Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 39
Sequei Uma Geladeira


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente :3
Desculpem meeeeeesmo a demora do capítulo ;-; A Barbara e a Sofia estão de prova que o meu PC está com problema. Toda a hora ele fica desligando, mas, meu primo salvador o arrumou o/
Não sei até quando ele vai ficar bom, mas vamos rezar u-u
O capítulo está monótono e sem graça, eu admito ;-; Só que eu não tinha ideia do que colocar nele, afinal, está mais fofo do que com ação. Acho que no próximo capítulo vou colocar uma coisa que vocês vão ~provavelmente~ dar risada u3u (Dica: Katrina [como sempre] vai estragar tudo HUSAHUSAHAU)
Mas espero que vocês gostem,
Boa Leitura ♥



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  Fiquei pasmo.

- Katrina... Você bebeu. Eu disse para você não beber.

  Ela deu uma gargalhada e lançou suas mãos para cintura.

- Eu não bebi... Eu me entupi de bebida!

  Ri.

- Percebi. – Lhe dei um tapinha na cabeça. – Vai, entra.

  Ela sorriu e correu lá para cima.

  Balancei a cabeça em negativa e subi para o meu quarto contrariado.

 Quando cheguei lá, Katrina estava encarando a cama.

- Eu não gosto dessa cama. – Ela disse.

  Sorri.

- Quem tem que gostar da cama sou eu. Afinal, eu durmo nela.

  Ela riu e se jogou de bruços.

  Caminhei até o guarda-roupa e tirei uma camisa branca e um short. Joguei na cara dela.

- Se veste. Vou ao banheiro.

  Saí do quarto e caminhei pelo corredor. Quando cheguei ao quarto de Rodrigo, vi que ele estava dormindo. Suspirei, aliviado. Fechei sua porta e caminhei até o banheiro.

  Fechei a porta atrás de mim e joguei água no rosto, e depois passei no cabelo, parando na nuca.

- Pedro, calma. – Murmurei para mim mesmo. – A garota que você amou por dois anos vai dormir contigo. Calma. Ela está bêbada.

  Enxuguei o rosto e me encarei mais uma vez. Tomei coragem e voltei para o quarto.

  Katrina estava de pernas para cima, olhando o teto. A camisa tinha ficado enorme nela.

  Os bracinhos finos e delicados estavam cobertos até o cotovelo, e o short virou praticamente uma calça para ela.

  Me deitei ao seu lado e apoiei a cabeça na mão, a observando.

  Ela olhou para mim.

- Pedro... Você é um sem vergonha.

  Eu sorri.

- Por quê?

- Porque está deitado ao lado de uma garota.

- Na realidade, eu te trato mais como uma cobra. Garota não combina contigo.

  Ela sorriu.

- É verdade. Sou desprezível. Não sei cuidar de crianças, não sei contar histórias, sou péssima na cozinha, tenho um temperamento horrível, ninguém gosta de mim, tenho um fetiche por gordinhos e tenho medo de ratos. Não tenho nenhuma qualidade.

- Tem sim. – Eu passei a mão na sua orelha. – Você é inteligente, engraçada, sabe aproveitar um momento, não se leva fácil pelas coisas e é absurdamente encantadora. Eu te amo por causa disso, Katrina.

  Ela olhou nos meus olhos.

- Estou bêbada pra cacete, então não vou lembrar-me disso mais tarde.

  Assenti.

- Tô sabendo.

  Cacei a filmadora na gaveta e comecei a filmá-la. Decidi brincar com ela.

- Katrina, me diz qual o nome do animal que é branquinho, adora cenouras e tem orelhas enormes?

  Ela pensou por um instante.

- Marcela.

  Comecei a dar risada.

- E qual é o nome do animal que late, te segue até o fim, é grudento e é inseparável?

- Marcela.

   Sorri. 

- Fala paralelepípedo.

- Para... Pedo.

  Balancei a cabeça enquanto ria. 

- Katrina, complete: se Maomé não vai à montanha...

- É porque ele se mandou pra praia.

  Ri.

- É dando que se...

- Engravida.

  Balancei a cabeça enquanto dava risadinhas e salvei o vídeo. A guardei de volta na gaveta.

  Coloquei o travesseiro sob a minha cabeça e puxei a cabeça da megera sobre o meu peito, afinal, não tenho outro travesseiro.

  Apaguei a luz e fechei os olhos com força, tentando pegar no sono.

- Pedro... – Katrina começou.

- Hum?

- Gosto de você mais do que gosto de dormir. Fique ciente disso.

  Engasguei com a minha própria saliva e comecei a tossir.

  Katrina riu e me deu tapinhas no peito.

  Foi aí que eu fiquei tenso. Katrina começou a suspirar e murmurar coisas inaudíveis.

  Meu Deus, essa menina mexe comigo.

*

  Katrina Pov.~

  Fazia um bom tempo que eu não dormia assim. Estava tão bom, que nem sonhar eu sonhei.

  Apertei os olhos e me esfreguei no travesseiro.

  Levantei a cabeça e quase tive um tique nervoso.

  Meu travesseiro era um italiano com uma expressão de paz no rosto. Seu peito enchia e se esvaziava com os batimentos cardíacos regulares.

  Tentei escapar, mas uma de minhas mãos estava tão agarrada à mão dele, que foi impossível me soltar. Minhas pernas e as pernas de Pedro estavam tão emaranhadas que se não fosse a calça, eu não saberia quais eram minhas pernas e quais eram as pernas dele.

  Cutuquei seu rosto com a mão livre e ele piscou.

  Pedro abriu os olhos e me olhou por alguns segundos.

- Bom dia, megera.

  Fiquei boquiaberta.

- “Bom dia”? Nós estamos quase nos fundindo e você vem e fala “bom dia”. Não é possível, cara. Vou te processar por danos aos animais. 

  Ele deu uma risadinha abafada e soltou minha mão.

  Pedro se sentou na cama e desembaraçou nossas pernas. Ele colocou as minhas cuidadosamente sobre a cama e colocou as dele para fora da cama.

  Ele se espreguiçou e eu pude ver com detalhes os músculos do braço e das costas dele se tencionarem.

- Aonde vai? - Perguntei. 

  Ele olhou para mim.

- Cozinha. Vou preparar seu café.

  Pisquei.

- Eu vou para casa. Aliás, por que estou aqui?

- Marcela te empurrou para cima de mim ontem à noite. Sua família saiu cedo para ir ao shopping, e Jonas e Marcela estão na escola. Não tem ninguém na sua casa, Katrina.

  Fiquei pasma.

- Hoje é sexta?

  Ele assentiu.

- Perdi dois pontos pelo trabalho de geografia, e você perdeu a prova de história. Mas eu disse para você não beber. No fim, você nos arrastou para o poço.

  Ele levantou e caminhou até a porta. Antes de sair, ele olhou para mim.

- Não pense que estou bravo com você. Não dá para ficar bravo com você, Katrina. Só estou te avisando para tomar cuidado com as suas decisões. Tá bom?

  Sem pensar, assenti.

- Tá certo. Prometo.

  Ele sorriu e saiu do quarto.

  Fiquei observando o quarto enquanto as luzes do dia entravam sem ser convidadas pela janela. As cortinas dançavam por conta do vento forte, e o dia estava bem melhor do que ontem. O Sol se atrevia a sair de trás das nuvens, e parecia que estava quente.

  Olhei para mim mesma.

  A camisa de Pedro ficava enorme em mim. O pior era que eu não me lembrava de nada do que aconteceu ontem. Olhei no relógio em cima da cabeceira.

  Nove e meia da manhã.

  Estava pronta para descer e tomar o café, quando Pedro entrou pela porta com uma bandeja.

  Arregalei os olhos.

- Tenho pernas. Poderia muito bem ter descido.

  Ele sorriu. Pedro se sentou ao meu lado e colocou a bandeja no colo. Na bandeja, havia um recipiente cheio de bolinhos fofinhos e que pareciam ser muito gostosos. Ao lado, uma xícara com chocolate quente estava disposta.

  Ele pegou um dos bolinhos e colocou na frente da minha boca.

- Experimenta.

  Fiquei assustada, mas mordi o bolinho.

  Era tão gostoso, mas tão gostoso, que eu o mordi de uma vez. Com a boca cheia, eu perguntei:

- O que é isso?

  Saiu mais ou menos assim: O me isso?

  Ele sorriu.

- Se chama Zeppola. É típico da cozinha italiana. Gostoso?

  Assenti e peguei outro.

  Pedro deu risada e colocou a bandeja no meu colo.

- Coma o quanto quiser. Eu fiz ontem, mas os meus pais e o Rodrigo não gostam tanto.

  Mastiguei e engoli o resto do bolinho.

  O encarei.

- Como assim eles não gostam disso? É tão bom.

  Ele se encolheu.

- Não faço ideia. Talvez seja porque estão enjoados de tanto comer.

  Peguei o chocolate quente e o tomei.

- Não precisa esfregar na minha cara que você come só coisas boas, tá?

  Ele sorriu.

- Quando eu comecei a cozinhar, eu nunca diria isso. Só quando minha avó veio nos visitar que ela me ensinou tudo direitinho.

  O olhei com curiosidade.

- Por que você quis aprender a cozinhar?

  Ele pensou por um instante.

- Nunca quis. Minha família é setenta por cento mulheres. Quando se tem homens no meio, elas os colocam para cozinhar e fazer as atividades domésticas enquanto elas vão se divertir.

  Comecei a dar risada.

- Aprovei.

  Ele sorriu.

- E a sua, como funciona?

  Pensei por um instante.

- A minha família sempre foi de homens. Mas aí foi dando má sorte e todos os filhos nasceram mulheres. Com o comportamento masculino nas veias, nós somos extremamente agressivas.

- Agressivas mais ou menos quanto?

- Todas as minhas tias mataram seus maridos.

  Ele arqueou as sobrancelhas.

- Por quê?

- Foram traídas.

  Ele assentiu.

- Merecido.

  Sorri e bebi o chocolate quente.

- Provavelmente elas iriam te adorar e te encher de roupinhas bonitinhas. – Eu sussurrei.

*

  Quando eu sequei a geladeira da família Marconni, saí da casa deles fazendo um aceno para Pedro.

  Quando cheguei em casa, me deparei com um bilhete.

  O arranquei da porta e o li.

  Querida Katrina, eu, Isadora e Camila saímos para ir ao shopping. Marcela e Jonas estão na escola. Não se preocupe, o creme para dor nas costas está em cima da TV. Faça um favor para a mãe? Arrume a sala.

 Um abraço, mamãe.

  Peguei o bilhete e o amacei. Encarei a bolinha.

- Sabe quando eu vou arrumar a sala? – Eu perguntei para o bilhete. – No dia em que você não me der creme para dor nas costas.

  E o joguei com tudo na piscina. 


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Notas finais do capítulo

Oi, gente :3
(Mãe da Katrina suuuper discreta UHASHASUASSUH)
Pedro, por que você não vai na casa das minhas leitoras para fazer um Zeppola para elas? Hehehehe u-u
(Entendam como quiser)
Mas é isso, meus onigiris, espero que vocês tenham gostado, e mais uma vez, me desculpem pelo atraso. Isso (provavelmente) não irá se repetir o3o
Comentem Bastante! ♥