A Luz E A Escuridão escrita por Madame Baggio


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Lily está arrasando! hahha
Mais aventuras virão!



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A cabeça dela doía muito. Parecia que tinha sido atropelada por um caminhão. E também era assim que se sentia. Não quis abrir os olhos. Lembrou-se dos Aurores Supremos que apareceram vindos de lugar nenhum. Teve medo de estar presa mais uma vez naquela sala de paredes incrivelmente brancas, com todos aqueles homens estranhos analisando-a e fazendo perguntas que ela não sabia como responder.

-Como aquilo foi possível? –ela ouviu uma voz perguntar longe dela.

-Eu realmente não sei, James. –uma outra voz respondeu –Eu nunca ouvi falar de nada parecido com aquilo. Um rebanho de Patrono.

-E de fato muito poderoso. Não havia um Dementador sequer num raio de quatro metros do trem. –outra voz respondeu.

-É, mas pelo jeito é forte demais até para ela. –uma quarta voz completou –Ela apagou legal depois daquilo.

-Agora eu começo a entender porque Voldemort esta atrás dela... –a primeira voz, a do tal James, falou pensativa.

Ela lentamente abriu os olhos. Não se deparou com um teto branco como esperava. No lugar viu um teto de madeira bem envelhecida, com um ventilador girando lentamente. Onde raios ela estava?

-Ai minha cabeça... –ela reclamou baixinho, mas mesmo assim chamando a atenção dos Marotos.

-Ok, eu vou querer uma explicação agora mesmo. -a voz de James falou.

-James, espera. –a outra voz, que ela reconheceu como sendo o rapaz que tentou acalma-la pediu –Ela acabou de acordar, James. Ela deve estar confusa.

-Confusa ela vai ficar quando eu...

-Da pra você calar a boca? –Lily pediu elevando a voz –Meu Deus, como você tem uma voz irritante.

Os quatro rapazes olharam surpresos para a pequena garota deitada na cama, com as mãos cobrindo os olhos. Nunca depois que eles passaram a usar aqueles uniformes negros alguém teve coragem de falar daquele jeito com um deles.

-Desculpe, senhorita –James falou irônico –Mas creio que nós temos o direito a algumas explicações.

-Ah é? –ela desafiou sem sequer se dar ao trabalho de olhá-lo –Quem disse?

O queixo de James desabou. Peter e Sirius tentavam conter risadas, ao que Remus olhou de forma reprovadora para ele.

-Senhorita Evans, eu sei que tudo foi meio repentino, mas eu acho que nós precisamos nos entender, porque a senhorita precisa de nós mais do que imagina. –Remus falou com voz calma.

Ela ficou em silêncio por um segundo, antes de virar-se para a direção deles. Percebeu que estava deitada em uma pequena cama e eles estavam em um quarto bem simples, provavelmente uma hospedaria de beira de estrada. O quarto era todo em madeira. Os quatro jovens estavam em pé próximos a uma mesa com quatro cadeiras, vestidos com roupas trouxas, no lugar que também tinha uma pequena cozinha e um sofá. A única outra porta além da saída, devia levar a um banheiro.

-Qual o seu nome? –Lily perguntou olhando para Remus.

Remus suspirou aliviado. Ela parecia mais calma.

-Eu sou Remus Lupin. Esses são Sirius Black, Peter Pettigrew e...

-James Potter. É, eu lembro o nome desse idiota antes dele sair me arrastando da cabine. –ela falou debochada.

-Idiota?! –James repetiu em choque –Eu sou o "idiota" que estava lá para salvar a sua pele.

-Pois eu dispenso de muito bom grado a ajuda do Ministério. –ela falou sentando-se violentamente. O jeito que ela falou a palavra "Ministério" foi de assustar, tamanho o desprezo, o nojo que ela sentia.

-Senhorita Evans, o Ministério só quer ajudá-la... –Remus começou a argumentar.

-Bom, da última vez que o Ministério quis me "ajudar" eu terminei presa por dois meses numa sala com pessoas me estudando como seu eu fosse uma coisa sem vida! –ela falou irritada.

Os quatro olharam em choque para Lily e depois trocaram olhares entre si.

-Isso não é possível. –começou James –O Ministério nunca...

-Faria isso? –Lily falou irônica –Era o que Dumbledore falava para mim, até eu mostrar isso para ele.

Ela falou isso e levantou seu moletom revelando o que parecia ser uma tatuagem, situada sobre as costelas, no lado esquerdo do peito.

-Você me permite ver de perto? –Remus perguntou cuidadoso.

-Fique a vontade. –ela falou fria.

Remus se aproximou e sentou-se na cama próximo a Lily. Abaixou os olhos para o que aparentava ser uma tatuagem. Foi ai que ele viu o que realmente era. Parecia com um numero de série, como se ela tivesse sido marcada como um experimento. E Remus reconheceu aquela marcação.

-E245-7MM. –ele leu em voz alta –É a marca do Ministério. –ele confirmou –O "E" significa "Experimento" e o "MM" significa "Ministério da Magia".

-Como eu dizia, -ela falou abaixando a camisa –eu me recuso a ir a qualquer lugar regido pelo Ministério.

-Merlin, isso é terrível. –Peter falou –Fazer experiências com pessoas? Eu nunca imaginei uma coisa dessas.

-Você pode nos contar exatamente como foi isso? –Sirius pediu.

-Foi no ano seguinte a minha formatura. –ela falou desviando o olhar deles e olhando para a janela –Eu tinha dezoito e estava em casa com a minha família. Foi de repente, esses homens do Ministério entraram aparatando dentro da minha casa e dizendo que estavam me levando em nome do Ministério. Meus pais se levantaram e disseram que ninguém ia me levar a lugar nenhum. Eles estuporaram meus pais e me levaram do mesmo jeito. Eu passei dois meses trancada em uma sala tão branca que fazia meus olhos doerem, eu fui marcada como gado, tive que beber poções, responder perguntas que eu nem tinha idéia do que queriam dizer. E quando eu finalmente consegui sair de lá eu descubro que meus pais foram assassinados por Comensais da Morte que estavam a minha procura. –os olhos dela começaram a se encher de lágrimas –Então não me peçam para confiar no Ministério ou nada que venha dele!

Ela afundou o rosto na mão chorando dolorosamente. Os quatro Marotos se olharam meio sem saber o que fazer. Remus hesitantemente abraçou Lily pelo ombro. Ela, incrivelmente aceitou o gesto, afundando o rosto no peito do Maroto e chorando sem vergonha.

James viu tudo aquilo e sentiu uma raiva intensa. Que tipo de pessoa fazia isso a uma garota? Certamente não o Ministério para o qual ele pensava que trabalhava. Ele saiu do quarto enfurecido, batendo a porta.

-E agora, Almofadinhas? –Peter cochichou para Sirius.

-Agora eu tenho dó da pessoa com quem o Pontas esta indo conversar...

XxX

James encontrou um bar bruxo, não muito longe da pequena pousada que eles estavam. O dono do bar concordou em deixa-lo usar a lareira mediante um pequeno pagamento que o moreno ofereceu.

Quando ele abriu os olhos viu a sala de Dumbledore em Hogwarts. Podia não ser nada seguro o que ele estava fazendo agora, mas ele tinha que tirar essa história a limpo.

-Pela sua expressão, eu imagino que algo nada bom deve ter acontecido...

James olhou em volta e encontrou o professor Dumbledore sentado em uma poltrona diante da lareira.

-Por que você não contou que eles tinham feito experiências com Lily Evans? –James exigiu sem rodeios.

-Eu não queria comentar na frente de Thomas. –Dumbledore respondeu tranqüilo –Mas sabia que cedo ou tarde vocês descobririam por si mesmos.

-O fato de você ter nos escolhido para o trabalho tem alguma coisa a ver com isso?

-Sim. –o diretor confirmou –Eu sei o tipo de jovens que vocês são. Eu sei que vocês não são desonestos ou cruéis. E eu sei que se o Ministério tentar fazer algo contra elas, no fim vocês vão fazer a coisa certa.

-Então é isso? –James falou irônico –Você quer que caso haja necessidade nós enfrentemos o Ministério para salvá-las?

-Me diga você, James. –Albus falou tranqüilo –Você teria coragem de entregar a senhorita Evans para o Ministério sabendo o que eles já fizeram para ela uma vez?

A imagem da ruiva chorando veio imediatamente à mente de James. Os olhos verdes inundados de uma tristeza de partir o coração de qualquer um. Mesmo de alguém que como ele já desistira ha muito tempo de ter um coração.

-Nós vamos protegê-las deles. –ele falou por fim.

-Eu sei que vai, James e eu confio em vocês.

-Parece que a senhorita Evans não confia em nós... –ele falou meio irônico.

-Hum, parece que você e Lily já tiveram um choque de temperamentos... Eu esperava por isso. –ele sorriu divertido –Lily parece ser osso duro, mas ela é uma boa menina. Vocês só precisam de uma chance para se entenderem.

-Até parece... –James falou baixinho.

James acabou com a conexão, antes de ver o sorriso confiante que iluminou o rosto de Dumbledore.

XxX

Lily havia parado de chorar. Remus fora muito doce ao consolá-la. Ele era um bom rapaz. Ela ainda tinha algumas dúvidas sobre os outros três, mas Peter parecia alguém tranqüilo e de boa, mas Sirius parecia extremamente arrogante e aquele tal Potter parecia pior ainda. Ela pressentia problemas ai...

Ela estava inclinada a acreditar neles e confiar de que eles não a levariam de volta para as salas brancas do Ministério, mas ao menor sinal de que eles a estavam levando de volta para a Inglaterra ela sumiria dali.

Fazia pouco mais de meia hora que James havia saído de lá e eles esperavam ele voltar para decidirem o que iriam fazer. Remus dissera algo sobre levá-la para a Sardenha. Exatamente o que Dumbledore queria que ela fizesse... Talvez eles não fossem tão más pessoas assim.

Ela mal concordou com esse pensamento James entrou no quarto, batendo a porta.

-E ai? Quem foi o coitado que teve que agüentar sua ira? –Sirius provocou.

-Dumbledore. –James respondeu, sua voz deixando claro que ele não estava para brincadeiras.

-Dumbledore?! –Remus falou perplexo –O que você disse para ele?

-Eu só fiz algumas perguntas. Ele confia em nós para deixarmos a senhorita Evans longe de problemas e longe das mãos do Ministério. –James informou.

-Ele espera que nós desobedeçamos ao Ministério? –Peter perguntou baixinho.

-Se isso significar deixar a Lily longe das salas de experiências eu aceito. –Remus falou sem hesitar.

-Se vocês não pararem de cochichar eu vou achar que vocês estão armando contra mim... –a voz de Lily soou por trás deles.

-Não estamos tramando nada, senhorita Evans. –James falou tranqüilo.

-O que nós vamos fazer agora, James? –Sirius perguntou.

-A partir de agora eu quero viajar sem que o Ministério saiba, então estaremos viajando como trouxas, o resto do caminho. –ele informou.

-James você tem certeza? –Remus perguntou preocupado –É um longo caminho e pode não dar tempo...

-Nesse caso você e Sirius voltam e eu e Peter completamos a missão. –James falou tranqüilo e deu um sorriso confiante para o amigo.

-Dá para eu ser incluída na conversa, por favor? –Lily falou meio mal humorada –Acho que eu tenho o direito de saber para onde vocês estão me levando.

-Claro minha senhora. –Sirius falou irônico.

-Nós estamos a caminho de Ibiza, na Espanha e depois disso levaremos você a Sardenha. –James informou.

-O que nós faremos em Ibiza? –Lily perguntou confusa.

-Há mais uma pessoa que deve vir conosco, pelo mesmo motivo que a senhorita. –Remus informou –Nós estamos indo buscá-la.

-Ok, que seja. –Lily falou levantando-se da cama.

Ela espreguiçou-se calmamente, diante dos olhares atentos dos quatro jovens.

-O que foi? –ela perguntou ao ver que todos a olhavam.

-Senhorita Evans... –Remus começou com cuidado –Aquilo que aconteceu no trem...

-Você poderia ser mais especifico, por favor? –ela falou meio irônica –Você se refere ao fato do seu delicado amigo ter invadido minha cabine ou algo que tenha ocorrido depois?

James forçou-se a respirar com calma, enquanto Peter e Sirius tentavam controlar o riso.

-O seu Patrono. –Remus falou.

Lily olhou para o chão.

-Ah, aquilo... –ela murmurou tristemente.

-Você sabe como você foi capaz de fazer aquilo? –Remus insistiu.

-Na verdade não. –ela respondeu sem encará-lo –Eu só sei que eu sou capaz de criar Patronos corpóreos desde que eu tinha doze anos. E com o passar do tempo eu conseguia fazer mais e mais Patronos ao mesmo tempo. Atualmente eu consigo criar um rebanho de corsas...

-Você acha que é por isso que o Ministério está interessado em você? –Peter perguntou.

-Sim. –ela afirmou –É por isso e por um outro motivo... –ela falou com cuidado.

-Qual? –James perguntou.

-Eu não sei explicar muito bem. É algo com meu toque. –ela falou, parecendo confusa e incomodada –Às vezes quando as pessoas não estão bem eu posso sentir isso. E daí eu sinto um desejo incontrolável de consolar essa pessoa. Às vezes basta eu me aproximar um pouco, mas algumas vezes... –ela parou parecendo insegura sobre continuar ou não.

-O que acontece, senhorita Evans? –Remus insistiu gentilmente.

-Meu toque pode... –ela hesitou –Pode curar as pessoas. –ela falou de uma vez. –E não apenas sentimentos feridos, mas também machucados físicos, alguns até bem graves.

Os quatro rapazes olhavam para ela com expressões comedidas. Pareciam tentar digerir o que acabaram de ouvir.

-Como você descobriu isso? –James perguntou.

-Muito tempo atrás eu estava brincando na rua com algumas crianças e uma das meninas caiu no chão e cortou o joelho. Ela começou a chorar muito e saía sangue da ferida. Minhas pernas pareceram se mexer sozinhas. Quando eu vi eu já tinha minhas mãos sobre o joelho dela e no instante seguinte o machucado havia fechado.

Ela suspirou e deu as costas para eles.

-Isso causou uma comoção enorme na pequena cidade que eu morava. Nós tivemos que nos mudar. Meus pais queriam me proteger de todas aquelas pessoas curiosas a nossa volta.

Os marotos trocaram olhares entre si.

-Não se preocupe, senhorita Evans. –Sirius falou por fim –Nós não vamos mais tocar nesse assunto. Você poderia apenas pegar sua bolsa? Nós temos que partir.

Lily virou-se para eles e lhes ofereceu um sorriso triste.

-Claro.

James começava a pensar que o problema era mais grave do que parecia a principio. Ela era rara de alguma maneira. Não era à toa que Comensais e o Ministério a queriam. Essa viagem começava a parecer cada vez mais uma barca furada...


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Notas finais do capítulo

Comentem, please!

B-jão



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