La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 13
O inimigo do meu inimigo é meu amigo




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Como tinha compromissos durante a tarde e não ia poder faltar, Penha resolveu fazer aquilo de manhã mesmo. Suas notas impecáveis na escola lhe davam o luxo de faltar uma vez ou outra e aquela falta era por uma razão importante.

Apesar de não poder interagir com o mundo físico, Agnes ainda podia fazer muitas coisas úteis. Sem a ajuda dela, Penha jamais teria encontrado aquele local. Foi difícil conseguir uma entrevista com o morador e por pouco ela não se mete em encrenca. Ela precisou falar várias vezes que ia oferecer muito dinheiro e que também era inimiga da Mônica. Só assim para conseguir uma chance de explicar sua idéia.

- Basicamente, es esse mon plan. – ela falou após terminar as explicações.

Ele olhava com desconfiança aquela mocinha rica e mimada que dizia querer seus serviços. Era mesmo impressionante ela ter conseguido encontrar seu esconderijo, ainda que tivesse contado com a ajuda daquela alma penada que andava atrás dela. Ou ela era muito corajosa ou então muito burra para ir até o seu covil lhe encarar pessoalmente.

Geralmente ele não trabalhava para ninguém, mas a quantia oferecida era difícil de recusar e daquela vez ele precisava de dinheiro. E se era para prejudicar Mônica e a turma dela, o trabalho ficaria melhor ainda.

- Monsieur entendeu o que é parra fazer?
- Entender eu entendi. Só não sei o sentido de tudo isso.
- Você sempre quis derrotar a Mônica e os amigos favelados dela, n'est-ce pas?
- Sim, mas como seguir o seu plano irá me ajudar em alguma coisa?
- Simples. Até agorra você tem tentado derrotá-la com a força bruta. Por acaso funcionou?

A cara feia que ele tinha feito respondeu tudo.

- Usar a força non adiantou de nada. Enton usarremos a inteligência. Meu objetivo é destruí-la psicologicamente, por dentro. E destruída por dentro, ela não poderrá atrapalhar seus planos como sempre tem feito.

O homem entendeu e até achou o plano bem inteligente. Por que diabos ele nunca pensou nisso antes? Claro, aquele tipo de estratégia não era o seu estilo. Ainda assim havia uma desconfiança.

- E os amigos dela? Eles ainda podem dar trabalho. Especialmente aquele do cabelo espetado.
- Ela é a base de tudo, é o que sustenta aquela turma. Os planinhos idiotas dele não ajudarrão em nada sem ela ao seu lado para dar apoio. E non se preocupe com ele. Já providenciei uma bela distração para mantê-lo ocupado.
- Ainda assim não sei se posso confiar em você. Por que está me ajudando?
- Eu non estou te ajudando. Estou me vingando. Tudo o que eu querro é acabar com aquela dentuça. O que monsieur vai fazer depois serrá problema seu e deles.
- Hum... os fins justificam os meios, certo?
- Exactement! Très bien, nós temos um acordo?

Ao entender onde aquela garota queria chegar, ele percebeu o quanto ia lucrar com tudo aquilo e aceitou o acordo. Se desse certo, ia facilitar em muito o plano que ele estava armando há meses.

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- Rapaz, a Irene tá uma gatinha! – Titi falou de olho na garota que conversava com o Cebola na hora do recreio.
- Como será que a Mônica tá com isso tudo? Repararam que ele só anda com a Irene agora? – Jeremias perguntou e Cascão respondeu.
- Pelo que sei, a Mônica não pode fazer nada porque a diretora tá de marcação. Aí o Cebola tá aproveitando disso.
(Xaveco) - E tem que aproveitar mesmo, ela tá um pitelzinho!
(Tikara) – Muito kawai! Luca, acho que você perdeu, heim! Fiquei sabendo que ela tava afim de você.
(Nimbus) – Também ouvi falar, só que você acabou ficando com a Maria Melo.

O rapaz deu de ombros.

- Nunca percebi nada.
(Cascão) – Nunca percebeu porque a Mônica proibia todo mundo de falar com ela. Agora você tá liberado!
(Luca) – Sai dessa, eu gosto é da Maria. Essa Irene é meio bobinha pro meu gosto. Nem sei por que o Cebola tá ali babando por ela!
- Nisso eu concordo! – todos olharam DC que até então estava calado. – Essa garota é muito cheia de nhenhenhe e eu não gosto disso. Prefiro a Mônica que é mais decidida e cheia de atitude!
- Então aproveita pra chegar nela, mano!
- Não é tão simples assim.

Todos balançaram a cabeça. Por que aquele cara sempre complicava tudo?

- Eu quero competir com o Cebola de igual pra igual. Agora ele não tá fazendo nada pra ficar com ela, então isso não seria uma competição justa.
- Aff, nem eu que sou seu irmão consigo te entender!
- Não tem nada de complicado aí. E tem outra, eu não quero que a Mônica fique comigo só porque levou um fora do Cebola. Ela tem que me escolher porque me acha melhor que ele, não como segunda opção. Até que esses dois se resolvam, eu não vou fazer nada.

Os outros desistiram de discutir com aquele sujeito de cabeça virada. E no fundo, talvez ele tivesse um pouco de razão.

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Olhar aqueles dois se entendendo tão bem machucava muito. Estava difícil manter sua dignidade e não ir até lá falar umas poucas e boas.

- Não fica olhando demais não, Mô! Não vale a pena. – Magali aconselhou tentando fazer com que a amiga prestasse atenção ao seu lanche.
- Não tá dando. Ele vivia falando que os dois eram só amigos, mas eu tô começando a desconfiar disso.
- “Começando”? Você sempre desconfiou!
- Denise! – as outras ralharam.
- A Denise tá certa. Eu sempre fiquei com a pulga atrás da orelha por causa da Irene e parece que tenho razão mesmo!
- Ah, liga não! – Marina tentou consolá-la. – Daqui a pouco ele enjoa dela e volta pra você!
- Ah, tá! Enquanto isso eu fico aqui esperando feito trouxa! Quem ele pensa que eu sou? Eu não posso gostar de rapaz nenhum que o Cebola vem igual um foguete pra dar bronca, mas ele pode dar trela pra qualquer uma que aparece na frente?
- Então vira a mesa, gatz. Acaba com isso de uma vez e vai procurar um bofe bem da hora pra se divertir. E se o Cebola achar ruim, manda plantar batata!
- Não é tão simples assim... – Mônica falou se encolhendo toda.

Seguir o conselho da Denise implicava em desistir do Cebola e ela não se sentia forte o suficiente para fazer isso. Talvez fosse melhor seguir o conselho da Marina, que mesmo não sendo o melhor, era só que ela conseguia fazer no momento.

Mais uma vez ela olhou os dois que conversavam alegremente em outra mesa afastada e seu coração doeu ainda mais. Será que ele tinha esquecido tudo o que houve entre os dois? Será que não significou nada para ele? Tudo levava a crer que não. Foi impressionante a facilidade com que ele ficou do lado da Irene, com quem nunca teve história nenhuma. Talvez ele até estivesse mesmo esperando um motivo para ir atrás dela.

A única coisa que a animava um pouco era que no fim, ele ia voltar para ela mais cedo ou mais tarde. Bastava saber esperar.


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