Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 8
Chupetas São Barulhentas


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente u-u Então, eu vim com esse minúsculo capítulo Ç^Ç "Por que, tia Bia?" Porque iria ficar chato ver as coisas acontecerem nesse mesmo capítulo, e outra, adoro ver vocês curiosos u-u Boa leitura ♥



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Eu fiquei encarando os dois por uns três minutos. Não podia estar acreditando no que estava vendo. Não mesmo.

– Ro... Rodolfo? – Ela murmurou.

Pedro levantou a cabeça e a encarou.

– Não, minha senhora. Sou Pedro Marconni.

– Oh... Mas é claro... – Ela concluiu.

Para mim, ela parecia um pouco desapontada.

Mas não me importei.

– Senhora Isadora Lima... Vou te denunciar agora mesmo!

– Ei, Katrina... Espera um pouco... – Pedro colocou sua mão em meu ombro. – O que ela te fez?

– O que ela fez? – Eu dei risada. – Essa velha é acusada de mais de dezessete crimes, meu desgraçado vizinho.

Os olhos de Isadora brilharam.

– Vocês são vizinhos?

– Sim. – Disse Pedro.

Isadora se jogou no chão. Eu me assustei.

– Katrina, por favor, tenha piedade! – Ela agarrou minhas pernas. – Sou velha, pobre e não tenho para onde ir! Deixe-me morar com você, juro que me comporto... Se quiser, te dou banho, passo sua roupa e cozinho para você!

Eu mexi minhas pernas.

– Saia de mim, sua velha! – Agarrei seu cabelo e tentei tirá-la de mim. – Minha casa não é Asilo, não! Sai!

Ela se grudou ainda mais fortemente nas minhas pernas.

– Faço o que você quiser, Katrina! Por favor, me deixe ficar em sua casa.

Pessoas passavam e nos olhávamos, como se pensassem: mas que droga, quem abriu os portões do hospício?

Eu a fuzilei com o olhar.

– Você vai pagar aluguel. Mas o seu aluguel será diferente. – Cruzei os braços. – Você passará, cozinhará e limpará nossa casa. Sem mas.

– Eu faço! – Ela concordou. – Mas... Você tem que me prometer que não me denunciará para a polícia.

– Claro que não, sua idiota. Se não eu perderei minha empregada.

Eu a atirei no chão e dei meia volta.

*

Eu queria voltar no set, me trocar e voltar para casa. Aí eu tomaria um banho e atormentaria Camila. Mas meus pensamentos foram para o ralo. Vamos para as observações:

Bom, primeiro: eu tinha uma empregada de oitenta e três anos, que diz que tem oitenta. Essa empregada é acusada de mais de dezessete crimes de roubos e fugiu da cadeia ontem.

Segundo: uma garota com nome estranho que tem um carro que vale mais do que a minha casa, está tentando ser minha amiga. Ela tem uma queda por um cozinheiro.

E terceiro, mas não menos importante: eu não sei como dizer a minha mãe que nossa casa vai virar uma pensão de gente drogada.

Mas, como eu sou Katrina Dias ou, como minha mãe diz: a maior cara de pau do universo, eu enchi o peito e encarei tudo.

– Marcela, me leve para casa. – Eu disse.

– Só se você me der algo em troca. – Ela rebolou.

– Um soco, serve?

Ela fez um beicinho.

– Que tal você fazer um suco para mim quando chegar em casa?

– Ah... Pode ser.

Tudo bem, eu coloco o xixi de Camila no copo dela. Aí eu falo que é suco de abacaxi. Ela irá adorar.

Então, nós quatro... Sim, nós quatro: eu, Marcela, Isadora e Pedro. Nós quatro entramos no carro.

O infeliz se sentou ao meu lado. Marcela e Isadora se sentaram no banco defronte.

– Katrina, como é sua casa? – Me perguntou Isadora.

– Para que eu tenho que te falar já que você irá ver? – Eu olhei pela janela.

Ela exclamou um ah”.

– Parece que eu sou o único ser com massa cinzenta dentro desse transporte. – Eu conclui.

– O que é uma massa cinzenta? – Indagou Marcela.

Eu tive vontade de pular do carro.

*

Chegamos à minha casa e estava rolando algo muito sinistro e legal.

Sete mendigos estavam tomando um banho de piscina e fumando... Provavelmente drogas. Mamãe estava com uma vassoura nas mãos, tentando expulsá-los. Camila olhava tudo pela porta, sorrindo e provavelmente achando aquilo divertidíssimo.

Quando minha mãe me viu, ela abriu um sorriso. Veio na minha direção.

– Katrina, que bom que você chegou! – Ela passou os olhos nos três. – Seus coleguinhas?

– Não, todos são os meus amantes. – Eu vi a farra dos mendigos. – Mãe, com uma vassoura você não vai espantá-los. Já volto.

Eu entrei em casa e fui direto à dispensa. Peguei o pó-de-mico e voltei para o jardim. Fiquei perto da piscina. Eles me olharam.

– Não vamos sair daqui! – Exclamou um. Todos concordaram.

– Eu não prefiro. Eu iria ver seu pênis e não ia ser legal. Eu trouxe um shampoo em pó para vocês. Usem bastante. – Joguei o potinho para eles.

A maior parte do pó caiu na água, a outra foi direto nos corpos dos sete. Eu queria imaginar como eles iriam tirar o pó dali. Só de imaginar a cena, senti um arrepio pela espinha.

Eu fechei meus olhos quando todos eles saíram desesperados da piscina, todos, obviamente pelados. Virei-me para encarar o pessoal.

Todos, exceto Pedro, estavam boquiabertos.

– Tchanam. – Exclamei teatralmente.

*

Aquela reunião foi mais legal quando todos os professores se reuniram para falar o quanto eu era terrível e má. Quando eu menti, dizendo que havia matado três pessoas com um garfo, nunca mais vi nenhum daqueles professores.

Mamãe estava tendo uma conversa seríssima com Isadora. Ambas estavam sentadas no sofá.

– Então, você pretende matar alguma das minhas filhas? Porque, se pretende, eu também sou uma foragida da polícia. Matei quatorze homens enforcados e os roubei logo em seguida. – Ela ficou séria de repente.

Eu adorava quando mamãe falava sobre seu passado.

– Dona Serena... Eu não tenho essa intenção. Se vocês forem boas comigo, serei boa com vocês.

Eu, Marcela e Pedro estávamos assistindo aquilo na ponta da escada. Ao meu lado, Marcela puxou um lencinho do bolso e assuou o nariz.

– Isso não é comovente?

– Não. Isso é papo para boi dormir. – Eu bocejei.

Camila veio e puxou a barra da minha camisa. Ela pediu colo, eu a empurrei com o pé.

No final, todos ficaram felizes. Menos, obviamente, eu.

Isadora ficaria no quarto ao lado do meu, ela cozinharia, passaria e cuidaria de Camila quando nós duas não estivéssemos em casa.

Por que eu ficaria chateada? Ah, é porque Isadora gostava de ver novelas, e eu ficaria sem ver meus programas. Como “o gordo caiu”.

Definitivamente, eu odeio todos nessa casa.

*

Depois daquilo, Marcela e Pedro se despediram e foram para casa. Eu bufei.

– Ah, eu gostei tanto de Marcelinha. – Exclamou minha mãe, feliz.

– É porque você não passou metade de seu dia com ela. – Eu olhei no relógio. Eram 18h30min da tarde.

Aquilo ficou estranho. Estávamos sentadas no sofá. Camila estava no meu colo, chupando uma chupeta que veio sei lá de onde. Do meu lado esquerdo, Isadora estava sentada, com os pés esticados em um banquinho de madeira. No meu lado direito, mamãe estava pintando as unhas da mão com um vermelho vivo.

Chup, chup, chup, fazia a chupeta.

– Ah, Katrina, eu me esqueci de te avisar. – Mamãe começou. – Minha tia Flora está vindo.

Eu arregalei os olhos.

– Oh não, oh inferno não! – Eu me inclinei para frente, quase jogando Camila no chão. – Que horas esse demônio vem?

– Katrina, não fale assim! Ela te ama! – Mamãe implicou.

– Me ama? Aquele demônio de saia só ama aquele gato desgraçado, a bosta da Georgina, mãe!

– Bem, isso é verdade... Provavelmente, quando você voltar da escola amanhã, ela terá chegado.

Então, eu definitivamente entrei em depressão.

Chup, chup, chup.


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Notas finais do capítulo

Oi, gente >w< Será que essa tia aí, é má mesmo? Ou só é a Katrina fazendo Katrinices? Bem, vamos esperar para ver u-u Espero que vocês tenham gostado do capítulo u-u Comentem bastante, a tia Bia fica feliz u3u