Canção De Ninar escrita por Ayzu LK


Capítulo 8
Capítulo 7 - Dickens e Wilde


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal bonito. Mais um capítulo e o próximo já estará na reta final.
Muitos já começaram a matar a história, mas não se preocupem, o final não será triste, ou tão triste. ainda haverão algumas surpresas.
Só aguardem e não me matem, por favor! kkk



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Quando acordou na manhã seguinte Sasuke encontrou sua cama vazia. Só não duvidava que Naruto estivera ali pelo forte cheiro de limões e pelo bilhete na sua escrivaninha.

" Eu amei contra a razão, 
contra a promessa, 
contra a paz, 
contra a esperança, 
contra a felicidade, 
contra todo o desencorajamento que existe."

Charles Dickens

Releu o bilhete várias vezes. Podia imaginá-lo sentado na sua cadeira de madeira, escrevendo aquilo, talvez mordendo o lábio e franzindo a testa. Sorriu e foi se arrumar para a escola.

Encontrou Itachi sentado na poltrona arrumando sua bolsa.

- Coma rápido se quer uma carona.

Notou que havia duas canecas usadas na mesa e sorriu: - Naruto tomou café aqui?

-Sim, saiu bem cedo. É um ótimo garoto.

Sasuke fechou a cara e o outro riu: - Não me olhe assim, não quero seu namorado. Só o achei uma pessoa incrível.

Ele não podia discordar disso.

- Mas Sasuke, o convença, ele precisa de ajuda.

- O que acha que ele tem?

- Eu... não sei. Queria falar com o pai dele. Ele trabalha no hospital não é? Sabe qual o nome?

- Não. – admitiu.

-Não sabe o nome do pai do seu namorado? – o outro replicou enquanto Sasuke servia-se de leite.

- Nunca perguntei, ele não gosta de falar do pai. – respondeu simplesmente. – Mas o sobrenome do Naruto é Uzumaki.

- Uzumaki. Tudo bem. Vou procurar isso. Cuide bem dele Sasuke. – Itachi sorriu. – Naruto está fazendo muito bem a você.

Sasuke corou e resmungou o seu famoso “hum”.  

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No colégio, Sasuke agora ficava com alguns alunos, não tão isolado, principalmente com Sakura, apesar de que sendo, bem, Sasuke, ainda não dava abertura a ninguém. Mas as pessoas iam percebendo que aquilo era de sua personalidade, e não o viam mais de forma tão ruim.

Sakura se mostrara até uma garota menos irritante, mas de vez em quando ela falava e agia de uma forma estranha. Tentava ignorar isso, afinal, a garota era melhor amiga de Naruto, e, bem, relativamente quase legal.

Até chegar o horário da aula de piano, se sentia nervoso, ansioso como sempre. E como sempre Naruto não atendia o celular. Sasuke só não mostrara todo sua irritação sobre isso por que não queria bancar o ciumento possessivo. Era humilhante.

Quando a hora bateu tomou as ruas no caminho já tão conhecido. Queria contar a Naruto a novidade: Madara lhe entregaria o piano. A famosa vítima de suas ameaças com um taco de baseball. Na verdade não gostou do tom presunçoso do tio quando falaram do piano, como se fosse por causa dele que Sasuke havia cedido ao que ele chamava “uma arte de verdadeiro cavalheiros”. Mas deixou estar. Tinha um piano, era o que importava agora.

Quando chegou a loja fugiu dos cumprimentos cantados do velho estranho e encontrou o seu professor de música sentado em um banco com um violão na mão, dedilhando de olhos fechados. A música era linda, suave sem ser doce, mudando em alguns momentos para algo mais forte, e então voltando a ser suave. Naruto abriu os olhos o fitando. Ele sorria com os olhos, sem dúvida. E havia aquele cheiro viciante e cítrico no ar. Sasuke ficou recostado na porta de braços cruzados, sorrindo de leve. Continuaram se olhando até os a música foi morrendo em um acorde ecoando no ar.

- Gostou? – Naruto sorriu ainda com o violão na perna.

-É linda. – Admitiu.

- Eu fiz pra você.

Sasuke arregalou os olhos. Poucas coisas surpreendiam o jovem Uchiha. Achava isso até começar a andar com aquele loiro.

-Você fez... – balançou a cabeça e abriu um sorriso involuntário. Sem dúvida, nunca ninguém havia feito algo assim para ele. – Naruto, isso é incrível.

- Não está completa. – Naruto fez um muxoxo aprontando para a partitura. - Falta alguma coisa. – Deu um suspiro alto e colocou o violão de lado. – Eu me perco no meio e não sei para onde ir mais.

Ele falou isso tão triste que Sasuke foi até ele e o abraçou por trás. O problema de Naruto começava a preocupa-lo muito também.

- Ainda assim está ficando linda Naruto. É a segunda música que me dá. – falou colocando o queixo em seu ombro.

- Como assim?

-Hum? Nada não. -  riu sem graça, agradecendo por ele não poder visualizar seu rosto. Não falara a ele ainda do episódio de infância. Queria que Naruto lembrasse. Queria muito, e precisava. – Com essa música, vou te perdoar por me tratar feito prostituta fugindo da minha cama pela manhã. Só faltava o dinheiro no lugar do bilhete.

- Não poderia ser prostituta se não fizemos sexo. – Naruto replicou e imediatamente o Uchiha abriu um sorriso malicioso. A tensão ficou no ar e a mão de Sasuke desceu e subiu de leve em seu peito, entrando na sua blusa. Naruto mordeu o lábio e ficou paralisado enquanto o outro sussurrou em seu ouvido: - Seu cheiro é tão bom, me mata de vontade de fazer o piano de cama.

Sasuke o beijou lentamente no pescoço e mordeu sua orelha devagar, a puxando. Naruto não sabia como reagir.

-Bee não vai gostar se fizer isso com o piano de estimação dele. – murmurou sentindo a mão safada em sua barriga e descendo, enquanto Sasuke o puxava mais para perto.

- Bee não vai gostar de quê? O que estão a fazer? – A voz os fez se separar com o susto.

O Velho os olhava da porta, como sempre, surgindo do nada. Ele sorria de forma maliciosa e Sasuke teve vontade de enfiar um violino da garganta dele por ter atrapalhado seus planos.

-Nada que deva se meter. – murmurou e Naruto riu com gosto.

- Vamos Sasuke, vamos ao piano. – Ao falar isso Sasuke abriu um sorriso malicioso e Naruto corou e acrescentou depressa. – Tocar ele.

O moreno bufou e seguiu resignado.

-Um dia Naruto. Me aguarde! – ameaçou.

Naruto riu e começaram a tocar juntos, agora sob os olhares do velho Bee.

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- Então ela falou que eu fui grosso com ela e chorou muito.

-E o que você fez?

- Não sabia o que fazer Sasuke. Ela é louca!

Naruto e Sasuke riram juntos enquanto desciam a rua após buscar Konohamaru na escola. O menino ia pendurado no pescoço de Sasuke contado sua primeira briga com Moegi. Os dois maiores de divertiam pra valer.

-Todas as mulheres são Konohamaru. – Sasuke falou sério. – Por isso namoro com seu irmão.

-Mas Naru também é louco. – O menino murmurou.

-Hei! Que história é essa fedelho? – Naruto perguntou fingindo irritação. Carregava o violão de lado, se preparavam para um piquenique no lago, já que a aula terminava mais cedo na sexta.

- Concordo. Mas as qualidades superam os defeitos. E ele é um louco que não oferece perigo.

Naruto não sabia o que responder. Foi elogiado e criticado ao mesmo tempo.

- Vou deixar essa passar. – resmungou por fim e Konohamaru e Sasuke bateram as palmas cumplices. – Mas Konohamaru, há várias maneiras de você contornar isso. Vocês se gostam não é?

-Ela é louca por mim. – o menino rebateu presunçoso. Naruto gargalhou e Sasuke balançou a cabeça.

- Então, já que seu ego é tão pequeno. – Naruto ironizou. – Mas enfim, faça algo especial, dê flores, recite um poema, faça uma canção. Seja romântico.

- Aha! Faça uma canção! Então estava tentando me pegar Naruto. – Sasuke ironizou.

- O Uchiha fazendo piada? Estou criando um monstro.

- Não o ouça Konohamaru. Você tem que ser firme. Você a coloca contra a parede!

-Sasuke! Eles só tem nove anos. – Naruto revirou os olhos. – Só peça desculpas e admita que esteja errado.

-Mas eu não estava!- o menino corrigiu.

- Mas vai dizer que estava. Aprenda desde cedo.

Sentaram no gramado e soltaram uma toalha enquanto removiam a comida. Foi uma tarde maravilhosa.

Conversaram, Naruto tocou e outra vez Sasuke se surpreendeu com sua voz, que era suave mais firme. E muito bonita, na sua opinião. Ficaram deitados no gramado vendo o sol descer enquanto Konohamaru atirava pedras na água:

- Me sinto leve, como quando eu era criança. – Naruto desabafou olhando para o céu com um sorriso largo. Ambos estavam deitados, Naruto com sua cabeça deitada na barriga de Sasuke.

- Bom que sinta isso. – Sasuke falou simplesmente com suavidade.

- Sasuke... – Naruto fechou os olhos sereno. Naqueles momentos não sentia medo de nada, só imensa paz.

- Hum...

- Eu amo você.

O outro parou de respirar por alguns segundos. Naruto quase podia ouvir seu coração bater muito rápido. Teve vontade de rir e ao mesmo tempo se sentiu triste. Sabia das dificuldades de Sasuke, mas havia um aperto em seu peito por querer ouvir a resposta.

-Hum.- o outro falou e Naruto riu. Ah, Sasuke.

- Não foi bem o que eu esperava. – concluiu.

-Naruto, é só que eu...

- Tudo bem. – O loiro suspirou. – Eu sei. Mas você deve falar mais sobre como se sente Sasuke, não pode supor que todos saibam. Eu já conheço bem seu coração. Você deve dizer as pessoas que ama o quanto elas são importantes para você, por que nunca se sabe quando não poderá dizer mais isso. Infelizmente, não temos bolas de cristais. Se eu soubesse que minha mãe ia morrer, teria falado que a amava mais vezes, teria dito que ela foi uma mãe incrível, e pediria desculpas por todas as nossas brigas. – Ele pareceu indeciso, Sasuke ainda estava calado, lutando com as palavras. – Eu tenho medo de não conseguir falar ao meu pai. Mas não vou errar com você ou Konohamaru. Eu amo vocês dois. E eu te amo muito mais do que pensei que poderia. Mas não estou pedido frases de retorno. Só esclarecendo fatos.

Como resposta Sasuke o puxou mais para seu peito e o abraçou. Era uma exclamação muda e Naruto sorriu. Quase podia ver a luta interna do Uchiha com as palavras. Se ergueu nos cotovelos e abriu um sorriso vendo o rosto nervoso do outro.

- Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos. Disse Oscar Wilde.

- Você é incrível Naruto.

-Eu sei. – o outro riu e beijou os lábios do moreno de leve. – Agora vamos embora.

Naquele dia, Naruto sentiu uma felicidade que lembrava e quando era criança. Sasuke, de certa forma, já pertencia a sua família, já significava lar.

Mal sabia eles, que as vezes o que precede o riso intenso, é nada mais do que dor. 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo o bicho pega.



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