Uma Noite, mudou Tudo. escrita por Amras Fefalas


Capítulo 3
Felicidade.


Notas iniciais do capítulo

Aeeee, demorei, mas terminei!



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"Então é isso!", Stiles fechou a mala.

Sim, eu estava com seis meses e meio.

Peter havia ajudado muito na verdade. Quando o bebê não me deixava dormir, ele vinha tarde da noite e se deitava comigo. Incrível como ele acalmava o bebê e também a mim nas minhas crises de choro, ou no meu apetite que às vezes parecia não ter fim e depois saia vomitando tudo, era ele quem me ajudava. Nunca desmereci os outros, mas ele fazia com mais carinho, paciência, amor. Eu sabia que era tudo pelo filhote, mas o jeito que ele cantava, o jeito que ele me abraçava, acariciava minha barriga, conversava com o bebê, era tão meigo, tão...

 “Esse não é o Peter!", Derek afirmou.

 “Mas ele parece tão mudado.", argumentei olhando para o chão.

            “É tudo por causa do pequeno, Isaac. Ele vai te descartar assim que o bebê nascer”.

O bebê não tinha nome ainda, então Derek e Stiles se acostumarão a chamá-lo de pequeno.

“Mas ele quer ficar perto do pai...", reclamei.
            “Não, você quer ficar perto do pai dele!", Scott disse forte e sabia que era verdade.
            “Minha vida, meu bebê!", falei sério.
            “Meu beta, minhas regras!", rebatou nervoso.

Eu sabia que ele não iria aceitar.

Bufei, era totalmente inútil. Derek nunca deixaria Peter vir morar conosco, ou eu ir para casa dele.
            “Talvez...", Stiles cambaleou a cabeça.
            “Cala boca, Stiles!", os outros dois lobisomens disseram juntos.

Eu ri com o susto dele.

"Isaac, aquele cara não vale o que come!", Scott suspirou.

Ele já havia se tornado Alfa, o que, infelizmente, me obrigava a ouvi-lo.

"Isaac, aqui seu bebê terá um pai protetor, outro inteligente e um divertido.", Stiles dizia sorrindo apontando pro Derek depois para ele e enfim Scott.

"Eu sou engraçado!", Derek fez uma careta.

Não, Derek. Você não é!

"Não, Derek. Você não é!", riu Stiles, abraçando seu pescoço.

"Aqui não...", Scott revirou os olhos desviando a cabeça.

Ele odiava isso.

Stiles tinha essa estratégia, dizias as verdades para Derek e depois o beijava evitando a carranquices do Alfa. É inteligente.

"Quando vão ter o de vocês?", Scott perguntou ainda com a cara virada.

Os dois pararam de se beijar e se encaram.

Muito engraçado.

"Eu não quero engravidar.", Stiles disse convencido e rindo.

"Eu também não!", Derek afirmou.

E a discussão acabou ali.

Eu não teria Peter perto de mim, meu bebê teria que se contentar com as visitas dele, mas eu sei muito bem que ele não se contentaria com isso.

--

"Isaac?", disse Peter me acordando, com a mão na minha barriga.

Só resmunguei me contorcendo.

"Vamos para o hospital agora...", ele pegou a mala, e colocou no ombro.

"Mas faltam duas semanas...",me espreguicei ainda deitado.

"Mas até lá você precisará de um acompanhamento especializado!", ele largou a mala no chão e sentou do meu lado, "Não quero que nada dê errado com você ou com o bebê.", ele sorriu e seu coração palpitou a verdade.

Ele me queria bem, vivo e bem, ele me queria. Não é?

"Derek sabe?", perguntei colocando minha mão por cima da dele que estava na minha barriga.

"Sabe, eu conversei com ele sobre, não quis aceitar, mas ele sabe que é o melhor.", ele se aproximou...

Por que ele se aproximou? Por que ele fechou os olhos? Por que eu estou em pânico? Ele me beijou! Por que eu deixei? Por que... por que eu retribuí?

"Como naquela noite...", ele disse deixando sua testa escorada na minha.

"Foi só uma noite...", eu soltei envergonhado.

"Não, não foi. Naquela noite essa criança germinou; nossa criança.", ele sorriu. Aqueles olhos me encaravam fixamente. Meu Deus, aqueles olhos! Azuis.

"Beija-me de novo!", o puxei para perto com a mão em sua nuca.

Com todo cuidado ele me deitou na cama de lado, também deitou e ficamos ali, juntos. Estava bom, era o que eu queria, era o que ele queria, era o filhote queria.

Vi a cabeça de Stiles aparecer nas escadas, balancei as mãos dizendo para ele descer, ele entendeu. Stiles sabia o que eu sentia, não era a mesma coisa que ele sentia por Derek, mas era alguma coisa. Era importante e bom!

"Eu sei que eu sou egoísta.", ele riu brincando com os meus cachos, com aqueles doces dedos brutos e leves, "Mas agora temos uma criança Isaac, eu quero ser melhor.", não mentia.

Derek apareceu de repente. Não disse absolutamente nada, mas o olhar dele me metralhava. Eu sabia as fiéis opiniões dele quanto ao tio, mas ele nunca parou para pensar sobre Peter querer mudar por causa do pequeno. Stiles havia mudado por causa do Alfa, assim como Derek mudou e muito por ele.

--

"Eu não vou ficar deitado.", cruzei os braços, estava chateado. Por mais que o quarto do hospital fosse totalmente incrível, eu não iria ficar igual uma panqueca jogada em cima de uma cama.

"Você precisa...", ele resmungou sério, "E se alguma coisa te acontecer?".

"Peter, eu sei me cuidar!", revirei os olhos, depois encarando Derek.

Ele não havia falado nada desde quando chegamos, não abria a boca nem para responder Stiles, o que deixava o garoto ainda mais irritado fazendo-o mais perguntas.

"Se você soubesse, não teria ficado prenho dele!". 

Derek jogou com tudo assim na minha cara. Doeu.

"Meus amores, não vamos começar com isso...", Peter disse sorrindo guardando as malas no guarda-roupa do quarto.

"Muito bem. Eu fiz os horários...", Stiles tirou um papel com o nome de todos que vinham me acompanhado durante a gestação.

Quando começou a falar, vi Peter encará-lo com raiva como se fosse algo ruim, arrancou a folha da mão dele e rasgou-a.

"Se não concordava com o seu, poderia falar...", Stiles ficou surpreso com a reação do Peter. 

"Vocês vão poder visitá-lo, mas quem vai ficar com ele sou eu!", disse convicto com um olhar verdadeiro.

"Peter, não vai conseguir ficar vinte e quatro horas em um hospital.", Derek afirmou ficando ao lado de Stiles.

E as coisas esquentaram mais uma vez.

"Não fale por mim, sobrinho. Eu sou muito capaz disso!", ele cruzou os braços no peito.

"Derek, vamos deixar Isaac escolher.", Stiles suspirou.

Obrigado, pai número 03.

"Eu não me importo.", dei de ombros, sério. Mas na verdade meu bebê pulava de alegria. Bom, não pulava, mas mexia.

No hospital as coisas pareciam piorar, nem mesmo Peter estava conseguindo deixá-lo quieto, passei a noite sem conseguir dormir. Melissa era a minha única enfeira, todas suas horas extras eram pagas por Peter e Derek. Estava me sentindo um incômodo. Cansei de ver Peter ligar preocupado para Derek, dizendo que estava com medo, ou das sessões que o bando fazia no quarto, para transmitir proteção para o bebê, eu percebi que eles estavam cansados disso, de cuidar de mim.

"A cirurgia está marcada.", Stiles sussurrou.

"Eu ouvi...", resmunguei de olhos fechados, foi o único dia em que o bebê aquietou um pouco.

"Peter e Derek estão felizes, um filho e um Beta...", ele riu, mas não de verdade. "Você acha que eu devo engravidar? Dar um filho pro Derek?".

"Você não é um lobisomem.", afirmei abrindo os olhos espantados.

"Eu sei, mas é possível. Falei com Deaton.", ele disse esperançoso, "Ele ficou tão feliz sobre você.".

Stiles, não!

"Você não precisa, ele te ama.", segurei o rosto dele com as minhas mãos, "Esse filho é nosso, Stiles. Tudo bem que ter cinco pais vai ser um pouco complicado de explicar.", brinquei vendo-o sorrir.

Senti-me uma puta.

"Cinco? Não eram quatro?", ele olhou confuso, depois entendeu, "Está incluindo Peter...".

"Ele tem sido bom pra mim, cuida de mim tão bem, com tanto carinho.", disse puxando a boca para esquerda.

"Isaac, eu sei. Eu vejo isso e fico feliz, mas entenda que a maioria é por causa do pequeno.", seu rosto desanimado dizia a verdade.

Triste verdade, e eu sabia.

"Eu sei também que vocês andam se pegando...", ele revirou os olhos, "Só tome cuidado...", ele pediu.

Derek e Peter entraram no quarto, nenhum com cara boa.

"O que foi?", Stiles perguntou.

"Deaton não poderá ajudar na cirurgia.", Peter suspirou profundamente.

"Um médico normal?", Stiles ergueu a sobrancelha.

"Não! Eu.".

Legal! A irmã do veterinário, que na verdade é um druida, que é emissário do Derek, que tem uma irmã muito esquisita e sinistra, que se passa de orientadora. 

"Srta. Murell?", Stiles e eu parecíamos duas pedras.

"Pois é.", ela cruzou os braços sorrindo, "Faz tempo que eu não faço isso!", ela riu.

"Ela vai tirar meu bebê?", olhei Peter e ele disse um sim com a cabeça, "Não!".

"Isaac, você não tem escolha. Ou aceita a ajuda e sobrevive, ou tenta sozinho e mata você e o bebê.", ela disse séria apontando para minha barriga, "Eu fui ensinada, Isaac. Deaton não teria me indicado se não fosse útil.". 

Stiles olhou para mim, e eu para ele, nós dois assentimos juntos. Peter podia ser o pai, Derek o Alfa, mas quem tomaria essa decisão seríamos nós dois: Stiles e eu.

Peter se deitava muitas vezes na minha maca para conversar com o bebê. Nunca havia o imaginado assim.

"Ei, psiu! Você aí dentro", ele fazia uma voz infantil com o ouvido na minha barriga.

Cócegas.

"Você quer sair já? Papai está esperando para ver seu rosto lindo.", ele olhou sorrindo para mim, "Tomara que você puxe o papai Isaac. Menos o nariz, esse você puxar de mim...", brincou dando um beijo na barriga.

Deitou a cabeça e ficou ouvindo. Não pude ver se ele estava de olhos fechados, mas fechei os meus e levei os meus dedos ao cabelo dele fazendo carinho, eu sabia ele precisava disso.Todos precisam.

“Isaac? Meu Deus, Isaac?", Scott tentou conter minhas garras.

            Eu não podia controlar. Estava doendo, eu tinha que tirá-lo.

Scott começou a gritar o nome de todos, que apareceram rapidamente no quarto.

Derek ajudou a me segurar, Stiles saiu correndo chamando por Melissa, Murell logo apareceu e disse que estava na hora.

Meu Deus, ele ia nascer. Fora a dor insuportável, eu estava muito feliz.

Foram rápidos, me levaram para o centro cirúrgico, vi quando Murell impediu Peter de entrar, mas pegou Stiles pelo braço o puxando até a mim.

"Não solte!", ela disse dando minhas mãos para ele.

A dor estava insuportável, não aguentava, olhava para Stiles e ele parecia respirar assim como uma grávida deve fazer. Hilário, mas a dor não me deixava rir. Senti algo penetrar minha pele, fundo, minha visão embaçou; eu dormi.

Acordei, estava lá, na maca do hospital.

"Meu filho...", pedi quase que inconsciente.

"Você precisa descansar.", Peter beijou minha testa.

Abri os olhos mais claramente, todos pareciam desolados, tristes. Stiles estava enrolado ao corpo de Derek com o rosto virado para o outro lado, podia ouvir o choramingo dele. Allison e Lydia seguravam uma a mão da outra. Scott segurava o ombro de Peter.

"Cadê ele?", fiquei desesperado, "Cadê meu bebê?".

Vi Stiles soltar Derek e vir até mim, ele olhou fundo nos meus olhos, eu senti o que ele queria dizer.

"Ele morreu?", perguntei, as lágrimas corriam soltas.

"Não...", Stiles me abraçou forte, "Mas está mal, parece que alguma coisa saiu errado no parto, ele está internado.".

"Ele pode morrer?", perguntei sem soltá-lo.

"Pode.", ele chorou mais. 

Foi contagioso, todos começaram a chorar ou lacrimejar pelo menos. Derek tirou Stiles de perto de mim e Peter tomou seu lugar, Scott e as meninas saíram, Derek tentava acalmar o menino de todas as formas.

"Vai ficar tudo bem, ok?", Peter segurava forte minhas mãos, "Ele vai ser forte assim com nós dois.".

As tentativas de me encorajar iam por água a baixo quando eu olhava aqueles orbes azuis tristes.

"Pet...", resmunguei.

Não foram ditas mais palavras. Derek se despediu levando Stiles que estava totalmente inconsolável.

Dois dias passaram e eu estava me recuperando, não havia visto meu bebê ainda. Ninguém o vira na verdade, só Melissa e Murell, mas elas nunca falavam nada. Soube que ele havia melhorado, fique mais que feliz. Já havia me curado, mas queria ficar no hospital por causa dele. Peter em momento algum se separou de mim.

"Vamos decidir o nome?", ele perguntou.

Estávamos deitados na maca, eu com a cabeça no ombro dele, e ele acariciava meus cachos por de trás.

"Quero ver ele primeiro.", disse sem humor.

"Tudo bem...", ele cantarolou.

"Enfim, uma boa notícia!", celebrou Melissa entrando no quarto, com as mãos para cima e sorrindo.

"Ele está bem?", perguntei rapidamente.

"Ganhará alta daqui dois dias.", ela bateu várias palmas rapidamente.

"Podemos vê-lo hoje ainda?", Peter estava surpreso e feliz.

"Bom... eu pensei em agora!", ele puxou o berço móvel para dentro do quarto.

Meu Deus, ele estava ali. Meu bebê!

Ela o pegou, todo embrulhado em lençóis e cobertas de bebê, que claro por julgar a cor e estilo, foi Lydia quem as comprou.

"Para de ser enxerido!", ela resmungou quando Peter tentou pegá-lo, "Isaac primeiro!".

Estiquei os braços e o peguei no colo, Peter tirou o pequeno pano que cobria seu rosto. 

Lindo, totalmente lindo. Uma mistura perfeita de Peter e Isaac. Perfeito!

Peter ergueu meu rosto e me beijou, um doce e leve beijo.

"O nome?", ele perguntou.

"Cameron.", disse sorrindo e chorando de felicidade.

"Cameron Hale? Não ficou tão bom assim.", reclamou fazendo uma careta.

"Hale? Nem vem, Cameron Lahey!", disse afirmativo e decidido.

"Não. Não... Cameron Lahey Hale.". 

Começamos a discutir, não iria ceder para Peter e muito menos ele para mim.

"Que tal vocês pararem com isso?", Melissa riu, "Isaac, odeio concordar com Peter, mas Lahey Hale ficou melhor que Hale Lahey.", ela deu os ombros.

Cameron Lahey Hale.

Na verdade, não importava o nome. Só importava que nós estivéssemos juntos e felizes.

Juntos?

"Vamos embora?", Peter colocou a última mala em cima do sofá do quarto enquanto eu saia do banheiro.

"O bebê teve alta?", perguntei e ele disse sim, "Por que ninguém veio vê-lo nesses dois dias?".

Realmente aquilo tinha me preocupado. Ninguém, nem mesmo Stiles, veio até o hospital.

"Não sei.", ele deu os ombros, parecendo não se importar.

Entortei a boca e ele sorriu, veio e me deu um beijo.

"O importante somos nós três juntos.", me segurou pela cintura.

"Estamos juntos?", perguntei rindo.

"Que fique bem claro que estamos juntos por causa de Cameron!", ele disse sério e olhando para mim, "Você é um garoto excelente, mas eu sou muito velho para você.".

Você não pensou nisso na noite que me engravidou, seu animal!

"Até quando?", revirei os olhos.

"Até ele ter um dezesseis, dezoito anos...", disse despreocupado.

"É um tempo longo.", pontuei com a cabeça e o beijei.

Saímos do hospital, mas não fomos para casa dele, fomos para o apartamento de Derek. Ele disse que queria falar uma coisa com ele, não discuti. Afinal, seria uma boa hora de mostrar Cameron para Stiles.

O corredor estava escuro, e não percebi nenhuma luz ligada, apertei Cameron nos meus braços e Peter me abraçou pela cintura. Ele me olhou preocupado.

"Está pronto?", ele perguntou.

Com força, abriu estrondosamente a porta. As luzes se acenderam e todos apareceram com cartazes de "Parabéns" ou "Pai nº 01". Só uma de Stiles que tinha uma listagem “Pai nº01 – Isaac, Pai nº02 – Peter, Pai nº03 – Derek, Pai nº04 – Stiles, Pai nº05 – Scott”.

Todos ali rindo e sorrindo. Cameron passava de braço em braço, mas Peter parecia cuidar de cada movimento que faziam. Ele não soltava minha mão, como se não quisesse me perder.

E eu também, não queria perdê-lo. 

Quinze anos depois.

"Bom dia, pai!",disse Cameron abrindo a porta do carro sorrindo.

O sorriso mais lindo do mundo.

"Bom dia, filho!", respondi olhando pelo retrovisor, "Quem era aquela menina?", sorri.

"Pai!", ficou envergonhado.

"Foi só uma pergunta.", levantei as mãos me defendendo.

"Deixa o menino namorar em paz?",Peter revirou os olhos e entrou no carro com Meggi.

"Vem com o papai!", peguei minha pequena Meggi no colo, a mais linda e mais fofa criança de cinco anos do mundo.

"Eu não estou namorando!", disse Cameron irritado virando os olhos.

Igualzinho o pai.

"É, não é por que ele está dando uns pegas na menina que ele está namorando!", Peter tentou fazer a mesma voz que ele com uma cara debochada.

"Pai!", reclamou.

"Meggi, fala pro seu irmão apresentar a namorada dele.",Peter ligou o carro e saímos.

"Você tem que apresentar sua namorada para o papai Peter e para o papai Isaac.",disse minha pequena brincando com o botão da sua blusa.

"Não tenho, não!", ele mostrou a língua para a bebê.

"Que maduro, Cameron. Ensinando a Meggi a mostrar a língua...", o adverti.

"Ele é uma criança, Isaac. Você mostra a língua até hoje!", sorriu Peter.

"Porque é sempre o Stiles que começa!", rebati.

Sempre ele.

"Falando no padrinho, quando vamos vê-lo?", Meggi pediu sorrindo.

"No fim de semana.", respondi tirando o cacho que havia caído em frente ao seu olho.

"Isso se Derek não ficar incomodando!", Peter revirou os olhos.

"É seu sobrinho!", o cutuquei.

"Eu sei, mas ele ainda acha que eu não sou bom pra você.", deu de ombros.

"Você é. Eu sei disso e é o suficiente!", afirmei.

"Posso vomitar?", Cameron riu.

"Cameron Lahey Hale, você está querendo ficar de castigo?", perguntei virando o rosto para vê-lo no banco de trás.

"Não...", resmungou.

"Eu gosto do tio Derek. Ele me deixa mordê-lo. Diz que não dói, aí mordo mais forte.", ela disse rindo com o orgulho dos caninos de leite.

"É, mas a professora disse que você mordeu uma amiguinha ontem, isso não pode!", falei calmo olhando nos olhos azuis cintilantes.

"Por que vocês falam com essa calma toda com ela? Se fosse comigo, eu iria ficar um mês de castigo!", Cameron cruzou os braços. Sua indignação foi hilária.

"Ela têm cinco anos, você têm quinze. Quer mesmo comparar?", olhei para trás.

"Mas ele ainda é uma criança.", Peter disse piscando para o menino pelo retrovisor.

"Não sou, não!". 

"Ok! Isaac, você conhece alguém que gostaria de ir ao parque de diversões esse fim de semana? Comprei as entradas, mas lá dizia que era para as crianças. E como só temos a Meggi de criança, terei que jogar uma entrada fora.", deu de ombros enquanto falava e tirou o ingresso para fora da janela. 

"Não, não, não...", suplicou Cameron, "Criança aqui!". 

Todos riram.

Chegamos em casa, e fui direto para cozinha. Era um bom lugar, onde eu e Peter cozinhávamos juntos. Ele me abraçou enquanto eu cortava alguns tomates.

"Você se lembra de quando eu disse que ficaríamos juntos até Cameron completar dezessete ou dezoito anos? E depois disse a mesma coisa quando Meggi nasceu?", ele sussurrou parando minha mão.

"O que tem?".

"Que tal fazermos mais um quando Meggi tiver dezesseis?", ele me virou e me beijou.

"Achei que estava cansando de mim!", abracei seu pescoço.

"Não tem como!", ele riu, meus olhos ligados aos deles.

"Pai Peter!", gritou Meggi.

Obrigado, filha. Você estragou um momento romântico!

"Vai lá! Ela quer brincar!", eu ergui as mãos sendo beijado rapidamente por ele.

Ele andou até a porta da cozinha e pegou Meggi que entrava, ergueu-a no alto e ela riu uma gargalhada gostosa.

Estávamos bem. Isaac, Peter, Cameron e Meggi; uma família.


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Notas finais do capítulo

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