Camp Blood escrita por Heitor


Capítulo 18
Nos encontramos com uma criatura familiar.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/399854/chapter/18

Logo após a névoa se desfazer, o sol foi embora, levando consigo o arco-íris.

Lucy fechou os olhos e respirou fundo.

– Não podemos demorar. - Disse ela.

Apressamos o passo e caminhamos sem hesitar até as caçadoras.

– Lady Ártemis, você tem razão. - Avisou Lucy. - As coisas no acampamento não estão boas. Temos de ir rápido.

– Há um jeito fácil para vocês irem. - Replicou a deusa. - Mas teremos de nos separar.

Nós assentimos.

Ártemis disse que há uma cidade próximo a nós, e que poderíamos cortar caminho por lá. Bastava nós olharmos para um edifício que tinha em seu topo uma estátua com o caduceu de Hermes, e quando chegássemos lá, saberíamos para onde ir.

– Nos encontraremos em breve. - Disse Mia.

As caçadoras se despediram de Lucy e continuaram seu caminho.

Nós tomamos o caminho contrário, e caminhamos até acharmos um bosque.

Nem Lucy, Connor e muito menos Bargho disseram algo. Após atravessarmos o bosque, saímos em uma estrada pouco movimentada. Alguns carros passavam por lá.

Andamos até o centro da cidade, quando Connor avistou o edifício e apontou, chamando nossa atenção.

– Parece que é aquele. - Falou.

Olhamos para cima e uma estátua mediana estava fincada no topo do edifício. No começo, parecia haver apenas uma cobra de pedra, mas então, subitamente, outra surgiu, se enroscando no bastão.

– Uau.

– Vamos. - Disse Lucy, andando mais rápido.

Nós ainda estávamos um pouco longe do edifício. Haviam lojas ao nosso redor e alguns humanos passeavam calmamente, tomando sorvete e brincando com seus filhos.

Foi então que Bargho parou, assustado.

– Qual o problema? - Perguntou Connor.

O sátiro estava franzindo a testa e seu nariz empinado.

– Sinto cheiro de.. - Ele estreitou os olhos, olhando ao redor. - Sinto cheiro de algo.. algo tão familiar..

– Monstro? - Sugeriu Connor.

– Bargho, é melhor irmos andando, antes que..

E fui interrompido.

Ouvimos algo como um grito esganiçado de uma ave.

Olhamos para cima e avistamos a grande harpia avançar contra nós, com suas enormes garras de pássaro.

– Se separem! - Gritei.

Lucy se jogou para o lado, já apunhalando sua espada.

– Ares deve ter mandando-a para cá! - Berrou Lucy, cerrando os dentes.

Os mortais a nossa volta começaram a olhar assustados.

– Eu odeio monstros com asas. - Exclamei, tentando acertar a harpia com a lança, sempre que ela descia em minha direção.

– Covarde! - Provocou Connor. - Desça até aqui e lute conosco!

– Grrr, criaturinha desprezável.. - Disse a harpia.

Ela avançou contra Lucy e cravou as garras no ombro da garota, arrancando um pedaço da sua manga e jogando-a para o chão.

Corri até Lucy e Connor ficou a nossa frente, impedindo que a harpia se aproximasse de nós.

– E-estou bem. - Disse Lucy, com dificuldade.

Seu ombro tinha um profundo corte. E foi então que reparei que havia um pequeno arco-íris desenhado no mesmo lugar.

– Você tem uma tatuagem de arco-íris?! - Exclamei boquiaberto.

– Não é uma tatuagem. - Replicou ela. - Eu sempre tive isso.. Pelo menos desde que me lembro de ter chegado no acampamento.

Arranquei meu casaco azul e rasguei ao meio. Estava prestes a por um pedaço sobre a ferida de Lucy quando ela me impediu.

– Não precisa. - Disse. - Olhe.

A garota olhou para o céu e as nuvens cinzentas começaram a se afastar lentamente. O sol surgiu e iluminou o ombro da garota.

O arco-íris começou a brilhar, as luzes se acendiam uma por uma. O sangue de Lucy parecia voltar para dentro da pele, e as feridas iam sumindo.

Quando me dei conta, apenas sobraram cicatrizes.

– Deuses! - Disse. - Você consegue fazer isso sempre?

– Não. - Ela se levantou. - Só se tiver feridas na região do braço e se houver iluminação.

– Você é incrível.

– Incrível é aquilo! - Exclamou Lucy, sorrindo.

Olhei para trás e vi Connor montado nas costas da harpia. Ele pressionava a espada contra a cabeça da criatura, que gritava e voava se debatendo.

A harpia deu um último grito e caiu. Connor, que estava sobre ela, despencou junto e teve impacto com o asfalto. O garoto bateu a cabeça e desmaiou.

Imediatamente meu sorriso sumiu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Camp Blood" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.