Bella

A viagem foi divertida e nem um pouco cansativa, já que não precisávamos parar para dormir, Damon e eu conversamos sobre os lugares que já tínhamos visitado e, obviamente, ele já viajou mais do que eu, então ele me contou como era a vida dele em 1860, antes de Katherine aparecer, sobre todos os lugares que ele já conheceu e sobre as coisas loucas que ele já aprontou durante os séculos.

Nós chegamos a Forks no sábado a noite, como eu tinha planejado.

Antes que chegássemos à casa do Charlie, Damon parou o carro no acostamento perto das árvores.

— Estamos quase chegando. Porque você parou? – Perguntei confusa e Damon apontou para o espelho retrovisor.

—Seus olhos estão pretos. – olhei para o espelho e vi que ele tinha razão. – Eu sei que você consegue se controlar perto de humanos, mas acho que o seu pai vai notar que seus olhos estão diferentes. – ele continuou.

—Eu tenho que usar lentes para esconder os olhos dourados e posso usar para esconder os olhos pretos. Problema resolvido! – disse ansiosa para chegar em casa.

—Tem certeza que você não quer ir caçar um coelhinho ou algo parecido?

—Eu estou bem. Obrigada por se preocupar comigo, você fica lindo quando faz essa cara de preocupado. – eu ri e ele revirou os olhos, tentando esconder um sorriso.

Dez minutos depois, já estávamos estacionando atrás da viatura do Charlie, botei as lentes de contato e sai do carro. Quando olhei para outro lado da rua eu vi um carro que não devia estar ali.

Um Porsche amarelo.

—Uau! Seu pai tem um Porsche? – Damon disse quando viu o carro.

—Não, esse carro não é dele. – corri até a porta, bati duas vezes e entrei.

—Bella! Que bom que você chegou! – Charlie disse me abraçando.

—Oi, pai! Tudo bem? Alice está aqui? – perguntei indo direto ao ponto.

—Sim, ela veio ver como eu estava. Ela está lá na sala. Vamos lá!

—Bella? – Damon disse parado na porta.

Meu Deus! Esqueci do Damon!

—Me desculpa... Pode entrar. – o convidei para entrar e ele sorriu. Peguei a mão dele e o apresentei para o meu pai. – Pai, esse é o Damon.

—É um prazer conhecer o senhor. – Damon disse estendendo a mão para cumprimentá-lo.

Charlie apertou a mão dele e nos levou para a sala.

—Oi, Bella! – escutei a voz de Alice assim que entrei na sala. Soltei a mão de Damon e fui abraça-la. - Eu vi que você voltaria e vim fazer uma visita. – ela disse baixinho, só para mim.

Quando nos separamos ela sorriu e ficou olhando do Damon para mim. Eu cerrei os olhos e ela aumentou o seu sorriso.

—Damon, essa é a Alice. Alice, esse é o Damon... Meu namorado. – eles se cumprimentaram e eu escutei o Charlie se engasgar com a cerveja.

—--

Já passava das onze da noite quando Alice resolveu ir embora.

—Foi ótimo te ver, Bella. – ela disse sorrindo e me abraçou. – Mais tarde a gente conversa. – disse sussurrando.

Ela me largou e piscou pra mim, depois se despediu do Charlie e do Damon, entrou no carro e foi embora.

—Bella, posso falar com você? Na cozinha. – Charlie disse sério. Assenti e o segui, deixando Damon na sala.

Charlie encostou-se a pia e cruzou os braços.

—Namorado? Quando você iria me contar?

—Eu queria te contar pessoalmente. – sorri amarelo.

—Você tem certeza que é uma boa ideia arrumar namorado agora? Não faz muito tempo que você e o...

—Já vai fazer um ano, pai. – o interrompi. - Eu preciso seguir com a minha vida. – Charlie ficou me olhando com atenção. – Ele faz eu me sentir de um jeito que eu não me sentia com o Edward.

—Tudo bem. Se você está feliz, é só isso que importa. – Charlie me abraçou meio sem jeito e eu sorri.

—Obrigada, pai.

Voltamos para a sala, eu me sentei do lado do Damon e Charlie na poltrona. Eles se encararam por alguns minutos até Charlie quebrar o silêncio.

—É bom você cuidar bem dela, se não... Nós vamos ter uma conversa bem séria. – Damon assentiu. – Eu vou para o meu quarto. – ele disse subindo as escadas. - Ele dorme na sala. – gritou lá de cima.

—Ok. – eu gritei em resposta.

E logo em seguida escutei a porta do seu quarto ser fechada.

—Eu disse que ele iria gostar de mim. – Damon disse irônico.

—Você está namorando a filha dele, é obvio que ele não seria legal com você logo na primeira vez que te visse. – eu lhe dei um selinho e me levantei. – Vou pegar um travesseiro e um edredom para você.

Ele me puxou pelo braço e eu caí no seu colo.

—Eu estava pensando em esperar o seu pai dormir e eu subir para o seu quarto. – ele sorriu malicioso.

—Não vai dar. – ele franziu a testa. – Alice vai voltar pra gente conversar.

Ele fez uma careta e bufou.

—Já estou sendo trocado.

—Deixe de ser bobo! – bati de leve no braço dele.

—Tudo bem. Eu aguento ficar uma noite sem você. – ele disse sério.

Aproximei-me dele, deixando centímetros entre os nossos lábios.

—Duvido. – disse quase o beijando.

Levantei e antes que ele pudesse me puxar de volta, fui pegar o travesseiro e o edredom. Quando voltei para a sala ele estava sem camisa, o ignorei e comecei a arrumar o sofá. Ele subestima o meu autocontrole. Escutei a respiração dele atrás de mim e em seguida senti as mãos dele na minha cintura.

—Eu não aguento ficar um segundo sem você. – ele disse no meu ouvido. Encostei a cabeça no ombro dele e ele beijou o canto da minha boca.

—Quando Alice for embora você pode subir. – ele ergueu uma sobrancelha. – Mas é só pra me fazer companhia.

—Me ofende você pensar que eu tinha segundas intenções. – ele disse sério.

—Seu nome do meio é segundas intenções. – eu disse e ele riu.

Escutei a janela no meu quarto abrir e me separei do Damon

   -Alice chegou.

Ele me puxou pela cintura e me beijou.

—Até mais tarde. – disse sentando no sofá.

Subi as escadas num vulto e em instantes já estava no meu quarto. Alice estava sentada na minha cama e tinha um sorriso no rosto.

—Senti sua falta. – eu disse sentando ao lado dela.

—Desembuche! Eu quero saber tudo o que aconteceu depois que você voltou para a Virginia. - ela disse mandona e então contei tudo.

Contei sobre o que aconteceu quando eu cheguei a Mystic Falls, minha primeira vez e como o Damon foi fofo quando disse que estava apaixonado por mim, falei sobre a Elena, sobre como nos divertimos no Mystic Grill e contei sobre o meu ataque de ciúmes e como eu “matei” a Elena.

—Nós passamos quase todos os dias dentro do quarto, conversando e rindo. – terminei e ela me olhava com um sorriso malicioso. – O que foi?

—Quando você vai dizer que o ama? – eu fiquei quieta. – Vamos, Bella! Eu te conheço e da para ver de longe que você o ama.

—Eu estou com medo. Da última vez não deu muito certo. – sussurrei.

—Bom, acho que já deu pra perceber que esse relacionamento é diferente do qual você tinha com o Edward.

—Você já viu como vai acontecer, não é? – disse e ela sorriu assentindo.

—Eu tenho que voltar, Jasper está me esperando. – ela se levantou. – Ah, Emmett mandou um beijo.

—Diz que eu mandei outro para ele. – ela assentiu e foi até a janela. – Alice? Ele sabe que eu voltei?

—Ele estava passando um tempo com os Denali, mas, quando eu cheguei em casa essa noite, ele estava na sala e leu meus pensamentos. – ela hesitou. – Ele ficou mais feliz do que deveria.

—Isso não é bom, né?

—Eu vou conversar com ele.

—Obrigada. – ela sorriu e pulou a janela.

Botei a cabeça entre os joelhos e respirei fundo três vezes, mesmo sem necessidade, mas isso me acalmava. Ouvi Damon se aproximar e levantei a cabeça.

—Tudo bem? – Damon perguntou.

—Fisicamente, sim. Psicologicamente? Parece que estou exausta.

Ele entrou no quarto, fechou a porta e sentou do meu lado.

—O que você acha de tomar um banho, colocar uma roupa mais leve e deitar agarradinha comigo? – ele disse afagando as minhas costas.

—É uma ótima ideia. – sorri. – Eu vou pegar as minhas coisas.

—Eu vou ficar aqui esperando você.

Peguei um pijama e fui para o banheiro. Liguei o chuveiro na água quente e tomei um banho rápido. Coloquei o pijama, sequei o cabelo, o amarrei em um coque e voltei para o quarto.

Damon já tinha arrumado a cama e estava deitado me esperando. Deitei ao lado dele e ele me abraçou.

—Melhor? – ele perguntou.

—Um pouco.

—E agora? – ele disse apertando mais o abraço, me fazendo sorrir.

—Melhor.

—Ótimo! Agora fecha os olhos e não pense em nada, só acompanha a minha respiração.

—Não se esqueça de que você tem que descer antes que o meu pai acorde. – disse baixinho.

—Shhhhhh...