Camp Blood escrita por Heitor
Notas iniciais do capítulo
''Everytime I close my eyes
It's like a dark paradise..''
Os mortais murmuravam em nossa volta.
Lucy, Bargho e eu corremos para perto de Connor.
Bargho mexeu no corpo da harpia com os cascos para ver se ela ainda estava viva, e não houve reação.
O sátiro empurrou a harpia para o canto enquanto Lucy estava ajoelhada ao lado de Connor tentando acordá-lo.
– Olhe, mamãe, eles mataram o grande pássaro! - Pude ouvir um garotinho perto de nós dizer.
Connor respirava com dificuldade. Lucy mantinha sua mão sobre o peito dele.
Olhei para ela preocupado. Lucy apenas balançou a cabeça como se concordasse com algo.
A garota pousou as mãos delicadamente sobre cada braço de Connor e fechou os olhos.
Uma aura brilhante e colorida percorria o corpo de Connor. Pouco e pouco, passando por todos os locais.
Bargho e eu fechamos os olhos. A luz era intensa e deixava-me quase cego.
E então pude ouvir Lucy suspirar aliviada.
Connor já estava sentado, aparentemente confuso.
– Tente não morrer de novo, o.k.?
O garoto deu um risinho e assentiu.
– Obrigado.
Os dois se levantaram.
– Não podemos mais andar por aí. - Disse Lucy. - A cada minuto somos atacados por um monstro diferente.
– Você quer que nós façamos o que? - Perguntei. - Quer que a gente segure em suas mãos e você nos leva voando?
– A gente pode voar. - Replicou Lucy. - Mas não exatamente as minhas custas. - A garota arqueou as sobrancelhas e deu um sorriso ligeiro.
Fitei ela, preocupado.
Lucy fechou os olhos novamente e se concentrou em algum tipo de prece. Alguns segundos depois abriu, e levou dois dedos a boca, assobiando.
A garota olhou para o céu como se esperasse algum tipo de resposta.
Olhei para cima. Minhas pupilas se retraíram, e estreitei os olhos. Pude ver além, muito além.
Ao longe, algo vinha batendo longas asas douradas. Ia se aproximando com uma boa velocidade.
– Lucy, o que é que você fez..? - Perguntei, boquiaberto.
E então, em questão de minutos, o grande pégaso pousou graciosamente no asfalto.
Alguns mortais se afastaram e outros começaram a correr.
– O que será que eles estão vendo? - Perguntou-se Connor.
Lucy se aproximou do pégaso, acariciando-o. O cavalo alado passou o rosto delicadamente nas bochechas de Lucy, como se fizesse carinho nela.
– Passar horas no estábulo serviu para alguma coisa. - Disse ela, sorrindo. - Esse é meu velho amigo Alfa.
Lucy subiu no pégaso e Connor foi logo em seguida.
Bargho e eu ficamos parados olhando os dois. Cruzei os braços e reprovei a ideia de Lucy.
Os dois já estavam sem mochilas. Elas haviam caído na água borbulhante quando a ponte despencou.
– Deixa a sua aí. - Disse Lucy, se referindo a minha mochila. - Não dá pra levar tudo.
– Não vou abandonar todos meus livros, Lucy!
– O.k., qualquer dia a gente volta pra te buscar. - Debochou ela.
Bargho se rendeu e subiu no pégaso com um pouco de dificuldade.
– Sátiros não voam, sátiros não voam.. - Repetia ele.
Com tristeza soltei minha mochila sobre a calçada. Respirei fundo e subi no pégaso.
Lucy acariciou o pescoço do cavalo alado e subitamente ele bateu as longas asas douradas.
Quando me dei conta já estávamos no alto, em direção ao topo do edifício com o caduceu.
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