Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 22
Sou Doce Que Nem Limão


Notas iniciais do capítulo

Geeeentee Ç^Ç
Cara, desculpas, mesmo, desculpa *chora*
Meu notebook soltou fu-ma-ça pela saída de ar. Eu chorei, chorei, mas ele está aqui de volta o/
Temos um capítulo fresquinho, espero que vocês gostem!
Boa Leitura ♥



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Eu acordei de manhã com uma puta falação na sala.

  Ah, para você que não sabe, eu acordo muito mais mal-humorada de sábado. Eu odeio sábado. Odeio todos os dias de semana, mas em especial o sábado.  

  Sentei-me na cama e encarei o colchão vazio de Marcela. Aquelas cobertas rosa me davam náuseas.

  Criei coragem e me levantei. Olhei para mim mesma. Estava usando uma camisola branca curta, cheia de babados na alça. O pior de tudo, é que sempre acordo de farol aceso. Você também, que eu sei.

  Desci a escada e criei fôlego para gritar com o pessoal que estava atrapalhando meu sono.

- Oh, eu estou querendo dormir! – Eu berrei. Olhei no relógio e vi que eram meio dia e quinze. – Vocês me obrigaram a sair da cama. Está cedo para cacete! 

  Marcela, mamãe, Isadora e um garoto que eu nunca vira antes viraram para me encarar.

- Ah, então essa é a Katrina. De fato, é linda igual à mãe.  Sorriu o garoto.

  Mamãe fez um som estranho e lhe deu um tapinha no ombro.

- Não seja bobo, Carlos! Katrina, esse é o irmão de Marcela, Carlos Agostino.

  Carlos pegou minha mão e a beijou de leve.

- Prazer, querida.

  Eu tirei minha mão da dele. O encarei. Tênis caro, calças caras, camisa cara. Resumindo: é rico. 

- Não gostei de você.

  Eu desci o resto dos degraus e me dirigi para a cozinha.

  Quando entrei, Camila estava comendo bis.

- Vai ficar mais gorda se continuar assim. – Eu disse. – Nenhum garoto vai se interessar por você, aí vai morrer sozinha, sem filhos, sem vida e sem felicidade. 

- Bom dia, Katina. – Ela sorriu. Sua boca estava cheia de chocolate.

  Eu ri.

- Sério, você é muito gulosa.

  Eu abri a geladeira e peguei o leite. O despejei em um copo de vidro e o coloquei no micro-ondas.

  Pi, pi.

    Sentei-me na bancada da pia e fiquei esperando. Depois de alguns segundos, o meu leite estava pronto. O peguei e fui para a sala.

  Sentei-me no sofá e estiquei as pernas.

- Katrina, se me permite dizer, que belas pernas você tem. – Sorriu Carlos.

- Não precisa dizer algo que eu já estou ciente faz tempo. E não me dirija a palavra, não gostei de você, como já disse. 

    Virei o copo na boca.

  Marcela abafou uma risadinha.

- Irmão, pare de flertar com Katrina. Ela terá um encontro amanhã.

  Engasguei e cuspi tudo.

- O que... – Eu tossi. – Eu não tenho encontro nenhum amanhã!

  Marcela cruzou os braços.

- Não, imagina. São só você e Pedro, indo ao cinema e passeando pelo shopping. Não é um encontro.

  Eu estreitei os olhos.

- Shopping?

- Sim, Katrina. Cinemas ficam no shopping. Não me diga que você não sabia?  

  Eu inspirei.

- Eu odeio shopping. Eles são do mal. Tem que andar um milhão de metros, e quando vê, não andou nada. Vou falar com aquele desgraçado agora.

  Levantei-me e joguei o copo nas mãos de Carlos. Fui marchando em direção à porta.

- Katrina, você está de camisola... – Avisou mamãe.

- E?

   Abri a porta e saí de casa pisando duro. Peguei uma pedra da rua e joguei na janela de Pedro. Não demorou muito para que ele saísse e abrisse um sorriso.

- Megera, você pode quebrar meu vidro. – Ele sorriu.

  Eu lhe dei língua.

- Você compra outra. Quero falar com você.

  Ele riu.

- Entra aí. Meus pais saíram, então eu estou sozinho aqui.

  Eu revirei os olhos e fechei a porta atrás de mim. Subi a escada e marchei pelo corredor.

- Pedro, que história é essa de sho... – Eu me cortei ao vê-lo.

  Ele estava sentado em sua cama, fazendo palavras cruzadas. Só que ele estava somente de cueca. Ainda por cima, usava uns óculos marrons escuros.  

  Eu olhei para o teto.

- Nem está tão calor assim.

  O ouvi sorrir.

- Meu quarto, Katrina. Diga-me o que você quer.

  Eu tentei olhar em seus olhos.

- Coloque uma calça.  

  Ele se levantou e jogou a revista na cama. Encarei a fechadura.

- Olá, fechadura. – A cumprimentei. – Como você vai, tendo que ver Pedro Marconni se trocando absolutamente todos os dias? Mal, né? É, eu sei.

  Pedro riu.

- Pode olhar, megera.

  O olhei. Ele estava se aproximando de mim, apenas com uma calça jeans preta.

  Encarei seu corpo por alguns segundos.

- Coloque uma camisa. 

*

  Depois que contei para Pedro meus motivos, ele começou a dar risada.

- Katrina... Você quer ir ao cinema, mas não quer ir ao shopping. Isso é meio bobo.

  Eu bufei.

- Não, não é. Odeio shoppings. Eles são do mal.

  Pedro riu e me olhou por alguns instantes.

- Katrina... Sabe por que eu estou fascinado em você?

  Eu arrepiei.

  Ele está voltando naquele assunto.

- Não, e não quero saber.

  Ele ficou sério e aproximou seu rosto do meu.

- Você sempre consegue me impressionar.

  Eu me esquivei e me levantei. Pigarreei.

- Nos vemos mais tarde. Tchau.

  Eu girei a maçaneta.

- Katrina. – Ele me chamou.

  Virei-me para ele.

- Não me tente mais com essa camisola. Sério.

  Minhas pernas esquentaram.

- Não... Não olhe minhas pernas. – Eu me senti extremamente desconfortável.

  Os cantos da boca de Pedro se viraram para cima.

- Você sabe que é impossível.

  Ele se levantou e eu me assustei.

  Abri a porta de seu quarto com tudo e desci correndo a escada.

  Quando eu estava na calçada, ele me agarrou no braço.

- Me solta... – Eu disse.

  Ele sorriu.

- Sabe que eu não farei mal algum a você, boba. Eu só quero perguntar algo.

  Ele me agarrou pelos ombros, para encará-lo.

- Isso não parece ser uma pergunta amigável. – Eu murmurei.

- Katrina, por que você sempre foge de mim? Tem medo? Por que, se for... Sabe que não poderia encostar um dedo em você. Se for outra coisa, por favor, me diga...

  Eu engasguei.

- Eu... Não tenho confiança nenhuma em você. É isso. – Gaguejei.

  Ele chacoalhou a cabeça.

- Então é só isso?

  Eu me surpreendi.

- ?

- Sim, só. Comparado com o medo que eu tinha de você ter medo de mim, isso é coisa pequena. Não quero que você me odeie.

  Eu estreitei os olhos.

- Pra quê tudo isso?

  Ele sorriu.

- Eu go...

  Mas Marcela gritou da minha casa:

- KATRINA, CORRE AQUI AGORA!

  Eu me assustei e fui para trás. Acenei com a cabeça para ele e entrei em casa rapidamente.

- O que foi, sua idiota?

  Carlos estava com um telefone em mãos. Marcela dava pulinhos histéricos e Isadora e mamãe me olhavam como se eu fosse Afrodite.

- Meu pai, Katrina... Ele quer falar com você.

  Eu arregalei os olhos.

- Teu pai? Rico, morador de uma mansão, rico, cheio de regras, rico, poderoso e que tem várias casas espalhadas pelo mundo, além de ser rico?

  Marcela deu risada.

- Fale com ele.

  Ela me empurrou na direção de Carlos. Peguei o telefone, meio hesitante.

- E aí? – Eu cumprimentei.

- Você é a doce Katrina que Marcela tanto me fala? – Ele perguntou.

  Eu encarei o teto, descrente no que acabei de ouvir.

- Sim... Doce que nem um limão.

  Marcela engasgou e soltou uma risadinha.

- Katrina, estou te agradecendo de coração por ter cuidado da minha filha cabeça de bague. Sabe que ela não pensa, não sabe?

  Eu ri.

- Sim, sei sim. Se eu fosse decente, até diria: ah, de nada, senhor rico, pode sempre trazê-la aqui! Mas como eu sou um cão chupando... Limão, vou apenas dizer: sua filha é a coisa mais insuportável e subornadora do universo. Por favor, não procrie mais. Ah, eu também não gostei do seu filho, o tal de Carlos-baba-ovo.

  Henrique começou a dar risadas. Olhei para Marcela.

- Coloca para que todos nós possamos ouvir. – Ela sussurrou.

  Revirei os olhos e apertei no botãozinho.

- Sabe, Katrina... Absolutamente ninguém já dissera isso para mim!

- Provavelmente são todos puxas-sacos. – Eu resmunguei.

- Você de fato é uma boa garota. Marcela me disse que te chamam de “Garota-Gelo”, mas não vejo nada de gelado em ti. Apenas vejo uma garota que não tem travas na língua e é boa de opiniões. Gostei de você, Katrina. Espero te ver pessoalmente.

- Eu não gostaria disso se fosse você. E eu não quero te conhecer, não. Não gosto de gente rica.

  Mamãe lançou uma bolinha de papel em mim. Marcela tapou o rosto.

  Eu ri juntamente com Henrique.

- Katrina, mande um beijo para Marcela e a Carlos. Diga que eu estou morto de saudades e quero ver ela logo. Você é um doce, Katrina. Até mais ver.

  Ele desligou e eu joguei o telefone nas mãos de Carlos.

- É... Tão doce quanto levar um chute nas bolas. – Murmurei. 


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Notas finais do capítulo

Oi, gente :3
Só eu achei que quero morar na casa dos Marconni? Lá é ~quente~ -n UHASHUASHS
Gente, eu sei que vocês queriam o capítulo do cinema, e tal, mas eu ~tive~ que colocar esse, porque seria estranho pular de sexta para domingo, sendo que eu tinha coisas para colocar u-u Mas eu ~juro~ que o capítulo do cinema vai ser a coisa mais linda do mundo. ~Olha eu atiçando vocês~
Gente, espero que vocês tenham gostado, e me desculpem pelo bolo Ç^Ç
Comentem bastante! ♥