Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 35
Preciso De Um Garfo


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente :3
Desculpem não postar ontem, tive um trabalho para fazer. Sério, a escola está pegando pesado ;-;
Mas entããão, esse capítulo... Ah, esse capítulo. Já peguem o garfo para tentar matar a Katrina, porque tá difícil! UHAHUASHUASH
Espero que vocês gostem,
Boa Leitura ♥



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  Pedro sorriu debilmente.

  Ele pegou minha franja e a bagunçou, a jogando para trás.

- O que você... Sente por mim?

  Engasguei.

- Como assim?

  Ele ficou sério.

- Você gosta de mim da mesma maneira que gosta de Marcela?

  Pensei por um instante.

- Sim... Eu odeio vocês dois.

  Ele mordeu o lábio e balançou a cabeça negativamente.

- Porra, Katrina, você gosta mesmo de me deixar louco. Eu... Nunca pensei que você tivesse um poder tão forte sobre mim... Afinal, você nem faz ideia do quanto eu dependo de você. Aí eu me aproximo de você, o que você faz? Diz que me odeia, que me quer longe... Mas... Você é uma droga.  

  Pisquei.

- Nossa, não precisa jogar na minha cara, eu sei, tá?

- Totalmente viciante. – Ele jogou a sombrinha no chão e me pegou pelos ombros. – Quando eu te vejo... É como se o meu dia ficasse todo vermelho... Cheio de você nele. Desde que eu te conheci até agora... Tudo o que eu penso, digo e faço, é tudo pensando em você. Geralmente eu não ligo para as opiniões das pessoas, mas... Quando se trata de você... Tudo muda. Você virou o meu mundo de cabeça para baixo e ainda sapateia na minha cara. Katrina, porra, será que você não entende que eu estou apaixonado por você?

  Gelei.

- Hã? Pedro, está saindo abobrinhas da sua boca...

- Não, não está! – Ele me chacoalhou. – Katrina, eu sei que eu não sou o cara para você... Na realidade, até a Marcela ficaria melhor com você do que eu... Mas, Katrina, duvido que alguém na face da terra iria pensar em você como eu penso. Iria gostar de cada pedacinho de você como eu gosto. Iria implorar para sonhar com você como eu imploro. Tentaria te fazer feliz como eu tento ou iria te amar como eu te amo.

  Todos os meus planos de fuga, de suicídio ou voar, foram definitivamente um fracasso épico e trocados por um único pensamento: eu estava derretendo.

  Minhas pernas começaram a ficar bambas e eu não gostava disso. Agarrei seus ombros e o encarei.

- Você não sabe no que está se metendo... Você não é o cara para mim? Errado. Eu não sou a garota para você. Pedro, meu destino é ficar velha, ter trinta gatos e morar sozinha numa casa de madeira. Já o seu... Bem, você é bem melhor do que pensa. Por que você não vai e conhece outras pessoas? O mundo é grande, tem garotas melhores do que eu... Tem algumas piores também, mas... Vá e fique longe de mim. Você não irá querer se meter na confusão que eu sou.

   O empurrei e virei as costas, tentando sair dali.

- E se eu te disser que é por essa confusão que eu me apaixonei por você? – Ele gritou.

  Fiquei vermelha e comecei a correr.   

  Cadê a vagabunda da Marcela nesses momentos?

*

  Quando eu cheguei em casa, escancarei a porta e me joguei no sofá. Encarei o teto.

- Não estou derretendo, não estou derretendo, não estou derretendo, não estou derretendo... – Eu murmurei.

- Katrina! – Berraram. – Você está molhando o sofá!

  Levei um susto e pulei do sofá, caindo no chão.

  Isadora apareceu por cima do assento do sofá, rindo.

- O que estava murmurando, senhorita problema?

  Levantei-me e a encarei.

- Nada de importante... Coisas de Katrina. – Pigarreei, envergonhada com o flagra. – E então, Isadora... Como você está? A polícia desconfia que você esteja aqui? Porque se desconfia, pode ir pegando suas coisas e dar o fora daqui.

  Ela sorriu e mostrou seus três dentes.

- Caramba, Katrina, sua gentileza e hospitalidade surpreendem. Não, sua ratinha, a polícia nem desconfia. Eles acham que eu morri.

  Ri.

- Ficaria triste se você morresse. Quem lavaria minhas calcinhas?

*

  Deram quatro horas da tarde e eu e Isadora estávamos assistindo novela.

  Tinha recebido a notícia que mamãe trabalharia – dançaria – até meia noite. Nenhum sinal de vida de Marcela.

  Mas meus pensamentos estavam em outro lugar. O que Pedro tinha dito para mim, definitivamente mexeu comigo.

“- O que você sente por mim?”

  Essa é a pergunta que me aprisiona. Na realidade, nem eu sei. É uma mistura de ódio, incerteza, vontade de matá-lo, vontade de... De agradecer por eu não ser virgem.

  Espera... Ai, caramba. Tenho que ter uma conversa séria com os meus amigos.

  Levantei-me do sofá e fui para o banheiro. Curvei-me sobre o cesto de roupa limpa e o vasculhei.

  Quando achei a camisa do Freddy, sorri.

- Olá, bebê... Quanto tempo. Mamãe sentiu saudade. – Eu o apertei contra o peito. – Vamos conversar, agora.

  Saí do banheiro e caminhei até lá em cima. Fechei a porta do meu quarto atrás de mim e joguei a camisa sobre a cama.

  Fui para o meu guarda-roupa. Era mais provável eu achar o Chris Evans ali dentro do que a camisa do Jason. Quando eu puxei a manga da camisa, uma pilha inteira de roupas caiu sobre mim. Caí no chão com a força com que elas bateram em mim e fiquei pasma com o número de roupas que eu tinha.

  Dava para alimentar pelo menos quatorze ursos. Mas aposto que eles gostam mais de bananas.

  Engatinhei sobre as roupas e ergui uma camiseta que parecia ser a camisa do Jason.

  Mas não, era outra. A joguei para trás e continuei a procurar.

  Mas no fim, eu não achei nada. Desisti e me sentei na cama, cansada. O Sol estava quase se pondo, e quando ele bateu no meu guarda-roupa, vi algo brilhar.

  Arqueei as sobrancelhas e caminhei até ele. Peguei a coisa, que no caso, era a minha caixinha de lembranças.

  Fiz isso quando estava na primeira série. Fiquei surpresa, afinal, pensei ter a jogado fora.

  Ela era bonitinha, tenho que admitir. Era feita de uma madeira rústica. Um cadeado de prata a fechava. Florezinhas e coraçõezinhos foram pintados nela, ressaltados com lantejoulas.

  Tentei tirar o cadeado com a mão, mas parecia impossível.  Mordi o cadeado, pisei em cima, joguei a caixinha no chão e a bati contra a parede. Nada.

  Desci para a cozinha e peguei uma faca. Cortei a tampa da caixinha e com muito sacrifício eu consegui a abrir. Suspirei, aliviada.

  Havia uma carta ali dentro.

  Fiquei meio apreensiva, mas a peguei.

Para: Katrina do futuro.

  Assustei-me. Sério que eu era tão idiota assim?

  Abri a cartinha e peguei o papel.

  Quando eu a li fiquei pasma.

  “Aguente firme e não desmorone agora. Alguém com certeza te ama. ”

  Apoiei-me na bancada da pia e fiquei relendo aquilo não sei quantas vezes. Tentei me lembrar do porque de eu escrever aquilo. Nada me veio à mente.

  De repente, bateram na porta. Assustei-me e caminhei até a sala. Abri a porta e fiquei mais pasma, se isso for possível.

  Marcela e Jonas estavam ali, parados, com caras de idiotas.

- Katrina, minha querida, estou entrando! – Disse Jonas, enquanto entrava. – Nossa, que casa mais velha.

  Pisquei.

- Pedi sua opinião, por acaso? E outra, por que você está aqui?

  Ele me olhou.

- Porque quero ver o pão do Pedro mais de perto. Se você pensa que eu desisti dele, pode tirar seu cavalinho da chuva.

  Tapei a cara.

- Não, cara... Não brinca. Ah, não. Não, não, não.

  Marcela deu um tapinha nas minhas costas.

- Trouxe uma miniatura do Chuck para você... Aguente, amiga.

  Solucei.

- Nem isso me fará bem. Preciso me suicidar. Já volto. Alguém tem um garfo?

- Katrina, que horror! – Exclamou Isadora. – Vamos acolher sim o Jonas.

  Jonas bateu palmas, feliz.

- Vou dormir no seu quarto, boneca.

- Já durmo lá. Você vai dormir na sala, mesmo. – Marcela sorriu.

  Eles começaram a discutir e eu me sentei no chão. Abracei minhas pernas e esfreguei minha testa nos meus joelhos.

- Socorro.

  Sério, o que a minha casa, minha vida e minha dignidade está virando? Merda?

  Vamos às observações:

  Tenho uma fugitiva da polícia em casa.

  Uma garota que se deixar come até o travesseiro.

  Uma garota-metralha.

  E um gay. 

  Ah, mas isso está bem. Eu sempre me lasquei, mesmo. Ferrar-me mais um pouco não tem nada. Mas sério, alguém tem um garfo?


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Notas finais do capítulo

Oi, gente :3
Essa revelação do Pedro com certeza me abalou. Mas a desgraçada da Kat-Kat nem ligou, malvada ;-;
Espero que vocês tenham gostado,
Comentem bastante! ♥