A Luz E A Escuridão escrita por Madame Baggio


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelo comentário!

Já já começa a melhor parte! Sam está chegando *-*



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Quando o avião desceu em Ibiza já era noite. Saindo do aeroporto os cinco decidiram pedir um táxi para ir até o centro da cidade e de la verem para onde iriam.

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-Já que nós somos cinco eu acho que a Lily devia sentar no colo do James. –Sirius sugeriu com um enorme sorriso maroto.

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Lily revirou os olhos e sem falar nada se sentou no colo de Sirius.

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-Olha ruiva, com todo respeito, você não faz meu tipo. –ele avisou tranqüilo.

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-É com o que eu estou contando. –ela respondeu despreocupada.

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O motorista deixou os cinco numa das ruas mais badaladas, de frente para a praia. De la já se podia ver vários hotéis e bares. As ruas já estavam abarrotadas de pessoas de todas as tribos e feições. Havia luzes coloridas e o lugar lembrava um sonho. Um sonho adolescente de fugir e viver em meio a festas sem nunca olhar para trás.

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Esse, um dia, havia sido o sonho de Lily, mas ela não tivera coragem de realizá-lo. Aparentemente Samantha King tivera.

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-Vamos, senhorita Evans. – a voz de James despertou-a para a realidade que era dela.

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Mas as luzes a estavam seduzindo, pareciam tão convidativas...

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***

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Após quarenta minutos James já estava pronto para desistir. Ele perguntara há várias pessoas sobre o tal lugar onde Samantha havia sido vista pela última vez. Um lugar chamado Hell.

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-Dever ser uma boate. –o policial para quem James perguntara falou pensativo –Mas eu nunca ouvi falar.

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-Obrigado. –James agradeceu desanimado.

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-E ai? –Peter perguntou em meio a um bocejo.

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-Ele também não conhece. –James respondeu cansado.

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-Ah que saco. –Sirius reclamou –Onde infernos fica essa Hell?

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-Hell?

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Os cinco viraram-se para o jovem que havia se aproximado.

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-Vocês estão querendo ir no Hell? –ele perguntou.

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Ele era provavelmente espanhol. Dava para ver pela aparência hispânica de seus traços e pelo seu sotaque. Devia ser jovem, da idade deles.

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-Estamos. –James respondeu –Você sabe onde é?

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-Sei sim. –o rapaz respondeu abrindo um sorriso –Eu estou indo com uns amigos para la agora mesmo.

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-Você pode nos indicar o caminho? –Remus pediu.

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-Eu levo vocês. –o rapaz ofereceu.

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James agradeceu e eles seguiram-no até uma caminhonete Ford vermelha.

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-Pulem na caçamba. –o rapaz falou.

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Os cinco se sentaram na caçamba, onde havia mais duas caixas de cerveja.

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A caminhonete saiu seguindo mais dois carros. Eles andaram por um bom tempo. Logo a paisagem glamurosa do centro foi desaparecendo, dando lugar a lugares sujos e negligenciados.

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-Será que é por aqui mesmo? –Remus perguntou desconfiado.

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-Eu espero que sim. –James respondeu inseguro.

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Logo o carro parou.

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-Chegamos. –o rapaz avisou.

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Os Marotos e Lily olharam em volta e se viram diante do que parecia ser uma casa abandonada. A construção era gigante e um dia devia ter sido uma bela casa, o que ela claramente não era mais.

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-Aqui? –Sirius perguntou incrédulo.

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-É, aqui. –o rapaz respondeu tranqüilo pegando as duas caixas de cerveja e apoiando uma sobre cada ombro.

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-Senhorita Evans fique ao meu lado. –James pediu.

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-Pontas, se você quer ficar perto da ruiva é só falar. –Sirius falou revirando os olhos.

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James ignorou-o.

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O grupo que estava com o rapaz que os trouxe até ali foi abrindo a porta da casa e entrando sem cerimônias. Os Marotos e Lily seguiram o grupo com cuidado, sem saber o que esperar.

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O chão sob eles parecia pulsar como se fosse vivo e havia um barulho que eles não sabiam identificar, nem sabiam de onde vinha.

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A casa estava totalmente vazia e suja, mas as luzes estavam acesas em alguns cômodos, os que eles passaram fazendo seu caminho.

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O rapaz que os trouxera e os amigos andaram tranqüilamente, conversando e rindo. Quando eles chegaram a cozinha um dos rapazes abriu uma porta e ai sim o barulho aumentou absurdamente. Foi ai que tudo fez sentido. O barulho vinha do porão sob eles. Era ali naquela porta que a tal Hell começava.

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-Eu acho que a defesa civil e a saúde pública iam amar esse lugar. –Sirius comentou irônico.

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-Essa garota não pode estar aqui. –Lily falou incrédula.

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-Nós já vamos descobrir. –James falou mais seguro do que realmente se sentia.

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Eles desceram as escadas, já começando a ver o ambiente melhor. Ao fim da escada havia um cara enorme, com cara de mau. Provavelmente um "segurança".

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-Nós estamos procurando por Samantha King. –James falou para o homem.

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-Ela deve estar entrando no ringue agora. –foi a resposta do grandalhão.

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Os cinco se olharam confusos.

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-Ringue? –Sirius falou pensativo –Será que eles têm luta de mulher na lama aqui? –ele soava quase esperançoso.

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Remus revirou os olhos.

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-Cala a boca, Sirius.

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Dos pés da escada era mais fácil ver o lugar. Aquilo estava lotado. Se naquele espaço cabiam cem pessoas havia ali naquele momento umas trezentas. A luz era fraca e o ar parecia abafado e cheio de poeira. O som que se ouvia não era de música, era de conversa e gritos, vozes de humanas.

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Eles cortaram seu caminho pela multidão, procurando qualquer coisa que parecesse um ringue.

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Quando os gritos começaram a se tornar mais altos eles entenderam que haviam encontrado o que procuravam.

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Definitivamente não era o que Sirius estava esperando.

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O tal ringue era um buraco quadrado de dois por dois metros de largura e dois metros fundo no chão. Dentro do ringue havia um homem de pelo menos dois metros de altura. Enorme, forte, cheio de tatuagens na pele queimada de sol, cabeça raspada e barba por fazer. Diante dele havia uma garota. Samantha King, com certeza. Ela era pequena, 1,60, no máximo, com um corpo cheio de curvas proporcionais. Ela tinha a pele morena e cabelos castanhos escuros lisos e longos, presos num rabo de cavalo.

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-O que raios eles estão fazendo? –Peter perguntou preocupado.

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-Eu tenho um palpite, mas espero estar errado. –Remus falou olhando a cena.

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Samantha parecia tranqüila. Ela olhava para o homem diante dele como se não houvesse diferença nenhuma entre eles.

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Os homens ao redor gritavam o que James interpretou como apostas. Samantha era aparentemente a preferida.

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-Ela parece ser famosa por aqui. –James observou.

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-Deve ser. A informação que a gente tinha é que ela veio pra cá há dois anos. É surpreendente que ela tenha ficado nesse lugar tanto tempo. –Remus comentou.

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-Eu não sei se eu quero ver isso... –Lily falou hesitante.

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-Não se preocupe, senhorita Lily. –Sirius falou tranqüilo –Qualquer coisa e você pode apostar que o James te protege.

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Lily revirou os olhos, enquanto James acertava uma cotovelada no amigo.

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O som de uma campainha chamou a atenção deles. Os gritos ficaram mais altos.

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O gigante fez o primeiro movimento, desferindo um soco contra Samantha, que desviou num movimento rápido.

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-Eu não quero ver isso. –Lily falou tapando os olhos.

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-Mulheres... –Sirius falou, revirando os olhos.

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Samantha mantinha-se tranqüila, desviando-se da sucessão de golpes de seu adversário, mas nunca revidando. Ela parecia estar esperando alguma coisa.

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Até que o gigante desferiu um soco e Samantha viu sua oportunidade. Ela desviou do golpe, mas conseguiu dar um tapa no antebraço esquerdo do homem.

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-Espero que isso não seja tudo o que ela pode fazer. –Sirius falou irônico.

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-Olha aquilo! –Remus falou impressionado.

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James teve que olhar atentamente para ver o que Remus tinha visto. O braço esquerdo do gigante estava caído inerte, como um parte sem vida no corpo. Ele parecia não ter mai força para levantar o braço.

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-Como ela fez isso? –Peter perguntou impressionado.

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-Eu nem imagino, mas acabo de perceber porque ela também é especial. –Remus observou.

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Em mais um momento de distração do gigante Samantha bateu com a mão no joelho direito dele. O homem deu mais uns passos sem firmeza, antes de seu joelho falsear e ele cair no chão. Com o oponente caído de joelhos diante de si Samantha não teve dúvida, em acertar-lhe um chute certeiro na face, com a pesada bota que usava, o que fez o gigante cair para trás.

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-VULPEJA! VULPEJA! –a platéia gritava alucinada.

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Samantha jogou um olhar para o seu oponente caído e bateu levemente no joelho direito dele, como que para checar se ela estava acordado. O homem pareceu reagir e ela riu levemente antes de pegar o braço esquerdo dele e ajudá-lo a se sentar.

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-Cara, isso foi demais. –Peter falou animado.

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-Ai está uma mulher que sabe como tratar um homem... –Lily falou impressionada.

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-Vamos atrás dela. –James falou.

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Eles andaram com dificuldade pelo lugar apinhado. Por sorte Samantha também era parada por várias pessoas e eles conseguiram alcançá-la.

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-Samantha King! –James chamou, quando achou que a distância entre eles era o bastante para ela ouvi-lo.

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Ao som do seu nome Samantha virou-se, mas sua expressão era de poucos amigos.

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-Quem é você? –ela exigiu.

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-James Potter, Auror Supremo do Ministério Inglês. –ele falou sem se intimidar.

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Os olhos de Samantha se arregalaram.

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-Fique longe de mim! –ela avisou.

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-Senhorita King, não se preocupe. –Remus assegurou –Nós só queremos...

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Samantha deu um tapa na mão que Remus estendera em sua direção.

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-Fiquem longe de mim. –ela gritou, antes de se afastar correndo.

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-Quando vocês vão entender que para algumas pessoas o nome do Ministério não é consolo nenhum? –Lily falou com um suspiro entristecido.

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-Vamos atrás dela. –James falou –Peter, Remus não percam a senhorita ai de vista.

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Ele e Sirius começaram a abrir caminho por entre a multidão.

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-Droga! –Remus praguejou.

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-O que foi, Remus? –Peter perguntou preocupado.

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-Eu não consigo mexer meu braço! Ela fez alguma coisa e eu não sinto mais meu braço. –Remus falou beirando o desespero.

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Peter levantou o braço de Remus que Samantha havia tocado. Eles viram, surpresos, que o braço parecia estar apodrecendo rapidamente.

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-Cara, isso ta parecendo podre. –Peter falou torcendo o nariz.

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Lily tocou a pele escura com a ponta dos dedos, primeiro de forma hesitante. A pele dela parecia brilhar, mesmo na luz difusa. Logo a pele apodrecida começou a clarear mais uma vez, até voltar ao normal.

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-Uau. –Peter murmurou impressionado.

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-Eu estou sentindo meu braço de novo. –Remus falou impressionado, mexendo a mão.

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-Vamos atrás deles. –Lily falou preocupada –Essa garota é mais problema do que vocês estavam esperando.

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-E daí? Ela também é... –Peter cochichou para Remus antes de eles saírem atrás da ruiva.

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***

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James e Sirius correram atrás de Samantha até saírem de casa e caírem na rua deserta. Ela era rápida, mas eles eram Marotos. Os dois trocaram um olhar de entendimento e Sirius se afastou de James, indo por outro caminho, enquanto o Maroto continuava a correr atrás de Samantha. James achava que eles tinham sorte por ela ainda não ter aparatado, apesar de ele não entender porque ela não fazia isso.

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Ela pegou uma distância de James, mas quando virou uma das esquinas escuras deu de cara com Sirius esperando por ela.

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-Que tal você parar de correr um pouquinho e conversar com a gente? –ele propôs tranqüilo.

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-Fique longe de mim. –ela falou irritada, antes de tentar acertar um chute nele.

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Apesar do susto Sirius conseguiu escapar por pouco do golpe.

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-Merlin, que violência. –Sirius falou indignado –Sossega, mulher. A gente só quer conversar.

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-Eu não tenho assunto nenhum com vocês, cachorrinhos do Ministério. –ela afirmou irritada, antes de tentar dar mais um golpe nele.

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-Sirius! Cuidado com ela! –James que se aproximava correndo gritou.

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-Nem precisa avisar. –Sirius falou irônico, enquanto ainda desviava dos golpes dela.

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Num movimento rápido ele tirou o casaco e conseguiu prender as duas mãos dela.

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-E agora, nervosinha? –ele provocou –O que você vai fazer?

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Ela lançou a cabeça para frente e acertou o nariz dele. Os olhos de Sirius se encheram de lágrimas, mas ele não a soltou.

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-Ai sua filha de uma...

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-Olha a boca, Almofadinhas... –James falou com um sorriso maroto se aproximando –Mas bem pensado. –ele observou as mãos dela, que estavam presas. –Assim ela não pode usar aquele truquezinho dela.

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Samantha deu um sorriso de canto de lábios.

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-É, sorte a de vocês. –ela falou irônica –Mas não da pra dizer o mesmo pra aquele outro amiguinho seu. Se vocês não fizerem nada rápido o braço dele vai apodrecer até ter que ser amputado.

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Os dois olharam em choque para ela.

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-Você vai desfazer isso. –James exigiu.

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-Eu vou pensar no caso de vocês. –ela falou tranqüila –Eu só resolvo o problema se vocês me soltarem agora.

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-Não vai ser necessário. –Remus, que vinha se aproximando, falou tranqüilo –O problema já foi resolvido.

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Samantha arregalou os olhos, claramente chocada.

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-Como você fez isso? –ela quis saber.

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-Não foi ele. Fui eu.

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O olhar de Samantha desviou-se de Remus e foi parar na pequena ruiva que vinha na direção deles. Ela parecia tão orgulhosa quanto a própria Samantha o era.

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-E quem seria você, vermelhinha?

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-Lily Evans.

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Lily parou a uma distância segura de Samantha.

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-Pode soltá-la, Sirius. –a ruiva falou –Não tem nada que ela possa fazer contra um de nós.

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Sirius hesitou por um minuto, mas acabou largando Samantha. A morena pareceu encolher como um rato encurralado, mas seu olhar mais uma vez caiu em Lily. E quando seus olhos se cruzaram a coisa mais estranha do mundo aconteceu.

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Era uma sensação de alívio. Um alívio indescritível. Como se finalmente depois de um longo tempo de procura as duas houvessem encontrado algo que elas procuravam.

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-Senhorita Evans? –Remus chamou preocupado.

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Lily não ouviu. A mente dela estava trabalhando com força, tentando se lembrar de onde ela poderia conhecer Samantha. E mesmo sem uma resposta para isso ela estava feliz de ter podido finalmente reencontrá-la.

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Inconscientemente as duas deram um passo para frente. Os quatro rapazes se colocaram em alerta, pontos para pararem Samantha se fosse necessário. Lily levantou a mão parando eles.

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-Esperem. –ela pediu, sua voz baixa.

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Os meninos pararam, embora hesitantes. Samantha e Lily se aproximaram, os olhos travados na face uma da outra. A ansiedade crescendo dentro delas. Elas não entendiam o porque da batida descompassada de seus corações, mas sabiam que estavam felizes por finalmente estarem ali.

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As duas estenderam as mãos, ao mesmo tempo e suavemente tocaram a ponta de seus dedos. Parecia certo. Parecia destinado. A palma da mão delas tinha exatamente o mesmo tamanho. E quando elas se juntaram, os quatro rapazes viram em choque uma luz suave envolver as duas.

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Finalmente eu te encontrei...


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Notas finais do capítulo

COMENTEM!!!

B-jão



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