La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 12
Eu vô dando trela, mais cuidado sou uma sereia




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"Eu vô dando trela ,mais cuidado sou uma sereia...
Te encanto e te levo pro fundo do mar!"

Renata A Loiola


– Eles non fizerram nada com ela?
– Não. Isso não é justo! Agora ela pode fazer de novo!
– Talvez non. Ela deve ter visto que isso pode dar encrenca.
– Mas depois que a poeira abaixar, ela vai vir atrás de mim de novo.
Estarremos preparadas. Você non está sozinha, querrida. Falando nisso... você fez amizade com os amigos dela?
– Alguns sim. Outros estão do lado dela e nem querem falar comigo. E tem o Luca que tá namorando aquela magricela da Maria Melo.
Oui... por causa dela, você perdeu son amour.
– E agora não tenho mais chance com ele.
Très bien. Se você perdeu o rapaz de quem gosta por causa da dentuça, nada mais justo que pagar na mesma moeda.

Irene levou um susto, já que tal coisa não tinha passado pela sua cabeça.

– Você quer dizer ficar com o Cebola? Tem certeza? Achei que gostasse dele!
Moi? Non! Isso es passado. Horra de seguir em frente. Entón, o que acha?
– Até que dá vontade mesmo, só não sei como fazer isso. E também tem a Mônica.

Penha tentou acalmá-la.

Non tenha medo da Mônica, cherry. Ela não te farrá nenhum mal, eu prometo. E parra conquistar o corraçón do Cebola, eu já sei exactement o que fazer.
– Sabe?

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– Bom, até que dá para fazer alguma coisa, só que eu vou precisar dos e-mails da Irene. Assim poderei rastrear o IP de origem e determinar se é ou não o da Mônica.
– Ih, então complicou tudo! – Magali falou sentindo-se pessimista. – Ela não vai querer passar os e-mails e o Cebola já disse que não vai pedir nada!
– O pior é que eu nem posso chegar perto dela! Que droga!
– Foi mal, mas sem isso eu não posso fazer nada.

Elas saíram da casa do Franja muito desanimadas.

– E seus pais, Mô? Eles não iam entrar na justiça?
– Esse troço demora demais, tem muita burocracia, marcar audiência, um monte de coisa.
– Ah... e não tem como exigir que a Irene libere os e-mails para a investigação?
– Só com um mandato judicial. Sem isso, a gente não tem como obrigar. O pior é que isso custa caro e meus pais não estão podendo gastar muito. Credo, parece que eu tô numa urucubaca daquelas!
– Fica assim não. Uma hora isso passa e tudo fica bem de novo.

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Cebola estava distraído mexendo em seu celular quando alguém chegou perto dele.

– Oi.
– Hum? Posso ajudar em alguma coisa? – Cebola perguntou para a bela moça de que se aproximou e seu queixo logo caiu no chão.
– Seu bobo, não tá me reconhecendo?
– ...

Claro que ele a reconhecia. Pelo menos pensava que reconhecia, ele já não sabia mais. Seria sua mente lhe pregando peças?

– Sou eu, a Irene! Puxa, que dificuldade!
– Cuméquié? Irene? O que você fez? Que cabelão é esse aí?
– Eu estava muito deprimida, então meus pais resolveram pagar esse mega hair pra mim. O que achou?
– Bem... er... você fica bonita de qualquer jeito, mas até que de cabelo comprido ficou legal também!

Legal era pouco. Tirando poucos detalhes, seu novo visual estava praticamente igual ao da Hortência, inclusive aqueles cabelos castanhos que iam até a cintura. Por ter se desentendido tanto com a Mônica, ele resolveu comprar um jogo encontro marcado e voltar a jogar para aliviar o stress. Quem podia imaginar que ia aparecer uma Hortência na vida real para ele?

Ela deu um sorriso tímido, feliz por ele ter mordido a isca. Na verdade, aquela mudança de visual foi sugerida e financiada pela Penha, que através de Agnes descobriu que Cebola andava jogando um jogo chamado encontro marcado e gostava muito de uma personagem chamada Hortência, uma garota meiga, delicada e tímida. Por isso resolveu fazer de tudo para que Irene ficasse parecida com ela, inclusive pagar caro em tratamentos de beleza e alongamento em seus cabelos. Embora a semelhança não fosse perfeita, o resultado ficou muito próximo e se Irene soubesse se comportar, acabaria confundindo a cabeça e os sentimentos do Cebola.

– Você gostou mesmo? - ela perguntou fazendo um rosto meigo e tímido, deixando o coração dele aos pulos.

De longe, Mônica olhava os dois sem entender nada.

– Cascuda, você conhece aquela garota ali com o Cebola? Nunca vi antes!

Ela olhou e também não reconheceu.

– Deve ser alguma novata bonitinha e o Cebola não perdeu tempo, heim?
– Daí-me paciência, meu pai... vocês não reconhecem a criatura? – Denise perguntou com seu ar debochado e as duas balançaram a cabeça negativamente.
– É a Irene, suas tontas!
– Como é? – Mônica falou um pouco alto, chamando a atenção dos outros alunos e logo baixou o tom. – A Irene? Ela deu pra usar peruca agora?
– Que peruca que nada, fófis. Ela fez mega hair mesmo.

Carmem percebeu a agitação e quando viu Irene com seu novo penteado, começou a destilar seu veneno.

– Hunf! De que adianta ter um cabelão se ele não é natural? E ela ainda pintou de castanho? Que pobreza! Tanto faz, o cabelo dela não é tão lindo quanto o meu.
– Tem razão Carmem... – Mônica falou coçando o queixo.
– Que o meu cabelo é muito mais bonito que o dela?
– Por que ela tingiu de castanho? Por que não deixou loiro como estava? – ela perguntou a si mesma.
– Vai ver quis mudar o visual radicalmente. – Marina respondeu.
– E tem alguém que está adorando um monte! – Denise falou apontando para o Cebola que parecia babar por ela.

Foi preciso que Magali segurasse Mônica pelo braço e a arrastasse até o banheiro para impedir que ela fizesse alguma bobagem.

– Grrr! Que raiva! Eu vou lá agora mesmo acabar com a graça daquele folgado!
– Faz isso não, Mô! Se você mexer com a Irene, vai arrumar confusão de novo!
– Me falaram pra não mexer com a Irene, mas ninguém falou nada do Cebola, então eu vou até lá e...
– Deixa de ser boba! – Cascuda falou entrando no banheiro para ajudar a acalmar a fera. – Se você bater nele vai piorar tudo! Anda, fica calma! Respira fundo, bem fundo!
– Eu quero é quebrar alguma coisa, isso sim!

Elas mantiveram Mônica no banheiro e só a deixaram sair quando o sinal para a primeira aula tocou. Assim não teria como ela fazer nada com o Cebola e lhe daria tempo para se acalmar. Ainda assim ela não conseguia se livrar daquela coisa ruim que insistia em tomar seu peito.



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