Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 25
Tenho Uma Miniatura


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente :3
Eu, particularmente adorei esse capítulo *0*
(Adorar o próprio capítulo é tipo curtir o próprio status no facebook ;-;)
Espero que vocês gostem,
Boa Leitura ♥



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Depois que Pedro bateu na nossa porta, disse que a fantasia coube perfeitamente, Marcela não parou de rolar no colchão. Eu já estava ficando sem paciência.

- Ele vai ficar tão lindo de carneiro!

  Eu estava desenhando bigodes nas celebridades da revista.

  Eu tinha feito um na Gisele Bündchen que havia ficado fabuloso. Desenhei pelos na axila dela, e várias gotas de suor nos braços.

  Marcela havia dito algo. Eu somente concordei com a cabeça.

  Camila entrou no quarto com um estrondo e correu para o colchão de Marcela. Ela se jogou e as duas começaram a brincar.

  Eu ri sozinha, vendo as duas bebezinhas brincando.

  Olhei pela janela. Um tom púrpura e rosa estavam se formando no céu. Pássaros negros voavam, provavelmente conversando entre si.

  Eu estava completamente exausta mentalmente. E essa semana iria ser pior. Eu faria o papel de Julieta, e um dos caras que eu mais odeio irá fazer o papel de Romeu.

  Afundei no travesseiro e joguei a revista na minha cara. Eu definitivamente não queria fazer isso. Mas o que adianta se lamentar, já que foi concedido um caminho para você?

  A única coisa que eu espero é que no final termine tudo bem. Sem mais angústias para mim, eu não mereço.

*

  Aquela maldita semana passou voando, e eu nem tive a oportunidade de amaldiçoar alguém.

  Era sexta-feira, a véspera da bosta da apresentação. Eu estava muito nervosa, enquanto Marcela não se aguentava de tanto rir.

  Na última aula, a professora de português levou a gente para a bosta da quadra, para que nós “esticássemos as pernas”. Eu esticaria algo dela, e vai na minha, não irá ser os cabelos. Pelo menos não da cabeça.

   Cheguei à quadra e Marcela se grudou em mim.

- Bem... Vamos fazer um jogo de queimada, hoje. – Disse alegremente a vadia da professora. – A sala dez está na quadra de baixo, então não os perturbe. Agora... Quem vai escolher?

  Marcela levantou a mão, alegre. Hugo também levantou a mão.

  Os dois foram para o meio da quadra, e Marcela ficou mais alegre impossível, afinal, estava ao lado da bosta de seu amado.

  A professora se sentou em um banquinho de madeira, afastada de nós. Eu fiquei impaciente, batendo o pé de leve no chão.

- Katrina! – Escolheu Marcela.

  Revirei os olhos e me arrastei até ela.

- Carmen. – Disse Hugo.

  E assim foi. A maioria do nosso time tinha garotos, e o time de Hugo havia apenas dois garotos. Eu sorri, já vitoriosa.

  Não querendo me gabar, mas eu sou ótima em queimada. E eu tinha dois alvos para dar um “Head-Shot” fenomenal. Carmen e Hugo.

  Sorri, triunfante.

  O jogo começou quando Carmen pegou a bola e a lançou na minha direção. A espalmei e peguei a bola. A quiquei algumas vezes, para visualizar meu alvo. Meu plano era o seguinte: acabar com a raça de todos, e por fim, acabar com a raça dos mais medíocres.

  Lancei a bola com certa violência, e ela foi parar no saco de um dos garotos. Ele colocou a mão ali, e se ajoelhou, pedindo socorro.

  Joguei minhas mãos para a cintura e dei risada. Marcela estava escondia atrás de um garoto alto para valer. Os meninos me olharam e abafaram uma risadinha.

- Eu sou boa em queima, eu sei. – Sorri.

  Eu me virei a tempo de me abaixar de uma bolada na fuça. Um garoto a pegou e não esperou eu respirar para lançar para o time inimigo. As meninas revidavam, todas lançando na minha direção.

  A cada bola que eu pegava, acertava alguém. Até que por fim, havia Carmen, Hugo e mais duas garotas. Olhei para trás. Restava eu e cinco garotos. Isso estava indo bem.

  Carmen pegou a bola e a jogou na direção das minhas pernas. Eu, novamente a espalmei e a quiquei. Olhei nos olhos de Carmen. Ela estava completamente suada, com a maquiagem escorrendo pelos olhos.

- Você está parecendo... Você mesma. – Eu gritei.

  Alguns garotos atrás de mim deram risadinhas. Ela estreitou os olhos.

- Tente me acertar se puder, Kat.

  Eu sorri.

- Carmen, você pode ser má... Mas eu sei ser bem pior.

  Olhei nos olhos de Carmen. Todos estavam certos que eu lhe acertaria. Absolutamente todos, inclusive os seus parceiros de time. Quer uma dica em um jogo? Nunca deixe suas pernas abertas.

  Lancei a bola à direita de Carmen, acertando em cheio o meio das pernas de Hugo. Viu, eu disse que eu faria um Head-Shot fenomenal. Mas nunca disse em qual cabeça seria, disse?

  Pelo jeito que Hugo ficou, a empresa dele nem existe. Era como se a bola acertasse seu braço.

  Fiquei incrédula. Levantei minhas mãos.

- Ou nem existe, ou ele é de aço. – Eu gritei.

  Todos caíram na gargalhada. Nem Marcela resistiu.

  Foi aí que as coisas esquentaram. Deu a louca em Carmen, e ela avançou em mim, com os dentes de fora. Parecia um chupa-cabra, mas ela já é, então nem deu graça. 

  Você não sabe como eu fiquei feliz. Desde que a conheci, queria um motivo para lhe arrancar os cabelos.

  Ela veio com a mão no meu cabelo. Mas ninguém toca no meu cabelo. Abaixei-me e lhe dei uma rasteira. Cai sobre ela e comecei a lhe dar tapas na cara. A cada tapa (com muita vontade) dado, eu me sentia cada vez mais feliz.

  Carmen me arranhou nos braços, mas eu agarrei seu cabelo e puxei para baixo. Ela gritou alto e eu continuei a puxar. Queria que aquela juba fosse para os ares.

- Vadia! – Ela gritou.

  Eu ri.

- Já me chamaram de coisa pior.

   Ela começou a gritar e me arranhou na bochecha. Carmen começou a me arranhar em todas as áreas possíveis. Eu bati sua cabeça no chão, e ela gritou mais alto. Cansei dos cabelos. Os arranquei sem piedade. Ela berrou.

  Tirei minhas mãos e vi que os fios negros estavam colados nos meus dedos. Dei de ombros e bati em sua cara.

  Algumas pessoas vieram e tentaram me puxar, mas aí eles viram que estavam lidando com uma cobra.

  A professora avançou para cima de mim, me empurrando. Mas eu sou persistente quando quero. E o que eu queria era arrancar os olhos daquela garota.

- Chamem alguém, agora! – Berrou a professora.

  Eu não havia me ligado que de fato, a sala dez estava na quadra de baixo.

  Todos os garotos de lá tentaram me puxar para sair de cima daquela vadia. Mas estavam com medo de me tocar.

  Mas Pedro não tinha isso. Pegou-me por baixo do braço e me carregou para longe de Carmen.

- Me solta! Deixa-me arrancar aquela peruca! – Eu gritei.

  Eu me contorci, mas ele me pegou por baixo das pernas, me carregando.

  Pedro me colocou no chão e me pegou pelos ombros.

  Foi aí que eu vi seu estado. Sua camisa estava ensopa, o suor estava cobrindo seu rosto. A única coisa que estava focada ali eram seus olhos.

- Katrina... Larga de ser doida. – Ele me avaliou por alguns segundos. – Olha o seu estado. Pra quê se meter em uma briga desnecessária?  

  Eu abri a boca.

- Foi ela que avançou para cima de mim! Só fiz o que todo mundo faria!  

  Ele ofegou por alguns segundos e relaxou os ombros.

- E, aliás... O que aconteceu com você? – Eu indaguei.

  Ele riu.

- Digamos que a professora não pega leve quando se trata de educação física. – Ele começou a fazer força nos meus ombros. – Corremos por volta da quadra... Dezesseis...

   Mas ele não conseguiu terminar a frase. Pedro caiu em cima de mim. Ele me abraçou com força e foi para frente.

- Katrina... Eu vou desmaiar. – Ele sussurrou.

  De fato, ele desabou e me levou junto. Eu caí de joelhos no chão.

- Pedro... Oh! – Eu berrei.

  Marcela gritou ao vê-lo.

  A maioria das pessoas chegou para xeretar. Ele havia desmaiado sobre mim, então eu lhe dei meu colo. Os meninos da nossa sala gritaram pela professora dele, e... Minha nossa.

  A mulher era mais gorda do que a Lúcia, vestia um uniforme militar e tinha um porrete. Resumi.

- O que houve? – Ela perguntou.

- Ele desmaiou. – Eu disse. – Provavelmente de cansaço.

  Eu olhei em volta, para os outros alunos da sala de Pedro. Todos estavam morrendo por aí, deitados no chão.

  Estreitei os olhos.

- Sua culpa.

  Ela riu.

- Não me culpe se esse soldado é fraco.

   Abri a boca.

- Ele não é um soldado. E não é fraco, velha.

  A senhora ia protestar, mas a nossa professora chegou.

- Você não deveria fazê-los correr tanto, Magda! – Gritou a nossa professora.

  Fechei a cara e assenti.

  Olhei para baixo.

  Parecia que ele estava dormindo. A boca entreaberta, olhos calmos e uma expressão de paz no rosto. Passei as costas da minha mão em sua bochecha. Ele estava gelado. A tirei rapidamente, afinal, minha mão não é quente.

- Katrina. – Levantei o olhar.

  Marcela estava sorrindo. Ela se agachou e abraçou as pernas.

- Quê? – Perguntei.

  Ela observou Pedro por alguns instantes.

- Não parece que está sonhando?

  Eu ri.

- Parece.

  Olhei em volta. Todos estavam discutindo sobre coisas desnecessárias, enquanto a nossa professora discutia com Magda, ou, como eu acabei de apelidar: velha-gorda-e-cabra-macho.

  Depois de alguns minutos que observei as duas discutindo, Pedro abriu os olhos. Eu pisquei algumas vezes.

- Você não tinha desmaiado?

  Ele sorriu meio debilmente.

- Eu estou bem. Só preciso descansar um pouco. Você não sabe como eu trabalhei para fazer aquele palco. E essas dezesseis voltas acabaram de me matar. – Ele pegou minha mão. – Desculpe se eu te machuquei.

  Eu ri.

- Não me machucou, mas está perdoado por desmaiar em cima de mim.

  Ele riu e apertou meus dedos.

- Sua mão está fria.

   Pedro fez algo assustador. Ele beijou minha mão.

   Minhas pernas começaram a esquentar. Olhei para os lados, para ver se alguém estava nos observando. Graças aos céus, todos estavam ocupados demais para prestar atenção em nós dois.

  Pedro riu.

- Suas pernas estão quentinhas.

  Ele sorriu, e com um pouco de esforço se sentou no chão. Pedro se levantou e fitou as duas professoras.

- Eu estou bem. Só preciso tomar um pouco d’água. – Ele disse normalmente.

  As duas assentiram e ele saiu normalmente entre a multidão.

  Olhei para Marcela, que estava pasma.

- Ele é uma máquina? – Ela perguntou.

  Dei de ombros.

- Vai entender os italianos.

*

  Eu cheguei em casa e tomei um susto ao me olhar no espelho.

   Meu rosto estava com marcas de unhas, e meus braços estavam sangrando. Meu cabelo estava com algumas falhas.

  Eu ri sozinha. Lancei meus braços para cima e comecei a dançar.

  Marcela entrou no banheiro e me fitou, meio incrédula.

- Katrina, viu o passar— o Jason? – Ela sorriu.

   A olhei, contente.

- Tipo isso. Olha o meu estado! A Julieta não é... Eu! Ela é certinha, bonitinha e arrumadinha. Eu sou meio bugada, então não vai dar para eu fazer o papel.

  Marcela bufou.

- Maquiagem, Katrina. Maquiagem.

  Parei de dançar e estreitei os olhos.

- Eu não uso maquiagem. Sou linda naturalmente, nunca precisei disso.

  Ela sorriu.

- Mas você vai fazer o papel, nem que seja forçado! – Ela apertou meu ombro. – Eu vou estar contigo, Katrina.

  Sorri.

- Ter você dando apoio e não ter ninguém é a mesma coisa. – Olhei para ela. – Branquela.

  Ela riu.

- Cobra.

  Dei-lhe língua.

- Tssss. – Brinquei.

  Nós duas começamos a dar risada, que nem duas idiotas.

  Camila entrou no banheiro com cara fechada.

- Eu estou querendo dormir, fiquem quietas. E Katina, larga de ser bebê. – E desapareceu atrás da parede.

  Olhei para Marcela. Ela estava boquiaberta.

- Katrina.

- Sim?

- Você tem uma miniatura. 


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Notas finais do capítulo

Oi, gente :3
Eu repito: adorei esse capítulo HAUHAUHAUHUAH A Carmen mereceu, bitch u-u
O próximo capítulo já é o capítulo da peça, hein hihihihihihhi u-u
Eu tenho em mente uma coisa muuuito lindinha que vocês vão adorar *0*
Espero que vocês tenham gostado,
Comentem bastante! ♥