras garotas! – Ele resmungou consigo mesmo.

Por que ela tem andado tão insegura com ele ultimamente? Antes não era assim. Ela era mais segura e confiante, não vivia choramingando todas as vezes que ele olhava para as outras garotas. Agora vivia tentando controlar seus passos, para quem ele olhava, com quem conversava e aquilo estava se tornando sufocante. O pior era que nunca mudava, nunca fazia nada para melhorar.

- Tô ficando de saco cheio disso, tô mesmo! Eu não agüento mais!

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- Ai, droga! Por que tenho que ser sempre assim? – Mônica falou para o Sansão. Depois de esfriar a cabeça, ela sentia um grande arrependimento por ter tratado Magali daquela forma tão rude. Ela era sua melhor amiga e só disse aquelas coisas para o seu bem.

E ela sabia que andava insuportável demais nos últimos tempos. O que estava acontecendo afinal de contas? Era como se houvesse dentro dela uma coisa desagradável que parecia uma mistura de insatisfação, com frustração e outros sentimentos negativos que ela não conseguia identificar.

O pior era que aquele sentimento se manifestava em suas crises de mau humor e estava começando a afetar todos da turma, o que não podia continuar. Numa coisa Magali estava certa: ela precisava mudar ou ia perder seus amigos. E se tinha uma coisa que Mônica sequer conseguia imaginar era ficar sem amigos e muito menos sem o Cebola. O que seria da sua vida se ela ficasse sozinha?

- Ai, não! Isso não pode acontecer de jeito nenhum! Eu tenho que mudar de qualquer jeito!

Ela deu algumas voltas pelo quarto pensando no que ia fazer e logo a resposta surgiu fazendo seu estômago embrulhar. Convidar aquela assanhada para a festa? Que absurdo! Só para ela ficar dando de cima do Cebola?

- Peraí, eu não tô pensando direito! As meninas vivem falando que não tem nada a ver, então não deve ter mesmo! E elas estão certas, eu não posso continuar tratando a coitada desse jeito!

Tomando essa decisão, ela escreveu o nome da loira num dos convites e o guardou na mochila. No dia seguinte ela pretendia pedir ao Cebola que o entregasse para ela. Aquele era o seu primeiro passo para a mudança.

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No dia seguinte, levou um tempo até ela convencer Magali a lhe dar atenção.

- Peraí! Eu só quero pedir desculpas por ontem. Foi mal, tá? É que eu fiquei muito nervosa e...
- Esse é o problema! Você sempre fica nervosa com tudo! Ninguém pode falar nada que você vai logo apelando!
- Eu vou tentar mudar, é sério! Só preciso de ajuda! Tá difícil pra mim. Desculpa aí, vai!

Magali fez um bico e cruzou os braços, virando-se levemente de costas e olhando-a de soslaio.

- Por favor, Magá! – Mônica suplicou com as mãos postas como se estivesse em oração.
- Não sei não... você me botou pra fora justo quando sua mãe ia servir aquele bolo de cenoura com chocolate! Como quer que eu esqueça isso?
- Ainda tem um pedação lá em casa, pode ficar com ele.

Ela levantou uma sobrancelha.

- Posso, é?
- Pode sim. E aí, tô perdoada?
- Hum...
- Magali!
- Tá bom, você sabe que eu não fico muito tempo de mal! – as duas abraçaram afetuosamente e as meninas viram que Magali tinha conseguido amansar a fera.
- Puxa, que bom! Pensei que ia ficar um clima ruim! – Cascuda falou se aproximando.
- Desculpa, gente! Eu sou muito cabeça quente mesmo. Mas pensei muito e resolvi que vamos convidar a Irene. Ah, coitada, ela não merece ser tratada assim não.

Todas bateram palmas satisfeitas e felizes ao ver que aquela história ia ter um final feliz. Quando foram para a sala, no entanto, Mônica viu que Cebola tinha faltado. Era raro aquilo acontecer.

- Cadê o Cebola, Cascão?
- O Careca ficou muito bolado por causa de ontem que não quis aparecer.
- Ai, que coisa chata! Eu tava querendo pedir desculpas.
- Sussa. Depois da aula você passa na casa dele.  

Ela sumiu dali e foi até outro lugar no shopping do limoeiro, onde dois jovens assistiam um filme no cinema. A sala estava praticamente vazia por causa do horário e eles mais conversavam do que prestavam atenção ao filme.

- Cebola, será que isso tá certo? A gente não devia estar aqui!
- Calma, nós precisamos conversar sem a chata da Mônica pegando no meu pé feito um chiclete.
- Conversar o quê? Ela já falou que não vai me convidar e quase te bateu só por pedir!
- Afe, nem me lembre! Aquela ali tá terrível mesmo!
- Então não dá pra fazer mais nada.
- Dá sim. Acho que tá na hora de dar um chega pra lá nela. Nós dois vamos conversar com ela na hora da saída e dar um fim nisso. Ela não pode ficar de picuinha com você desse jeito.
- Bater de frente com ela? Ai, não quero, tenho medo!

Irene se encolheu toda, tremendo e com lágrimas nos olhos. Vê-la tão desprotegida fez com que Cebola se derretesse todo e lhe desse um abraço afetuoso. Era tão bom ter uma garota delicada ao seu lado e se sentir um herói protetor!

- Fica assim não. Eu duvido que a Mônica vai vir pra cima de nós.
- E se ela vier?
- Em você ela não encosta a mão, isso eu garanto. Se ela tentar partir pra ignorância, eu te protejo nem que acabe levando porrada!
- Você é tão gentil, mas não quero ninguém apanhando por sua causa!
- Não é só por você. Eu também tô cansado das chatices dela o tempo inteiro. Tá na hora de mandar a real naquela ali.
- E se ela não aceitar de jeito nenhum?
- Então paro de falar com ela.
- Vai mesmo fazer isso?
- Se continuar chata desse jeito, não vai mais dar pra conviver com ela. Ninguém agüenta isso, nem eu! Então é melhor acabar com tudo do que ficar tendo esse trabalhão todo com uma pessoa que não quer mudar.

Ela tinha ouvido o suficiente e desapareceu dali, reaparecendo em outro lugar numa luxuosa mansão.

- Você voltou. Entón? O que tem pour moi (para mim)?

Agnes relatou tudo o que tinha visto e ouvido enquanto penha fazia algumas anotações.

- Hum... parrece que todos estón cansados da tirrania daquela dentuça. Isso pode ser muito útil!
- Mas ela tentará acertar as coisas.
- Non, isso non es bom! Eu querro que ela brigue com todo mundo!
- Bem, não há nada que se possa fazer a não ser assistir.

Penha ficou bastante frustrada. Se Agnes tivesse seus poderes, daria para fazer muitas coisas. Só que naquele momento ela era apenas uma forma etérea que não podia interagir com o mundo dos vivos. As duas só podiam se comunicar graças a um amuleto que o feiticeiro tinha lhe dado. Sem aquilo, Agnes ia ficar totalmente invisível para ela.

- Paciência. De qualquer forma, eu querro ver isso com meus próprios olhos. Tomarrra que eles briguem muito, isso serrá magnifique!


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