Garota-Gelo escrita por Bia
Notas iniciais do capítulo
Oi, gente :3 Capítulo saindo a noitinha, mas saindo u-u Espero que vocês gostem, Boa Leitura ♥
Acredite, cinco mil cachorros dariam menos trabalho do que quinze daqueles monstros.
Eu meio que tentei levá-las, mas elas me levaram. Eu cheguei ao parquinho e já vi outras mil crianças, todas grudentas e banhadas de lama.
Estremeci e me arrepiei. As desgraçadas não esperaram para que eu dissesse: “Podem ir lá brincar, meus anjinhos!”, elas simplesmente correram em disparada para se juntar aos outros.
Eu marchei até um tronco e me sentei lá mesmo.
Fiquei observando a árvore em cima de mim quando um menino chegou perto.
– Tia Katina, tia Katina, olha só, me ajuda a balançar? – Ele me puxou pela mão.
Sorri angelicalmente.
– Claro, querido.
Não deu dez segundos e o menino voou e deu de cara no chão.
Eu comecei a dar risada, mas mordi o dedo para disfarçar.
As mães das outras crianças chegaram e o socorreram. Eu somente andei por aí, espalhando o mal com as crianças.
Uma garotinha não conseguia rodar naquele gira-gira. Eu peguei o ferro e o empurrei. Ele estava rodando, mas eu o empurrava cada vez mais fortemente, até perder de visão da menininha. Quando o gira-gira parou e ela caiu no chão, eu saí de perto.
Um garotinho estava preso numa poça de lama.
– Tia Katrina, me ajuda a sair daqui? – Ele esticou os braços para eu pegá-lo.
Sorri.
– Não.
E o empurrei na barriga com o pé.
Ele caiu para trás e se ensopou de lama. Ri baixinho.
Depois de muito trabalho, elas estavam implorando para voltar para o prédio.
– Katina, deixa, a gente se comporta! Eu estou sangrando! – Uma berrou.
Eu ia fazer alguma sacanagem com eles, dizendo:
– Ah, mas vocês são tão bonzinhos. Vamos aproveitar e ficar aqui!
Mas os braços de alguém circundaram a minha cintura e eu senti um queixo no meu ombro.
Estava pronta para dar uma voadora na cara da pessoa quando as pestes nos cercaram e abraçaram as pernas do ser.
– Tio Pedro, a tia Katina é malvada! – Elas diziam.
Pisquei.
Virei minha cabeça e encarei Pedro, sorridente e encarando as crianças.
– Me deve explicações, moço. – Eu disse.
*
Nós dois nos sentamos no tronco enquanto ele fazia os curativos em alguns catarrentos.
– Minha tia tem esse prédio há seis anos. Ela vive com essas crianças que foram simplesmente abandonadas pelos seus parentes. Ela os acolheu e estão no prédio até hoje. Recentemente, ela adoeceu e precisávamos levá-la para o hospital no mesmo instante em que precisávamos de uma babá. Mas tinha que ser uma babá porreta. E como sempre, você me veio à mente. Corri para sua casa e graças a Deus você aceitou cuidar das crianças. Consegui voltar para ver se estava tudo bem, e o que eu encontro? Uma cobra torturando criancinhas. Que malvada você é. – Ele riu. Mas rapidamente seu olhar se suavizou e ele me olhou como se estivesse muito agradecido. – Mas sério, Katrina. Muito obrigado. Você quebrou muito mais do que um galho para mim. Te devo várias.
Dei de ombros.
– Fazer uma criança chorar nunca é de mais. Sempre vale a pena ver aqueles olhinhos lacrimejados e implorando para que você pare. Mais parece um gay passivo do que uma criança. Gosto disso.
Ele riu alto. Pedro me beijou na bochecha e me encarou.
– Sério, você é demais.
Sorri.
– Eu sei. Agora pode ir lá e me comprar um pacote extra grande de batatas fritas. Estou morta de fome.
*
No fim, a tia do Pedro voltou ao prédio e eu fui embora daquele inferno. Graças a Deus.
Nós fomos de carro. Sentei-me ao lado de Pedro, no banco de trás.
Pedro começou a fazer várias linhas imaginárias no meu braço, subindo e descendo.
– Faz cócegas. – Eu disse.
Ele riu.
– Essa é a intenção.
Uma moto estacionou ao nosso lado. Um homem cheio de tatuagens e com uma faixa vermelha na cabeça a dirigia.
O motorista sorriu para mim.
Ele bateu no vidro do carro e fez um sinal para que eu o abaixasse. Abaixei o vidro e o encarei.
– Quer dar uma volta, gracinha? Podemos comer algo depois. Parece que esse cara aí do seu lado não dá conta do recado.
– Não ando com marginais e pedófilos, desculpe. E esse cara. – Apontei para o Pedro. – Provavelmente é mais potente que você e mais alguns outros juntos.
O carro deu uma guinada para frente e Pedro começou a dar risada. O olhei.
– Tá rindo de que?
– De você.
Abri a boca.
– Tenho cara de palhaça, por acaso?
Ele riu.
– Não, é que você é tão delicada... E fofa. – Ele esticou sua mão e enrolou meu cabelo em seu dedo.
Eu ri.
– Ah, claro. Sou tão delicada quanto um coice de burra.
Pedro riu alto.
– Meu Deus, megera. Você é doida.
– E olha que você não viu nada, ainda. – Eu sussurrei.
*
Quando chegamos em casa, eu saí do carro correndo e entrei em casa.
– Filha, a mamãe chegou! – Eu gritei.
Corri em direção à televisão e a abracei forte.
– Senti saudade de você, meu amor. – Sussurrei para ela. – Sabia que eu passei o dia com monstros? A mamãe sofreu. Eles tentaram me matar várias vezes, que eu sei. Sabia que as pessoas me odeiam? Não sei o por que.
Quando eu a soltei e me virei, mamãe, Isadora, Marcela e Camila me encaravam.
– Santo Deus. – Disse Isadora.
Pedro entrou em casa sorrindo.
– Madames... – Ele fez um cumprimento com a cabeça. – A cobra está em casa em segurança. Não sofreu nenhum arranhão, mas deu vários nas crianças, que eu sei.
Bufei e me joguei no sofá.
– Dei mesmo. As pestes quase arrancaram o meu cabelo fora.
Pedro riu.
– Serena, sabia que comparando a Katrina e quinze crianças, ela é que dá mais trabalho?
O encarei.
– Claro que não!
– Claro que sim. – Disseram as malditas.
– Você é irresponsável, grossa, mal-educada, vagabunda, sem vergonha nessa lindíssima cara... Já disse maluca? – Mamãe parou para pensar por uns segundos. – E uma baita de uma fria.
Dei de ombros.
– Já me chamaram de coisa pior. Agora Pedro, vá embora. – Eu sinalizei para ele ir. – E não se esqueça de aparecer amanhã na escola vestido de leãozinho, tá?
Ele riu e pegou minha mão. Em um gesto rápido, ele a fechou e enfiou algo no meu dedo anelar. Eu arregalei os olhos, mas ele sinalizou para que eu ficasse em silêncio.
– Não esqueço. Sou uma pessoa de palavra. – Ele aproximou o rosto da minha mão e a beijou de leve. – Mais uma vez, muito obrigado pela ajuda.
Ele se largou de mim e andou de costas.
– Até mais, madames.
E saiu da nossa casa, fechando a porta trás de si.
Olhei o que ele tinha colocado no meu dedo.
Um anel de prata com um coração azul estava ali. Bati de leve com o dedo no coração. Era feito de vidro. Ri, com a sátira que ele acabara de fazer.
– Maldito. – Eu sorri.
*
Eu já estava trocada e mofando no sofá quando Marcela, mamãe e Isadora se sentaram ao meu lado. As encarei.
– Vamos assistir a um filme, Katrina. – Disse Isadora.
Bufei.
– Titanic, não. Pelo amor de Deus.
Elas olharam para mim.
– Exatamente esse que nós vamos assistir, sua bruxa. – Mamãe sorriu.
Bufei e me enterrei no sofá.
– Ah, Katrina. – Marcela me cutucou. – Só admite que gosta de um personagem, pelo menos.
– Claro. Meu personagem preferido é o iceberg.
Levantei-me e fui até a cozinha. Abri a geladeira e comi um pedaço de queijo. Voltei para a sala e me sentei no sofá, abraçando as pernas.
– Bom, vamos a isso. Vai lá, Rose. Mostra para o Jack quem manda naquela porra.
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Oi, gente :3 Hahah, a Kat-Kat não presta, cara UHASHUHSAHUAS Mas bem, espero que vocês tenham gostado, Comentem bastante! ♥