La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 17
A ilusão não está nos olhos...




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"A ilusão não está nos olhos daquele que não enxerga, mas no poder que cada um tem em acreditar naquilo que não existe"
Lian Jack


Cebola não se conformava em ver a Mônica tão triste e deprimida. Por que o Feio resolveu atacar daquela forma? Ele não entendia. Só sabia que aquele vilão estava conseguindo o que ele nunca pode: derrotar a Mônica. E do pior jeito possível. Talvez estivesse na hora de bolar um plano para ajudar. Ele não podia deixá-la daquele jeito.

- Oi, Cê.
- Oi, Irene.  – Respondeu meio desanimado.
- O que você tem?
- A Mônica. Pindarolas, isso tá indo longe demais! Tenho que fazer alguma coisa pra ajudar.
- E correr o risco de ser atacado por aquele maluco?
- A gente já lutou com ele no passado, pega nada não!
- Pega sim! Agora ele tá atacando a família de vocês também, é perigoso! Já pensou se ele vai atrás da sua irmã?

Por um instante ele gelou de medo. E se o Capitão Feio fosse atrás da Maria Cebolinha? Como ia fazer? Mesmo assim ele não quis voltar atrás.

- Vou fazer escondido, ninguém precisa saber! Aí na hora certa coloco o plano em ação e resolvo tudo!

Irene fez um muxoxo ao ver como ele estava disposto a ajudar a Mônica mesmo depois de tudo. Bem... ela não estava preocupada com aquela dentuça e até sentia prazer em vê-la isolada para sentir na pele o que era ficar sozinha e sem amigos.

- Cebola, por favor... estou muito preocupada com você e sua família! Não quero que nada aconteça com vocês!
- Mas a Mônica...
- Agora que ninguém tá falando com ela, o Feio não ataca mais. Por que a gente não deixa quieto? Com o tempo ele pode acabar desistindo.
- Ele nunca desiste. Isso pode ser só o começo.
- Mesmo que seja, não é responsabilidade sua mudar isso.
- Ainda assim vou pensar em alguma coisa de qualquer jeito. Preocupa não que vou ficar bem.  

Como não queria brigar, Irene achou melhor não discutir. Talvez, com o tempo, ela conseguisse fazê-lo mudar de idéia.

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Cada dia estava sendo pior que o outro. Ela nunca pensou que um dia ia ficar sem amigos e isolada de todos. Ninguém nem mesmo lhe cumprimentava, na hora do intervalo ela tinha que ficar sozinha e era difícil até conseguir fazer trabalho em dupla.

Todos do colégio sabiam que quem fosse seu amigo, correria o risco de ser atacado pelo Capitão Feio. Então fazer novos amigos estava fora de cogitação. Ela se sentia muito só e sem forças para lutar. Sem amigos, qual motivação ela teria?

Na hora da saída, as garotas foram embora sem nem olhar em sua direção. Será que estavam só com medo ou tinham mesmo lhe virado as costas? Até o DC não falava mais com ela por causa do que tinha acontecido com Nimbus.

E nada doía mais do que o afastamento do Cebola, que só queria saber de andar com a Irene e parecia nem estar ligando para seu sofrimento. Ou será que ele estava planejando algo escondido? Era bem a cara dele e Mônica sentia esperança de que em algum momento, ele aparecesse com um grande plano para resolver tudo.

“O Cebola não vai me abandonar, tenho certeza!” ela pensou sentindo-se mais animada. “Eu vou confiar nele, vou sim!”

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Irene foi da escola direto para a casa da Penha a fim de lhe falar como estavam andando as coisas.

- Ele quer mesmo ajudar aquela dentuça?
- Quer. Ah, que droga, viu? É bem feito ela ficar isolada de todo mundo pra ver como é bom!
- Se ele ajudá-la, ela voltarrá a mandar em todo mundo outra vez.
- Mesmo? Ai, credo!
- Non podemos deixar que isso aconteça. Serrá um inferno!
- Tentei fazer o Cebola mudar de idéia, só que ele não me deu ouvidos!
- Entón, cherry, está na horra de fisgar o carreca de vez!

Embora quisesse mesmo ficar com o Cebola só para se vingar da Mônica, Irene ainda tinha dúvidas. Seria boa idéia? Ela nem estava apaixonada por ele! Penha, muito esperta e perspicaz, percebeu a hesitação da moça e resolveu lhe motivar pouco.

- Como anda o namorro do Luca com aquela magricela desnutrida?

Ela apertou os lábios com raiva. O namoro deles ia muito bem e sem nenhuma chance de acabar a curto prazo. E tudo por culpa da Mônica, que praticamente destruiu sua vida! Era hora de dar o troco!

- E como eu vou fazer pra conquistar ele?.

Penha vibrou de alegria ao ver seu truque sujo dar certo. Aquela tonta era muito fácil de manipular.

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- Não, esse plano é muito bobo. Esse aqui também não vai funcionar. Esse outro... argh, não consigo pensar em nada, que droga!

Cebola levantou-se para descansar um pouco a cabeça que doía de tanto pensar. De que adiantava bolar planos mirabolantes se eles não conseguiam fazer o principal que era encontrar o Capitão Feio? Apesar de todos os esforços, Ângelo não conseguia encontrá-lo em lugar nenhum. E como ele não atacava mais ninguém há várias semanas, tudo ficou mais difícil.

- Talvez eu devesse usar uma isca para atraí-lo. É isso mesmo! – ele voltou para a mesa e começou a traçar alguns esquemas.

Se o Feio só atacava os amigos da Mônica, então ele estava disposto a se aproximar dela outra vez. Com isso, o vilão ia acabar aparecendo e caindo numa armadilha. Sem falar que ele também sentia sua falta. Andar com Irene era ótimo e ele se sentia muito bem tendo aquela garota tão meiga e delicada ao seu lado. Mas algo dentro dele ainda pendia para a Mônica e ele não conseguia esquecê-la.

- Cebola? – sua mãe apareceu na porta do quarto. – Tem uma amiga sua aqui querendo falar com você.

Pelo jeito que ela tinha falado, ele deduziu que era Irene. Seus pais mostravam não gostar muito dela, já que tinham se afeiçoado a Mônica.

- Oi, tô atrapalhando?
- Não, tranqüilo. Eu tava bolando uns esquemas aqui e... e... – ele parou de falar e ficou contemplando Irene demoradamente. – Nossa... você tá... tá linda!
- Obrigada! Gostou? Eu adoro esse visu de colegial japonesa, acho um charme!
- E ficou ótimo em você, caramba!

Ela não estava apenas linda. Estava também idêntica a Hortência, em todos os detalhes sem nenhuma variação. E não era só na aparência. Ela também tinha o mesmo olhar, o mesmo sorriso e até a voz era semelhante, muito doce e suave. A semelhança era tão grande que por instantes ele sentiu-se dentro do jogo. Só que aquilo não era o jogo. Sua Hortência tinha se tornado uma garota de carne e osso. O plano para ajudar a Mônica foi temporariamente esquecido e ele se aproximou olhando bem naqueles olhos meigos e tímidos.

Irene sorria docemente, meio acanhada. Será que ele ia beijá-la? Ela torcia para que sim, dessa forma ele estaria fisgado. Mas era preciso que ele tomasse a iniciativa, não ela.

- V-você está me olhando tanto... – ela falou gaguejando e tremendo um pouco, deixando-o ainda mais encantado.
- Não dá pra evitar, você tá linda demais!

O rosto dela ficou bem vermelho e ele não conseguiu resistir e o acariciou levemente. Sua pele até parecia mais quente de tão vermelha que estava. Sem pensar no que estava fazendo, ele tocou os lábios dela com os seus e os dois se perderam num beijo longo e carinhoso.

A sensação que tinha tomado conta do seu corpo era totalmente inebriante, algo que ele nunca tinha sentido antes. Ele não sabia se era ou não melhor do que o que sentia com a Mônica, mas sabia que muito bom, como uma fantasia que se realizava. No meio do beijo, a imagem da Mônica veio a sua cabeça e ele tratou de apagá-la o mais rápido que pode. Nada podia estragar aquele momento mágico.

Agnes deu um sorriso e sumiu dali satisfeita ao ver o plano da Penha dando certo. Se tudo funcionasse conforme o planejado, em breve ela poderia voltar a Terra como sempre quis.


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