A escuridão escrita por Catwoman


Capítulo 10
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Desculpe-me pela demora colossal.
Espero que gostem.



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–PAI! ME DIGA O QUE ESTÁ ACONTECENDO! - gritei enquanto lágrimas afogavam em meu rosto.

–Você tem que ficar aqui - ele disse calmamente.

–E a mãe? Pelo amor de Deus, me diga o que está havendo! - exigi olhando para o rosto dele, que olhava para o meu com quase intensidade reciproca. Ele me segurava pelos ombros, ainda tinha as roupas em que usava na noite anterior. Eu só tinha quinze anos e ele planejava me deixar sozinha?

–Selina, querida... Sua mãe morreu...

Acordei sem fôlego. Aprendi a conviver com a solidão e com um tempo aprendi a conviver com pesadelos, mas não ter Bruce na cama ao acordar me deixava em espírito caótico. Ele estava lá fora, na escuridão, brincando de heroi e isso me aterrorizava de certa forma. Havia este sentimento que eu sentia por ele que não podia de forma alguma deixar me tomar por completo. Sentimento era algo extremamente perigoso de se ter, principalmente quando este sentimento é por alguém como Bruce.

Deslizei as pernas pela cama e fui ao closet do meu quarto. De meu novo apartamento. Havia me mudado tinha um mês. Bruce adorava vir me visitar, e eu receber suas visitas, mas ele era sempre muito breve... o que acabava alimentando fantasias e deixando tudo para o depois. Sua ultima visita foi há três dias atrás e eu estava me sentindo particularmente sozinha. Ele nem mesmo havia ligado nesses três dias.

Mas de algum modo fora bom, havia colocado minhas ideias em pratica.

Alcancei um cabide escondido no meio de tantas roupas e o encarei.

Poderia ser hoje, não poderia? Olhei ao relógio: 2:40 AM.

Sim, poderia ser hoje.

Vesti aquela mistura de couro e um tecido mais resistente que havia encontrado. Um cinto com apetrechos personalizados. Um chicote, bem escondido entre as aberturas de minhas botas. E a mascara. Ela havia sido difícil de se definir, mas assim que vi Isis, minha gatinha resgatada a uma breve passagem pela minha velha casa do subúrbio, não tive mais duvidas. Os gatos agora faziam parte de mim.

Abri a enorme janela de vidro e saltei, usando um pouco do treinamento que meu pai havia me dado desde que era pequena, agarrei escada de incêndio e comecei a subir, indo ao telhado.

Esta era a segunda noite que Mulher-Gato havia saído a noite. E por enquanto a experiência havia sido extraordinariamente única. Os músculos, agora começando a se acostumar com os esforços reclamavam, mas era uma dor satisfatória.

Encontrei meu foco. Uma cobertura luxuosa que ficava apenas alguns telhados de distancia. Segui até lá sem esforço e me apoiei na beirada da janela para entrar.

Cortei o vidro usando uma fina camada de diamante fundida em uma de minhas unhas nas luvas. Enfiando a mão pelo buraco do vidro abri o fecho. E entrei.

Andei de um lado a outro e nada encontrei de interessante, de repente ouvi um barulho vindo do que parecia a cozinha, sutilmente voltei a janela e sai sem fazer nenhum barulho e sem levar nada. Roubar não era algo necessário, era apenas uma diversão, um prólogo.

Subi ao telhado e voltei o olhar para a cidade. Estava escuro, nebuloso... e mesmo assim haviam estrelas que ainda brilhavam.

Saltei alguns telhados até decidir que deveria voltar para casa, mas não poderia voltar como Mulher-Gato. Camuflei as roupas de Mulher-Gato com um vestido fino até os pés com mangas finas enquanto descia em um elevador sem câmeras de um prédio de quinta perto dos outros ao lado.

Tive sorte da madrugada estar quente, apesar de nebulosa.

Caminhei alguns quarteirões observando a paisagem de belos cafés e bares, até ver um restaurante que era bem iluminado e aparentemente bem aconchegante, pois não havia muita gente dentro. Era, claramente, um restaurante caro, como todos os outros daquele bairro, mas este parecia diferente.

Caminhei até ele, pensando em uma bela taça de vinho, quando me deparei com as costas de alguém pela janela de vidro lateral do local. Eu conhecia aquelas costas, era de Bruce. Assim que abri a porta para entrar com intenção agora de falar com ele e mudei de ângulo de visão percebi que ele não estava sozinho. Ele estava acompanhado de uma mulher. Ruiva, olhos verdes... simplesmente estonteante. Bruce não entrava em contato comigo há três dias e eu havia respeitado seu silencio, ele era uma pessoa muito ocupada. Agora percebia que bem mais ocupada do que eu pensava.

Mas ao ver aquela cena meu estômago embrulhou. E o sentimento o qual sentia por ele fez todo meu corpo se eletrizar. Dei meia volta obrigando meu corpo a não emitir nenhum barulho, mas a porta infelizmente - naquele momento - não fazia parte de meu corpo. Enquanto dava as costas aquela cena a porta rangeu e chamou atenção das poucas pessoas no lugar. E uma delas foi Bruce. Não consegui ver direito seu rosto, mas ele parecia sinceramente surpreso. Caminhei com pressa pelas ruas calmas daquele bairro. Não olhei para trás. Algo me queimava por dentro, e eu tentava inutilmente esfriar esse calor que vinha de minhas entranhas ao meu olhos. Forcei, mas não consegui segurar uma lágrima.

Eu estava tentando suprimir um sentimento avassalador por Bruce dentro de mim - sem sucesso -, imaginando que talvez ele estivesse fazendo o mesmo, mas estava enganada. Eu era apenas uma de seus fantoches. Agora conseguia ver.

Ele havia primeiramente me encontrado para informações apenas, mas deveria ter decidido que seria bem mais divertido algo mais.

Meu Deus! Eu havia me apaixonado completamente por Bruce Wayne e ele estava apenas brincando comigo. Uma segunda lágrima conseguiu escapar.

Eu estava suprimindo e ignorando essa paixão e quando decidi assumir para mim mesma foi com a conclusão de que havia sido uma idiota por vários meses. Consegui chegar no saguão do meu prédio. Uma voz atravessou as portas de vidro que separava o prédio da rua.

–Selina! - era ele

Decidi que não gostaria de ter aquela conversa ali, nem agora.

Apesar de não ter visto nenhuma traição explicita, me sentia tão traída quanto se estivesse visto. Dias sem contato, e quando o vejo ele está com outra mulher, em plena madrugada?

Entrei no elevador e assim que as portas estavam se fechado vi seu olhar. Ele parecia desesperado.

O elevador apitou anunciando a chegada ao andar privado e me apressei para entrar no apartamento. Ouvi o som do outro elevador chegando assim que fechei a porta. Os únicos que tinham autorização naquele andar eram eu e ele.

Deixei uma pequena bolsa que trazia comigo desde o inicio da noite cair no chão e fui tirando as botas longas. Estava esperando ele bater. Guardei os acessórios da Mulher-Gato dentro de um cofre ainda na sala; E me preparei para abrir a porta sem saber se ele ainda estava lá.

Quando coloquei a mão na maçaneta ouvi bate-lo suavemente.

–Selina, abra, por favor. - ele disse. E eu abri. Observando-o escorado, impecavelmente vestido em um de seus ternos bem cortados, na parede do largo corredor em minha frente conforme a porta foi se abrindo.

–Selina.. - ele veio na minha direção. Eu adorava do jeito que ele falava meu nome, como se fosse uma súplica. Recuei ao seu toque. - Não era nada...

–Você não precisa me explicar nada. -interrompi

–Claro... -

–Não. Não há nada entre nós além de sexo. Você pode sair com quem quiser, Bruce.

–Não... - ele continuava tentar falar. Virei de costas e o interrompi novamente.

–Sou apenas uma transação comercial e uma transa convincente para você. Tentei me convencer e que não era, mas estava enganada.

Senti suas mãos me puxarem para si. Ele pegou meu rosto com as mãos, se movendo para ficarmos frente a frente.

–Não fale assim. Você não é um negocio para mim... por Deus! - ele puxou ar de seus pulmões. - Como você pode dizer que só há sexo entre nós? E esse sentimento palpável que sentimos como gravidade puxando um ao outro? - ele fez uma pausa, respirando lentamente e colocou uma mecha de meus cabelos negros no lugar. Sua testa tocou a minha. - Eu te amo, Selina.

O mundo desapareceu e o som explodiu ao meu redor. Em meus ouvidos havia um zumbido repetindo o que ele havia acabado de falar.

Apoiei em um movimento involuntário minhas mãos no seu peito musculoso. Envolvi então meus braços a sua volta e o puxei para mim, aceitando de bom grado o que quer que viesse após aquelas sinceras palavras.

Meus lábios encontraram os seus em urgência. Suas mãos soltaram meu rosto e me puxaram para si me fazendo entrelaçar minhas pernas em seu quadril. Ele andou até encontrar o sofá, e abaixou até pousar todo seu peso em cima de mim.

–Me desculpa - ele disse, quando se afastou de minha boca dando apenas o espaço suficiente para respirar - Me desculpa por desaparecer. Por aquilo no restaurante... Por não ter dito antes o que sinto por você... - Ele não me deixou responder. Me beijava calorosamente, aprofundando o beijo com a língua e com a urgência.

Agarrei seus cabelos negros e o puxei apenas o suficiente para respirar. Seus lábios ainda roçavam os meus. Olhei em seus olhos e vi algo que via frequentemente no espelho. E tinha a ver com segredos. Agora não mais.

–O que você estava fazendo de madrugada em um restaurante com uma mulher, Bruce? - quis saber, tentando mantê-lo apenas distante o suficiente para que respondesse.

–Negócios - sussurrou, passando a mão pelas minhas panturrilhas e coxas.

–Negócios? A quase quatro horas da manhã? - sussurrei de volta, deixando escapar um gemido quando ele se aproximou de meu quadril

–Eu sei. Da próxima vez marco um almoço. - Arqueei as sobrancelhas em resposta

–Próxima vez? - exasperei, agora sentindo seus músculos aquecerem ao meu toque por debaixo da camisa que havia cautelosamente tirado de dentro de sua calça.

–Acho que Lucius pode cuidar desse negocio por mim. - ele arfou

–Bom. - falei - O que acha de irmos para cama? - tentei mudar de assunto sabendo que seria ele que faria a próxima pergunta

–Acho que agora a senhorita poderia me dizer o que fazia andando sozinha de madrugada, não acha? - exigiu ele, levantando meu vestido para facilitar o acesso a minha pele - Tenho certeza de que falta de vinho não é. Há uma bela adega ali atrás. - suas mãos estavam inquietas

–Insônia - menti

–Hm, insônia... - ele me deu um beijo demorado - Acho que mereço uma explicação melhor, mas como estou louco de tesão por você desde que percebi que havia saído do restaurante com ciúmes... - abri a boca para protestar, ele abriu um sorriso e me interrompeu antes de eu falar - Ciúmes sim. Então acho melhor deixar sua explicação para depois, pois quero saber direito sobre essa sua saída... Mas agora... Sua mão encontrou meu sexo. Eu estava excitada. Extremamente excitada. Ouvi o estalo do rasgar de minha calcinha de renda, um segundo depois ela estava ao chão, junto com meu vestido fino, meu sutiã e o terno dele.

As roupas estavam embaralhadas e desalinhadas no chão... Assim já estávamos começando a ficar.


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Notas finais do capítulo

Não se preocupem pois próximo capitulo vou continuar de onde parei EXATAMENTE.
Espero a opinião de vocês. Beijos

HHL



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