A Luz E A Escuridão escrita por Madame Baggio


Capítulo 2
Capítulo 2




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Eles entraram no apartamento pela porta da frente. Um feitiço simples e eles puderam entrar. Não havia feitiços de proteção em lugar nenhum. Para alguém que estava supostamente muito assustada a garota havia sido bem descuidada.

O lugar estava na verdade vazio. Considerando que ainda era horário comercial ela podia estar trabalhando em algum lugar. Eles andaram pela pequena sala. O apartamento tinha um aspecto delicado, feminino. Tudo em tons claros, especialmente verde e violeta. Na sala e no corredor haviam fotos espalhadas, retratando familiares, amigos e por várias vezes uma garotinha ruiva.

Peter foi para o quarto, enquanto os outros checavam o resto da sala. Uma mesa ao canto exibia vários papeis bagunçados, recortes de jornais e um exemplar do Profeta Diário daquela manhã.

-Ela não está mais aqui. –Peter informou, voltando correndo do quarto –O guarda roupa foi esvaziado. Ela se foi.

-Droga. –James praguejou –Revirem essa lixeira. –ele falou apontando para a pequena cesta de lixo ao lado da mesa –Vamos ver se encontramos uma pista.

Remus virou o cesto de lixo e começou a procurar em meio aos inúmeros pedaços de papéis rasgados ali. Sirius dirigiu-se para a pequena cozinha a fim de ver se ela tinha levado mais alguma coisa, como talvez mantimentos.

-Ei, aqui! –ele gritou da cozinha.

Os outros três rapazes correram para a pequena cozinha a tempo de ver Sirius tirando o que parecia uma tabela de horários de trem da lata de lixo da cozinha.

-Ela marcou o trem que sai da Inglaterra para França. Ela vai deixar o país. –Remus falou depois de analisar o papel.

-Que horas sai o trem? –James perguntou.

-Com sorte nós não a perdemos por muito e ela vai pegar o trem que sai daqui quinze minutos. –Remus informou.

-Não vamos chegar a tempo na estação e a distancia é demais para aparatarmos. Ponham um feitiço ilusório em vocês. Teremos que voar pelas ruas em vassouras. –James falou em tom de ordem, dirigindo-se já para a mesma porta por onde entrara.

xXx

Lily olhou pela janela e contemplou a estação apinhada de pessoas. Não tinha mais como ficar em Londres. Sabia que havia prometido a Dumbledore que não fugiria no meio da noite como se fosse uma criminosa, mas ela não conseguia mais suportar viver com medo. Ela tinha a sensação de que aquelas pessoas de capuzes negros estavam se aproximando demais dela e ela não confiava no Ministério para salvá-la. Havia implorado a Dumbledore que a deixasse se esconder em Hogwarts, mas o diretor fora totalmente contra, dizendo que ela não devia se esconder.

Ela olhou pela janela e suspirou mais uma vez. Bom, pelo menos ela não estava fugindo no meio da noite, apesar do dia já estar escurecendo... Iria para Paris e de lá para alguma cidade menor, provavelmente no interior de Portugal. Seria mais fácil se esconder num desses lugares.

O trem apitou e ela soube que estava na hora de partir. Agradeceu por estar sozinha em uma cabine. Não queria conversar com ninguém, não confiava em ninguém. Todos os seus pertences estavam em uma pequena mochila que ela enfeitiçara para que pudesse caber tudo dentro dela.

O trem começou a se mover e foi com alivio que viu Londres ficando para trás...

xXx

Os Marotos alcançaram o trem no exato momento que ele deixava Londres para trás. Pousaram sobre o teto do mesmo e entraram pela porta do compartimento de cargas.

-Como vamos encontrá-la? –Peter quis saber.

-No momento, do jeito mais prático: vasculhando vagão por vagão. –James falou.

Eles andaram por entre os vagões, abrindo todas as cabines e olhando dentro. As pessoas olhavam assustadas para eles, mas não ousavam perguntar nada e as que ousavam eram ignoradas. Eles não tinham tempo a perder. Seu único intuito era encontrar Lily Evans.

Já procuravam fazia uns dez minutos quando James abriu uma das cabines, que era ocupada por uma única pessoa. Ao ver a porta ser aberta a garota olhou para ele em choque. Ele viu os olhos verdes se arregalarem ao encará-lo. Os cabelos ruivos e longos presos numa trança e escondidos sob um boné. Ela usava um conjunto de calça e agasalho de moletom negros.

-Lily Evans? –James perguntou.

-Quem é você? –ela perguntou assustada.

James soube que era ela. Mas também depois daquela foto não havia como esquecer. Devia ser impossível que houvesse no mundo duas pessoas com aquela cor de olhos.

-Eu sou James Potter, Auror Supremo do Ministério. Eu vim para te levar daqui.

-Não! –ela gritou –Fique longe de mim.

James deu um passo para frente estendendo a mão para ela.

-Senhorita Evans, nós estamos aqui para cuidar de você. –ele falou calmo, com uma frieza que chegava a dar medo –Mas você tem que me acompanhar.

-Eu não vou a lugar nenhum com você. –ela gritou se espremendo mais e mais contra a parede –Saia de perto de mim.

-Com todo o respeito, eu não tenho tempo para frescuras. –James falou entre cansado e irritado –Você vem comigo quer queira quer não.

Ele pegou-a pelo braço e puxou para fora da cabine, enquanto ela gritava exigindo que ela o soltasse e xingando-o de todos os piores nomes possíveis.

-Merlin! Essa é a garota? –Sirius perguntou incomodado ao vê-la se contorcer para soltar-se de James.

-Sim é ela. –o outro moreno falou entediado –Obrigado por lançar um feitiço de imperturbabilidade no corredor. Do jeito que essa mulher grita nós já teríamos uma confusão aqui...

-James! –Remus repreendeu ao ver a situação –Você não pode tratá-la assim. Ela tem que entender que estamos do mesmo lado que ela e não a seqüestrando.

-Então ta senhor Diplomacia. –James falou irônico –Resolve você o caso. –ele falou jogando Lily para os braços de Remus.

Remus lançou um olhar de desaprovação para James. Lily agora tinha começado a chorar e implorava para que ele a deixasse ir embora.

-Senhorita Lily, nós somos Aurores Supremos e trabalhamos para o Ministério. Nós viemos aqui para ajudá-la. –Remus falou em uma voz muito tranqüilizante.

-Não. –ela choramingou –Por favor, não me levem de volta para o Ministério. Eu não quero voltar para lá.

-Senhorita Evans, eu garanto que nada e mal vai lhe acontecer.

-Você não entende. –ela falou exasperada –Eles vão me prender de novo.

Remus abriu a boca para perguntar do que ela estava falando quando o ar em volta deles pareceu congelar.

Lily pouco a pouco sentiu toda a sua felicidade se esvaindo e o mundo ficando cada vez mais triste e vazio.

-Dementadores. –Sirius constatou.

-Por que tem Dementadores aqui? –Peter perguntou sacando a varinha.

-Provavelmente não é mera coincidência. Eles devem estar atrás da Evans. –James falou sacando a varinha –Temos que sair daqui.

Eles começaram a andar pelo corredor, Remus trazendo Lily, que parecia ainda mais assustada pela idéia dos Dementadores do que pela de acompanhá-los. Foi então que eles ouviram nas cabines mais para frente o grito de alguém.

-Os Dementadores estão atacando os passageiros. –Remus constatou.

-Infelizmente não podemos fazer nada. Pela atmosfera daqui eles devem se muitos e nossa prioridade é tirar a senhorita Evans daqui em segurança. –James respondeu.

-Não! –Lily protestou –Vocês não podem não fazer nada. Se vocês são mesmo aurores vocês têm que fazer alguma coisa!

-Nós somos Aurores Supremos, senhorita. –James retrucou impaciente –E nossa missão não é salvar essas pessoas, é tirá-la daqui.

Lily encarou James em choque por um segundo. Ele viu os olhos verdes dela faiscarem, antes de ela sacar sua varinha.

-Não faça isso. -Sirius advertiu –Um Patrono só não será suficiente para dispersá-los, vai servir apenas para atraí-los para nós.

Mas Lily não deu ouvido a ele. Fechou os olhos e logo sua voz encheu o vagão.

-Expecto Patronum.

Para o choque dos quatro rapazes da ponta da varinha dela saíram, não apenas um único animal, mas sim uma manada de corsas, que correram em todas as direções, espalhando luz e calor e rechaçando furiosamente os Dementadores. E no segundo seguinte tudo o que Lily pode sentir foi tontura e depois tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

Comentem, please?

B-jão



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