A escuridão escrita por Catwoman


Capítulo 7
O Passado


Notas iniciais do capítulo

Gostaria, primeiramente, de pedir desculpas pela enorme demora na postagem do capítulo.
E então é isso. Espero que gostem!



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O vento da persiana aberta a minha frente que tinha como paisagem o enorme jardim da Mansão Wayne era frio, e bagunçava meus cabelos já desarrumados pela noite anterior.

Depois do jantar de ricos e pessoas de interesse dentre a sociedade de Gotham, e antes do cansaço conquistar a mim e Bruce, atribuímos a si mesmos uma -outra- noite de prazer.

Inevitável dizer que entre nós dois é como se uma corrente magnética se formasse ao o aproximar de nossos corpos... Mas não só isso, tenho convicção. Apenas não queremos admitir.

Pela primeira vez consegui ver Bruce dormir. E foi neste momento que percebi que Bruce Wayne, o bilionário excêntrico de Gotham City não é nada menos do que um simples homem. Mesmo depois de presenciar seus momentos mais estranhos, e ver o homem debaixo do terno caro; Só depois de vê-lo dormir consegui captar sua essência... Não por inteira, mas ainda sim a vi.

–Bom dia! - Bruce sussurrou em meu ouvido, me assustando

–Por Deus, Bruce! Que susto. - disse, virando-me para ver seu rosto, que agora sorria

–Estava pensando algo que não posso saber? - indagou ele, ainda com o sorriso no rosto

–Pode se dizer que sim -respondi.

–Espero que seja algo pertinente para se usar debaixo dos lençóis... - Disse, passando a mão pela minha cintura e puxando-me para si

–Não, seu bobo! - Ri - Não era nada disso.

–Bom, ainda bem que eu tenho pensado bastante nisso... - disse ele, terminando a frase com sua boca em meu pescoço

–É que eu finalmente consegui te ver dormir - eu disse, antes de tomar meus lábios nos dele. Ele se afastou em seguida e olhou em meus olhos.

–Espero que tenha gostado de ver, porque meus planos se formam em: Você ver até não me querer mais - Sua mão agora estava em minha nuca. Não consegui não abrir um sorriso.

–Digamos que foi interessante

–Interessante? - Agora sua mão tentava arrumar os cabelos embaraçados pelo vento e por ele.

–Sim, interessante. De certa forma era como se um Bruce diferente estivesse ali... - sua mão parou por um instante, mas se manteve em seguida

–Por que acha isso? - perguntou ele, com a voz mais grave

–Não sei. É que... Bruce, eu sei que não é de meu interesse, mas - peguei sua mão que arrumava meus cabelos e tentei manter minha voz firme - você sonha com seus pais? -

O olhar de Bruce congelou.

–Selina, por favor! - ele tirou sua mão da minha gentilmente

–Eu estava andando pelo jardim e vi as lápides, e eu também sei da história... é claro que eu sei da história! Por Deus, qualquer pessoa da cidade sabe da história! - tentei manter a voz firme.

Ele se afastou, e virou de costas.

–Bruce...

–Não. Nem comece! - Disse ele, virando e olhando para mim. Seu olhar estava sombrio. - Basta apenas um pouco de intimidade e começam as perguntas...-

–Então não sou a primeira a perguntar. - interrompi ele

–E as tentativas frustradas de aproximação. - terminou, ignorando minha interrupção

Tentativas frustradas de aproximação– sussurrei, mas o suficiente para que ele ouvisse

–Eu realmente pensei que...-

Que o que? Ia ser diferente entre nós? É isso que você ia dizer? - perguntei a ele, o interrompendo - Mas que apropriado. - Virei em direção da persiana aberta, e encarei o jardim.

–Não entendo o porquê dessa pergunta. Qual o sentido em perguntá-la, Selina? Diga-me o real propósito então - Fechei os olhos. - Está vendo? Nenhuma resposta plausível... Então, sim, eu pensei que entre nós seria diferente.

Abri os olhos, encarei novamente a vista, e fechei a janela, virando-me para olhar para ele. Mas ele não olhava para mim.

–Você fala enquanto dorme. - Agora ele olhava para mim. - Não, não. Na verdade, você sofre enquanto dorme. - Seu olhar estava fixo no meu. O silencio correu pelo quarto por alguns segundos. Abaixei meu olhar até o nó de meu robe de ceda sob minha cintura.

–Desculpa - Eu disse - Como eu disse: Não é do meu interesse. -Voltei meu olhar para ele. Ele continuava estático.

–Bruce... - Fui até ele e tomei seu rosto em minhas mãos.

–É tão ruim assim? - ele quis saber

–Não, claro que não! - respondi, minha voz cedeu. Depois de um instante ele falou:

–Eu que preciso pedir desculpas... Você só estava preocupada. -

–Eu não as aceito. - disse, duramente. Seu olhar indagou o porquê. - Eu também tenho meus traumas, Bruce, e se você me perguntasse deles, eu também ficaria furiosa. Não sei o que deu na minha cabeça... Acho que você está certo: Vi essa sua dor como meio de tentar uma aproximação maior. Intensificar nossa conexão. -

Passei meus dedos pelo contorno de seu rosto e me afastei, olhei novamente em seus olhos negros e sai do quarto.

*

A água quente do chuveiro parecia saber aonde ir exatamente. Depois de um rápido banho, segui em direção ao closet, deixando marcas de pés molhados pelo quarto. Estava a ponto de vestir uma blusa quando a porta bateu. Esperei, na esperança de ser Alfred; Não era. Deixei a blusa no chão e fui abrir a porta para Bruce, mas ele já estava sentado na cama. Levantou assim que sai do closet.

–Aqui. -disse ele, mostrando na mão uma toalha. -Deixe-me... por favor.

Fui até ele e fiquei de frente.

Bruce pegou meu cabelo molhado e começou a passar a toalha, secando-o.

–Desculpe- repetiu ele. O olhei, demonstrando ao olhar o que já havia dito e o que diria a seguir, mas ele interpretou meu olhar. - Não estou me desculpando pela minha reação por sua pergunta, como fiz anteriormente. Essa desculpa que peço agora é por dizer que eu pensava que entre nós seria diferente... - Abri minha boca para interrompê-lo mas ele seguiu falando - Deixe-me continuar. -

Ele deixou a toalha cair no chão.

– Eu não pensei, Selina. Já é diferente. Eu me sinto diferente com você... - Ia interrompê-lo novamente. - Não terminei! Eu não sei exatamente o que temos, mas é porque eu não sei exatamente o que sinto por você. Eu adoraria dizer que te amo, mas não posso... E o porquê disso é que amor nem ao menos resume isso que sinto. -

Meus pensamentos tão certos há pouco tempo atrás de repente perderam rumo, e só reencontraram seus caminhos quando senti os lábios de Bruce nos meus.

Aprofundei o beijo, deixando claro que as desculpas estavam aceitas, e ele também deixou claro sua compreensão retribuindo o aprofundamento do beijo com uma pequena mordida no meu lábio inferior.

Nossos olhos se encontraram, e minhas esmeraldas caíram completamente no abismo obscuro do olhar dele. Mas voltaram rapidamente à superfície em fator de algo chamado curiosidade. Ela é o maior perigo para os gatos...

E para mim talvez.

Arrisquei, e perguntei com voz baixa:

–Claramente mais pessoas perguntaram a você sobre os sonhos... - Ele compreendeu no instante

–Apenas uma. - ele disse, e algo em seu olhar mudou, não soube o que.

–Uma... Quem? - perguntei, mas assim que fiz me arrependi. -Não precisa responder. Por favor. - Me retratei

Senti sua mão na minha no momento.

–Eu teria que contar para você, eventualmente. Eu só não sabia como... - e então percebi a diferença no olhar. Um segredo. -

–Quem? - disse, sentindo algo fluir dentro de mim, como se já soubesse a resposta. Em medo raso correu como corrente elétrica pelo meu corpo, me fazendo sussurrar.

–A mãe do meu filho.


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Notas finais do capítulo

Acho que vocês já sabem quem ela é, não é?!
Até o próximo cap.
Beijos!



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