Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 18
Minha Porta Tem Senha


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente u-u
Capítulo saindo meio a noite, meio a tarde, nunca sei definir esses horários ò-ó
Bem, espero que vocês gostem!
Boa Leitura ♥



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Eu dei de ombros.

– Não me importo! – Gritei para Marcela. – O que é bonito tem que ser mostrado!

Marcela começou a dar risada e desapareceu atrás da parede.

Virei-me para dona Isabel.

Estava em um conflito interno: matar alguém com o nosso concreto ou... Ou matar outra pessoa.

Eu cocei meu queixo.

– Isso é para o Pedro, sabe. Mas se você quiser provar um pouquinho, tudo bem.

Ela abriu um sorriso.

– Você é uma graça, Katrina.

Eu sei.

Ela pegou o garfo e o enfiou no bolo. Depois colocou o garfo na boca. Não demorou muito para que ela estivesse tossindo e fechasse a porta na minha cara.

Eu sorri.

– Katrina, você está muito malvada hoje. – Eu sussurrei para mim mesma.

Eu atravessei a rua e tentei abrir a porta. A vaca não abria.

Eu a chacoalhei e desisti. Bati na porta.

– Marcela! Abre essa porta! – Eu berrei.

– Qual é a senha? – Ela perguntou do outro lado, rindo.

Eu fechei os olhos e respirei fundo.

– A senha é: se você não abrir essa porta agora, eu vou arrancar todos os seus dentes! – Eu berrei e chutei a porta.

– Meu Deus, megera. Que violência é essa? – Uma voz ressoou atrás de mim.

Virei-me e vi Pedro, parado. Ele estava segurando na mão de um garotinho com cabelos cor-de-areia. Estava com Camila nos braços.

Eu estreitei os olhos.

– O que faz com Camila nos braços?

– Você a esqueceu na creche. Meu irmão estuda ali perto, então decidi fazer esse favor para você.

Ele a colocou no chão. Pedro torceu a boca e abafou uma risada. Ele cruzou os braços.

– O que você está fazendo vestindo somente isso? E por que esse prato?

– Não te interessa.

Eu me lembrei.

– Aliás... Por que você não experimenta esse bolo? Eu tinha ido à sua casa te dar ele, mas você não estava.

– Vá para casa, Rodrigo. Já, já estou lá. – Ele afagou o cabelo dele.

O garotinho ao seu lado assentiu e correu para a casa de Pedro.

– Katrina, eu tenho certeza que isso aqui está envenenado. Mas vou comer mesmo assim. É raro quando você me oferece algo... Principalmente nessa sua voz forçada.

Ele espetou o bolo e o comeu.

A princípio, pensei que ele iria ficar puto e jogar tudo na minha cara, mas ele apenas devorou tudo e me entregou o prato como se não tivesse devorado cimento.

Eu fiquei boquiaberta.

– Você não morreu por quê? – Eu perguntei, meio indignada.

Ele sorriu e apertou minha bochecha.

– Se vem de você, eu como até terra.

Eu o acompanhei com o olhar enquanto ele andava normalmente até sua casa. Ele entrou, acenou e fechou a porta.

Eu fiquei meio perdida.

A porta se abriu num estrondo e Marcela saiu dali, toda corada.

– Co... Como assim você ainda não casou com ele? – Ela me pegou nos ombros e me chacoalhou. – Isso foi a coisa mais bonitinha que eu já ouvi!

Eu estreitei meus olhos.

– Se para você, isso é bonitinho, ouça os puns de Camila. Você irá amar.

Eu entrei em casa e fechei a porta. Deixei as duas lá fora mesmo.

*

Quando já era bem tarde, Isadora entrou em casa. Ela estava com uma sacola enorme.

Marcela e Camila correram para ajudá-la. Eu somente estiquei minhas pernas no espaço livre do sofá.

– Foi namorar perdeu o lugar. – Eu as avisei.

Provavelmente elas me mandaram para lá, mas eu não liguei.

Fiquei contente quando estava passando O gordo caiu, e até me ajeitei no sofá para ver.

Telespectadores, com muito orgulho, eu apresento: Matheus Sousa, ele pesa cem quilos e doze gramas e está no nosso programa hoje! – Disse o Jorge, o apresentador.

Eu comecei a dar risada.

Vamos lá, Matheus. – O garoto se sentou no banquinho em cima da piscina e fechou os olhos. – Pronto?

Pronto! – Respondeu ele.

Jorge apitou e vários rapazes lançaram bolas, tentando acertar o alvo. Um deles acertou, e Matheus caiu na piscina.

Eu rolei no sofá, de tanto dar risada.

– Sério que você gosta disso, Katrina? – Perguntou Marcela, se sentando nas minhas pernas.

Eu levantei minhas pernas e Marcela caiu de cara no chão.

– Sim, eu adoro esse programa. Se você tem algum problema com isso, ou não... Estou pouco me importando.

Isadora chegou e levantou minhas pernas. Eu já ia reclamar, mas ela sentou e depositou com cuidado minhas pernas em cima de seu colo.

Não tive o que protestar.

– Estou super cansada!

Dei de ombros.

– Não estou nem ai.

Estávamos sossegadas em casa... Até que a energia acabou. Marcela e Camila gritaram histericamente e se agarraram a mim. Eu sorri.

– Jason, Freddy? São vocês? – Eu berrei.


Marcela começou a chorar juntamente com Camila.

– Calma! – Gritou Isadora.

Ela abriu as cortinas e as luzes da noite invadiram meu rosto. A noite estava clara. Só a lua e as estrelas no céu, nada mais.

– Katrina... – Gemeu Marcela. – Estou com medo! – E me apertou.

Eu ri.

– Medo? Medo do escuro? Não seja boba, Marcela. Ficar com medo não resolve nada. Só piora. Eu não entendo essas pessoas que fazem o possível para piorar um problema. Antes, eu tinha medo do escuro. Sabe o que eu fiz? Imaginei alguém para me proteger de qualquer coisa que viesse. No meu caso, eu orno entre o Freddy e o Jason. Já que você é... Você, por que não imagina um militar gostoso sem camisa com uma metralhadora? – Eu lhe dei um tapinha na cabeça.

Ela levantou a cabeça. Marcela me largou e se sentou ao meu lado. Ela fechou os olhos e abraçou as pernas.

– Obrigada, Katrina. Tentarei fazer isso. – E sorriu.

Eu sorri e olhei Camila. Ela havia dormido.

– Medo do escuro é o meu rabo. – Eu sussurrei.

*

Passamos a noite no escuro. E acredite, foi a melhor coisa do mundo assustar Marcela. Toda vez que ela ia ao banheiro, eu batia na porta desesperadamente e gritava. Ela uma vez desmaiou.

Marcela não dormiu nem um pouquinho. Eu adorei isso.

Quando eu acordei para ir para a escola, Marcela estava encolhida no colchão.

Seus olhos estavam inchados e roxos.

– Você não vai para a escola assim. Eu invento uma coisa para o professor. Algo como a gente ter transado e você estar exausta.

Ela chutou minha perna. Eu dei risada.

Desci para tomar o café e tudo que eu encontrei foi escuridão. Eu pulei, animada.

– Jason, me sequestre se quiser. – Eu murmurei para o escuro.

Andei até a cozinha e vi mamãe de porre, dormindo na mesa. Isadora preparava bolinhos de chuva. Eu roubei um e me sentei.

Eu estava comendo os bolinhos e conversando com Isadora quando a campainha tocou.

Eu tive que levantar e atender. Isso não é um absurdo?

Andei até a porta e a abri. Esfreguei meus olhos.

– Não tem pão velho, não. – Eu disse.

Mas no meio da escuridão, não dava para enxergar nada. Eu apertei os olhos bem na hora que os primeiros raios de Sol iluminaram o rosto dessa pessoa.

Senti um formigamento de puro ódio nos meus rins e estralei os dentes.

– O que você quer aqui, peste? – Eu berrei.

Quem estava na minha frente era nada mais nada menos do que Victor Dias, o filho da minha tia-avó Flora. Acho que não preciso dizer mais nada.


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Notas finais do capítulo

Oi, gente :3
Katrina dando conselhos úteis, isso é difícil u-u
Só eu que acho que a família "Dias" da história são todos engraçados, bugados e mesquinhos? Não fiz de propósito. -n
Espero que vocês tenham gostado,
Comentem bastante! ♥
PS: Sei que vocês me pediram capítulos maiores, mas se eu fizesse maior, acabaria com o mistério u-u