Garota-Gelo escrita por Bia
Notas iniciais do capítulo
Oi, gente :3
Me desculpem por não ter postado o capítulo ontem, tive uma atividade horrível para fazer. Me atrapalhei toda, mas consegui uma nota sete o/ Viu, tia Bia manja das equações tudo u-u Hahah ♥
Espero que vocês gostem,
Boa Leitura ♥
Acordei com um barulho na porta.
Eu estava de bruços na cama, então tive que virar para encarar a pessoa. Há princípio, vi somente um borrão, mas eu esfreguei os olhos e pude detectar cabelos louros e encaracolados na minha frente.
- O que quer, mãe? – Eu resmunguei.
- Bom dia, meu docinho... Fiz torta de chocolate com avelã para você. – Ela disse em um tom altamente falso.
Estreitei os olhos.
- Não tenho grana.
Ela bufou.
- A privada entupiu. Vá lá e conserta.
Ela saiu do quarto e desceu a escada normalmente.
- Isso é uma potaria com a minha cara, vadia. – Eu murmurei.
*
Depois que eu arrumei aquela merda – literalmente –, subi para o meu quarto para me trocar. Eu estava com o meu humor no máximo, o que é estranhamente raro e anormal.
Vesti o uniforme e prendi o cabelo em uma trança sobre o ombro esquerdo. Deixei a franja paralelamente com a trança e me encarei.
Eu estava com cara de boa moça. Sorri e lancei minhas mãos para a cintura.
- Hora de enganar velhinhos, crianças e gente inocente. – Eu ri.
Ouvi um grito horrível lá em baixo. Eu arregalei os olhos.
Mamãe e Isadora começaram a berrar. Camila gritou.
- SOCORRO! – Elas gritaram.
Animei-me.
- Ladrões?
Peguei minha bolsa que estava no chão e desci a escada correndo, para dar um chute no ladrão, mas era apenas... Ai, caramba.
Mamãe, Marcela e Isadora estavam todas marrons. Camila tampou a boca e se escondeu debaixo das almofadas.
Lancei minhas mãos para cintura.
- Diz que isso aí é barro.
- Você sabe que não. – Mamãe grunhiu.
Comecei a dar risada. Apoiei-me nos joelhos e não conseguia parar de rir.
- Agora... Toda a vez que alguém me disser: “vá para a merda!”, eu toco em alguma de vocês, tá certo? – Eu ri.
As três me olharam, furiosas.
- Não quer vir para a merda você também, Katrina? – Me disse Marcela.
Tudo perdeu a graça.
- Não... Vocês... Não fariam isso comigo...
Mas antes de eu tentar me defender, as três avançaram em mim.
Eu gritei e subi a escada. Corri pelo corredor e entrei no quarto da mamãe, onde tinha uma janela que dava para a rua. Não pensei.
A abri e me joguei de lá de cima. Caí no quintal, quase dentro da piscina. Corri para fora, ainda ouvindo os gritos de ódio e outras coisas das moças. Eu ri e saí correndo em direção a minha escola.
Mas tá aí, nunca me deixe arrumar a sua privada. É perigoso.
*
Cheguei à escola mais feliz impossível. É raro me ver assim. Quando me ver feliz, aproveite e me dê um chute nas costelas, eu sei que mereço.
Assim que pisei no pátio externo, fui abordada por Otávio. Ele estava alegre. Sorri.
- O que foi, meu jovem preferido?
Ele olhou para os lados.
- Você está sabendo que entrou uma menina nova na escola, né?
Balancei a cabeça em negativa.
- Bom... Eu acho que gosto dela.
Arregalei os olhos.
- Você está me traindo? – Gritei.
Ele tapou minha boca.
- Não seja idiota! Nunca tivemos nada.
Estreitei os olhos.
- E aquela briga de dois minutos, foi o quê? Você vai deixar nossos momentos felizes para trás e vai me largar por uma qualquer?
Ele revirou os olhos.
- Eu tenho vergonha de entregar uma carta que eu fiz para ela, então... A entregue para mim.
Ele colocou uma cartinha cheia de coraçõezinhos em minhas mãos. Eu tive vontade de rasgá-la.
- Depois eu que sou a sem coração da estória. – Resmunguei.
Ele me pegou pelos ombros e me virou.
- Ela é aquela ali... – Ele sussurrou.
Eu observei com atenção a... Pessoa.
A menina – querendo eu ou não – combinava com ele. Ela era gordinha, cabelo preto e usava uma roupa decente. Encarei Otávio.
- Só deixo porque gostei dela. Quero ser a madrinha. Mandarei uma calibre 37 cm para você de presente.
Ele riu e me empurrou.
Eu marchei até ela com a cartinha na minha frente.
A letra do Otávio era redondinha. – O bullying começa aí.
Quando eu estava quase a cutucando, alguém me pegou pelos pulsos e me ergueu. Eu andei no nada. Virei a cabeça e encarei um Pedro que parecia estar muito puto. O olho esquerdo dele estava roxo, seu pescoço estava rosa-arroxeado e sua boca estava cortada.
- Oi. – Eu sorri.
Ele conseguiu dar um sorriso.
- Para onde você vai com essa carta? É de amor? É para quem?
Arregalei os olhos.
- Calma aí, cowboy. É do Otávio... Ele quer que eu a entregue para essa menina aqui na frente. – Eu apontei com o pé para ela.
Ele me colocou no chão e me largou.
- Ah. – Pedro tirou um pirulito do bolso e o colocou na boca. Ele parecia nervoso.
- Nossa. Quando eu estou de bom-humor, o pessoal está nervoso. Será macumba? Bom, nunca saberemos.
Cutuquei a menina e ela se virou para mim.
Ela tinha o dobro do meu tamanho, tinha umas bochechas enormes e parecia sempre estar sorrindo. Estiquei a carta.
- É daquele gordinho charmoso ali. – Eu apontei para o Otávio, que estava parado, envergonhado. – Leia com atenção... Se você não aceitar, te quebro na saída.
Virei-me e andei até Otávio. Pedro veio atrás.
- Mission successfully completed. – Eu sorri.
Ele riu.
- Te devo uma, Katrina.
Fiz um aceno com a cabeça para ele. Virei-me para Pedro.
- O que houve? Está parecendo um marshmellow. Todo roxo e rosa.
Ele olhou para os lados.
- Briga de rua.
Ri.
- Você e a sua gangue perderam? – Fiz aspas no ar quando citei sua gangue.
Ele sorriu e me deu um peteleco na testa.
- Ganhamos, cobra.
Sorri.
- Eu queria te ver detonado, cortado e esquartejado. – Eu sussurrei.
Ela abriu um sorriso e se aproximou de mim.
- Acho que sabe que você é a única que pode fazer isso comigo, não sabe? – Ele pegou minha trança e enrolou os fios soltos.
Eu ri.
- Sim, eu sei.
Ele sorriu.
Pedro ia dizer alguma coisa, mas eu o interrompi.
- Cadê a fantasia de leãozinho?
*
Cheguei à sala atrasada.
O professor de pinto pequeno, o de matemática, me olhou com severidade.
- Senhorita Dias, a senhorita está atrasada.
- O senhor disse “senhorita” duas vezes. Eu estou atrasada porque... Tive uns baguios para resolver.
Ele riu.
- Você teve uns “baguios” para resolver? Entra logo, arroto de Fanta. – Ele voltou a escrever na lousa.
Abri a boca.
- Arroto de Fanta. Poxa, essa magoou. – Eu fechei a porta atrás de mim e andei até o meu lugar.
Ele começou a explicar umas coisas do diabo.
Ah, matemática para mim é dois mais dois, o resto é falta de porrada.
Quando o sinal da segunda aula bateu, o professor nos avisou pela quadragésima vez sobre a bosta do trabalho. Bateram na porta.
Ele foi até ela e a abriu. Marcela estava ali, mais brava do que nunca.
Eu ri.
- Marcela, por que chegou atrasada? – O professor sorriu.
Ela olhou para ele, totalmente raivosa.
- Não te interessa.
E entrou marchando na sala. Ela bufou uma última vez para mim e se sentou no seu lugar.
Comecei a dar risada. Enfiei-me nos braços.
- Katrina, sabe por que a Marcela está brava hoje? – O professor perguntou.
Levantei a cabeça, ainda rindo.
- Ela... – Eu respirei. – Ela foi para a merda.
E comecei a gargalhar de novo.
*
No intervalo, Marcela se sentou longe de mim. Eu respirei, aliviada.
Espreguicei-me e comi sossegada o prato de macarrão com molho branco.
Pedro se sentou ao meu lado, comendo uma manga.
O encarei.
- Não quero que sente aqui.
Ele riu.
- Vou me sentar ao seu lado porque eu estou nervoso. Se você estiver perto, acho que não conseguirei fazer alguma besteira.
Tossi.
- Mas é aí que você tem que fazer algo, mesmo. Vou ficar feliz se você socar alguém.
Ele riu.
Pedro ia dizer algo, mas foi interrompido por uma bolinha de papel. Ele a amaçou mais ainda e eu pude ver seu maxilar se contrair. Ele pousou o olhar em um garotinho. Ele estava acenando, alegre.
Pedro bufou.
- Desgraçado. Agora... – Ele se virou para mim. – Fiquei aqui. Tenho algo para te dizer.
Ele se levantou e caminhou até o garotinho.
Virei-me para o prato. O comi por inteiro e o empurrei para longe.
Espreguicei-me e olhei as horas. Faltavam dez minutos para bater o sinal.
Alguém me agarrou pelo pescoço. Olhei para cima, assustada. Marcela estava esfregando seu rosto no meu cabelo.
- Katrina... Sentiu saudade?
- Ah... Droga. Pensei que tinha me livrado de você. O que quer? E, aliás, tomou um banho para se esfregar assim em mim?
- Claro que tomei um banho. Eu vim aqui para um acordo de reconciliação. Voltamos a ser amigas, certo?
- Nunca fomos.
- Aceito isso como um sim.
Bufei e revirei os olhos.
- Katrina, vem comigo ao banheiro? Preciso trocar o absorvente.
Ri.
- Vá sozinha.
Ela me puxou pelo braço e eu quase caí do banco. Levantei-me com certa dificuldade e fui levada por ela até o banheiro.
Fiquei esperando por ela pelo lado de fora da cabine. Depois de alguns segundos, ela saiu sorridente lá de dentro.
Marcela lavou as mãos e nós duas saímos do banheiro.
Quando eu cheguei lá, tomei um susto.
Jonas estava parado, olhando as unhas. Quando me viu, abriu um sorriso.
- Katrina, preciso conversar com você! – Ele disse.
Fui para trás.
O rosto dele ainda estava inchado e vermelho.
- Quer apanhar de novo? – Eu disse.
Ele sorriu.
Jonas andou na minha direção e pegou minhas mãos.
- Não estou interessada em você, flor. Eu sou gay.
Eita. Essa foi direta.
- Então por que tentou me beijar? – O olhei desconfiada.
Ele riu.
- Ah, só para ver se aquele pão realmente... – Mas ele foi interrompido pela mão de Marcela, que voou em sua boca.
- Se realmente é tão bom de luta como dizem, certo? – Ela riu meio debilmente.
Ele levantou as sobrancelhas e assentiu.
- Sabe, eu sou gay e masoquista... Então adorei aquela surra. – Ele agitou as minhas mãos. – Katrina, estou disposto a ser seu amigo, você despertou algo em mim!
Ai, sério. Alguém lá em cima não gosta muito de mim.
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Oi, gente :3
Hahahah, cara, eu tive que fazer alguma coisa com esse Jonas. Foi uma delícia botar ele como gay, sério. ASUSAHUAUHSAH
Katrina de bom-humor, hum, sei não, vai chover -n
Espero que vocês tenham gostado,
Comentem bastante! ♥