Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 44
Ela Não É o Problema


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente :3
Eu já esperava que as pessoas adivinhassem o que a megera tinha feito -q
Provavelmente, quando vocês acabarem de ler, vão ficar assim: Masoq.
Mas seeeem pânico, nas notas finais eu explico -q
Eu meio que me decepcionei com o resultado do capítulo. Falta de prática, eu acho. Mas escrever cuidados médicos não é comigo, como vocês irão ver.
Se estiver "vago" me desculpem, tenho que treinar mais Ç-Ç
Espero que vocês gostem, e se tiverem alguma dica para me dar, eu aceito de coração *uu*
Boa Leitura ♥
PS: Vejam esse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=z5NRWM3FgqA
Rrçrçrç



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Eu levei um susto tão grande que fiquei sem reação por alguns segundos.

Pedro havia sido baleado. Por minha causa.

Minha mão estava toda ensanguentada, e o peso dele não ajudou nada.

O carreguei com dificuldade até em casa e o sentei com cuidado no sofá. Ele estava arfando, todo suado.

– Katrina... – Ele gemeu. – Eu vou morrer.

Entrei em desespero.

– Não vai, não... – Eu disse enquanto passava a mão em seu rosto. Deixei uma marca vermelha por onde passava a mão. – Calma...

Peguei o celular da minha mãe que estava em cima da estante e corri para o banheiro.

Enquanto digitava o número da ambulância, peguei minha toalha e voltei para a sala.

– Central de atendimento, bom dia? – A moça disse.

– Oi, o meu vizinho foi baleado. Preciso de cuidados agora. – Eu disse ríspida.

Peguei Pedro e o virei de bruços, o depositando na toalha no chão.

– Você quer uma ambulância?

Bufei.

– Se ele foi baleado, é claro que eu quero um barco, né.

Tirei a camisa dele com certa dificuldade e fiquei observando o machucado.

A bala estava afundada na pele, fazendo o sangue jorrar feito água. Estava cheio de pus e pele morta.

Funguei enquanto dizia as informações para a moça.

Ela desligou garantindo que estaria aqui em menos de uma hora. O que foi um belo motivo para que eu entrasse em mais desespero ainda.

Eu me lembro das aulas de ciências, onde o professor dizia que se o sangue ficar jorrando feito água, provavelmente a pessoa irá morrer de hemorragia. Ainda tem o problema da bala. Se Pedro pegar tétano, aí que as coisas vão ficar tensas.

E o pior é que a minha casa é o melhor lugar possível para se pegar tétano.

Se ele começar a ficar com espasmos e quebrar o diafragma, a culpa vai ser minha.

Entrei em um colapso interno. Eu precisava fazer alguma coisa.

Larguei o celular totalmente manchado de sangue em cima do sofá e corri para a cozinha.

Abri a última gaveta da nossa pia e tirei um alicate universal e o coloquei embaixo da água da torneira.

Peguei uma assadeira e coloquei o alicate ali. Joguei dentro do forno e o liguei.

Corri para o banheiro e peguei a caixa onde tinha esparadrapos e água oxigenada. Peguei uma bacia e a enchi de água da torneira, mesmo.

Voltei para a sala e coloquei a bacia ao lado de Pedro.

Peguei a camisa dele e a molhei com a água da bacia.

Eu estava pronta para molhar o local quando eu travei.

Coloquei a mão no rosto.

– O que eu vou fazer? Meu Deus... – Eu murmurei.

Respirei fundo e molhei o machucado sem dó nem piedade.

A bala se remexeu ali dentro, o que me deu um calafrio na espinha.

Depois que eu molhei as suas costas inteiras, ele começou a arfar. Abri a janela da sala e corri para a cozinha.

Peguei, com a ajuda de uma toalha, a assadeira, que estava borbulhando de tão quente.

Apanhei o alicate com uma luva e fui andando calmamente até a sala.

Ajoelhei-me ao lado de Pedro e quando eu estava quase tocando a bala com o alicate, ele começou a murmurar coisas estranhas.

Tirei uma das luvas e passei minha mão no comprimento de seu braço.

Um rastro vermelho se formou e os meus olhos começaram e se encher de lágrimas. O que ele havia feito foi pura loucura.

– Ai, caramba. – Eu solucei. – Pedro, você é um maldito.

Peguei a bala com cuidado e comecei a retirá-la. Veio de brinde sangue, pus e algumas coisas não identificadas. A joguei no chão.

Suspirei, aliviada. O sangue ainda jorrava, mas era em quantidade menor do que antes.

Eu tomei um susto quando Pedro deu um espasmo.

O susto foi tão grande, mas tão grande que a ponta do alicate caiu em cheio no meu colo.

Eu gritei de dor quando uma mancha vermelha e borbulhante se formou na minha perna. Eu gritei de fúria e ataquei o alicate lá para a cozinha. Ele deslizou e parou debaixo da mesa. Fiquei observando enquanto a mancha se alastrava, me deixando cada vez com mais dor. As lágrimas corriam e corriam, a maioria das gotas caindo nas costas do Pedro, que não sentia nada.

Coloquei minha mão em forma de concha na minha perna e apertei os olhos, descrente de que uma queimadura doesse tanto.

Olhei para Pedro, que parecia dormir.

Coloquei a mão em sua bochecha e ele deu um suspiro.

Não demorou muito para que eu ouvisse o som de um carro estacionando.

Levei um susto e enxuguei as lágrimas, tendo em mente assuntos mais importantes do que uma porcaria de queimadura.

Manquei até a porta e a abri em um solavanco, deixando entrar dois rapazes e uma maca.

Eles não perderam tempo e pegaram Pedro cuidadosamente, o colocando na maca e o amarrando ali.

Então um enfermeiro se apoiou na porta e ficou me encarando. Ele tinha um olhar severo.

Forcei um sorriso e abaixei a camisola, escondendo a ferida.

– Que bela queimadura tem aí. – Ele disse. – Vou te dar um remédio, vem aqui.

Os caras com o Pedro na maca saíram pela porta e eu sorri.

– Não precisa. Só me fala o que eu tenho que fazer, eu posso me curar. – Abanei para ele. – Cuida do menino.

Ele fechou a cara. O enfermeiro ia dizer alguma coisa, mas sua colega o chamou e ele teve que correr para dentro da ambulância.

Eu fiquei realmente assustada quando a limusine de Marcela estacionou e Rodrigo saiu correndo dali.

Quando ele me encarou, foi direto na minha perna. Ele arregalou os olhos e eu tive que a abaixar novamente a camisola, para que ele não visse o machucado.

– Katrina... – Ele começou.

Pressionei o indicador nos lábios e ele ficou confuso.

Uma penca de gente saiu de lá de dentro e inclusive Lúcia, que estava mofando na casa dela saiu para xeretar.

Quando ela me viu, estreitou os olhos como se dissesse: “eu ainda vou te ferrar, menina. Só espera”.

Sorri e pisquei para ela.

Mas aí eu me lembrei de algo importante. Corri, desesperada para a ambulância e escancarei a porta. Os enfermeiros se assustaram.

– Não pode entrar aqui, menina. – Um deles disse.

– Já entrei. – Eu disse.

Uma moça que estava de máscara me fitou por alguns segundos.

– A bala foi retirada... Foi você?

– É. Mas vocês têm que guardar segredo.

Eles se assustaram.

– Por quê?

Ri.

– Não vai ser bom para mim se as pessoas souberem que eu estou amolecendo. – Resmunguei.

– Desculpe? – A moça indagou.

– É só que... É melhor ser a malvada de tudo. É bem mais simples. Você sofre menos.

Um homem ao meu lado pigarreou.

– Você já sofreu? Nossa, tão jovem.

– Pois é. “Para você não ter o seu coração quebrado, finja que não tem um”. Já ouviram? Essa frase meio que me define. Eu fiz isso pelo Pedro porquê... Ele é alguém que merece.

A mulher olhou para o rosto de Pedro.

– Não se preocupe, ele ficará bem. – Ela disse.

Ri.

– Só guardem o segredo.

Virei-me para as portas e as abri.

Minha perna estava latejando, mas eu consegui disfarçar e entrei em casa.

Passei por olhares mortais, e antes de chegar a casa, a mãe de Pedro me abordou.

Virei-me para ela.

– Katrina... Você realmente deixou meu filho na mão e foi dormir? – Ela perguntou com uma expressão partida.

– Isso aí. Por mim ele morreria.

E entrei em casa.

Fechei a porta e estava pronta para receber olhares terríveis e de puro ódio, mas quando me virei para encarar o pessoal, eles estavam com uma expressão de adoração.

Marcela estava emocionada e correu para me abraçar.

– Katrina, não sabe o orgulho que estou sentindo de você! – Ela disse.

Fiquei confusa.

– Que?

Mamãe pegou a toalha e todos as ferramentas que eu tinha esquecido de retirar e jogou na minha frente.

– Você retirou a bala dele. – Isadora disse, pegando o pequeno cilindro de metal. – Não esperava isso de você.

Sorri.

– Ninguém nunca espera nada de mim. Por isso que eu amo ser eu.

Agora... O real motivo para que eu faça isso e depois peça segredo?

É mais ou menos como dizer assim: Katrina, você se fodeu, como sempre. Dançou, caiu na lava. Já era. Game Over. Prepare-se para se sufocar com o sentimento mais filho da puta do mundo. Aquele que te faz ver caveiras dançando envolta da cabeça da pessoa. Aquele que manda você morrer. Pois é, bino. Dançou. É tipo isso.

Tô amando.

Olha a desgraça.

Pedro Pov.~

Uma mistura de adoração, ansiedade, medo e satisfação tomou conta de mim.

Não parava de sorrir.

– O único trabalho que nós tivemos foi fechar esse machucado e te enfaixar. – Completou o enfermeiro.

Sorri.

– Sabe... Ela tem razão.

– O quê? – O enfermeiro ficou confuso.

O problema não é a Katrina. O problema são as pessoas que vivem em volta dela.


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Notas finais do capítulo

Oi, gente :3
Sobre o capítulo e a reação "masoq" de vocês: tudo será explicado mais para frente :3 Nos três próximos capítulos, para ser mais sincera.
Gente, e eu esses dias:
"Ah, vou rever os capítulos, né.
Cap 01... 10... 30... 43."
Quase tive um colapse nervoso quando vi que a fic já está no seu quadragésimo terceiro capítulo O.o E eu tinha planos para que ela chegasse só no trigésimo e tal. E olha que tem coisa para acontecer.
~Choquei~ USAUHAUHSUASASHU
Mas é isso, chega de falar de vida pessoal ASUSUAUSAUAS
(Vocês repararam que as notas estão ficando cada vez maiores? o.O Quando o último capítulo chegar [e olha que não tá longe] vai ficar imenso USAHUSAHUHUSA)
Espero que vocês tenham gostado,
Comentem Bastante! ♥