La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 21
Fechei os olhos e pedi um favor ao vento...




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"Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo que for desnecessário. Ando cansada de bagagens pesadas... Daqui para frente levo apenas o que couber no bolso e no coração"
Cora Coralina

- Expulsa da escola? – Penha falou fingindo surpresa.
- Pois é. Eu tô me sentindo mal por causa disso!
- Mal por que, cherry? Agorra ela terrá que deixar todo mundo em paz! Non erra isso que você querria?
- Sim, só que... ah, não sei! Acho que pegamos pesado com ela! Nossa, se você visse como ela ficou lá na diretoria! Meus pais xingaram demais e dessa vez eu sei que ela não fez nada.

Por medo de que a moça fraquejasse, Penha lhe atirou seu olhar do desprezo e falou docemente.

- Querrida, por que se preocupar? Você está livre, pode fazer amigos e está namorrando o Cebola.
- Ainda assim fiquei com pena dela.

Outra olhada fixa em seus olhos tirou sua força e Irene não conseguiu mais argumentar.

- Non se preocupe, ela ficarrá bem. Agorra venha! Vamos nos divertir juntas! Você vai gostar de ser minha nova melhor amiga.

Irene acabou se deixando levar, pois não tinha forças para argumentar com aquela garota. Embora sentisse um grande peso na consciência, ela tentava abrandar repetindo para si mesma que Mônica tinha lhe ferido e maltratado muito. Nada mais justo que retribuir na mesma moeda.

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Numa lanchonete do shopping, as garotas comiam seu lanche e conversavam entre si.

(Magali) – Eu não acredito que tudo isso tá acontecendo com a Mônica. É muita coisa ruim de uma vez só!
(Cascuda) – Bom... parte disso é culpa dela, não? Quem mandou bater na Irene?
(Marina) – Por que a Mônica fez isso? Ela nunca foi de bater em meninas!
(Maria) – Só que dessa vez tem o Cebola no meio. Aí muda tudo!

Elas continuaram conversando, mostrando o quanto estavam chocadas com aquilo tudo. Mesmo entendendo a dor e os sentimentos da Mônica, elas não podiam concordar de jeito nenhum com toda aquela violência. Brigar por causa de um rapaz? Que coisa mais baixa!

(Isa) - Pior é que nem adiantou de nada ela brigar. Agora o Cebola tá todo dengoso do lado da Irene e nem quer mais saber dela! Eu avisei que ter ciúme não adianta!
(Keika) – Nossa, tô morrendo de pena!
(Marina) – Que coisa triste! A vida dela foi estragada por completo.
(Magali) – Acho que ela nunca mais vai se recuperar dessa!

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- É, eu já sei que ela foi expulsa da escola e foi bem feito! Isso é pra ela aprender que não pode resolver tudo na porrada! – Cebola falou com rispidez, deixando Cascão atordoado.
- Cara, peraí! A Mônica foi expulsa e você não sente pena dela?
- E ela sentiu pena da Irene quando quase a matou?
- Pensa bem, Cebola. A Mônica tá numa pior, no fundo do poço!
- Não posso fazer nada. A Irene precisa de mim e eu vou dar todo meu apoio pra ela. A Mônica sabe se virar sozinha.
- Só que ela disse que não fez nada. Não acha isso muito estranho? Ela nunca foi de bater nas meninas e você sabe disso!
- Ela fala uma coisa, mas os fatos apontam outra muito diferente. Prefiro acreditar nos fatos. Ela que vá pra bem longe e não nos incomode nunca mais!

Cascão balançou a cabeça desanimado de tentar avisar o amigo que ele estava indo para um abismo que podia não ter mais volta. Conhecendo o Cebola como ele conhecia, era certo que mais cedo ou mais tarde o arrependimento ia lhe atingir em cheio. Não havia mais nada que ele pudesse fazer.

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No fundo ela até estava feliz por seus pais terem tirado a internet, assim não teria que ler o que seus amigos e inimigos andavam falando a seu respeito. O que tinha acontecido com ela? Por que não tinha forças para reagir? Ela sempre foi tão forte, decidida e independente, mas agora estava totalmente prostrada numa depressão que parecia não ter mais fim.

E como não tinha mais forças para lutar, ela apenas se deixava arrastar pelos acontecimentos. Depois de tudo o que tinha lhe acontecido, ela não esperava mais nada de bom da vida. Ela já tinha perdido tudo, então não havia mais nada a se perder. Onde pisar quando não se tem mais chão? Em quê se apoiar?

Então Mônica viu que não tinha mais nada. Era uma sensação estranha e indefinível. De repente, uma lucidez desproporciona foi tomando conta dela. Como ficar tão calma depois de todo seu mundo ter desmoronado? Por um instante, ela começou a achar que tinha ficado louca.


Por que ela estava com aquela sensação de liberdade? Por que sentia-se tão leve após ter perdido tudo? certo, ela estava mesmo ficando louca. ainda assim não fez nada para que essa sensação fosse embora, porque por mais estranha que fosse, pelo menos era muito melhor que toda aquela angustia e sofrimento que ela estava sentindo há vários dias. Talvez fosse melhor não pensar mais no que tinha acontecido. Não adiantava mesmo. restava apenas deixar que as coisas caminhassem naturalmente, sem interferir contra e nem a favor.

De repente, um vento forte soprou abrindo a janela.

- Eu heim! Tá passando um furacão aqui? – ela perguntou mal humorada e levantou-se para fechar a janela. – Ué... que cheiro é esse?

Mônica aspirou algumas vezes, sentindo um perfume muito leve chegando até suas narinas. Era algo muito delicado e sutil, que só dava para perceber se concentrando bem. O vento soprava em seu rosto e ela sentiu que havia algo diferente nele. Ao invés de fechar a janela, ela se deixou ficar ali sentindo aquele vento agradável.

- Esse vento bem que podia levar tudo de ruim pra bem longe... – ela murmurou para si mesma fechando os olhos e se deixando levar pela sensação gostosa do vento batendo em seu rosto.

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Araci desligou o telefone e foi até a janela para sentir o vento que soprava em sua direção. A conversa que teve com sua amiga minutos antes lhe mostrou que tudo estava encaminhado.

- Hum... parece que ela sentiu o vento da mudança. Acho que tudo vai ficar bem agora.


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