A Luz E A Escuridão escrita por Madame Baggio


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelo comentário!!!

Adoro a Sam! Agora que ela está aqui tudo fica bem mais divertido! hahahaha



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Eles dirigiram em profundo silêncio. Samantha também tinha uma velha caminhonete e os estava levando para... Bem, para algum lugar.

Lily estava sentada ao lado dela na cabine, silenciosa, olhando para as próprias mãos que estavam pousadas em seu colo. Samantha não estava muito diferente, seu olhar fixo na rua, as mãos agarrando firmemente o volante. Remus, que estava ao lado de Lily, próximo a janela, para garantir a segurança, olhava para a rua também sem falar nada.

Na caçamba os outros três estavam ainda mais calados. James estava extremamente preocupado. Essa história estava ficando estranha demais para o gosto dele. Ele sentia que algo ali estava muito errado e cedo ou tarde sobraria para eles.

-Chegamos. –Samantha declarou para a caminhonete em frente a um pequeno prédio.

Todos desceram em silêncio e seguiram a morena para dentro do prédio. Ela abriu a porta que dava para um pequeno apartamento e que mal podia ser chamado de lar.

Os móveis eram apenas os básicos e não havia nada decorativo, nem um vaso, nem um tapete, nem um quadro.

-Casa legal hein? –Sirius comentou irônico.

-Nunca se sabe quando você vai ter que fugir. –Samantha respondeu tranqüila -Quanto menos você tiver para deixar para trás mais fácil é partir.

Todos se calaram.

O apartamento era pequeno. Uma sala ao lado da cozinha, separada apenas por um balcão, as outras duas portas ali deviam levar a um quarto e a um banheiro.

-Deve ter alguma coisa pra comer na geladeira. –Samantha falou jogando sua jaqueta no sofá –O quarto é ali e tem um banheiro ali. Vocês podem passar a noite aqui e irem embora de manhã.

-Ah nós vamos. –James afirmou –E você vai com a gente.

-Não vou não! –ela afirmou, estreitando os olhos perigosamente.

-OK, parem os dois. –Remus pediu –Amanhã conversaremos.

-Que seja. –Samantha deu de ombros –Você pode dormir no meu quarto se quiser. –ela falou para Lily.

-Acho que nós podemos dividir. –a ruiva falou sorrindo –Esses meninos são perigosos. Melhor não deixar você a sós com eles.

-Senhorita Evans! –Sirius falou com falso choque –Por quem você nos toma?

-Pelo pior tipo de homem que existe. –a ruiva respondeu sincera, fazendo Sirius rir.

-Viu, Pontas? –ele provocou James –A ruiva já é mais diversão que você. Acho que nós vamos tirar você do grupo e pôr ela.

James revirou os olhos, ignorando o amigo.

-Sem gracinhas. As duas. –ele avisou sério.

Lily revirou os olhos.

-O que você quiser, Alteza. –ela falou irônica.

As duas estavam indo para o quarto quando a voz de James fez as duas pararem.

-Ei senhorita Evans?

-O que foi agora, Potter? –Lily perguntou impaciente.

-Tem certeza de que você consegue dormir sem estar abraçada comigo? –ele perguntou com um sorriso maroto.

Lily corou inteira e se recusou a responder, simplesmente entrando no quarto, logo seguida por Samantha. Quando James virou-se ele viu que seus três amigos o encaravam com sorrisos divertidos.

-O que? –ele perguntou desconfortável.

-Você ama essa ruiva. –Sirius falou com um sorriso maroto.

James revirou os olhos.

-Eu mal conheço ela. –James lembrou.

-Já ouviu falar em amor a primeira vista? –Remus provocou.

-Eu achava que sim. –James falou, de repente sério –Hoje em dia eu não acredito mais nessas coisas.

Os amigos dele murcharam na hora.

-James, não é a mesma coisa. –Sirius assegurou.

-Para mim parece exatamente a mesma coisa. –ele falou –Eu não vou cometer o mesmo erro duas vezes. –ele falou sério –Evans pode ser divertida de se provocar e bonita, mas ela é uma missão e eu vou levar nosso relacionamento dessa forma. E fim de conversa.

***

-É impressão minha ou você e aquele Potter tem alguma coisa? –Samantha perguntou tão logo a porta se fechou atrás delas.

Lily corou de novo.

-Nós não temos nada. –Lily afirmou de forma firme.

-Tem certeza? –Samantha falou, um pequeno sorriso no canto dos lábios –Porque ele te olha como se quisesse te engolir.

Lily corou com o dobro de força.

-Deixa pra la. –Samantha falou rindo –Eu não quero ser a causa de uma explosão sua.

-É... Complicado. –Lily falou por fim –Ele é complicado. Mas não tem nada. –ela concluiu –Nada além dessa missão.

-Qual é a dessa missão exatamente? –Samantha quis saber.

-Você conhece Albus Dumbledore? –Lily quis saber.

-Cara estranho. –Samantha falou pensativa –Ele quis me levar pra tal escola da qual ele era diretor. Muito simpático, parece um vovô, mas eu não dei crédito a ele.

-Ele quer nós duas em segurança porque ele sabe que tem pessoas trás de nós, justamente por sermos... Diferentes. –Lily explicou com cuidado –Ele conhece esse pessoa na Sardenha que aparentemente pode nos manter seguras.

-Seguras dos cretinos do Ministério? –Samantha falou, fúria clara em sua voz.

-Você também? –Lily perguntou olhando o chão.

-Foi há vários anos... –Samantha falou dando de ombros –Eu estava de férias em Londres, eu só tinha 16 anos, mas era órfã. Ninguém na escola se importaria se eu tivesse sumido... Eles me encurralaram na rua.

-Como você escapou?

-Eu não tenho certeza. –Samantha admitiu –Quando eu acordei eu estava na sala de Dumbledore. Ele queria que eu ficasse em Hogwarts. Eu fugi naquela noite e sai da Inglaterra.

-Onde você estava estudando?

-Em Drumstrang.

-Mas essa não é uma escola de meninos? –Lily perguntou confusa.

-Dumbledore achou que seria seguro, já que ninguém procuraria por uma menina numa escola de meninos... Eu era a única garota la. Foi divertido. –ela deu de ombros –Mas de certa forma...

-Solitário? –Lily sugeriu.

-É...

As duas ficaram em silêncio por alguns longos segundos. Até que Samantha limpou a garganta.

-O banheiro é ali. –ela falou apontando a porta –Você pode tomar banho primeiro se quiser.

-Obrigada. –Lily sorriu –Obrigada mesmo.

***

Lily não saberia explicar o que ela sentia no momento. Essa sensação de estar completa nunca tinha acontecido a ela antes. Nunca com um amigo, com sua irmã, seus pais... Nunca com um homem. Ela tinha essa sensação de poder finalmente descansar, algo que ela não sabia realmente explicar.

Ela tomou um banho e logo depois Samantha entrou no banheiro. Ela se sentou na cama, se sentindo confusa. Alguma coisa dizia a ela que havia algo mais nessa história toda. Algo que estava escapando dela por milímetros, um pensamento que estava escorregando dos dedos dela.

Samantha saiu do banheiro vestida em um conjunto de dormir de algodão, um short e uma camiseta. Ela era bonita do próprio jeito e não tinha medo de mostrar. Calças justas, tops curtos, ela era do tipo que se vestia para mostrar o que tinha de bonito. Ela devia ter milhares de admiradores.

Lily sempre quisera ser ousada, bonita, mas ela nunca tivera coragem. Samantha pelo jeito tivera coragem de fazer tudo o que ela nunca conseguira. Fugir, se divertir, viver...

-E ai? Como a gente faz? –a morena perguntou desconfortável.

-Divide a cama? –Lily sugeriu.

-Por mim tudo bem. –a outra deu de ombros –Ah as vezes eu falo enquanto durmo.

-Você também? –Lily perguntou sorrindo.

-É. –Samantha sorriu –Quando eu era mais nova eu costumava ter esses sonhos com um rapaz muito tranqüilo que me rodava num jardim. –ela pareceu se perder na memória –As pessoas me acordavam falando que eu ria enquanto dormia.

-Quanta sorte. –Lily falou –Eu tinha pesadelos, que me faziam acordar aos gritos. –ela suspirou –Um homem muito nojento me batia, e me chamava de aberração. Eu odiava esses sonhos. Ainda hoje, mesmo não tendo mais eles eu não esqueço os olhos dele. Aquele azul vidro de tão claro.

Samantha parou de se mexer na hora.

-O que você disse? –ela perguntou em choque.

-O que? –Lily perguntou confusa.

-Como você disse que ele te chamava? –Samantha falou, sua expressão impossível de ser lida.

-Aberração. –Lily repetiu, olhando-a com cuidado.

-E te batia...

-É. O que foi? –ela perguntou preocupada.

-Você tinha alguém que te chamava de princesa? –Samantha quis saber –Olhos verdes, sorriso bondoso. Te rodava num jardim onde tinha uma enorme arvore com folhas...

-Cor de rosa. –Lily falou ao mesmo tempo que Samantha -Era uma árvore de flor de cerejeira. No quintal da minha vó. Meu primo Ethan me chamava de princesa. –Lily olhou em choque para Samantha.

-Meu pai me odiava por ser o que eu era. –Samantha falou, seu tom amargo –Ele me chamava de aberração e me batia.

As duas se olharam em silêncio.

-Quantos anos você tem? –Lily quis saber.

-Vinte. Quando você nasceu?

-27 de junho. –Lily respondeu –E você?

-Mesmo dia. Que horas?

-Meio dia e trinta e dois. –Lily falou sem hesitar –E você?

-Por volta de meio dia, eu não tenho certeza da hora.

As duas se olharam em silêncio mais uma vez.

-Onde você nasceu? –Samantha perguntou por fim.

-Em Londres. Você também né? –ela perguntou, mas nem precisou esperar a resposta. Ela já sabia. Por fim, algo pareceu se encaixar para Lily –Em que parte de Londres você nasceu?

-Por que? –Samantha perguntou desconfiada.

-Eu tenho uma teoria. Vem comigo.

Lily abriu a porta que dava para a sala.

-Remus, você tem um... –as palavras morreram na boca de Lily assim que ela entrou na sala, com Samantha logo atrás de si.

Os quatro marotos estavam espalhados pela sala em diferentes estados de vestimenta. Peter estava sentado no sofá, usando uma camiseta e uma calça de moleton. Remus estava sem camisa, abaixado no chão, puxando uma camiseta de sua mochila. Ele tinha uma forma definida, mas não exagerada, com músculos leves, como o de um corredor. As costas dele eram marcadas por pequenas cicatrizes. Sirius estava de pé, sem camisa e com os botões da calça aberta, como se ele estivesse a um passo de tira-la. Sirius sim era do tipo musculoso, de ombros largos, abdômen definido, não era a toa que ele era tão confiante nos próprios charmes. E por fim James, tinha os botões da camisa abertos, revelando os músculos definidos, mas não exagerados de sua barriga e o "v" que seu quadril formava, que era parcialmente oculto pelas calças.

Lily corou. Samantha olhou interessada os quatro.

-Você pelo jeito se deu bem nessa viajem... –ela comentou.

-Não é nada disso! –Lily falou.

Os rapazes também tiveram reações distintas. Peter pareceu totalmente calmo. Remus puxou a mochila de encontro ao peito, como se quisesse se esconder atrás dela. James e Sirius tiveram a cara de pau de parecerem satisfeitos.

-Senhoritas. –Sirius falou com um sorriso maroto –No que podemos ajudar?

-Não conseguiu dormir sem mim, Evans? –James provocou.

-Se eu entendi direito ela veio procurando pelo Remus. –Peter opinou, o que rendeu a ele um olhar assassino de James, risadas de Sirius e um Remus corado.

Sirius deixou o olhar escorregar pelas duas, se demorando mais nas pernas de Samantha, sem um pingo de vergonha. Samantha revirou os olhos.

-A gente quer um mapa. –ela falou.

-Pra que? –Sirius perguntou espreguiçando –Mulheres não sabem ler mapas.

As duas ignoraram o rapaz completamente.

-Um mapa de Londres, Remus. –Lily pediu.

-Eu tenho um. –ele falou, relutantemente colocando a bolsa no chão e começando a remexer nela.

-Não seja tímido, Lupin. –Samantha falou –Você fica uma graça sem camisa.

Remus corou, mas achou melhor não responder nada.

-Aqui está. –ele falou entregando o mapa para Lily.

A ruiva abriu o mapa sobre a mesa e os Marotos se aproximaram curiosos, para ver o que ela poderia querer com o mapa.

-Ok, você está vendo aqui? –ela perguntou a Samantha, ignorando os rapazes –Esse é a linha que divide o mundo em Leste e Oeste, o Meridiano de Greenwich, que corta Londres. Eu nasci em Kidbrooke. –ela falou indicando o ponto no lado direito da linha –E você?

Realização pareceu iluminar o rosto de Samantha.

-Eu nasci aqui em Camberwell. –ela falou indicando o ponto a esquerda da linha.

Os dois pontos, apesar de lados opostos da linha eram na mesma reta.

As duas se olharam em silêncio.

-Merlin... –Lily falou por fim.

-O que está acontecendo? –James perguntou.

-Eu e a Samantha nascemos no mesmo dia, mês, ano e provavelmente hora. Na mesma cidade. –Lily explicou.

Remus arqueou a sobrancelha.

-Eu tinha sonhos que na verdade eram visões da vida dela. –Samantha continuou –E vice versa.

Agora todos os Marotos olhavam em choque para elas.

-Quando eu vi ela pela primeira vez, eu tive uma sensação estranha. –Lily falou –Como se finalmente, depois de muito tempo, eu estivesse...

-Completa. –Samantha terminou.

-Opa, pára tudo! –Sirius pediu –Vocês querem dizer que vocês acham que são... –ele pareceu lutar para encontrar a palavra certa.

-Almas gêmeas? –Peter sugeriu.

-Algo nesse sentido. –Lily admitiu.

-Vamos pensar em outra direção. –Remus pediu –O que vocês têm de especial? O que faz vocês diferentes dos outros?

-Eu tenho esse poder de curar. –Lily explicou, mais para Samantha, já que os outros já sabiam -Eu posso curar feridas e até sentimentos. E meu Patrono é muito forte.

Samantha pareceu pensativa.

-Meu toque pode machucar fisicamente, como vocês viram. –ela explicou –Mas fora isso... –ela pareceu se lembrar de mais uma coisa –Ah tem... Outra coisa.

Todos esperaram em silêncio.

-Eu... Eu tenho uma certa... –ela parecia querer achar a palavra certa –Afinidade. –ela falou por fim –Uma certa afinidade com criaturas das trevas.

-Como assim? –James perguntou com cuidado.

-É difícil de explicar. –ela falou, torcendo os dedos em nervosismo –Eu nunca tive problemas com bicho-papão, porque eles não vêem atrás de mim. Mesmo nas aulas de DCAT eles nunca saiam do armário quando era eu quem estava ali. A única vez que eu cruzei com Dementadores, alguns anos atrás, eles se aproximaram, mas não vieram realmente pra cima de mim. Eles me circularam e por fim foram embora. Eu não sei o que é, mas eles não se aproximam.

Todos ficaram em silêncio pelo que pareceu longas horas, mas talvez tivessem sido minutos. Por fim, foi Remus quem quebrou o silêncio.

-E se elas forem mesmo almas gêmeas? Mas não do jeito tradicional. E se elas forem dois lados de uma moeda? –ele sugeriu.

-Eu me perdi. –Peter admitiu.

-Você não foi o único. -Sirius falou –Eu nao entendi.

-Mas eu sim. –Lily falou –Nós podemos ter várias coisas em comum, mas nós também temos várias coisas diferentes, principalmente os poderes.

-Então nós somos opostos? –Samantha perguntou confusa.

-Eu acho que é mais do que isso. –Lily olhou para a morena –Eu acho que nós somos totais opostos. Como Luz e Trevas.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor!

B-jão



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