Garota-Gelo escrita por Bia
Notas iniciais do capítulo
Oi, gatinhos :3
Como prometido, aqui o capítulo do ~encontro~ deles (Katrina me bateu ;-;) Espero que vocês gostem,
Boa Leitura ♥
Eu estava tendo um sonho maravilhoso.
Eu e Freddy estávamos sentados em um banco de mármore, em frente ao mar.
- Katrina, sabe que você é a garota dos meus sonhos? – Ele disse, em um tom doce.
Enrolei meus cabelos com os dedos.
- Eu sei, bobinho.
Estávamos prontos para nos beijar.
Alguém me deu um tapa na bunda.
Eu gritei, meio desesperada. Então eu vi que estava deitada de bruços na minha cama, toda descabelada e ao meu lado, uma Marcela de braços cruzados, séria.
- Você é um monstro! – Eu berrei.
Peguei meu despertador e vi que eram dez e meia. Amaldiçoei Marcela por umas seis vidas.
- Katrina, você tem um encontro uma hora da tarde. Se não se arrumar desde já, vai se atrasar, afinal, você é você. – Ela deu de ombros e foi embora.
Eu fiquei puta da vida.
- Isso não é um encontro! – Eu berrei. – E como você sabe o horário que ele vem, se eu não sei?
Ouvi Marcela rir.
- Só se arruma logo, branquela.
Abri e fechei a boca. Sentei-me na cama e encarei o guarda-roupa por alguns segundos.
Precisava decidir mentalmente o que usar.
Foi aí que eu quase fui estrangulada por Marcela.
- Você está parecendo uma mendiga! – Ela gritou e me agarrou nos ombros.
Olhei para mim mesma. Calça jeans rasgada, camisa branca com mancha de macarrão e o cabelo solto. Arrastava-me em chinelos.
- Eu estou linda. – Eu sorri.
Marcela bufou.
- Agora... Isso virou pessoal.
Ela me empurrou para o banheiro e penteou o meu cabelo.
- Ninguém mexe no meu cabelo. – Eu disse.
Ela deu um puxão nele.
- Fica quieta.
Marcela amarrou o meu cabelo com um laço preto, de forma que as pontinhas dele aparecessem, mesmo com eu de frente. Ia protestar, mas eu gostei.
- E agora... – Ela tirou um vestido de Nárnia. – Pode vestir isso.
O vestido era inteiramente preto. Havia quatro alças: as duas normais, e duas que caiam pelo ombro. Na barra, babadinhos em forma de corações se pendiam.
Eu estreitei os olhos.
- Não vou usar isso.
Ela sorriu.
- Ah... Vai sim.
Eu pensei que Marcela iria me estuprar. Ela tirou minha camisa pela cabeça e me enfiou o vestido.
- Oh! – Eu berrei.
Ela me observou.
- Não bagunçou o cabelo, ótimo.
Marcela me puxou para que eu ficasse de pé e tirou minhas calças.
Ela me olhou com orgulho.
- Você está linda, Katrina. – Ela apertou minhas calças contra o peito.
- Não tenho sapato. – Reclamei.
- Não seja por isso!
Ela tirou um par de sapatilhas de Hogwarts e colocou sobre minhas mãos. Eu me assustei.
- De onde você tira essas coisas? Tem Hogwarts no bolso?
Ela riu.
- Não seja boba, Katrina. Agora os calce.
Eu me sentei na cadeira e os calcei. Cabiam perfeitamente.
- Marcela, você me assusta. – Resmunguei.
Ela sorriu.
- Agora sim, Katrina. Pode ir lá pegar seu italiano.
*
Pedro chegou quinze segundos para a uma. Eu estava sentada no sofá, assistindo backyardigans com Camila.
- Minhoco, minhoco... – Ela cantava.
- Katrina... – Me chamou angelicalmente Marcela. – Pedro está aqui.
Inspirei e me levantei do sofá. Caminhei até a porta e olhei para ele.
- E aí. – Cumprimentei.
- E aí, megera. Pronta?
Eu ri.
- Não, eu durmo com esse vestido caro, mesmo. Afinal, eu sou rica.
Ela deu risada.
- Vamos logo.
- Bom divertimento, Kat. – Desejou Marcela.
Lhe dei língua.
Caminhei até a calçada e me virei para Pedro. O avaliei.
Calça jeans preta, camisa camuflada agarradinha, uma pulseira de fio vermelha e tênis preto. Ele estava exalando hortelã e... Aproximei-me dele e cheirei sua gola.
- Hortelã com mel? – Adivinhei.
Ele assentiu.
- E você, o que cheira?
- Provavelmente talco. Agora vamos logo que eu mal posso esperar para ver O Massacre da Serra-Elétrica pela quadragésima vez! – Eu bati palmas, feliz.
Pedro revirou os olhos.
- Katrina, você é muito doida.
Você não viu nada ainda.
*
Quando aquelas portinhas do mal se abriram sozinhas, eu estremeci.
Inalei aquele ar desgraçado e arrepiei. Pedro percebeu e apertou minha mão.
- Algo errado?
- Sinto cheiro...
Ele juntou as sobrancelhas.
- Sente cheiro de quê?
- Sinto cheiro de gente rica.
Pedro riu alto.
- Meu Deus, megera. Quanta cisma em uma única pessoa. – Ele me pegou pela mão. – Vamos logo, certo?
Eu balancei a cabeça positivamente, e fiquei incomodada com aquele cheiro fortíssimo.
A mão de Pedro estava quentinha, e eu só o deixei pegar a minha porque eu estava com frio. A vadia da Marcela me fez colocar um maldito vestido curto sem mangas.
Ele sorriu quando viu minha não-persistência.
- Está mansa hoje, cobra.
Eu ri.
- Sim, você está com sorte hoje.
Quando o cinema já estava visível, as pessoas começaram a nos olhar. Eu tossi.
- Por que estão nos encarando? – Sussurrei.
Pedro riu.
- Eles estão tendo a mesma ideia do que eu.
Estranhei.
- Que ideia?
- Que nós dois fazemos um casal perfeito.
Eu belisquei sua mão.
Chegamos à fila para comprar os ingressos.
- Fique do lado de fora. – Ele me avisou.
Assenti e contornei a fila. Cruzei os braços e fiquei pensando em um gordo rolando rua abaixo. Ri sozinha.
Um garoto – provavelmente rico – chegou perto de mim e me olhou de cima a baixo.
- Que foi, palhaço? – Eu o encarei. – Perdeu alguma coisa aqui?
Ele sorriu.
- Eu tenho um carro, gata. Quer dar uma volta comigo?
- Não. Agora saí fora. – Revirei os olhos.
Não sei o motivo, mas ele ficou ofendido.
- Você pensa que é quem para falar comigo? Só por que é gostosa pensa que pode sair por aí e se fazer de difícil?
Eu abri a boca.
- Não sou gelatina para ser gostosa.
Algumas pessoas começaram a nos olhar. O garoto provavelmente queria fazer um escândalo, me humilhar e sair feliz. Mas hoje não. Ele encontrou a garota errada para fazer isso.
- Sabe de uma coisa, você nem é tão bonita assim. Você é apenas uma vadiazinha como tantas outras por aí.
Eu me senti extremamente ofendida. Mas não iria sujar minhas mãos com ele.
- Katrina, peguei a pipoca e comprei as coisas. – Me avisou Pedro por cima do ombro.
Tive uma ideia.
Virei-me para Pedro, com cara de cachorro abandonado.
- Ele me chamou de vadia. – Apontei teatralmente para o garoto.
Pedro estreitou o olhar.
- Quer que eu acabe com ele?
Sorri e olhei para o menino. Ele estava branco.
- Quer saber? Não... Vamos assistir ao filme, é melhor do que perder o nosso tempo com esse aí.
Ele sorriu e me deu uma caixinha com pipoca.
Quando estávamos entrando, eu tive a certeza que Pedro estava olhando mortalmente para o moleque. Eu pulei, contente. Adoraria ver uma treta depois do filme.
Entramos na sala escura e nos sentamos no fundo. Antes mesmo de o filme começar, já tinha comido metade das minhas pipocas.
Quando começou, eu levei vários sustos com o pessoal do cinema. Eles gritavam desesperados para qualquer mão voando. Ah, que coisa mais sem graça. Gosto de ver cérebros, corações sendo arrancados, e não mãos.
Em nenhum momento Pedro pareceu ficar com medo. Ele se espreguiçou várias vezes, mas nunca demonstrou medo. Ele esticou o braço por trás do meu assento, roubando várias pipocas minhas. Eu peguei metade do refrigerante dele.
Eu saí alegre da sala.
- Tá, eu adoro ver esse filme. Não importa quantas vezes, eu sempre amo ver! – Eu disse animada.
Pedro sorriu.
- Fico muito feliz que você tenha gostado.
- Se eu gostei? Eu amei! – Bati em seu ombro. – Só a parte de passear no shopping não me agradou muito.
Ele coçou a cabeça.
- Se eu te convidar para vir de novo, você vem?
- Se for de graça, está feito. – Eu sorri.
Eu percebi que na sala ao lado, estava passando Titanic. Várias garotas choravam e se esfregavam nos braços dos namorados, ainda emocionadas.
Eu ri.
- Tão besta esse povo que chora com filme... – Resmunguei.
- Katrina, quer tomar um sorvete? – Pedro agarrou minha mão. Ele arregalou os olhos. – Katrina, você está gelada.
Eu sorri.
- Eu sou gelada.
- Não... Sério, você está gelada. Está com frio? Eu posso te comprar um casaco, se quiser.
Eu arregalei os olhos.
- Não faça isso. – Estiquei minha mão na frente de seu rosto. – Você vai falir.
- Katrina... Não fale isso. E se você ficar doente, eu vou ser o culpado. – Ele sorriu. – Uma cobra de sangue gelado ficar com frio, essa é nova.
Eu ri.
- Você é idiota, só pode. Mas eu estou morta de fome.
Pedro pareceu ficar assustado.
- Comeu um pote de pipoca, roubou o meu refrigerante e ainda está com fome. Caraca, você é um saco sem fundo.
Pedro fez um aro com o braço e puxou minha mão entre ele.
- Você vai comer comida italiana agora, Katrina.
Eu me assustei.
- É bom?
Ele sorriu e olhou para mim.
- É muito bom. Você vai comer Tiramisù comigo. E vai adorar.
*
E de fato, aquele doce com nome estranho é muito gostoso. Eu repeti o prato umas três vezes. Sim, eu sou gulosa, não me culpe.
Pedro parou de comer e apoiou o queixo na mão e ficou me olhando. Eu o encarei.
- Quê? – Perguntei, com a boca cheia de bolacha.
Pedro deu risada.
- Não posso te olhar?
- Não.
Ele ergueu os cantos de sua boca.
- Você fica linda comendo doces. Mas e aí, Katrina. Já acabou ou quer mais?
Eu olhei para o prato depois para ele.
- Eu ia pedir mais, mas você está com pressa, então é melhor eu parar por aqui.
Pedro começou a dar risada e tapou a boca.
- Você é um saco sem fundo! Não sei como não engorda.
Eu sorri.
- Eu queria ser gorda, eu seria tão mais legal. O único problema é que não ficaria bem em mim.
- Você fica bem em qualquer coisa ou situação, Katrina.
Eu sorri.
- Nem é verdade, mas... Hã... Vamos embora?
- Claro. – Ele sorriu.
Pedro chamou o garçom.
Ele disse algo muito engraçado, provavelmente em italiano. Eu comecei a dar risada.
O garçom me olhou com cara de ponto de interrogação. Pedro começou a falar com ele, e o garçom abriu um sorriso.
- Buona fortuna. – Ele piscou e desapareceu atrás de uma portinha.
Eu encarei Pedro. Ele estava rindo, como se vira o Jason.
- Fala italiano desde sempre?
Ele me olhou, surpreso.
- Sim, nasci na Itália. Morei lá até meus seis anos.
Eu sorri.
- Deve ser legal aprender outra língua diferente desse inferno chamado Português.
Ele riu.
- É fácil falar italiano. Comece me chamando de “fidanzato”. É um dos primeiros passos.
Eu cruzei os braços.
- Isso me parece suspeito. Depois eu vejo o que significa.
Ele sorriu.
- Significa algo que irá acontecer, mais cedo ou mais tarde.
Eu somente ignorei essa sentença.
*
Quando estávamos indo para casa, o frio apertou.
- Ah, droga. Agora eu estou com frio. – Eu disse, esfregando os braços.
Pedro fez algo assustador. Ele me abraçou.
- Oh, o que você está fazendo? – Eu me contorci.
- Estou te esquentando.
- Mas temos que andar! – Eu apontei para a rua.
Pedro pegou minha mão e colocou junto a sua barriga.
- Fique quieta por um instante, Katrina.
Ele empurrou minha cabeça contra seu peito. Ele ainda cheirava hortelã com mel.
Eu o ouvi sorrir.
- Pronto, nossa carona chegou.
Ele me largou e eu me virei. Atrás de nós, uma limusine preta estava estacionada. Eu fui para frente, com o susto. Mas eu apenas bati em seu peito.
- Quem é esse? – Perguntei.
- Derek.
Eu arregalei os olhos.
- Mano... Brinca não.
Derek saiu sorridente da limusine e nos encarou.
- Olá, pombinhos. Curtiram o passeio?
Olhei para Pedro.
- Quando você o chamou?
- Quando você foi ao banheiro. Mas vamos, entra, entra.
Ele me pegou pelo cotovelo e praticamente me jogou lá dentro. Eu me ajeitei e me sentei no banco de couro. Pedro se sentou ao meu lado, e Derek na minha frente.
- Então, Kat-Kat, como anda?
- Com as pernas. Não aprendi a voar ainda. – Murmurei.
Pedro riu.
Derek tirou os óculos de Sol – desnecessários – e me encarou.
- Como vai o docinho?
Olhei para ele.
- Docinho?
- Marcela. – Esclareceu Pedro.
Abri a boca.
- Tu tá caído por ela, mano? Eita, boa-sorte.
Derek sorriu.
- Boa-sorte é para o maluco do seu lado, megera.
Pedro lhe deu um tapa na coxa.
*
Chegamos em casa e eu fui a primeira a sair dali.
Pedro saiu depois de mim, e viu Derek parado lá dentro.
- Não vem? – Perguntou Pedro.
Ele balançou a cabeça em negativa.
- Tenho assuntos a resolver com o... – Ele pigarreou. – Com o coisa, saca?
Pedro ficou sério.
- O.k.
Eu os encarei.
- Só vai embora, peste.
Derek sorriu.
- Sentirei saudades também, megera. Manda um beijo para o doce.
Ele fechou a porta e a limusine deu uma guinada para frente, indo embora.
Encarei Pedro.
- Hoje foi legal. Tchau.
Tentei entrar em casa, mas ele me puxou pelo braço.
Pedro apertou minhas bochechas com uma das mãos, e me deu um selinho.
Fiquei pasma.
- Boa-tarde para você também, Katrina. Espero que sonhe comigo, porque eu irei sonhar com você.
Ele me largou e atravessou a rua tranquilamente.
Eu não podia acreditar. Peguei uma pedra que estava na calçada e o errei por dois centímetros. Ele correu para dentro de sua casa e me mandou um beijo.
Eu olhei para os lados.
- Ai, caramba. Alguém, socorro. – Sussurrei.
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Oi, onigiris :3
Eu fiquei com vontade de comer Tiramisù, cara e.e
Bom, já sabemos que Katrina não engorda, saco sem fundo u-u
Espero que vocês tenham ficado alegres, bravos, não sei u-u
Gente, gente, gente, agora vamos a uma perguntinha:
Qual a música de Katrina?
Quero ver sugestões, hein *0*
Espero que vocês tenham gostado,
Comentem bastante! ♥