Camp Blood escrita por Heitor
Corri para a porta de pedra que havia acabado de me trancar.
Tentei empurrá-la de volta com a lança mas ela não saia do lugar.
– Lucy! - Gritei. - Bargho!
Não obtive resposta. As muralhas pareciam impedir os sons de passarem. Era tudo silencioso e escuro, mas mesmo assim eu podia enxergar.
Fiquei desesperado. Dei as costas a porta de pedra e caminhei procurando algum lugar para ir.
A minha frente havia dois corredores estreitos.
Escolhi o da direita e entrei calmamente. Meu escudo já voltará a ser um bracelete em meu pulso, e a lança permanecia em minha mão.
Caminhei mais a fundo. A escuridão parecia aumentar, mas isso não era problema para meus olhos de coruja.
A cada momento que ia mais a frente, a circulação de ar ficava mais baixa. Estava abafada. Eu soava.
Transformei minha lança em lanterna e coloquei-a em meu bolso.
O teto parecia descer. Ele estava cada vez mais próximo de mim.
Alguns minutos caminhando e eu já estava curvado. As paredes pareciam se aproximar de mim, deixando meu espaço minusculo.
A boa noticia: eu podia ver uma saída um pouco mais a frente. A má noticia: eu tinha que me arrastar pelo chão para continuar e não tinha como me virar para sair por onde havia entrado.
Com dificuldade, me projetava para frente. O espaço diminuía cada vez que eu me arrastava, e então, alcancei o final.
Mas não conseguia me levantar. Nem sequer conseguiria passar pelo pequeno buraco que havia.
E então, na nova sala que eu podia ver, uma garota loira apareceu.
Ela correu até a mim. Tentei recuar com medo de que ela fosse me matar, mas ela apenas estendeu o braço.
Segurei, e ela me puxou com toda força. Senti dor. Meus ombros eram largos e demorei um pouco para passar.
Levantei-me com dificuldade e encarei a caçadora.
– Rapazes. - Murmurou ela, limpando as mãos.
– Não era você que tinha ido com Ártemis, Mia e as gêmeas? - Perguntei.
– Sim. - Assentiu ela. - Mas uma maldita porta de pedra me separou delas.
– Você não foi a única. - Repliquei, franzindo a testa.
Ela me deu as costas e começou a caminhar pela sala.
– Venha, temos de encontrar o centro do labirinto.
Mais a frente, havia outro corredor e nele alguma luz entrava.
Passei correndo pela caçadora.
– Espere! - Gritou ela, correndo atrás de mim.
– Algo me diz que já chegamos. - Falei, olhando para a passagem de onde vinha a luz.
A garota loira e eu entramos. Era uma sala circular e clara. Nas paredes, haviam gravuras de pessoas batalhando e algumas gotas de sangue espalhadas.
Uma porta de pedra surgiu de onde havíamos entrados, deixando-nos presos na sala circular.
– Fomos os primeiros a chegar. - Disse a caçadora. - Agora temos de esperar os outros.
No mesmo instante, uma porta se abriu do lado oposto de onde havíamos entrado.
– Alguém deve estar vindo. - Sugeri.
A caçadora e eu não nos movemos. Se a passagem havia sido aberta, só podia ser sinal de que alguém estava próximo.
E não houve engano: Ártemis entrou na sala ao lado de Mia, carregando uma das gêmeas, que estava inconsciente.
Mas a outra não estava junto.
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