Camp Blood escrita por Heitor


Capítulo 19
O velho amigo de Lucy nos dá uma carona.


Notas iniciais do capítulo

''Everytime I close my eyes
It's like a dark paradise..''



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/399854/chapter/19

Os mortais murmuravam em nossa volta.

Lucy, Bargho e eu corremos para perto de Connor.

Bargho mexeu no corpo da harpia com os cascos para ver se ela ainda estava viva, e não houve reação.

O sátiro empurrou a harpia para o canto enquanto Lucy estava ajoelhada ao lado de Connor tentando acordá-lo.

– Olhe, mamãe, eles mataram o grande pássaro! - Pude ouvir um garotinho perto de nós dizer.

Connor respirava com dificuldade. Lucy mantinha sua mão sobre o peito dele.

Olhei para ela preocupado. Lucy apenas balançou a cabeça como se concordasse com algo.

A garota pousou as mãos delicadamente sobre cada braço de Connor e fechou os olhos.

Uma aura brilhante e colorida percorria o corpo de Connor. Pouco e pouco, passando por todos os locais.

Bargho e eu fechamos os olhos. A luz era intensa e deixava-me quase cego.

E então pude ouvir Lucy suspirar aliviada.

Connor já estava sentado, aparentemente confuso.

– Tente não morrer de novo, o.k.?

O garoto deu um risinho e assentiu.

– Obrigado.

Os dois se levantaram.

– Não podemos mais andar por aí. - Disse Lucy. - A cada minuto somos atacados por um monstro diferente.

– Você quer que nós façamos o que? - Perguntei. - Quer que a gente segure em suas mãos e você nos leva voando?

– A gente pode voar. - Replicou Lucy. - Mas não exatamente as minhas custas. - A garota arqueou as sobrancelhas e deu um sorriso ligeiro.

Fitei ela, preocupado.

Lucy fechou os olhos novamente e se concentrou em algum tipo de prece. Alguns segundos depois abriu, e levou dois dedos a boca, assobiando.

A garota olhou para o céu como se esperasse algum tipo de resposta.

Olhei para cima. Minhas pupilas se retraíram, e estreitei os olhos. Pude ver além, muito além.

Ao longe, algo vinha batendo longas asas douradas. Ia se aproximando com uma boa velocidade.

– Lucy, o que é que você fez..? - Perguntei, boquiaberto.

E então, em questão de minutos, o grande pégaso pousou graciosamente no asfalto.

Alguns mortais se afastaram e outros começaram a correr.

– O que será que eles estão vendo? - Perguntou-se Connor.

Lucy se aproximou do pégaso, acariciando-o. O cavalo alado passou o rosto delicadamente nas bochechas de Lucy, como se fizesse carinho nela.

– Passar horas no estábulo serviu para alguma coisa. - Disse ela, sorrindo. - Esse é meu velho amigo Alfa.

Lucy subiu no pégaso e Connor foi logo em seguida.

Bargho e eu ficamos parados olhando os dois. Cruzei os braços e reprovei a ideia de Lucy.

Os dois já estavam sem mochilas. Elas haviam caído na água borbulhante quando a ponte despencou.

– Deixa a sua aí. - Disse Lucy, se referindo a minha mochila. - Não dá pra levar tudo.

– Não vou abandonar todos meus livros, Lucy!

– O.k., qualquer dia a gente volta pra te buscar. - Debochou ela.

Bargho se rendeu e subiu no pégaso com um pouco de dificuldade.

– Sátiros não voam, sátiros não voam.. - Repetia ele.

Com tristeza soltei minha mochila sobre a calçada. Respirei fundo e subi no pégaso.

Lucy acariciou o pescoço do cavalo alado e subitamente ele bateu as longas asas douradas.

Quando me dei conta já estávamos no alto, em direção ao topo do edifício com o caduceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Camp Blood" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.