La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 14
Há mais sujeira entre a terra e a terra...




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"Há mais sujeira entre a terra e a terra do que sonha nossa vã filosofia."
Evelyn Cordeiro


– Deixa eu ver... marcador vermelho permanente, esponja de textura, lápis de desenho e grafite... acho que peguei tudo.

Marina pagou a compra e saiu da loja de materiais para pintura pensando no seu próximo trabalho. Estava na hora de superar seu medo de cachorros e uma boa forma de começar era desenhando Bidu junto com o 42. Isso, claro, se ela conseguisse fazer com que ficassem quietos. Quando foi atravessar a rua, um estrondo se fez ouvir logo a sua frente abrindo um buraco no asfalto e fazendo-a cair para trás deixando cair todo seu material.

Ao olhar para cima, ela deparou-se com um homem careca de aparência grotesca usando uma capa suja e rasgada. Era o Capitão Feio.

– Hahahaha! Eu terei a minha vingança e ninguém pode me deter!
– Seu louco, o que você quer de mim?

Um raio de sujeira foi atirado em resposta e Marina saiu correndo com ele ao seu encalço até que não conseguiu correr mais e foi atingida, sendo coberta pela gosma mais nojenta, suja, fedida e pegajosa que ela tinha visto em sua vida.

– Isso é por ser amiga da Mônica! Todos os amigos dela sofrerão com a minha ira! – ele falou saindo dali logo em seguida.

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Carmem exibia sua roupa nova para Denise, que embora elogiasse, morria de inveja internamente.

– Essa saia custou muito caro, é de uma grife super exclusiva! E olhe esses sapatos! É edição limitada, só foram produzidos cinqüenta pares no país inteiro!
– Que luxo! E essa blusinha?
– Foi feita especialmente pra mim por um estilista famoso. Ai, eu tenho as roupas mais lindas do bairro inteiro, não tenho?

Antes de Denise abrisse a boca para responder, as duas sentiram algo sujo e pegajoso cobrindo seus corpos da cabeça aos pés. Carmem iniciou um ataque de gritos histéricos ao ver sua roupa totalmente arruinada. Uma voz grossa e desagradável falou para elas.

– Todos os amigos da Mônica sofrerão com a minha ira!

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Magali estava nervosa, olhando de longe o fiscal da vigilância sanitária que inspecionava a padaria. Seu Quinzão mostrava o lugar impecavelmente limpo e arrumado.

– Calma, Magá. Nossa padaria sempre foi muito limpa, eles nunca encontraram nada.
– Eu sei, fofucho. Mas esses fiscais são tão chatos!

Após inspecionar a parte aberta aos clientes, o fiscal quis ver a cozinha. Os dois entraram pela porta e segundos depois seu Quinzão deu um grito, atraindo Quim e Magali.

– Pai, o que foi... credo!
– Ai minha nossa senhora da bicicletinha! – Magali falou levando as mãos ao rosto, chocada pela cena mais cruel que tinha visto em sua vida: uma gosma de cor escura cobrindo toda a comida, utensílios e demais ingredientes.

O som de risadas vindo do lado de fora atraiu a atenção dos dois. Quando saíram pela porta dos fundos da padaria, Quim e Magali viram o Capitão feio flutuando a alguns metros do chão infestando o lugar, inclusive o casal, com sua gosma horrenda.

– Todos os amigos da Mônica pagarão muito caro!
– Seu monstro desgraçado! Como você pode fazer isso com a comida? Justo com a comida? – Magali esbravejou enquanto o Feio voava para longe.

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– Ai, Cascãozinho! Você está tão limpinho e cheiroso! Do jeito que eu gosto! – Cascuda falou abraçando o namorado e cheirando seu pescoço. Cascão ficou todo derretido. Tinha valido a pena se sacrificar encarando a terrível combinação de água e sabonete.

Os dois estavam aproveitando um momento fofo e romântico quando algo viscoso e malcheiroso cobriu seus corpos. Eles olharam para cima e viram o Capitão Feio rindo como um lunático.

– Seu toscão! Olha só o que você fez! Agora eu vou ter que tomar banho de novo!
– Hahaha! Agradeçam a Mônica! Todos os amigos dela sofrerão com minha sujeira!

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– Emporcalhar os amigos da Mônica faz parte do seu plano? – Agnes perguntou sentindo um grande enjôo com toda aquela sujeira. Por instantes, ela teve até a impressão de que os germes daquela coisa estavam atacando seu corpo.
Oui, e está funcionando marravilhosamente! C'est magnifique (é magnífico)!
– Por que tudo isso?
– É a segunda etapa de mon plan.
– Deixar todo mundo doente com essa sujeira?
Non, clarro que non! Se bem que isso serria fantastic também. Minha idéia fazer todo mundo acreditar que ser amigo da dentuça traz coisas ruins.
– Dessa forma, todos se afastarão dela. Bravo, Penha!
Merci, merci! Eu sou mesmo um gênio!
– Por que não matá-los de uma vez? Isso faria com que Mônica sofresse muito mais.
– Non tenho dúvidas. Mas se aquele idiota for pego, eu posso ter problemas.

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Mônica e Cebola tampavam os narizes diante de toda a turma coberta por aquela gosma nojenta. O que tinha dado no Capitão feio para atacar daquele jeito? Do lado Cebola estava Irene que mal acreditava em tanta sujeira na sua frente.

– A padoca do seu Quinzão foi interditada pela vigilância sanitária! Toda aquela comida deliciosa foi perdida pra sempre, ai que dor!
– Ele estragou minha linda roupa!
– Eu tinha acabado de tomar banho!
– Perdi todos os meus apetrechos de mágica!
– Minha cadeira de rodas tá suja até os parafusos!
– A louca! Eu vou ficar fedendo por uma semana inteira!
(Titi) - Eu tava quase conquistando uma gatinha linda e ela saiu correndo quando essa coisa me pegou!

Se não estivesse tão distraída com a sujeira, Aninha teria dado um tapa naquele desavergonhado.

– Fui demitida do meu emprego por causa disso!
(Isa) - Perdi todos os meus brigadeiros!
(Jeremias) - Toda a quadra foi interditada! Agora ninguém pode jogar!
(DC) - Até que tô curtindo a gosma. – ele se encolheu todo diante dos olhares furiosos.

Os dois procuraram fazer silêncio para tentar entender o que tava acontecendo ali.

– Gente, peraí! Temos que entender por que o Feio cismou de atacar desse jeito! – Mônica falou.
– Isso não é óbvio? Ele nos atacou por sua causa! – Carmem falou furiosa com a amiga.
– Minha causa? Tá doida? Faz um tempão que eu nem vejo ele!
– Ele disse que nos atacou porque somos seus amigos. – Keika e Tikara explicaram.
– Como é? Isso não faz sentido!
(Cebola) - Não faz mesmo! O Feio nunca foi de atacar o resto da turma! Geralmente ele vem pra cima de nós quatro.

Eles voltaram a discutir, tentando encontrar uma resposta para aquela situação absurda quando Xaveco percebeu uma coisa.

– Ô gente, peraí! Por que o Cebola e a Irene não foram atacados?

Todos ficaram em silêncio e olharam para ele.

– Não olhem pra mim, eu nem faço idéia! Vai ver temos sorte, só isso.
– Sorte nada, amore! A Irene não foi atacada porque não é amiga da Mônica. E você anda de carão com ela há dias! Aí sobrou pra mim!
– Sobrou pra todos nós, ne fofa? Minha roupa está perdida pra sempre e meu cabelo terá que ser lavado umas cem vezes!

Todos se voltaram para Mônica, olhando-a acusadoramente. Ela entendeu o recado.

– Vocês estão falando que isso tudo é culpa minha?
(Maria) - Foi o próprio Capitão Feio que falou!
(Luca) – Foi mal, Mônica, mas a gente tá achando que é isso mesmo! Eu nunca fiz nada pra ele e fui atacado só por ser seu amigo!
– Parece que ser amigo da Mônica dá azar mesmo! – Irene falou com um sorrisinho irônico.
– Como é?

Ela encolheu-se toda e começou a chorar.

– Que coisa, ninguém pode te falar mais nada que você já vem com um monte de pedras na mão?
– Foi você quem provocou e...
– Pára, Mônica, já deu! Não vem descontar seus problemas na Irene, ela não tem culpa de nada!
– Vai ficar do lado dela, é?
– Vou, senão você parte pra cima dela!
– Ora, seu...
– E quer saber? Também tô achando que o pessoal tá sendo prejudicado por sua causa!
(Magali) – Não exagera, Cebola! Eu aposto que o Feio tá fazendo isso pra gente virar as costas pra Mônica!
(Cascão) – A Magá tá certa. Se a gente fizer isso, ele vence!
(Cascuda) – E se não fizer, seremos cobertos de gosma nojenta várias outras vezes! Eu não agüento isso não!
(Nimbus) – Nem eu!
(Denise) – Eu muito menos, tô fora! Invadir mansões e enfrentar fantasmas é uma coisa. Ficar coberta de gosma nojenta é outra muito diferente!

Um a um, eles começaram a se dispersar dali. Ninguém queria ficar perto da Mônica e também precisavam dar um jeito em toda aquela sujeira. Junto com eles, ficaram apenas Cascão e Magali.

– Gente, eu sinto muito, mas não sei o que tá acontecendo, é sério!
– Sussa, Mônica. Esse meu tio é doidim da silva.
– E mesmo, amiga! Eu não vou te deixar de lado só porque aquele maluco me sujou um pouquinho. A gente vai superar essa.



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