Bella

—Damon? – sussurrei. – Você está dormindo?

—Sim. - ele sorriu

—O Edward sabe que eu estou na cidade. – Fui direto ao ponto e ele abriu os olhos.

—É isso que está te incomodando. – ele disse, mais afirmando do que perguntando.

—Alice disse que ele ficou mais feliz do que deveria. - ele fechou a cara. ‘Droga.’ – Mas ela vai conversar com ele e explicar que estou com você.

—Ok. – Foi só que ele disse.

Um silêncio tomou conta do quarto e eu só conseguia ouvir o batimento cardíaco dele aumentando.

—Você está irritado. Eu não devia ter contado. – disse e ele me olhou sério e sentou encostado na cabeceira.

—Fico feliz que tenha me contado, mas, só... Só de imaginar ele ficando a menos de cinquenta metros de você...  Sim, isso me deixa muito irritado. – ele disse entredentes.

—Ciumento...

—Olha quem fala! – ele riu. - Você quebrou o pescoço da Elena por causa de ciúme.

—Ela te beijou! O Edward ainda não fez nada. – disse brincando, mas acho que só o deixei mais irritado.

—Eu acho bom ele nem tentar.  - Ele rosnou e franziu a testa, fui obrigada a rir.

—Qual é a graça?

—O jeito que você franziu a testa. Gosto quando você faz isso.

Ele revirou os olhos e sorriu.

—Como você consegue mudar meu humor em menos de dois minutos?

—É um dom! – disse me aproximando dos lábios dele, mas antes que eu pudesse beija-lo a sede se manifestou e a minha garganta começou a arder.

—Desculpa. – disse me afastando. – Eu preciso comer.

—Tudo bem. – ele se levantou da cama. - O sol vai demorar a nascer, seu pai nem vai notar que a gente saiu.

—Você não vai junto.

—Bella, você acha que um vampiro de quase 300 anos não vai dar conta de uma recém-criada descontrolada? – ele levantou uma sobrancelha.

—A minha espécie de recém-criados é mais forte que a sua. - Levantei para trocar de roupa e ele ficou me olhando com um sorriso malicioso. – Nem tente chegar perto. – disse séria e ele fez uma cara de brabo.

Coloquei as roupas que eu usava quando cheguei e fui abrir a janela.

—Você tem cinco segundos para colocar a camisa.

Antes que eu terminasse a frase ele já estava na minha frente abotoando a camisa. Ele me pegou pela cintura e pulou. Quando chegamos ao chão ele me deu um beijo na bochecha, me soltou e saiu correndo. Fui atrás dele e o ouvi gritar:

—Corrida!

—---

Edward

Bella estava de volta, e se ela voltou é porque não deu certo com o tal vampiro, o qual ela e Alice haviam conversado sobre, quando voltamos de Volterra.

Essa pode ser a minha segunda chance.

 Alice disse que queria conversar comigo quando voltasse da casa de Bella, mas assim que ouvi ela se aproximar, sai correndo. Ela tentou me parar, mas não prestei atenção no que ela dizia ou pensava. Eu precisava ver a Bella.

Quando cheguei a casa dela, subi na árvore que ficava na frente da janela de seu quarto e me aproximei para abri-la, mas percebi que havia outra pessoa no quarto. Bom, para ser mais exato, na cama dela.

Bella falava alguma coisa e quando escutei meu nome comecei a prestar atenção.

 -É isso que está te incomodando.

—Alice disse que ele ficou mais feliz do que deveria, mas ela vai conversar com ele e explicar que estou com você.

—Ok.

Um silêncio se instalou no quarto e, do mesmo modo que eu não conseguia ler a mente dela, eu não conseguia ler a dele.  Depois de alguns segundos eu escutei a voz dela:

—Você está irritado. Eu não devia ter contado.

—Fico feliz que tenha me contado, mas, só... Só de imaginar ele ficando a menos de cinquenta metros de você...  Sim, isso me deixa muito irritado.

Ela começou a rir. Faz muito tempo que eu não a escutava rir desse jeito.

—Qual é a graça?

—O jeito que você franziu a testa. Gosto quando você faz isso.

Bella usava um tom de voz carinhoso, um pouco diferente do qual ela costumava usar comigo. Ele também começou a rir e eu, não aguentando mais essa cena, pulei da árvore e voltei para a minha casa. Encontrei a Alice sentada na entrada, me esperando.

—Desculpe! Eu tentei avisar. – ela disse se levantando.

—Agora não, Alice! – passei por ela e fui para o escritório do Carlisle.

—Alice me contou. – ele disse e apontou para a poltrona ao seu lado. – Sinto muito, filho.

—Eu posso conquista-la de novo. - Alice entrou e eu comecei a ver a conversa que elas tiveram meia hora atrás. ‘Nós passamos quase todos os dias dentro do quarto’... ‘Quando você vai dizer que o ama?’... ‘Ele ficou mais feliz do que deveria’... ‘Isso não é bom’.  Levantei e comecei a andar de um lado para o outro, tentando não ler a mente dela.

—Ela está feliz com ele. Você disse que não estava mais apaixonado por ela e a deixou.

—Eu estava enganado.

—Agora é tarde.

—Não! – com raiva, agarrei Alice pelo pescoço e a prensei na parede.

—Edward, Solte-a! – Jasper apareceu ao meu lado.

Alice me olhava com os olhos arregalados. A soltei e ela e Jasper sumiram da sala.

—Alice está certa. – Carlisle disse e o olhei com descrença. – Bella ama esse rapaz. Não atrapalhe a felicidade dela. - Estava saindo do escritório, mas Carlisle parou na frente da porta. – Não falo isso porque quero te ver sofrer, eu te desejo toda a felicidade do mundo, mas talvez não seja a Bella quem lhe fará feliz.

Fui para o meu quarto indignado. Eu vou mostrar que eles estão errados.