– Tudo bem... Haymitch, venha comigo. - Jason chamou-os pegando as armas - Vamos achar comida. Henrique, Emilia e Rose, fiquem aqui guardando o abrigo - Ele entrgou uma arma para cada - Caso voces sejam atacados. Se algum de voces puderem procurar aguá, melhor. - Ele se virou e sorriu - Até logo.

Haymiytch acenou, especificamente para mim.

Claro, eu corei.

Acenei de volta e ele sorriu de canto.

Quase desmaiei.

Eles foram embora, me virei para Henrique e Emilia. Henrique pareceu nem ligar, mas Emilia me olhava com um sorriso safado.

– O-o que?! - Gaguejei nervosa.

– Nada, nada. - Respondeu ela, mas o sorriso continuava em sua boca.

– Eu... eu vou procurar a água. - Falei, um pouco rapido demais.

– Eu vou com voce. - Henrique se manifestou.

– Não, não vai. - Emilia cruzou os braços. Henrique olhou para ela, e depois para mim, e depois para ela de novo, sem saber o que fazer.

– Pode ficar. - Afirmei com segurança - Volto logo.

Coloquei a faca na cintura, e adentrei a mata. Se eu fiquei com medo? Claaaro que não.

Ouvi um barulho saindo da mata. Imediatamente saquei a faca.

Senti uma flecha no meu braço. Um grito escandaloso saiu da minha garganta. Cai no chão. Enfiei a faca no pé do meu oponente, que estava ao meu lado.

Um berro masculino quase me deixou surda. Me virei para olhar sua aparencia. Era um garoto alto, mais ou menos quinze anos olhos azualados e cabelos negros. Uma pele palida, quase transparente. Extremamente magro. Ele estava com uma faca na mão. Poderia me matar ali, agora, mas hesitava.

Cobri o rosto com a mão esperando o pior, me perguntando como seria no meu tempo.

Eu desapareceria? Morreria lá? Afetaria o futuro?

Então percebi que o garoto chorava silenciosamente. Coloquei minha faca junto a grama indicando que não iria machuca-lo. Ele fez o mesmo com seu arco-flecha.

– Desculpe. - Ele tremia - Eu quase te matei.

– Estamos nos Jogos Vorazes, não estamos? - Sorri dolorosamente, colocando a mão em meu braço. Senti o sangue quente.

O garoto fez uma careta.

– Minha nossa, sinto muito, desculpe, por favor. - Ele colocou uma folha no meu machucado. Rapidamente fez um curativo.

– Obrigada. - Olhei para o pé dele. Sangrava constantemente - Seu pé...desculpe tambem.

– Estamos quites. - Ele sorriu fracamente.

– Sou ... Rose! Rose Magni, distrito 12. - Estendi a mão.

– Matheus Zabini, distrito 8.

– Voce sabe onde tem agua por aqui? - Perguntei, esperando ajuda.

– Eu estou acampando ao lado de um lado... - Ele disse cauteloso.

– Voce poderia me levar até lá? Para eu pegar um pouco... - Coloquei a mão na garganta percebendo o quanto estava sedenta.

– Acho melhor não, minha aliada ficaria zangada. - Ele me olhou triste - Mas tenho isso. - Ele tirou da mochila que carregava nas costas dois galões de agua.

– Obrigada!!! - Peguei os galões grata - De verdade.

– Nada. - Ele sorriu - Mas voce poderia fazer um favor?

– Claro, o que? - Perguntei me levantando.

– Me ajude a chegar aquela arvore? - Ele apontou uma arvore grandona - É o ponto de encontro meu e de minha aliada.

– Ok, claro. - Falei, culpada pelo seu pé. Em alguns minutos estavamos na arvore.

– Eu, já vou indo. - Disse chateada, havia gostado dele.

– Tchau. - Ele me abraçou. Retribui o abraço. - Foi bom te conhecer. Prometo não te matar.

Sorri.

– Tambem prometo não te matar.

Agarrei os galões de agua e caminhei de volta ao meu abrigo.

Chegando lá deixei meus galões da agua cairem (por sorte estavam fechados)

Emilia estava no chão, sua perna coberta de sangue. O rosto tão palido quanto o de Matheus. Só que o dela por causa de outro motivo.

Emilia estava morrendo.