— De novo! — gritou Kakashi.

— Hai! — disse Sakura esperando pelo ataque do mais velho.

Ele lançou uma pequena bola de fogo em direção a ela. Que concentrou chakra suiton nas mãos e fez uma pequena barreira em sua frente. Um escudo de água. A barreira a protegeu da bola de fogo, mas Kakashi lançou outra por cima:

— Mova a barreira! — exclamou Kakashi lançando a pequena bola de fogo.

Sakura tentou levantando a mão pra cima, mas a barreira não se moveu, pelo contrario ela se desfez. Sakura só não ficou com o cabelo pegando fogo por que ela se molhou completamente:

— Por que eu não consigo Kakashi-sensei? — perguntou ela chorosa.

— Sakura, você precisa sentir o escudo. Sentir o fluir da água! — explicou ele.

— Quando você diz parece tão fácil! — ela disse. — Mas você nem precisou treinar pra saber essa técnica!

— Não Sakura! — ele disse. — Eu não precisei! E nunca fiz essa técnica! — declarou ele.

— Você nunca fez esse jutsu antes? — perguntou Sakura, completamente espantada.

— Não, eu só o imaginei! — declarou. — E você é quem vai me dizer se ele vai ou não funcionar!

Sakura ficou impressionada com a atitude do professor. Ela iria ajudá-lo a criar uma técnica de proteção. Mas logo uma dúvida passou pela cabeça da rosada:

—Mas Kakashi-sensei, por que você não pediu ajuda a Rin-sensei? — hesitou. — Ela é muito mais experiente do que eu e sabe controlar o suiton há muito mais tempo!

— Eu gosto de dar desafios aos meus alunos uma vez ou outra! — respondeu ele.

— Certo Kakashi-sensei! — disse ela. — Vou me esforçar e completar o seu jutsu!

— Meu jutsu não Sakura! — disse ele. — Nosso jutsu! — deu um sorriso sob a máscara.

**************

—Você tem certeza que está fazendo isso certo Kuro? — Shiro perguntou.

— Claro! — exclamou Kuro. — Esse cara é o que mais sabe sobre o paradeiro do Gatou!

Eles estavam em uma cabana abandonada no meio da floresta. Kuro havia seqüestrado um dos vigias e Shiro havia deixado um Kage bunshin com um henge no lugar dele. Ele estava amarrado em uma cadeira com linhas de aço que reagiam ao chakra, quanto mais chakra era depositado nela, mais ela apertava, ou seja, se o homem tentasse usar chakra pra fugir, ele apenas se prenderia mais.

Depois de algumas horas o homem acordou. Sua visão ainda embaçada por conta de um sedativo que Kuro usou nele. Kuro e Shiro se ocultaram no escuro. O homem começou a gritar:

— Quem está aí? — perguntou. — O que quer de mim?

— Eu quero uma resposta! — Kuro disse disfarçando a voz com um jutsu. — Onde Gatou está se escondendo?

— E por que eu te responderia? — o homem perguntou em desafio.

— Você prefere a sua vida, ou a do seu patrão? — ele perguntou e com uma aceno, mandou Shiro ir até o homem preso. — Dê um jeito nele até que ele fale!

Shiro tirou uma kunai de seu bolso e começou a passar a ponta de leve no braço do homem, causando leves arranhões:

— Onde ele está? — Shiro perguntou. — É melhor você dizer antes que eu arranque fora a sua língua!

O homem permaneceu calado. Shiro pegou novamente a kunai e a sangue frio enfiou-a no pulso do homem:

— Vamos, diga! Onde ele está? — Shiro disse novamente.

O homem nada disse, apenas mordeu o lábio pra não gritar, o que causou um sangramento labial. Shiro segurou no cabo da kunai e passou a empurrá-la em direção ao início do antebraço¹, causando um enorme sangramento no braço do homem:

— Por favor, diga! Não quero te matar! — gritou Shiro.

O homem nada disse, mas deu um leve sorriso. Vendo a ação dele Shiro deu um soco concentrado com chakra na região das costelas do homem, três delas foram quebradas, logo após ele concentrou chakra nos fios que prendiam o homem apertando as costelas quebradas. Dessa vez ele não segurou o grito e urrou de dor:

— Mas isso não significa que eu não vou te matar se for preciso! — ele gritou pra o homem que já sangrava muito.

— Na margem norte da ilha! 37, 12! Me solte por favor! — o home suplicou, já com lágrimas nos olhos. Ele sangrava muito e estava sentindo muita dor.

— O que isso significa? — gritou Shiro. — Explique! Não me obrigue a fazer algo pior! — disse já levantando a mão.

— Shiro, ele já nos disse tudo o que precisávamos! Apague-o — disse Kuro autoritário.

Shiro tirou um pano de seu bolso e um pequeno vidro do outro. Despejou o liquido transparente no pano e o pressionou contra o nariz do homem, que rapidamente desmaiou. Ele esperou alguns segundos, constatando que o homem realmente havia desmaiado e tirou a máscara branca. Revelando feições raivosas:

— Será que você pode parar de falar comigo como se fosse meu chefe? — gritou enfurecido.

— Isso fazia parte da atuação, idiota! — Shiro disse já tirando a máscara. — Mas parece que você é idiota o suficiente, pra não entender completamente a informação que foi lhe dada, Naruto.

— Ora, me desculpe por não ter uma mente tão avançada como a de um Uchiha, não é Sasuke?

Eles se olharam enraivecidos. Logo começaram a rir um do outro. Eles estavam agindo como antes. Antes da, talvez, volta no tempo. Antes da guerra. Antes de toda a merda ter acontecido:

— Acho que é melhor você curar ele antes que ele morra! — disse Sasuke apontando ara o homem sentado na cadeira.

Naruto foi em direção ao homem retirando as luvas. Depositou a mão na linha e a soltou desfazendo o pequeno selo, jogou a linha no chão e depositou a mão na testa do homem. Sussurrou algumas palavras e chakra do Kurama começou a emanar de seu corpo, logo ele foi o controlando e o fez circular pelo homem. Cada ferida. Cada osso quebrado foi restaurado pelo chakra do Kurama, em alguns minutos o homem estava em perfeito estado.

************

—E então agente procura e invade o lugar em uma semana! — disse Sasuke para o Naruto.

— Mas o que agente faz até lá?

— Treinar! — Sasuke disse e saiu em direção ao lugar onde Sakura e Kakashi estavam treinando.

Naruto resolveu treinar, mas sozinho no meio da floresta. Kakashi não podia saber de todos os seus jutsus de vento. Eram apenas dois, mas eram importantes pra ele. Depois de andar por algum tempo ele se encostou em uma árvore e tirou um pequeno livro do seu bolso. O diário do seu pai. Ficou a lê-lo por cerca de duas horas.

(...)

Já era quase noite quando Naruto acordou. Ele acabou dormindo enquanto lia o livro. Na verdade ele acordou por conta de um barulho que ouviu. Um barulho bem alto, como se uma manada de bois corressem no meio da floresta.

Para ver melhor ele subiu em uma árvore, os barulhos ia ficando mais altos, mas ele ainda não via nada, até que algo o derrubou da árvore e ele escutou um... Cacarejo. Uma galinha quase do tamanho de uma árvore e bem gorda estava correndo em meio à floresta. Dois vultos laranja iam atrás dela em algum tipo de perseguição.

Naruto correu atrás deles, muito curioso pra saber o que era aquilo. Ele os perseguiu por alguns metros mata adentro até que conseguiu agarrar algo, era cheio de pelos. Um rabo.

O puxou pra baixo fazendo com que o animal fosse de cara com o chão. É realmente era um animal, uma raposa pra falar a verdade. Ela era laranja, com uma tradicional mancha branca em sua barriga. Parecia um mini Kurama, que rosnou para o Naruto:

— O que você quer humano?

— Você fala? — perguntou Naruto chocado.

— Claro que falo idiota! Kazumi vem aqui! — ele gritou pra aluem. — Conseguiu pegar aquela tosca?

— Ela já deve estar em casa a essa hora. — A outra raposa, esta aparentemente fêmea com o pelo de um vermelho mais escuro.

— Espera aí! — gritou Naruto. — Vocês têm uma casa?

— Claro que temos, — o raposo disse — não somos sem teto, seu retardado!

— Makoto não o trate desse jeito — Kazumi o repreendeu. — Por anos o único humano de verdade com quem nós nos relacionamos foi a Ku-chan e ela não nos dá notícia há quase um ano. Qual o seu nome?

— Eu sou Naruto Uzumaki! — disse o loiro, fazendo a pose Nice Guy.

— Espera! — gritou Makoto. — Você disse Uzumaki?

— Sim por quê? — perguntou Naruto confuso.

— É por que eu acho que você é par... Ai Kazumi, ficou doida? — Ele disse massageando a cabeça, logo após ter levado um cascudo da Kazumi.

— É por que algumas invocações só se relacionam com certo clã. — explicou ela. — E o das raposas é o clã Uzumaki.

— Então eu posso estabelecer um contrato com vocês?

— Claro, vou te mostrar nossa casa! O lar de todas as raposas como nós! O Kitsune no Kuni (País das Raposas) — os olhos de Naruto brilharam, com a proposta da raposa. — Se você quiser, é claro!

— Claro que eu quero! — ele disse entusiasmado. — A que horas nós iremos?

— Kazumi, acho que o conselho não vai gostar de outro humano visitando as nossas terras. — disse Makoto.

— Para de ser idiota! — exclamou Kazumi. — É claro que o conselho vai deixar, ele também é Uzumaki!

— ‘Ta, mas se o Shimura-sama não gostar, a culpa é sua! — ele falou apontando pra ela.

— Certo, agora fica quieto que eu vou conversar com o Naruto-san! — ela disse abanando o ar. — Então, nós começaremos o treinamento as seis horas, em ponto. Vou fazer uma invocação reversa!

— O.K, então até amanhã! — disse Naruto já se despedindo.

—Oh seu idiota! — chamou Makoto. — Não está se esquecendo de nada!

— Ah sim, eu queria fazer uma pergunta! — falou Naruto coçando a cabeça. — O que era aquela galinha?

Kazumi fez uma expressão de decepção e Makoto uma de raiva:

— Você é mesmo um idiota não é? — perguntou ele. — Como a Kazumi vai fazer a invocação reversa se nós ainda não selamos o contrato?

— Ah é! Tinha me esquecido! — coçou a cabeça novamente. — Cadê o pergaminho de vocês?

—Nosso tipo de contrato é diferente dos das outras invocações! — exclamou Kazumi. — É selado na nossa outra forma!

—Outra forma?

Assim que o loiro concluiu sua pergunta, Kazumi e Makoto foram envolvidos por uma grande massa de chakra, até que não deu mais pra enxergá-los e então eles começaram a brilhar muito forte. Quando o brilho parou e Naruto os olhou e os viu em uma nova forma. Kazumi agora era uma garota, claramente mais alta que o Naruto, ruiva e com uma camisa solta e um short curto. Já Makoto era mais alto até do que Kazumi, também ruivo, seus olhos eram brincalhões, ele usava uma camisa branca e uma calça preta:

— Nossa! Vocês são quase adultos! — o loiro ficou pasmo.

— É nós somos! Eu tenho dezesseis e o Makoto tem dezenove!

— Agora que vocês estão assim, como se sela o seu contrato? — perguntou Naruto.

— Ah é bem fácil! É só fazer uma coisa que nós só conseguimos nessa forma! — respondeu Makoto.

— Você fazer dessa vez, certo Makoto-kun? — disse Kazumi.

— Claro! — ele respondeu. — Faça as honras!

Kazumi caminhou até Naruto e se inclinou em direção aos seus lábios. Beijou-lhe por alguns segundos e depois parou. Naruto ficou confuso, até que uma pequena luz amarela começou a sair por sua boca, e uma rosa saiu da Kazumi. Uma foi de encontro à outra e elas se misturaram formando algo parecido com o símbolo de Yin-Yang:

— Pronto, apareça aqui seis horas da manhã! Em ponto, se não eu arranco seu joelho! — disse Makoto apontando para o joelho dele.

Naruto apenas assentiu e foi em direção à casa de Tazuna. Quando chegou nada disse, apenas deitou-se e dormiu quase que instantaneamente.

***************

Sasuke estava completamente ansioso. Seus sonhos com esse dragão destruindo Konoha pareciam ter parado. O problema é que eles foram substituídos por um outro sonho. Sonho esse no qual Itachi estava morto, mas Sasuke só conseguia chorar sobre o seu corpo. Estava ficando normal o garoto acordar com lágrimas nos olhos no meio da noite.

Hoje ele acordou de manhã bem cedo, foi estranho não ver Naruto deitado no chão. Foi até A cozinha, não vira ninguém por lá. O construtor deveria estar em sua obra, mas não sabia sobre o paradeiro de Inari. Algo deveria estar errado. O Uchiha foi em direção ao centro da cidade e quanto mais ele andava pior a cena ficava.

Havia corpos para todos os lados e algo em especial o assustou. A cabeça de Inari estava presa em uma vara de pescar.