A escuridão escrita por Catwoman


Capítulo 2
A aproximação


Notas iniciais do capítulo

Neste capitulo vou aproximar mais Selina e Bruce e detalhar o momento em que eles estão vivendo. Espero que gostem, e se tiver algum erro me avisem nos comentários, não fiz revisão no capitulo.



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Adentrei aquela mansão. Ou seria mais apropriado dizer palácio?

Bruce me pediu para segui-lo, e então paramos em frente a uma enorme porta, que quando aberta comportava um salão. Tudo ali era muito grande, por Deus.

Entramos, e então ele apontou para o enorme sofá ao meu encalço.

–Por favor, sente-se. Hoje, como já está tarde, e a senhorita já passou por, digamos que, bastante coisa. Então não irei questioná-la tanto. Só preciso de umas informações iniciais, e amanhã continuamos. Se quiser, pode ficar aqui, em um dos muitos quartos da casa. Mas se não, pode ficar em meu hotel, no centro da cidade.

–Não, não. Fico aqui mesmo. Não tem importância. E então, o que quer saber?

–Nada de mais. - E foi quando ele me fez umas quatro ou cinco perguntas, basicamente sobre o que eu tinha visto sobre venda de drogas, ou até mesmo sobre venda de mulheres, e se eu sabia algum nome, de algum dos mandantes. Sim, eu sabia, convivia naquele meio, apesar de sempre tentar ficar longe, sem contar que já tinha dormido com um ou dois caras desses. Eles eram muito perigosos, mas pagavam bem. Contei tudo o que sabia, sem poupar nem um ínfimo detalhe. O que eu tinha a perder? Nada.

–É só isso por hoje, srta Kyle. Espero que goste das acomodações da casa. Alfred, por favor! - O motorista havia virado mordomo. Que estranho. Um homem tão rico não tinha muitos empregados, muito estranho mesmo. Censurei meus pensamentos. E segui o mordomo-motorista.

Ele me levou até um quarto extraordinariamente grande.

–Ficará aqui, srta Kyle. A não ser que queira mudar de quarto. Há roupas no closet, acredito que elas irão servir na senhorita. Qualquer coisa é só chamar! - Ele já estava se retirando quando eu falei:

–Como assim? Eu pensei que ficaria no quarto de empregada. Isso é uma brincadeira, certo? - Eu estava realmente muito confusa. Ele me olhou com uma expressão que não consegui identificar.

–Sem brincadeiras senhorita - falou ele, sério - Visitas não ficam em quarto de serviçais.

–Visita? -

–Sim, visita. Agora, como havia dito, qualquer coisa é só chamar. - Ele pediu licença e então saiu.

Eu? Visita de um cara rico? Só podia ser um sonho. Conclui que deveria aproveitá-lo enquanto durasse.

Entrei dentro do quarto que era, facilmente, quatro vezes maior que do que minha casa. Ou antiga.

Tomei um banho e de roupão adentrei o closet. Eu estava no céu. Tinha de tudo. Fiquei tanto tempo lá, olhando e admirando tudo o que contia que involuntariamente apaguei. Acordei com batidas na porta do quarto. Me levantei rapidamente e corri para abri-la. Era o mordomo-motorista... Eu definitivamente tinha que perguntar seu nome, mas espera... Bruce o havia dito ontem, mas não consigo me lembrar.

Bom dia. Trouxe seu café, senhorita. - Café no quarto? Inacreditável. Eu sempre fui muito pobre, e nunca tive mordomia, mas isso era de mais -pelo menos para mim-.

–Bom dia, er... qual seu nome mesmo? -

–Alfred, mas pode me chamar de mordomo mesmo.

–Então, Alfred... -Dei intonação em seu nome- eu gostaria de comer na cozinha, posso? - Confesso que a expressão dele no inicio foi de espanto, mas logo assumiu uma expressão diferente, como se já soubesse que eu iria pedir isso.

–Ah, claro.

–Só irei me trocar e já desço.   

–Eu aguardo a senhorita para acompanhá-la...

–Não precisa, Alfred, eu encontro o caminho, não se preocupe. - ofertei um sorriso a ele e voltei para o closet. Vesti as roupas mais simples que consegui encontrar. Uma calça jeans simples, porém, um pouco mais colada do que gostaria, e uma blusa preta, de manga comprida, que foi regulada até ficar em meus cotovelos. E então, desci (descalça, a proposito). Não foi difícil encontrar a cozinha, já que ela exalava um cheiro extraordinário.

Eu já estava terminando de comer quando Bruce entrou no espaço. O patrão na cozinha? Estranho 2x. Censurei meus pensamentos novamente.

–Ah, srta Kyle, não a esperava aqui. - Disse ele, claramente surpreso

–Não sou acostumada com mordomias. Mas, desculpe-me dizer, eu que não o esperava aqui. - Ele sorriu

–Na verdade, eu me acostumei tanto com mordomia que acabei enjoando. Eu não sou tão playboy quanto a mídia diz, é só status mesmo. Mas não conta pra ninguém. - Essa ultima frase ele falou quase sussurrando, como se não fosse pra ninguém ouvir, algo em vão, já que estávamos eu, ele e o Alfred.

–Não contarei. -disse sussurrando também, e rindo.

–Alfred, me faça o favor de ligar pra empresa e fale que não irei hoje. Estou de ótimo bom humor, e não pretendo gastá-lo lá. - disse ele, dando as costas para mim e indo em direção ao Alfred. - Estarei na academia, pra qualquer eventualidade. não sei se foi coisa de minha cabeça, mas eu senti um duplo sentido nessa ultima palavra. -

–Se quiser me acompanhar, srta Kyle, Alfred lhe mostrará o caminho. - E assim, completando a frase saiu da cozinha.



–------



Só de longe dava pra perceber o quão a academia era grande. Eu acompanhei Alfred em silêncio. E assim, cheguei lá. Bruce estava bem animado, pegando enormes pesos.

Iniciei um exercício simples. E longe da vista de Bruce, mas não adiantou. Não demorou muito, e aqui estava ele. Ele não havia me convidado por educação, e sim porque sabia que eu tinha perguntas.

–Sei que tem perguntas. Vá em frente. - disse ele, sentando-se em minha frente, em um aparelho de musculação. Parei o que estava fazendo e olhei pra ele.

–Por que você me traria para cá, sua mansão? Eu, uma prostituta fracassada e quase suicida?

–Eu precisava de você. Ou melhor, preciso, mas não posso dizer o porquê, não agora. Não se preocupe, pode ficar tranquila. Não quero nada mais do que suas informações... e seu bem. - essa me surpreendeu

–Meu bem? - repeti.

–Sim. Você é linda, sei que é inteligente, e que não queria aquela vida pra você. Quero suas informações, e acho que melhor do que dinheiro, é uma segunda chance. Uma vida nova. - Acho que meus olhos brilharam, e que ele percebeu, pois seu olhar se fixou mais ainda em mim.

Ele se aproximou, e por um instante pensei que passaria sua mão em meu rosto. Mas não.

–Selina... posso de chamar de Selina? -somente concordei, ele estava perto de mais. - Você tem algum sonho?

–Veterinária. Gostaria de ser uma.

–Ótimo. Então você vai pra faculdade.


–-----------------------


Alguns dias se passaram, e eu quase não via Bruce. Nem na academia, nem na cozinha. Só o vi dois dias depois dele concluir que eu iria pra faculdade e apenas para me entregar o papel de matricula e data de inicio das aulas. Depois disso, não o vi mais. Porém, vi algo interessante na TV.

O noticiário anunciava a prisão de alguns traficantes e chefe de quadrilha do subúrbio -

Resolvi esperar Bruce chegar. Fiquei na sala de estar, assistindo idiotices até que finalmente ele apareceu. Já era umas quatro, ou cinco da manhã.

–Selina? O que faz acordada? - indagou ele

–Esperando por ti. Eu tinha prometido a mim mesma que não faria muitas perguntas, por causa de você estar sendo tão bom comigo, mas algo no noticiário hoje me chamou atenc.. -ele me interrompeu

–Quer saber se eu sou o vigilante? Quer saber se sou o Batman? - que nome estranho!

–Para ser sincera, sim. - ele andou em silencio até o sofá e sentou-se ao meu lado.

–O que a faz pensar que sou ele? Apenas as informações que me deras? - Não tinha pensado direito. Bruce não era o tipo de cara que saia na noite em busca de justiça, ou o que quer que fosse o que aquele cara fazia. Ele provavelmente estaria com alguma namorada até uma horas dessas. Eu era uma idiota.

–Ah, quer saber, esquece. Você nunca seria ele. - eu disse, me virando para ele e encontrando seu olhar. - Provavelmente estava com sua namorada até agora, me desculpe por fazer essas peguntas bestas.

–Namorada? Não, trabalho mesmo... - confesso que fiquei feliz ao saber que ele não tinha namorada nenhuma

–Selina... - disse ele inesperadamente, e se aproximando de meu rosto - seus olhos são mais bonitos do que parecem. - Involuntariamente senti meu rosto queimar. E então, rapidamente virei o olhar, estávamos próximos de mais.

–Não.. -disse ele quase que sussurrando, e colocando sua mão em meu rosto suavemente, para que eu voltasse a olhá-lo nos olhos. Mas ele estava muito perto, eu conseguia sentir sua doce respiração contra minha face. E ele continuava a preencher o pequeno espaço que nos afastava. Até que ele o preencheu por completo.





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Notas finais do capítulo

E o que será que vai acontecer? Até o próximo.



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