No dia seguinte, Effie nos acorda cedo para nos prepararmos. No café da manhã ninguem fala nada. Como o maximo de comida que conssegui, pois nos jogos, as escassez é muita.

Após comermos, tomei um banho e vesti a roupa da arena. Então Carluss foi comigo, Silós levou Emilia e Haymitch e Henrique seguiram em direções opostas. Acenei para Emilia e ela retribuiu. Carluss me levou para uma sala fechada onde havia uma mesa, o tubo que me levaria para a arena e apenas isso.

De repente entrei em panico. Não deveria estar ali. Eu deveria estar em casa. Como eu fui parar ali? O que estava acontecendo? Não sobreviveria dois dias na arena. Há tributos muitos mais fortes que eu. Eu não deveria estar ali. Não. Não.

As lagrimas corriam pelo meu rosto sem que eu percebesse. Imaginei minha irmã. Como ela consseguiu? Como não entrou em panico? Eu queria ser como ela. Forte, corajosa.

– Não chore. - Carluss colocou a mão em meu ombro desajeitadamente - Por favor, não chore.

Respirei fundo e enchuguei as lagrimas.

– Eu não quero ir para lá. - Carluss é uma das ultimas pessoas com quem eu gostaria de me lamentar, mas não havia opção.

– Sinto muito. - Sua voz soou forte, diferente das outras vezes que eu ouvi. Abaixei a cabeça. Ele a levantou. - Voce consseguirá. Prometo ajudar com os patrocinadores.

Conssegui dar um meio sorriso.

– Obrigada. - Minha intenção era que minha voz saisse firme, mas quase que nem eu conssegui ouvi-la. Obriguei-me a repetir. - Obrigada.

Ele sorri.

– Olhe. - Carluss tira algo de dentro de sua roupa esquisita. Meu colar. O colar que minha irmã havia me dado. Meu coração deu um salto. - Emilia me disse que voce ama esse colar. Conssegui convencer os responsaveis pelos jogos a deixarem voce leva-lo para arena. Isso não é uma arma, é?

Rio.

– Não. - Eu o abraço. Ele parece surpreso porem retribui. - Obrigada. - Pego o colar e o coloco em meu pescoço.

– 60, 59, 58, 57, 56, 55, 54.... - A voz anuncia. Eu comecei a tremer.

– Fique calma. - Carluss me tranquiliza - Vai dar tudo certo. Respire.

Isso realmente me acalma.

– 42, 41, 39, 38, 37, 36... - A voz continua.

– Está tudo pronto? - Ele olha em volta e repassa tudo em sua cabeça. - Sim está. Vá.

O abraço novamente e sigo para o tubo, que se fecha imediatamente quando eu entro. Olho para meu colar. Fecho os olhos com força e relembro as palavras de Carluss. Vai dar tudo certo. Vai dar tudo certo.

– 20, 19, 18, 17, 16... - A voz continua. Olho a arena. Identica a maquete que vimos. Olho para os meus aliados. Primeiro para Henrique. Ele estava com uma cara de quem iria vomitar, porem determinado. Em segundo olho para Haymitch. Ele estava com os olhos fechados, respirando forte. Quando ele abriu os olhos, sua expressão me assustou. Estava sombrio. Como um assassino. Então olho para Jason. Ele parecia caucular o quanto de tempo tinha, e então traçava novamente o plano em sua cabeça. Então me lembrei. Seguir o plano. Correr para a floresta, nos encontrar-mos na arvore grande. Olho para a arvore, nosso ponto de encontro. Depois olho para Emilia. Ela andara chorando. Mas agora parecia corajosa. Nora e Lorcan discutiam. Os dois assustados. Nora olhou para mim e acenou com a cabeça.

– 6, 5, 4, 3, 2...1.

Os Jogos começaram.