POVs Loki

Eu estava de volta ao reino eterno, ao que parece o Pai de Todos, menos o meu só para esclarecer, queria falar comigo.

– O que quer de mim agora, Odin? – questionei entrando na sala do trono, acompanhado de dois guardas asgardianos.

– Conversar com você, meu filho. – sorriu docemente, o que era muito estranho. – Guardas, nos deixem sozinhos e certifiquem-se que não nos interrompam. – agora ficou ainda mais estranho.

– Do que se trata? – questionei analisando minhas possibilidades de fuga daquele lugar – Oh, por favor, não me venha com aqueles seus imensos discursos...

– Sobre a midgardiana que você conheceu. – seu tom, antes suave, parecia tenso agora.

– O que tem ela? – revirei os olhos ao perguntar.

– Com ela? Nada, o que me interessa é o que você tem com ela. Quais são suas intenções com a midgardiana? – estava demorando a tirarem minha paciência com isso, tenho certeza que tem fios loiros do Thor pelo meio.

– Minhas intenções com Helena são as melhores possíveis, Pai de Todos. – disse com um meio sorriso.

– Gostaria de poder confiar em você...

– Eu também gostaria. – e assim, saí daquele lugar sem pedir licença, aquele lugar me sufocava, me fazia lembrar que fui cruelmente enganado, traído, me fazia lembrar que minha vida inteira foi uma mentira.

Eu nunca o perdoaria por isso.

Não menti quando disse que minhas intenções com Helena são as melhores possíveis, porém também não mencionei que são as melhores possíveis para mim.

Eu tenho seu coração.

Eu tenho sua confiança.

Mas, você sabe, nunca se deve confiar no Deus das Travessuras.

Eu não sou confiável.

Bagunça, destruição, caos, guerras, tudo isso é tão familiar para mim que me faz perceber que sou um grande imã para tudo de ruim que há em todos os mundos.

Preciso resolver esse problema.

–

POVs Helena

Meus pais já voltaram para Malibu, eu também voltei com Loki, porém ele teve que partir para Asgard durante uma noite chuvosa em que Thor apareceu com seus raios e trovões na nossa varanda, alegando que Odin, meu querido sogrinho desconhecido, tinha assuntos a tratar com meu noivo.

Saí da sacada e fui em direção à oficina do Tony, iria analisar alguns elementos que fossem capazes de me transportar entre os mundos, para que quando eu fosse para Asgard eu sempre pudesse voltar para casa. Viagem a minha, eu sei. Se esse elemento existisse isso já teria sido providenciado pelas instituições organizacionais do mundo inteiro, mas até certos dias atrás ninguém sabia da existência de deuses e alienígenas, tudo era uma questão mitológica, porém se provou bem real.

– JARVIS você analisou o resultado das amostras que eu pedi?

– Sim, Srta. Stark.

– Quais são os resultados? E por favor, não me venha com péssimas notícias.

– Perdoe-me Srta. Stark, porém de todos os elementos analisados, nenhum foi aprovado para o projeto.

– Tudo bem JARVIS, continuarei tentando.

– Como quiser Srta. Stark.

– Esse é um projeto secreto, ok JARVIS?

– Sim, Srta. Stark.

– Secreto até mesmo para o Sr. Stark, está me ouvindo JARVIS?

– Perfeitamente, Srta. Stark.

– Acho bom, ou eu terei que destruir suas configurações.

Saí da oficina de Tony e fui em direção a meu quarto, com um turbilhão de pensamentos rondando minha cabeça, o meu projeto que é um total fracasso, o e-mail que mandei para a SHIELD pedindo demissão que ainda não obtive resposta, o casamento, Asgard...

Não quero abrir mão da minha família, não de novo.

Eu nunca tive uma boa estrutura familiar, Pepper cuidou de mim quando era pequena, o Tony aparecia às vezes, mas nunca tivemos uma boa comunicação, quando tinha meus 8 anos, me mandaram para um orfanato do qual passei boa parte da minha vida trancafiada numa escola, e agora eu sinto que tenho uma família, meu pai se resolveu com a Pepper, estamos mantendo uma trégua nas nossas diferenças, definitivamente, nunca estivemos tão “unidos”.

Eu não posso perder isso agora, eu não quero.