Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 32
Adoro Icebergs


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente :3 Capítulo saindo a noitinha, mas saindo u-u Espero que vocês gostem, Boa Leitura ♥



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Acredite, cinco mil cachorros dariam menos trabalho do que quinze daqueles monstros.

Eu meio que tentei levá-las, mas elas me levaram. Eu cheguei ao parquinho e já vi outras mil crianças, todas grudentas e banhadas de lama.

Estremeci e me arrepiei. As desgraçadas não esperaram para que eu dissesse: “Podem ir lá brincar, meus anjinhos!”, elas simplesmente correram em disparada para se juntar aos outros.

Eu marchei até um tronco e me sentei lá mesmo.

Fiquei observando a árvore em cima de mim quando um menino chegou perto.

– Tia Katina, tia Katina, olha só, me ajuda a balançar? – Ele me puxou pela mão.

Sorri angelicalmente.

– Claro, querido.

Não deu dez segundos e o menino voou e deu de cara no chão.

Eu comecei a dar risada, mas mordi o dedo para disfarçar.

As mães das outras crianças chegaram e o socorreram. Eu somente andei por aí, espalhando o mal com as crianças.

Uma garotinha não conseguia rodar naquele gira-gira. Eu peguei o ferro e o empurrei. Ele estava rodando, mas eu o empurrava cada vez mais fortemente, até perder de visão da menininha. Quando o gira-gira parou e ela caiu no chão, eu saí de perto.

Um garotinho estava preso numa poça de lama.

– Tia Katrina, me ajuda a sair daqui? – Ele esticou os braços para eu pegá-lo.

Sorri.

– Não.

E o empurrei na barriga com o pé.

Ele caiu para trás e se ensopou de lama. Ri baixinho.

Depois de muito trabalho, elas estavam implorando para voltar para o prédio.

– Katina, deixa, a gente se comporta! Eu estou sangrando! – Uma berrou.

Eu ia fazer alguma sacanagem com eles, dizendo:

Ah, mas vocês são tão bonzinhos. Vamos aproveitar e ficar aqui!

Mas os braços de alguém circundaram a minha cintura e eu senti um queixo no meu ombro.

Estava pronta para dar uma voadora na cara da pessoa quando as pestes nos cercaram e abraçaram as pernas do ser.

– Tio Pedro, a tia Katina é malvada! – Elas diziam.

Pisquei.

Virei minha cabeça e encarei Pedro, sorridente e encarando as crianças.

– Me deve explicações, moço. – Eu disse.

*

Nós dois nos sentamos no tronco enquanto ele fazia os curativos em alguns catarrentos.

– Minha tia tem esse prédio há seis anos. Ela vive com essas crianças que foram simplesmente abandonadas pelos seus parentes. Ela os acolheu e estão no prédio até hoje. Recentemente, ela adoeceu e precisávamos levá-la para o hospital no mesmo instante em que precisávamos de uma babá. Mas tinha que ser uma babá porreta. E como sempre, você me veio à mente. Corri para sua casa e graças a Deus você aceitou cuidar das crianças. Consegui voltar para ver se estava tudo bem, e o que eu encontro? Uma cobra torturando criancinhas. Que malvada você é. – Ele riu. Mas rapidamente seu olhar se suavizou e ele me olhou como se estivesse muito agradecido. – Mas sério, Katrina. Muito obrigado. Você quebrou muito mais do que um galho para mim. Te devo várias.

Dei de ombros.

– Fazer uma criança chorar nunca é de mais. Sempre vale a pena ver aqueles olhinhos lacrimejados e implorando para que você pare. Mais parece um gay passivo do que uma criança. Gosto disso.

Ele riu alto. Pedro me beijou na bochecha e me encarou.

– Sério, você é demais.

Sorri.

– Eu sei. Agora pode ir lá e me comprar um pacote extra grande de batatas fritas. Estou morta de fome.

*

No fim, a tia do Pedro voltou ao prédio e eu fui embora daquele inferno. Graças a Deus.

Nós fomos de carro. Sentei-me ao lado de Pedro, no banco de trás.

Pedro começou a fazer várias linhas imaginárias no meu braço, subindo e descendo.

– Faz cócegas. – Eu disse.

Ele riu.

– Essa é a intenção.

Uma moto estacionou ao nosso lado. Um homem cheio de tatuagens e com uma faixa vermelha na cabeça a dirigia.

O motorista sorriu para mim.

Ele bateu no vidro do carro e fez um sinal para que eu o abaixasse. Abaixei o vidro e o encarei.

– Quer dar uma volta, gracinha? Podemos comer algo depois. Parece que esse cara aí do seu lado não dá conta do recado.

– Não ando com marginais e pedófilos, desculpe. E esse cara. – Apontei para o Pedro. – Provavelmente é mais potente que você e mais alguns outros juntos.

O carro deu uma guinada para frente e Pedro começou a dar risada. O olhei.

– Tá rindo de que?

– De você.

Abri a boca.

– Tenho cara de palhaça, por acaso?

Ele riu.

– Não, é que você é tão delicada... E fofa. – Ele esticou sua mão e enrolou meu cabelo em seu dedo.

Eu ri.

– Ah, claro. Sou tão delicada quanto um coice de burra.

Pedro riu alto.

– Meu Deus, megera. Você é doida.

– E olha que você não viu nada, ainda. – Eu sussurrei.

*

Quando chegamos em casa, eu saí do carro correndo e entrei em casa.

– Filha, a mamãe chegou! – Eu gritei.

Corri em direção à televisão e a abracei forte.

– Senti saudade de você, meu amor. – Sussurrei para ela. – Sabia que eu passei o dia com monstros? A mamãe sofreu. Eles tentaram me matar várias vezes, que eu sei. Sabia que as pessoas me odeiam? Não sei o por que.

Quando eu a soltei e me virei, mamãe, Isadora, Marcela e Camila me encaravam.

– Santo Deus. – Disse Isadora.

Pedro entrou em casa sorrindo.

– Madames... – Ele fez um cumprimento com a cabeça. – A cobra está em casa em segurança. Não sofreu nenhum arranhão, mas deu vários nas crianças, que eu sei.

Bufei e me joguei no sofá.

– Dei mesmo. As pestes quase arrancaram o meu cabelo fora.

Pedro riu.

– Serena, sabia que comparando a Katrina e quinze crianças, ela é que dá mais trabalho?

O encarei.

– Claro que não!

– Claro que sim. – Disseram as malditas.

– Você é irresponsável, grossa, mal-educada, vagabunda, sem vergonha nessa lindíssima cara... Já disse maluca? – Mamãe parou para pensar por uns segundos. – E uma baita de uma fria.

Dei de ombros.

– Já me chamaram de coisa pior. Agora Pedro, vá embora. – Eu sinalizei para ele ir. – E não se esqueça de aparecer amanhã na escola vestido de leãozinho, tá?

Ele riu e pegou minha mão. Em um gesto rápido, ele a fechou e enfiou algo no meu dedo anelar. Eu arregalei os olhos, mas ele sinalizou para que eu ficasse em silêncio.

– Não esqueço. Sou uma pessoa de palavra. – Ele aproximou o rosto da minha mão e a beijou de leve. – Mais uma vez, muito obrigado pela ajuda.

Ele se largou de mim e andou de costas.

– Até mais, madames.

E saiu da nossa casa, fechando a porta trás de si.

Olhei o que ele tinha colocado no meu dedo.

Um anel de prata com um coração azul estava ali. Bati de leve com o dedo no coração. Era feito de vidro. Ri, com a sátira que ele acabara de fazer.

– Maldito. – Eu sorri.

*

Eu já estava trocada e mofando no sofá quando Marcela, mamãe e Isadora se sentaram ao meu lado. As encarei.

– Vamos assistir a um filme, Katrina. – Disse Isadora.

Bufei.

– Titanic, não. Pelo amor de Deus.

Elas olharam para mim.

– Exatamente esse que nós vamos assistir, sua bruxa. – Mamãe sorriu.

Bufei e me enterrei no sofá.

– Ah, Katrina. – Marcela me cutucou. – Só admite que gosta de um personagem, pelo menos.

– Claro. Meu personagem preferido é o iceberg.

Levantei-me e fui até a cozinha. Abri a geladeira e comi um pedaço de queijo. Voltei para a sala e me sentei no sofá, abraçando as pernas.

– Bom, vamos a isso. Vai lá, Rose. Mostra para o Jack quem manda naquela porra.


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Notas finais do capítulo

Oi, gente :3 Hahah, a Kat-Kat não presta, cara UHASHUHSAHUAS Mas bem, espero que vocês tenham gostado, Comentem bastante! ♥