Camp Blood escrita por Heitor


Capítulo 15
A escolha é de Lucy.




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Eu estava decepcionado com Lucy. 

Como ela podia deixar um amigo que conhecia a mais de três anos para andar com caçadoras que ela conhecerá a pouco mais de uma hora?

A cada vez que ela olhava para trás, eu retribuía com um olhar furioso.

Depois de alguns minutos caminhando na colina que não parecia ter fim, Lucy fez um sinal para que as caçadoras seguissem em frente e esperou que eu a alcançasse para andar ao meu lado.

- Adam. - Chamou. - Qual o problema?

- Problema? - Repliquei. - Não há problema nenhum! 

- Eu posso ver em seus olhos. - Disse ela. - Sei quando está chateado. 

- Você está pensando em se unir as caçadoras e ainda quer que eu fique alegre por isso? - Exclamei.

- Você está sendo egoísta, Adam. - Respondeu ela. - Eu estou pensando sim em me unir as caçadoras, e essa é uma escolha minha. 

Olhei para baixo e continuei caminhando sem olhá-la. 

- Não fica assim. - Disse Lucy. - Eu vou sentir falta de você. Assim como estou morrendo de saudades de Klaus e dos meus meio-irmãos. - Olhei para o lado e percebi que seus olhos lacrimejavam. - Quem sabe não sentirei falta até de Heather?

Nós rimos. Era uma ideia bizarra. Lucy e Heather não se suportavam. Desde que Heather havia chegado ao acampamento quando Lucy tinha 12 anos, a filha de Hermes começou a pregar peças com Lucy e até mesmo com Klaus. Mas no fim se arrependeu de ter feito uma pegadinha com o filho do deus da guerra. 

- Você exagerou. - Respondi. 

- A questão é que eu estou cansada de ficar no acampamento. - Continuou Lucy. - Meu verdadeiro lugar talvez não seja lá. Ficar ao lado das caçadoras é maravilhoso! - Disse ela, empolgada.

- Lucy, você odeia quando maltratam animais, até mesmo se forem monstros com a aparência de um. 

- Mas agora vai ser diferente! - Replicou ela. - Nós caçaremos monstros sem piedade. Eu posso me adaptar a isso. 

- Tudo bem. - Concordei, finalmente. - Como você disse: a escolha é sua. 

 Lucy parou e me lançou um sorriso. Abri os braços e ela me apertou forte, dando-me um beijo na bochecha. 

Ela encarou as caçadoras mais a frente e olhou para mim. 

- Pode ir. 

A garota correu para o lado de suas novas companheiras. 

Senti a mão de alguém pousando sobre meu ombro, e vi Bargho caminhando ao meu lado.

- Você tá bem? - Perguntou ele. 

- Eu vou ficar. - Respondi, com um sorriso torto.

Quando finalmente a colina parecia não ter fim, a tenente gritou: 

- Rapazes, se aproximem! 

Connor, Bargho e eu corremos até elas. 

As garotas estavam paradas, olhando fixamente algo, e quando paramos atrás delas, Ártemis fez um sinal para que elas se afastassem. 

A nossa frente estava uma ponte de pedra. Caminhei um pouco mais e pude ver o fundo: um riacho borbulhante.

- Por que ele está borbulhando? - Perguntou Connor. 

- É água fervente, garoto. - Respondeu a deusa. - Caia lá em baixo e seu corpo todo derreterá como se nadasse na lava.

Nós três nos afastamos imediatamente. 

- Queremos que um de vocês vão em nossa frente. - Disse Mia. - Lady Ártemis permitiu que vocês, rapazes, conferissem se a ponte está adequada para nossa passagem. 

Connor e Bargho me olharam como se pedissem socorro silenciosamente. 

- Certo, eu vou.


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