La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 24
A rivalidade começa...


Notas iniciais do capítulo

Um novo capítulo pra vc. Mas gente... cadê os comentários? Muita gente que começou a comentar no início da fanfic parece que sumiu!



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“A rivalidade começa, em muitas circunstâncias, quando admiramos alguém e não conseguimos ser como ele”
Lourdes Catherine

Primeiro dia de aula. Como a chácara ficava afastada da cidade, Mônica precisou ir com sua bicicleta que seus pais tinham levado junto com a bagagem sob as orientações de Araci. Ela ia ter que pedalar todos os dias para ir e voltar. Era um bom pedaço de chão.

A estrada era de terra e de vez em quando passava um carro levantando poeira. Nas costas, ela levava sua mochila do sansão e usava o uniforme da escola junto com uma calça jeans e um par de tênis. Diferente do colégio do Limoeiro, a escola daquela cidade exigia que os alunos usassem uniformes. Quem não estivesse devidamente uniformizado nem passava do portão para dentro.

Tudo bem, pelo menos ela não teria que se preocupar com o que vestir todos os dias. Sem falar que suas roupas iam ficar arruinadas naquela estrada de terra.

A escola não era muito grande e tinha a aparência daqueles prédios antigos. Estava pintada de branco-gelo e a conservação era razoável. Havia somente um pequeno portão de entrada onde os alunos ficavam em volta conversando até a hora de entrar. Como todo mundo conseguia passar por aquele portãozinho sem fazer bagunça?

Ela ajeitou a bicicleta perto de um muro para esperar. Araci tinha falado que os alunos podiam guardá-las dentro da escola. Observando ao seu redor, viu que todos usavam o mesmo uniforme e a maioria eram pessoas simples. Quando o portão abriu, ela esperou um pouco e depois entrou com sua bicicleta não sem antes de colocar a caderneta escolar numa caixa que o porteiro segurava. Era outra regra do colégio.

Se por fora a escola parecia pequena, por dentro era menor ainda. Havia um pequeno pátio de um lado onde outros alunos também guardavam suas bicicletas. No outro lado, uma quadra que também era muito pequena e mal dava para jogar futebol ali.

“Puxa... aqui é pequeno mesmo!” ela pensou enquanto procurava por sua sala. Não foi preciso procurar muito, porque naquele colégio inteiro havia somente quatro salas! Como era possível uma escola ter só quatro salas? Duas eram para o primeiro ano e as outras duas para o segundo e terceiro.

– Ué, aquela ali eu não conheço. – Uma garota falou para outra e todas olharam para a recém chegada que parecia procurar pelas salas.
– Pelo jeito, deve ser aquelas garotinhas da cidade. Só faltava mais essa! – ela falou olhando com desagrado aquela garota que tinha a aparência bem cuidada, típica das moças da cidade. E ao ver como os rapazes pareciam se interessar por ela, seu sangue começou a ferver. Aquilo não ia ficar barato!

Ao entrar na sua sala, Mônica teve outra surpresa desagradável. Apesar de ser razoavelmente grande, ela viu que as carteiras estavam mal cuidadas, quebradas e desiguais. Muitas nem eram cadeiras escolares. Foram arranjadas de outros lugares e algumas eram tamboretes.

A turma foi enchendo e ela tratou de encontrar um lugar para sentar e escolheu um na fileira do canto esperando não ser muito notada. Logo de cara os alunos perceberam um rosto novo entre eles, mas tudo ficou tranqüilo.

A aula começou e tudo transcorreu sem incidentes. Na hora do recreio, todos foram para a cantina e fizeram fila para pegar a merenda. Outra coisa que ela estranhou bastante, já que no colégio do Limoeiro a comida era vendida como uma espécie de self-service com muita variedade. Ali era de graça, mas havia somente uma única opção para todos. Na cantina também vendia salgadinhos, pão com molho, doces e balas, mas poucos podiam pagar.

Como não tinha dinheiro, ela entrou na fila para a merenda sentindo-se meio constrangida porque nunca precisou fazer esse tipo de coisa. Durante toda sua vida, ou ela levava lanche de casa, ou comprava na cantina.

Naquele dia, a merenda era sopa de macarrão com legumes. Mas era uma sopa meio rala, com apenas alguns pedaços de legume boiando aqui e ali e um macarrão branquelo. E era sem gosto também. Será que não tinha sal naquela escola? Foi com muito custo que ela conseguiu engolir tudo, já que sentia vergonha de jogar fora.

Quando terminou de comer, ela foi andar um pouco para conhecer melhor o colégio. E andou pouco mesmo, já que havia poucas opções ali. Não havia sala de informática nem de artes. A quadra de esportes ali não chegava nem perto daquela do Limoeiro. Também não havia aqueles jardins arborizados e bonitos, nem a ampla área livre onde os alunos podiam circular e conversar.

– Você é nova aqui, é? – uma voz meio enjoada perguntou e ela viu um grupo de quatro garotas olhando-a de cima abaixo.
– Vim de São Paulo. Meu nome é Mônica e...
– Eu lá perguntei seu nome?
– ??? – ela olhou para a garota sem acreditar em tamanha grosseria. Reparando melhor, elas pareciam ser as patricinhas do colégio, se bem que naquele caso, eram apenas garotas com uma situação financeira melhor que a grande maioria dos alunos.

A garota que lhe dirigiu parecia liderar aquele grupinho. Tinha a pele queimada pelo sol, estava bem maquiada e os cabelos tingidos de loiro começando a aparecer a raiz preta. Por que ela estava com toda aquela hostilidade?

– Queridinha, vou logo avisando uma coisa! –falou olhando Mônica desafiadoramente. – Não vem dar uma de gostosona nesse colégio não porque quem manda aqui sou eu.
– Só me faltava mais essa. – Mônica respondeu com enfado. – Ah, vai plantar batata, vai!
Ela saiu dali pisando duro e deixando a outra com cara de quem não entendeu nada.

– Atrevida ela, heim? – outra garota falou.
– Hunf! Ela vai ver só uma coisa! Ninguém fala comigo desse jeito!

Quando terminou o recreio, Mônica voltou para a sala e ficou satisfeita ao ver que pelo menos aquelas chatas não eram da sua turma. Algumas garotas olhavam para ela e uma delas se aproximou.

– Aqui, as meninas falaram que você enfrentou a Gisele.
– Aquela antipática com cabelo mal tingido?
– Hahaha! Ela mesma! Que coragem, viu?
– Coragem por quê? Ela não parece grande coisa.
– Mas é, viu? Quando ela cisma com a cara de alguém, acaba partindo pra cima dela com seu grupinho.
– Ninguém merece... agora ela vai me encher o saco?

As outras se aproximaram e uma delas falou.

– Ela ficou assim porque os meninos estão babando por você!

Mônica levou um susto.

– Mas heim? – olhando ao redor, ela viu que alguns rapazes estavam mesmo de olho nela.
– Até o Joãozinho, que ela vive pagando pau pra ele.
– Ah, nem! Eu não quero mais saber de rapazes não, esses moleques só dão dor de cabeça!
– Ih, você terminou com seu namorado?
– Não era meu namorado. Eu tava esperando ele tomar uma atitude, mas acabou ficando com outra garota.
– Que coisa ruim!

A aula começou e cada um foi para seus lugares. Tirando o incidente desagradável, Mônica se sentia bem ao ver que poderia fazer amigos ali também. Apesar de tudo, estudar ali não ia ser tão ruim quanto lhe pareceu no início.

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Ele acompanhava os passos finais para a construção do seu esconderijo. Tudo tinha ficado como queria apesar da demora. O espaço era grande e ficava num lugar onde ninguém pensaria em procurá-lo. perfeito para colocar seu plano em ação.

Feio olhou o seu novo projeto orgulhoso de si mesmo por ter tido aquela idéia que ia lhe dar o controle do mundo em poucos dias. Controle no sentido figurado e literal.

– Agora todos se curvarão a mim! – ele falou muito satisfeito. – E dessa vez aqueles enxeridos não vão me atrapalhar!

Em sua mesa de projetos também havia anotações do dinheiro que tinha acumulado desde então. Diferente dos seus planos anteriores, aquele ia sair muito caro porque não dava para fazer uma máquina como aquela com sujeira e coisas tiradas do lixo. Eram preciso peças caras, componentes raros e muitas outras coisas que dariam trabalho para conseguir. Talvez fosse a hora de pensar em estratégias para conseguir esse dinheiro e ele sabia o que fazer. Por que não?

O bairro estava a sua mercê. Não só o bairro como a cidade inteira. Era hora de se esbaldar e enquanto isso, espalhar um pouco de terror por aí.

– Isso será muito divertido! – ele falou e iniciou uma gargalhada típica de super vilão. Sua vitória estava garantida!


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