Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 5
O Pikachu Me Encurrala No Banheiro


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente :3
Como vocês estão? Eu estou ótima, só que morrendo de vontade de matar Katrina ò3ó Por que tão cruel, Katrina? Pobre Camila T^T
Bom, que vocês aproveitem o capítulo,
Boa leitura ♥



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Eu não aguento. Irei protestar. Se você tem um irmão mais novo, você já tem meu respeito. Se você é o irmão mais novo, você foi um filho da puta quando bebê, e irritou até sua vizinha chamada Lúcia.

Não estou brincando. Camila grita tão alto que meus tímpanos vibraram. Só por que eu lhe dei uns beliscões.

Eu não sou a malvada aqui, o.k.? Eu bem que gostaria, mas não sou.

Quatro semanas e três dias se passaram desde que a peste entrou na minha vida. O pior era que hoje eu teria que me arrumar para ir para a escola. Segundo Grau, nem queria imaginar como eu me sairia.

Eu sonhei algo muito legal.

Eu estava no banheiro. Ao meu lado, o Jason. Eu sorri quando o vi. Olhei para a privada e vi Camila e Pedro amarrados em uma corda.

– Katina, tira a gente daqui! – Camila gritou.

– Katrina, socorro! – Gritou Pedro.

Mas não tive dó nem piedade. Dei a descarga. Os dois rodopiaram e foram sugados pelo cano.

Eu acordei como de costume: sendo chacoalhada por mãozinhas gordas e pequenas.

– Katina... Quero fazer pipi. – Ela colocou os dedos na boca.

 Sim, ela me chama de "Katina". Tenho vontade de matá-la. 

– Então vá sozinha. Eu estava tendo um sonho ótimo. – Virei de lado.

Camila puxou minhas cobertas, fazendo com que eu me encolhe-se.

– Vamos Katina, vamos!

– Ah, saco. – Resmunguei.

Levantei da cama contrariada e fui obrigada a pegar na mãozinha dela. Descemos até o banheiro, e obviamente não perdi a oportunidade de empurrá-la no último degrau de escada. A coloquei sobre a privada, e esperei para que ela acabasse.

– Katina, acabei. – Ela me informou depois de três minutos.

– Orra, até que enfim.

Eu a coloquei no chão e a limpei. Ela abotoou sua calça e a levei até a porta do quarto da mamãe

– Tchau. – A empurrei com o pé.

Já ia embora quando ela pegou a barra da minha blusa.

– Não vai me colocar para mimir? – Ela fez um beicinho.

Eu sorri.

– Não. Agora vai dormir, porque eu tenho aula hoje, e se não dormir... – O despertador tocou no meu quarto.

Eu queria jogar Camila pela janela.

*

Não demorou muito para que eu me apronta-se. Já estava completamente arrumada quando uma gorda entrou no meu quarto pelada, com papel, caneta e um tufo de cabelo para cima.

– Camila, vem se arrumar! – Mamãe gritou lá de baixo.

– Não! – Ela deu risada e entrou no meu baú de roupas sujas.

Eu ri.

Agachei e tranquei o baú. Sai do quarto tranquilamente, deixando Camila chorando de desespero lá dentro.

Desci contente e roubei o único presunto que estava indefeso na torta de presunto e queijo.

Abri a geladeira e peguei um tapoer de tampa azul. O abri e vi que era a carne moída da janta de ontem. Comi aquilo mesmo. E sim, não temos um café-da-manhã civilizado desde muito tempo. Na realidade, eu nunca tive um café da manhã decente.

Fui até o banheiro e escovei os dentes.

– Katrina, cadê a Camila? – Perguntou a minha mãe.

– A tranquei no meu baú.

Ela arregalou os olhos. Mamãe saiu correndo lá para cima. Eu adorei. Fui até a cadeira na cozinha e ajeitei minha bolsa no ombro.

– Estou indo para o inferno, mãe! – Gritei.

– Tá bom, boa aula! – Ela gritou de lá de cima.

Não vai ser nada boa.

A minha escola não fica muito longe de casa. É só passar pelo mercado-de-tudo e virar a esquina. E lá estava eu, mal-humorada como sempre, atravessando a rua com mais trinta alunos psicopatas e estranhos.

Bom, como de costume, começou os murmúrios relacionados a mim. Atrás de mim, dois garotos estavam conversando.

– Aquela ali da frente... A ruiva... – Um deles me relatou. – Bonitinha ela, não?

– Você não quer mexer com ela... Você não conhece os boatos? Ela é a Garota-Gelo. Ela é fria, grossa e mal-humorada. Além de ser muito boa com artes macias! Dizem que ela pode te matar com um garfo.

Isso foi ridículo. Verdade, mas ridículo. Eu me virei para encará-los. Um deles corou, o outro abaixou a cabeça.

– Oi. – Disse o corado.

Eu mostrei o dedo do meio para ele.

*

Entrei na escola e recomeçou tudo de novo. Mais boatos ridículos e coisas assim. Acenei para a monitora na entrada, e segui para o pátio interno. O pátio interno era feito de tijolos vermelhos, mas estavam marrons.

Subi as escadas para o terceiro andar e entrei na minha nova sala. Sala doze. Quando eu entrei, as conversas se cessaram, e cabeças viraram para me encarar. Algumas garotas no fundo da sala cochicharam.

– Também odeio todos vocês. – Anunciei.

Fui até o último lugar da fileira ao lado da janela e vi que estava ocupada por um garoto com uma camisa escrita: Sou nerd.

Já o odiei.

Ele olhou para cima e me encarou.

– Não vou mudar de lugar.

– Sim, você vai. A menos que queira esta sua lindíssima camisa enfiada em outro lugar. E pode apostar que não vai ser gostoso. – Eu sorri.

– Espera... Você é Katrina? – Ele arregalou os olhos.

– Não, sou Michele Obama. Agora fora.

Ele pegou suas coisas rapidamente e se sentou na cadeira ao lado.

Eu me sentei na cadeira devagar e coloquei minha bolsa no chão. Eu fiquei observando o movimento de idiotas.

Foi ai que algo de fato me assustou. Não sei como, mas uma coisa entrou na sala. Sim, uma coisa. Para ser mais sincera, o garoto ao meu lado exclamou:

– Pikachu!

Então eu saquei que era coisa de nerds. Uma garota com cabelos louros escuros e maria-chiquinha entrou com um macacão amarelo. Ela começou a gritar e bater palma.

– Pika, pika! – Ela gritou. Vários alunos gritaram de alegria.

Eu já estava pensando que ela era uma tarada ou coisa assim. Por isso, já a adorei.

Mas ai tudo perdeu a graça quando ela se sentou na minha frente. As marias-chiquinhas dela atrapalhavam a minha visão. Além do fato de que o macacão ser tão amarelo, mas tão amarelo que me ofuscava.

Eu a cutuquei no ombro.

– Sim? – Ela se virou e sorriu.

– Essas suas marias-chiquinhas ridículas estão atrapalhando a minha visão.

Ela sorriu sem jeito.

– Me desculpe?

Eu queria socá-la.

– Não consigo enxergar a lousa porque seu cabelo está atrapalhando! Em outras palavras, dá para tirar isso?

Ela pareceu surpresa.

– Minhas amigas disseram que eu estava bonita. – Ela choramingou.

– Então elas não são as suas amigas. Por que tudo isso – Eu fiz círculos em frente à sua cara. – É ridículo! Quem é teu amigo, faz uma verdade dolorida do que uma mentira reconfortante.

Ela se iluminou.

– Então... Você é a minha amiga?

– Ahn... Eu nunca disse isso...

Mas foi tarde demais.

Essa garota chama Marcela Agostino. E ela tem um jeito de falar, que eu chamo de jeito metralhadora.

Ela vai despejando informação em você, sem querer saber se você está interessado ou não. Eu aturei isso por três aulas. Quando bateu o sinal do intervalo, eu corri para a porta. Mas Marcela me seguiu. Eu andei rapidamente até o refeitório, mas ela me seguiu. Tudo isso, falando.

–... Então, o Ben falou que eu estava bonita e tal, mas eu não acreditei porque Lindinha falou que não ficava bem em mim. No final, eu acabei comprando...

Eu não entendi o resto da conversa porque estava muito ocupada afiando meu lápis para enfiá-lo em sua garganta. Eu tinha até um plano: Eu a convido para ir ao banheiro, nós vamos e eu mato ela na cabine. Discreto e seguro.

Eu me sentei em uma carteira no refeitório, e Marcela veio atrás.

– Então o Carlos não aprovou aquilo... – Ela parou e acompanhou um garoto com o olhar. – Uau, que gato. Mas bem, continuando... – Eu levantei minha mão.

– Isso é uma novela?

Ela pareceu ofendida.

– Não, Katrina. Foi o que aconteceu ontem. Você não ouviu a primeira parte “ontem, no acampamento”?

– Não. Na realidade, eu não me importo com sua vida pessoal. Eu não me importo com você. Não sou nada sua. E nunca vou ser. Na realidade, quem tem uma amiga como eu, não precisa de inimigos. – Eu cortei uma manga que a cozinheira me dera na entrada e a comi.

Ela sorriu. Ela tinha um aparelho cor de rosa. Já a odiei um pouquinho mais.

– Katrina, eu prefiro ter um inimigo verdadeiro a ter um amigo falso. Foi isso que você me ensinou, amiga. – Ela pegou minha mão.

Eu me senti extremamente desconfortável.

– Você é maluca? Só disse que suas supostas amigas disseram mentiras. Só isso. E outra, eu nunca vou ser sua amiga.

Então um flash me atingiu nos olhos. Eu os fechei, ainda vendo galáxias. Então eu me liguei.

– Por que diabos você ainda está com esse macacão? – Eu gritei. – Por que diabos você veio para a escola com ele? E por que você está perto de mim com isso?

Ela corou.

– Eu gosto de você, Katrina. Você abriu meus olhos. Realmente, Lygia e Carmen são más amigas. Elas me fazem varrer a casa delas.

Eu suspirei e passei as mãos no meu rosto.

– Sabe qual é o seu problema? Chama os outros de amigo rápido demais. Como dizem: “você conhece muito mais uma pessoa em um minuto de brincadeira, do que em um ano de conversa”. Tente conversar mais com uma pessoa. Eu posso ser uma serial killer, uma estupradora, uma ladrona. Tudo. Mas você não saberia. E além de tudo, confiaria em mim. E ai, eu poderia te trair quando menos você esperar. E ainda assim, você me chamará de amiga. – Eu apertei meus olhos.

Katrina, sem voltar ao passado, sem sofrimento.

– Nossa... Katrina... Você parece entender muito disso. – Ela passou as mãos sobre o peito.

– Não, não pareço.

– Parece sim. Há algo em seu passado? – Ela sorriu.

– Não lhe interessa. E outra, você não tem nada com a minha vida.

Eu me levantei apressada e lhe dei as costas. Fechei meus olhos mais uma vez por conta do flash lançado pelas câmeras.

Eu esbarrei em algo ou alguém.

– Olhe por onde anda, idiota. – Avisei.

Abri meus olhos devagar e vi Pedro, sorrindo.

– Oi, megera.

– Nossa, que sorriso mais falso o seu, hein? Só me faz sentir pior do que já estou.

– Vi que está conversando com o Pikachu. Conversa eletrizante? – Ele sorriu.

Eu fiz cara de cego em tiroteio.

– Você nunca viu Pokémon? – Ele me perguntou.

– Ahn... Não.

– Meu Deus, Katrina. O que você assistiu quando criança?

– Vídeo pornô. Agora me dá licença que tenho que passar uma água no rosto.

– Cuidado com o Squirtle. – Ele me avisou.

Eu só fiquei mais confusa.

Entrei no banheiro e quase tive um treco. Marcela estava ali.

– Ah, qual é... – Eu disse desconfortável. – Se teletransportar não é legal. Não faça isso.

Ela riu.

– Não seja boba, Katrina. Humanos não se teletransportam. Eu só circundei você e aquele garoto gato de morrer e vim aqui correndo.

Eu tossi.

– Gato de morrer? Precisa de óculos.

– Não, sério! Ele parece um Alex Pettyfer novo... Ele é muito lindo!

– Tá bom, tá bom... Por que você me seguiu?

Ela suspirou.

– Katrina... Quero ser sua melhor amiga. Eu quero descobrir o seu passado e fazer parte do seu futuro. Eu quero que você confie em mim, igualmente o quanto eu irei confiar em você. Quero que nós duas sejamos inseparáveis.

Eu engoli em seco.

– Marcela, não use drogas.


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Notas finais do capítulo

Oi, de novo, meus docinhos u-u
Indagaram o passado de Katrina,será que agora que ela desembucha?
Eu, particularmente adorei Marcela '3'
Bom, é isso, espero que vocês tenham gostado >u<
Até o próximo capítulo *w*