Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 63
Bond... Katrina Bond


Notas iniciais do capítulo

Oláá meus docinhos, como vão vocês? Aproveitaram a Páscoa? Comeram muito chocolate? *até agora eu estou comendo, hehehe*
Gente, vocês não sabem como eu estou feliz! Muuuito obrigada por todas as recomendações, favoritos e comentários! ~comemora
O.k., sobre este capítulo: ele está meio vazio, meio sem-gracinha, mas há algo nele que tenho certeza de que vocês estavam esperando *u* Não do jeito que imaginavam, mas... HUSHUSASAHUAHSUSHAU E, aaaah, só avisando: o próximo capítulo IRÁ DEMORAR. Eu tenho váaarias coisas para fazer (pesquisas escolares, um conto valendo uns pontinhos na média aí sobre a morte - este, se der, eu posto aqui no Nyah! quando estiver pronto, muhahaha, estudar para provas e atividades) e provavelmente terei pouquíssimo tempo para escrever ;---;
O capítulo pode estar meio vazio, mas a gente vai conhecer a mãe da Marcela, wee *u* AHSHASUAUHASHUS Eu, particularmente, gostei bastante do resultado - espero que vocês gostem também!
Boa leitura!



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Era sábado, finalmente.

Aquela semana havia se passado num piscar de olhos. Eu pensei que seria entediante e extremamente mortífero ter que ficar em casa, trancafiada como um rato. Mas, por incrível que pareça, não foi bem assim.

Reforcei biologia (a matéria que estava me afundando), descobri que livros médicos podem ser bem interessantes (e agora posso aplicar, com eficiência, os primeiros cuidados em alguém que está tendo um ataque epilético) e ensinei novos truques para Hércules.

Agora ele sabe que chama Hércules; olha só que coisa boa.

Naquele sábado, eu estava especialmente animada. Como todos dentro da minha casa. Afinal, era a festa de aniversário da Marcela. Às dez horas nós iriamos sair - todos nós - para ir a um lugar onde colocaríamos e experimentaríamos as fantasias.

Sério, eu estava animada porque, em parte: eu consegui - aleluia, irmão! - emagrecer três quilos só fazendo corridinhas com Hércules e comendo cenouras cruas no meu tempo livre.

E em parte porque… Eu finalmente iria descobrir do que o Pedro iria se vestir; essa dúvida cruel estava vagando pela minha cabeça há dias, sem parar. Eu realmente estava ansiosa para descobrir o que diabos ele escondia.

Bom, além de ficar curiosa e de comer cenouras, eu havia ligado bastante para Emily. Pelo o que eu tinha ouvido, ela estava muitíssimo bem, se recuperando daquela coisa maldita em seu fígado. Ela sempre conversava comigo sobre assuntos triviais, dizendo o que estava fazendo e que estava com saudades de mim.

Sempre, em toda ligação, eu ouvia Lulu Santos aos fundos. Eu já estava ficando de saco cheio e queria logo perguntar o porquê. Mas repensei e percebi que seria meio indecente da minha parte fazer aquilo. Até marcamos de passear, comer alguma coisa. Mas havia um problema: eu era tão dura quanto um bastão de beisebol.

Não sei de onde eu iria arranjar dinheiro para sair com ela, afinal, não havia contado a ninguém sobre sua existência.

Acordei no sábado, às sete e meia da manhã, por causa de mãozinhas ágeis e magras que cutucavam minha pele. Mas eu não consegui acordar; eu ainda estava grogue demais para raciocinar, então apenas gemi e mudei de posição na cama, tentando me livrar daquele toque.

– Vamos, Sra. Preguiça, temos coisas a fazer hoje - era a voz de Marcela, que parecia especialmente animada.

– Hmm. - Me contorci, o meu cabelo todo desgrenhado grudado na minha cara - sai, hoje não…

Marcela riu, divertida.

– Hoje não o quê? Está falando abobrinhas, Katrina. Vamos, vamos, hoje nós temos um dia longo, tá? Levanta da cama logo.

– Não… - Resmunguei, esfregando minhas pernas no colchão - me deixa…

Mas, como dito antes, a casa estava eufórica demais. Eu ouvia latidos e gritinhos de alegria por todo canto; sapatos de salto batendo no piso de madeira dos corredores; chuveiros ligados e canções antigas. Eu queria mandar todo mundo morrer, mas eu estava com preguiça demais para isso.

Fiquei na cama mesmo, acordada, encarando o teto, reunindo coragem para tentar levantar e ir tomar banho ou algo do gênero. Cocei a minha barriga, extremamente preguiçosa.

Me sentei na cama, os olhos provavelmente opacos. A porta do meu quarto estava aberta, então eu pude ver quando Jonas acabou de subir as escadas com uma cesta de roupas nas mãos. Ele sorriu para mim, de bom humor.

– Bom-dia, flor do dia!

– E aí - respondi dando um bocejo desanimado.

– Nossa. - Jonas exclamou, parecendo surpreso, entrando no meu quarto com algumas roupas minhas - como você é indiferente. Até assusta, sabia?

– Tá - suspirei, me levantando com pressa. Não foi muito sensato, já que eu comecei a ver galáxias. - Ai, cacete.

Enquanto eu me recuperava do choque de ter visto Seiya, Jonas enfiava as minhas roupas recém lavadas no guarda-roupa, sem se importar com aquela confusão.

– Katrina, eu escolhi um espartilho de matar para você - ele confessou, indiferente, fechando as portas.

Espera, o quê?

– Espartilho? - Perguntei, cética. - De matar? O quê?

Ele riu.

– Você não esperava que eu realmente ia deixar você vestir uma fantasia masculina, né? Minha querida, você vai vestir espartilho, saia e botas, mesmo não querendo. Os outros detalhes são com você.

– Não! - Gritei, descontrolada. - Não vou usar a porcaria de um espartilho, Jonas!

O garoto olhou para mim, surpreso.

– O que é isso, bicha? - Ele perguntou, jogando as mãos para a cintura - por quê?

Peguei aquelas bolas que eu chamava de seios e as juntei, em um movimento simples. Olhei para elas.

– Você acha mesmo que isso aqui vai entrar em um espartilho? - Perguntei, irônica. - Acha, hein? No mínimo o espartilho vai estourar no meio da festa.

Jonas não se aguentou; ele riu descontroladamente.

– Katrina, você vê essas coisas que você tem aí como uma maldição, mas… Poxa, o que eu não daria para ter um desses? Seria tudo tão mais simples.

Jonas tinha uma expressão diferente agora. Senti que algo estava errado. Avancei alguns passos de onde ele estava.

– Hey, Jonas, há algo acontecendo? - Perguntei, inclinando a cabeça.

– Defina algo.

Cruzei os braços, batucando meus dedos no cotovelo.

– Você sabe do que eu estou falando. Não é como se todos aceitassem o fato de que você gosta de meninos. Não tem porquê mentir.

Ele vacilou, olhando de repente para os lados.

– O quê? Não! - Ele ponderou, esbaforido. - Katrina, não tem nada acontecendo, tá? Todo mundo tá normal, besteira sua pensar isso. Só relaxa.

Certo, até porque eu nasci ontem.

Dei o meu melhor olhar de: uhum, tá. para ele, que ficou sem graça. Bom, se ele não queria falar, já não era problema meu.

O ignorei e vasculhei algumas roupas para poder sair, percebendo uma faladeira lá embaixo. Comecei a prestar atenção, as sobrancelhas juntas. Havia gritos e xingamentos no meio. Já que o clima da casa estava bem diferente, descartei a opção de que seria uma briga entre os habitantes dessa residência. Provavelmente era os vizinhos bobocas.

No fim das contas, vesti a jardineira da Marcela (ela pega as minhas roupas, por que não pegar as dela?) com uma camiseta de manga comprida cinza. Eu poderia estar dentro da moda se vestisse algo parecido com uma sapatilha, mas esses calçados baixos são terrivelmente desconfortáveis. Enfiei em meus pés galochas pretas (daquelas velhas, feitas de borracha com o solado colorido) com uma meia.

Penteei meu cabelo curto (que era cem vezes melhor do que o antigo, diga-se de passagem) e desci as escadas, logo sendo invadida por aquele clima irritante e festivo.

Passei pelo pessoal que estava na sala e fui para o banheiro. No momento em que eu coloquei a escova dentro da minha boca, ouvi uma voz familiar gritar no jardim.

Pisquei ao perceber que era Marcela.

“Mas o quê…” Pensei, espremendo as sobrancelhas.

Saí do banheiro escovando os dentes e lancei um olhar interrogativo a Isadora, que estava sentada no sofá. Ela deu de ombros.

– Sei lá, minha filha. Também quero saber o que está acontecendo.

Me virei para a porta e a abri, espiando. No início, eu não estranhei. Mas, conforme eu andava para fora, as coisas ficaram bizarras.

Primeiramente: Marcela estava com o cabelo despenteado e vestia pijamas. Junto a ela, lá estava Derek, uma carranca enorme na cara. Ele estava de braços cruzados enquanto a loira empurrava seu dedo contra seu peito, nervosa. Ambos estavam perto da piscina, um soltando os cachorros no outro.

Virei meu rosto e encarei o Pedro, que do outro lado do jardim observava tudo com o rosto meio espantado. Ele ainda vestia pijamas: uma camiseta branca, velha e meio rasgada. Ri baixinho por conta da calça de moletom azul dele.

Já que o garoto era o único que provavelmente sabia do que se passava ali, caminhei até onde ele estava e parei do seu lado.

– O que tá acontecendo aqui? - Perguntei com certa dificuldade, já que tinha pasta na minha boca.

Enquanto ele processava tudo e voltava à realidade, cuspi a pasta e todo o resto perto de umas plantas indesejáveis que estavam ali.

– Olha… Francamente? - Ele passou a mão no queixo, que tinha vestígios de barba. - Não sei o motivo da briga, cheguei aqui na metade da discussão, quando eu ouvi Marcela xingando o coitado de vagabundo.

Arregalei os olhos, incrédula.

– Não! - exclamei, sem acreditar.

– Eu também fiquei surpreso, por isso que estou bancando o bisbilhoteiro. - Ele se encolheu - não estou orgulhoso disso, mas… - Ele apontou para os dois - não é como se eu deixasse eles se matarem agora mesmo, certo?

No momento em que ele se encolheu, percebi que os músculos de seu braço se torceram, expondo um machucado bem feio ali, com direito a uma marca de mordida envolta de um arroxeado que estava ficando verde.

– Me diz que isso não é contagioso - grunhi, apontando para aquele ferimento.

Pedro me olhou, confuso, e quando percebeu que eu apontava para seu braço, seu rosto se contorceu em um sorriso.

– Não, não é contagioso - ele explicou entre uma risadinha. - Duque me mordeu ontem à noite.

Estralei meus dedos, vitoriosa.

– Por isso que eu odeio gatos. São terrivelmente mal agradecidos. Você dá um lar para eles, os malditos vão lá e te fazem de escravos. Te batem, te mordem e fazem você sentir pena deles porque são bonitinhos e fofinhos.

Pedro cruzou os braços e se virou para mim.

– Isso não é interessante?

Olhando por este lado, Pedro era terrivelmente estranho.

– O quê? - Perguntei, juntando as sobrancelhas. - Você é maluco, só digo isso.

Ele riu, assentindo.

– Já disseram isso, mas… Sei lá… - Ele se virou para mim, a boca entreaberta - eu gosto de coisas que não são parecidas comigo, sabe? Eu simplesmente não consigo me dar bem com pessoas que têm os mesmos gostos, as mesmas manias ou o que seja. Pessoas parecidas comigo geralmente nunca têm nada a dizer. Ou são… Previsíveis. Previsíveis porque se parecem comigo… Ou algo assim... - Ele estreitou os olhos, chacoalhando a cabeça, afobado - tá confuso, eu sei. Você não deve estar entendendo nada, desculpa.

Chacoalhei a cabeça.

Deus, isso explicava muita coisa.

Muuuuuuuuita coisa.

– Tudo bem - falei, dando tapinhas no seu antebraço. - Eu entendi sim. - Passou alguns segundos de pura observação naquela coisa em seu braço, e eu estreitei os olhos, olhando agora para ele. - Dói?

– Só quando encosta - ele explicou, hesitante. - Eu conheço esse olhar…

Sorri, malévola. Cutuquei a ferida com força antes que ele pudesse me impedir.

Muito maduro da minha parte, eu sei.

– Ai, megera! - Ele soltou um gemido dolorido, esfregando o local com veemência, no mesmo tempo que o protegia de futuras agressões da minha parte.

– O quê? - Perguntei com cara lavada - não fiz nada.

Pedro, ainda com a cara tomada pela dor, estralou a língua e me beliscou na cintura, fazendo com que eu fosse para o lado, inclinada.

– Nem vem! - Grunhi, rindo.

Com toda a certeza nós éramos muito maduros.

Pedro pegou o meu pulso para tentar me impedir de bloquear seus beliscões, mas, assim que ele me puxou, ouvimos um grito estridente e agudo vindo de onde os dois - completamente esquecidos por nós - estavam.

Viramos a cabeça rapidamente, surpresos. As coisas que se passaram na minha cabeça, foram, sem dúvidas:

a) Marcela tinha visto uma barata;

b) Derek havia quebrado a perna;

c) os dois estavam se metendo a porrada;

d) sequestraram um dos dois.

Mas, infelizmente, não era isso que estava acontecendo. Marcela quem havia gritado, histérica; ela empurrou o peito do garoto com força, vermelha como um pimentão.

– Pare com essa idiotice, droga! - Ele gritou, se recuperando do empurrão.

– Idiotice? - Marcela perguntou, erguendo uma sobrancelha - você é o único idiota aqui! Deveria morrer, sabia?!

E foi aí que tudo desandou de vez.

Aprenda, agora, com exclusividade, a: Como acabar com uma discussão, estrelando: Derek!

Marcela ia dizer algo ofensivo a ele, mas nunca saberemos o que seria. O garoto simplesmente pegou-a pelo pulso e puxou-a com força em sua direção, lascando um beijo na garota.

Eu não sabia quem estava mais incrédulo entre os presentes naquela cena: eu ou a Marcela. Pedro parecia surpreso com a ação, mas algo me dizia que ele já esperava que algo assim iria acontecer - são melhores amigos, afinal.

Minha boca se abriu em uma exclamação de horror abafada. Marcela estava ali, dura como pedra, sem reação. Minha escova de dentes caiu no chão de terra, já que eu estava tão apática que nem meu corpo respondia mais.

De repente, Marcela se ligou da vida e ressuscitou, piscando os olhos com força e empurrando o garoto para longe dela. Os dois se separaram com um estalinho. Nem preciso citar o quão vergonhoso aquilo estava.

Mas, era óbvio que eu não sairia dali nem que me pagassem. Só faltava a pipoca.

Marcela encarou-o, parecendo não mais nervosa. Por um instante, pensei que ela iria agir feito aquelas mocinhas - pulando nele e agarrando-o - mas, bem… As coisas não são tão simples assim.

Derek estava pronto para dizer algo a ela, mas ele foi interrompido epicamente, já que um tapa estalado atingiu sua cara com força. Pedro e eu fizemos o mesmo movimento: arregalamos os olhos e abrimos a boca; aquilo estava melhor que novela mexicana.

– Caraca - murmurei para mim mesma, observando Marcela entrar na minha casa, o rosto lívido.

Pedro soltou um assobio baixo.

– Acho que é agora que eu devo agir, né? - Ele perguntou, espremendo as sobrancelhas.

– Provavelmente - concordei quando ele me soltou. Me agachei e peguei a minha escova no meio da terra.

Pedro colocou sua mão sobre o ombro de Derek, tentando ser compreensivo. Tentando compreender o que quer que tenha acontecido ali.

– Ei, cara - ele deu um tapinha na nuca dele.

Derek massageou a bochecha. Ri descaradamente da marca de cinco dedinhos ali.

– Caramba. - O garoto exclamou, dolorido.

Cruzei os braços e atravessei o jardim até onde eles estavam.

– Você mereceu - falei, presunçosa, abrindo um sorriso. Eu sou mestre em infernar as pessoas quando as coisas dão errado para o lado delas. - Ela provavelmente nunca mais vai olhar na sua cara. - Balancei a cabeça em negativa, fingindo estar chateada com sua situação. - Eu nem sei o motivo da briga, mas, poxa, Derek! Você nos decepcionou, “amigão”… - Dei um risinho maldoso - prepare-se, porque é assim que você será chamado.

Derek ficou me olhando enquanto eu falava com ele, sério e com o orgulho ferido. Pedro, atrás dele, prensava os lábios, a garganta tremendo com a risada contida.

O garoto se virou para o italiano, ainda sério. Ele apontou para mim.

– Sério, Pedro? Sério? Como consegue? A única coisa que vejo aqui é uma garota diabólica com um gênio terrível - ele disse, provocativo. - Você será devorado e levado à escuridão se continuar perto da Kat-Kat.

Pedro riu enquanto eu fechava a cara. Eu odiava quando derivavam meu nome - porque ficava simplesmente ridículo. Eu virei um doce agora, porra? Pedro pescou-o pelo braço e puxou-o.

– Vamos. Você tem coisas a fazer, não é?

Derek concordou com um resmungo, obviamente ressentido, e deixou-se guiar. Pedro sorriu para mim enquanto os dois atravessavam a rua e gesticulou algo como: “nos falamos depois, megera”.

Sorri, girei os calcanhares e entrei em casa, percebendo que Isadora descia as escadas com Camila no colo. Ela estava ali, os olhinhos remelentos, cara de sono. Seu pijama de elefantes estava presente.

Ela deu um bocejo, esfregando os olhinhos.

– Onde tá a Marcela? - Perguntei para a Isadora, que respondeu apontando para cima.

Comecei a subir as escadas, mas, antes, fiz cosquinhas na barriga de Camila, que deu uma risada de bebê enquanto tentava se afastar. Ri e segui escada acima, cautelosa. Entrei no meu quarto e percebi que Jonas e Marcela estavam sentados na minha cama, olhando para baixo.

– Quem morreu? - Perguntei.

Os dois olharam de relance para mim. Marcela se jogou na minha cama com um baque de molas do colchão.

– Não sei - ela respondeu, olhando para cima. - Estou confusa.

– Confusa - repeti.

– É - ela disse simplesmente, jogando as mãos para o rosto. - Me sinto culpada também. E arrependida. E um monte de outra coisa que não consigo explicar. Eu quero me bater por ter agredido ele, no mesmo instante em que quero socá-lo até mandá-lo para o hospital.

– Você é boa em confessar sentimentos, huh? - Jonas comentou, se deitando ao seu lado.

– É - ela concordou, olhando para cima.

– O.k., donzela - brinquei, me sentando no meio dos dois. - O que aconteceu? Você meteu um belo de um tapa na cara dele.

Marcela se virou, me encarando.

– Ele… Pensou que tudo estaria resolvido com um beijinho… Sério isso? Me senti terrivelmente ofendida.

– Por que vocês brigaram?

Ela espremeu as sobrancelhas.

– Falando sério? Não me lembro.

– Como assim, menina? - Jonas exaltou-se, erguendo um pouco a cabeça - deu um tapa na cara do coitado porque estava com vontade?

Ri com uma cena formando-se em minha cabeça: imaginei Marcela acordando, coçando os olhos e dizendo: “aaaah, que lindo dia! Dá até vontade de dar uns tapas na cara do Derek!"

Ela deu de ombros.

– Não sei! Há vezes que a gente não sabe qual o motivo da discussão, o.k.?

– Então não é tão importante assim - verbalizei, erguendo as sobrancelhas.

Jonas estralou a língua, deitando-se na cama como se fosse uma Musa de Verão.

– Vocês têm é que parar de ser tão frescurentos e transar logo.

Enquanto Marcela abria a boca, sem palavras para expressar o quão chocada estava, soltei uma gargalhada escandalosa, me deitando na cama no meio dos dois.

– Vocês são umas babacas quando se trata de amor, só isso - Jonas ergueu as sobrancelhas. Ele apontou para mim - essa aqui é uma garota que não tem onde cair morta que foi machucada e tem medo de tentar de novo - ele apontou para Marcela - a outra é uma ingênua que não sabe de nada da vida e pensa que ela é um conto de fadas. Vocês estão perdidas no mundo.

– Falou o Mestre dos Magos do Amor - ironizei, cruzando os braços.

Jonas abriu a boca para falar alguma coisa, mas calou-se quando percebeu algo vibrando em sua calça - seu celular (novo, diga-se de passagem).

O garoto ficou boquiaberto quando viu o nome no identificador de chamadas. Jonas se levantou em um salto, afobado, atendendo a ligação e tentando ser normal.

– A-Alô? - Ele atendeu, passando a mão pelos cabelos.

Eu e Marcela ficamos encarando-o, sem entender. A cada minuto de ligação, as bochechas de Jonas se coravam cada vez mais. O garoto não piscava enquanto ouvia a voz do outro lado da linha.

– Ele tá morto? - Marcela perguntou em um sussurro, parecendo preocupada.

– Algo me diz que sim - respondi também com um sussurro.

Depois de segundos observando Jonas, o garoto disse, tímido: “okay. Tchau” e desligou o telefone, deixando ele cair no chão, já que suas mãos estavam tremendo.

Jonas abriu um sorriso extremamente bobo, e ficou rindo sozinho, como se tivesse algum problema mental. Pude ver coraçõezinhos brotando de suas orelhas, e a atmosfera do quarto se tornou diferente.

– Jonas? - Marcela foi cautelosa - tudo bem com você?

Ele assentiu, mas parecia longe.

– Melhor impossível.

– O que aconteceu? - Perguntei, direta.

Ele virou a cabeça, como se tivesse virado um robô motorizado. Jonas fingiu indiferença e deu de ombros.

– Só o cara que eu gosto me chamando para sair domingo à noite, nada de mais.

Enquanto eu abria a boca, perplexa com a notícia, Marcela deu um grito agudo, feliz.

– Jonas, eu não acredito! - Ela gritou, abrindo um sorriso - quer dizer que o negócio anda agora, né?

– É isso aí - ele falou, casual, recolhendo o aparelho do chão e se jogando em cima da cama de novo.

Ficamos por um longo período de tempo em silêncio, olhando para o nada. Jonas bateu de leve na minha coxa, quebrando o clima.

– Alguém aí já sabe o que vai fazer da vida quando acabar o colegial?

Dei de ombros, sem ideias, enquanto Marcela assentia, convicta.

– Quero ser psicóloga - ela pronunciou-se, parecendo feliz.

Jonas riu pelo nariz.

– Você vai é traumatizar os pacientes, não ajudá-los.

Marcela revirou os olhos, e eu dei um breve sorriso.

– Sabe, eu estou ansiosa para ver o presente que vocês irão me dar de aniversário - Marcela soltou essa pérola, sorrindo.

Espera… Presente?

– Ah, eu comprei uma coisa que você irá adorar - Jonas garantiu, encolhendo os ombros. - Você vai usar para conseguir os gatos na night, hein?

Ah, sim, a coisa que as pessoas geralmente compram para presentar alguém que esteja festejando.

Sim, eu havia me esquecido completamente desse detalhe.

Mer-da.

Engoli em seco e tentei disfarçar quando os dois olharam para mim, as sobrancelhas arqueadas.

– Presentes. - Falei, batucando no colchão - claro, claro. O meu é… Muito bonito, você vai adorar, Marcela.

O meu presente seria o vento.

*

Eu tinha um grande problema em mãos. Já era nove e meia, e todos estavam quase prontos para experimentar as roupas. Eu precisava que alguém comprasse algo para a Marcela (que também iria estar presente na festa) e lá, me entregar o presente como se não tivéssemos combinado nada.

Era um plano perfeito. Mas, antes, eu precisava de algum cúmplice.

Sim, Watson, eu tinha um grande caso em minhas mãos.

Recorri ajuda a única pessoa no qual eu poderia falar tranquilamente sobre isso.

Meu vizinho, é claro.

Saí sorrateiramente de casa (consegui porque minha mãe estava no banho) e bati na porta do Pedro, olhando para os lados, como se eu fosse fazer uma troca de bilhões de dólares.

Foi Derek quem atendeu.

Lá estava ele com a maior cara de cu do universo. Era óbvio que ele ainda estava ressentido comigo por lhe ter dito umas verdades.

– Kit-Kat. - Ele disse em um tom amargo.

Eu ia soltar uma piadinha venenosa, mas eu estava com pressa demais para tal. Apenas ignorei-o.

– Chama o Pedro. - O desgraçado não fez nada. Apenas ficou me encarando, a sobrancelha arqueada. Bati palmas perto da cara dele - vai, vai, vai, rápido!

O garoto bufou e deu meia volta. Ele deu um berro chamando o outro, subindo as escadas. Pedro desceu-as depois de um tempo, se apoiando no corrimão. Quando me viu, abriu uma cara estranha.

– Katrina?

– Pedro - confirmei. Antes que ele perguntasse: “o que você quer?” eu me antecipei. - Preciso de um favor seu. É urgente.

Ele encostou a lateral do corpo na porta de um jeito sossegado, me escutando abertamente.

– Pode falar.

O tom de voz dele era bem manso, tranquilo; julguei que tinha o pegado em bom humor, então era a hora da exploração financeira à vontade, já que eu tinha uma vantagem sobre o rapaz.

Ele gostava de mim, então sabe como é…

Eu definitivamente vou para o inferno.

– Então, Pedro… - Comecei, torcendo os dedos - eu preciso que você compre um presente para mim… Mas não é para mim, e sim para outra pessoa. Só que eu não tenho tempo de ir lá comprar porque eu estou atrasada para um compromisso, então… Você poderia fazer isso por mim? - Fiz a minha melhor cara de: “vai, vai, vai, vai, vai”.

Pedro sorriu e assentiu.

– Claro. A Marcela gosta do quê?

Abri a boca, sem palavras.

– Como você sabe que é a Marcela?

Ele esticou o dedo e me deu um peteleco na testa.

– O aniversário dela é hoje… Você não tem amigos além dos dois - ele apontou para a minha casa - e nem se importa com alguém ao ponto de lhe comprar um presente. - Ele deu de ombros, casual - só está me pedindo para comprar a ela um presente porque não quer passar vergonha.

Mas… Que… Diabos.

Cruzei os braços e recuei um passo.

– Você é um mago ou algo do gênero? - Perguntei, irônica.

Ele deu de ombros, rindo de canto.

– Acho que não. Só sei mais coisas sobre você do que imagina.

Eu queria dar continuidade àquela ladainha barata que é flertar, mas eu tinha assuntos mais urgentes. Esfreguei as minhas mãos, olhando para trás de novo.

– O.k., Pedro, você vai quebrar esse galho para mim, então?

Ele deu de ombros, olhando para cima, fingindo aborrecimento.

– É, né; fazer o quê?

Sorri e lhe dei um pequeno murro sem força no braço.

– Valeu, sério. Estou te devendo uma.

Pedro sorriu, satisfeito; antes de eu me virar para entrar em casa, o garoto me segurou, firme, no pulso. Ele me puxou novamente para perto dele - dessa vez, um pouquinho mais próximo.

– Só uma dúvida: o que eu vou comprar para ela? Se fosse para você, tudo bem. Mas para a Marcela? - Ele soltou um “puff” descrente - do que ela gosta, Katrina?

Ah, que ótima dúvida. Pedro deve ser daqueles malditos alunos que perguntam, com a maior cara de nerd do universo: “hey, professor, por que os camicazes usavam capacetes?” ou algo do gênero.

Abri a boca, pensando que de lá sairia algo de útil.

– Aaahn… - Soltei, piscando. - Ela gosta de… Unicórnios… E rosa…

Pedro riu pelo nariz, achando muita graça naquilo tudo.

– Mais alguma coisa, amiga número um?

Pensei por um instante, surpresa comigo mesma por não saber de quase nada da Marcela.

– Hm… - Já que eu estava vendo que eu chovia no molhado, decidi resumir tudo - ela gosta da maioria das coisas que eu odeio. Se vira.

Pedro me largou e fez um positivo com a mão.

– Agora sim. - Ele pegou a maçaneta da sua porta quando me virei para ir embora, o mesmo sinal na mão - tenha um bom dia, megera. Te encontro à noite.

Assenti e atravessei a rua. Entrei em casa sem fazer barulho, como uma verdadeira ninja. Todos estavam na cozinha, falando alto e animadamente, então ninguém me viu entrar nem sair.

É, eu sei.

Pode me chamar de Bond.

Katrina Bond.

Caminhei até onde eles estavam, e, depois de alguns minutos, aquele bando de escravos e, bem, eu, estávamos indo até o lugar onde experimentaríamos as roupas.

Não vou mentir e dizer que não estava animada, porque, sim, eu estava muito animada. Eu ia me vestir de pirata. Finalmente meu sonho de criança estava concretizado.

Eu iria dizer “arw!” com o bendito tapa-olho, espada na jugular, botas de cano alto e de quebra eu não iria parecer uma babaca.

Mágico, eu sei.

*

O caminho todo nós falamos sobre coisas aleatórias. De tempo nublado a sorvete de creme. Minha mãe também estava animada. E feliz. E era bom ver minha mãe feliz, porque a maioria do tempo ela só finge para que eu fique feliz também.

Todas as mães fazem isso.

O carro estacionou devagarinho, fazendo Marcela soltar um grito, animada. Ela bateu palmas, feliz.

– O.k., bem, minha casa está uma bagunça por causa da festa e tudo mais… Então, hã… Tentem não reparar. - Ela, antes de se levantar, voltou a sentar-se no banco, aflita - ou melhor… Reparem nas macieiras, não na bagunça. É, sim. Isso.

Levantei uma sobrancelha.

– Você tem macieiras na sua casa?

– No jardim. - Ela explicou, abrindo a porta do carro.

– Ela tem um jardim com macieiras - grunhi, baixinho, para a minha mãe, enquanto ela se levantava, curvada, desamassando a saia.

– Shhh - ela me censurou, arregalando os olhos - seja dis-cre-ta.

– A-ha. - Falei, sem graça, fechando a cara - até porque, como você sabe, eu sou a discrição em pessoa. - Descemos juntas do veículo, ela agarrando meu cotovelo desajeitosamente, já que seus saltos não ajudavam com descidas.

– Só… - Ela falou com dificuldade, olhando em volta com desconfiança - seja decente. Não faça traquinagens e nem olhe na bunda do jardineiro. Acha que consegue? - Ela sussurrou, os olhinhos faiscando.

Isso era um desafio? A-ha, ela sabia como me controlar.

– É claro que sim - grunhi em resposta. - O difícil vai ser me fazer gostar da família da Marcela.

Minha mãe agarrou a minha mão e olhou para trás, observando todo o pessoal descendo do carro. Marcela já estava lá na frente, entrando em um pátio enorme cheio de mesas, exposto ao céu aberto. Lá havia várias pessoas organizando coisas, vestidos à rigor.

O local onde nós descemos era feito de tijolos - até o tijolos deles eram chiques e tinham ar de sofisticados -, com grama, árvores e outras coisas em volta. Poderia ser um parque, mas era só o jardim da Marcela.

Quando todos desceram e Camila teve a brilhante ideia de perseguir uma borboleta - saindo em disparada, excitando Hércules, que correu atrás dela. Isadora deu um berro, histérica, e tentou acompanhá-los, correndo como uma jovem de dezessete anos.

Jonas vinha andando atrás de nós, calmamente, olhando em volta com deslumbre. Serena voltou sua cabeça para frente novamente, e começou a cochichar comigo.

– Como sabe que não gosta deles se nem ao menos os conheceu? - Ela perguntou com descaso.

Olhei para ela como se não fosse óbvio.

– São ricos - grunhi, incrédula.

Mamãe revirou os olhos.

– Mas você gosta da Marcela, certo? É isto que importa. Os filhos não têm que ser iguais aos seus pais. Quer um exemplo? - Ela mexeu a mão livre, simplória - o Pedro. Ele é um doce de pessoa, mas ele tem aquela vaca que chama de mã…

– Desculpe, mas, quem é vaca? - Interrompeu alguém com a voz fina, logo à frente de nós.

Paramos de andar abruptamente, e viramos a cabeça para encarar a dona daquela voz. Uma mulher de meia-idade, o cabelo louro bem esbranquiçado, marcas de expressões no rosto, estava na nossa frente. Ela vestia um vestido de cetim branco, sem detalhes - mas parecia valer um pulmão.

Só podia ser a mãe da Marcela.

Minha mãe obviamente tinha ficado sem graça. Não é todos os dias que ela diz palavras de “tão baixo-calão” na frente de uma mulher fina como aquela. Serena abriu a boca, sem graça.

– Oh, Deus… - Ela exclamou, pigarreando.

A mãe de Marcela deu um sorrisinho, parecendo não se ofender nem um pouco. Nossa, que vontade eu estava de empurrá-la - por questões científicas, é claro; ela parecia frágil e estável como vidro. No meio de meus devaneios, percebi que ela olhava docemente para mim.

Ah, o.k. Sem saber o que fazer, encarei-a também. Mas, francamente, só funcionava com olhares maliciosos, maldosos e assassinos. Não é como se eu estivesse acostumada a receber os melhores olhares que alguém pudesse ter.

Ela riu de novo, dessa vez pelo nariz.

– Vocês são tãão parecidas! - Ela exclamou de repente, a voz embargada por uma alegria repentina. A mulher nos deu um tapinha fraco no braço - mãe e filha! Iguaizinhas!

Minha mãe achou que era hora de se apresentar.

– Ah, sim, dizem muito isso - ela riu forçadamente. - Bom, hã, eu sou…

Ela a interrompeu com um movimento bruto de mão.

– Não precisa se apresentar, querida! Sei absolutamente tudo sobre vocês! - Ela esticou o braço formalmente para minha mãe - realmente é como dizem: os Dias são ainda mais bonitos quando olhados pessoalmente! - Minha mãe sorriu e apertou a mão dela com cuidado. - Serena, é um prazer conhecê-la!

Definitivamente era a mãe da Marcela.

Serena pigarreou, desacostumada com tudo aquilo.

– Ah, bem… Obrigada pelo elogio - um riso nervoso se soltou de sua garganta - e, é um prazer conhecê-la também. Creio que conhece minha filha, certo?

Quando a batata está quente demais, passa para a outra aguentar.

A mulher abriu os braços e avançou contra mim. Meus instintos diziam para eu dar um chute na barriga dela, mas fui impedida por um abraço de urso. Seu cabelo cobriu todo o meu rosto, fazendo-me sufocar um pouco.

– Katrina, não sabe o quanto estou feliz em ter finalmente te conhecido! Me falaram tanto de você e essa sua língua afiada!

Olhei para minha mãe, que estava com a mão contra o rosto. Ela, então, moveu os lábios:

Seja legal.

Dei um tapinha nas costas da mulher, ainda me acostumando com aquilo.

– Ah, sim… Minha templária língua afiada. - Disfarcei, sem saber o que fazer em seguida - pois é. Todos dizem isso.

Ela se afastou de mim com um sorriso no rosto. A mulher pegou minha mão e a mão da minha mãe.

– Quero que saibam que está sendo muito bom conhecê-las. Obrigada, de verdade, por acolher minha filha problemática. - Ela deu um sorrisinho - agora vamos logo experimentar algumas roupas, estou ficando ansiosa!

Minha mãe sorriu, agradecida.

– Ah, nós que agradecemos. E como!

“Só você está agradecendo… Nem me darei ao trabalho…” pensei, estreitando os olhos. A mãe de Marcela, que no caso se chamava Marina - nome muito nada a ver com sua personalidade; no mínimo teria de ser Lurdes -, era uma mulher simpática demais, com a fala fina demais, passional demais e feminina demais.

Resumindo: Marcela era a cria mais cuspida e cagada que se existe no universo.

As duas se gostaram e ficaram conversando no jardim. Seria lindo e maravilhoso se não houvesse um pequeno detalhe: eu estava ali do lado, parada como uma tonta, desejando entrar e tomar um copo d’água. Mas, quando tentei me desgrudar dali, minha mãe só segurou com ainda mais força minha mão. Suas palavras - “seja legal”– ficaram batucando na minha cabeça, e eu fui obrigada a sorrir formalmente para aquela mulher.

Eu já estava criando raízes quando Marina deu um gritinho.

– O.k., chega de conversa fiada! Vamos experimentar coisas, o.k.?! Vamos, vamos!

Ela foi andando na frente, toda alegre, enquanto o sorriso da minha mãe murchava aos poucos, ela me puxando na direção da casa.

– Filho de peixe… - Ela começou, em um sussurro.

– … Peixinho é. - Completei, também aos cochichos.

Ela sorriu e me olhou seriamente.

– Seja legal, Katrina. Sério. Estamos em uma residência chique e reservada, com pessoas finas e que estão sendo legais conosco. Nada mais justo que ser legais com eles também. Mantenha o desafio - ela repetiu, dessa vez como um código para: se falar baboseira na frente deles, te corto a cabeça.

“Mantenha o desafio”.

Ah, com certeza eu vou.

Do meu jeito, é claro.


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Notas finais do capítulo

Oláaa! E aí, o que acharam? Ha-ha, e aquilo pode ser considerado como um beijo? UHSAHSAHSUASAHUHUAS
Quero reeealmente saber o que vocês acharam, hein? QUALQUER errinho vocês podem me avisar (eu escrevi ""guinomo"" no outro capítulo e vocês não falaram nada HUEHEHUEUE)! Vocês sabem como é, escritora iniciante tem sérios problemas com norma padrão ;---;
Espero meeesmo que vocês tenham gostado,
Comentem bastante!
PS: Inspirei essa Katrina caloteira na Géssica! Amo você! :3