O Acordo - Rose Weasley & Scorpius Malfoy escrita por Lilly Moon Malfoy


Capítulo 17
Eu não vou desistir


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOI GENTE LINDAAAA!!!! me desculpe pela demora, mas eu realmente não pude postar o capitulo, adivinha o porquê, mão machucada gente, só se eu fosse rita skeeter e tivesse uma pena de repetição rápida daria para escrever kkkkkk mas está aí o capitulo gente, e adivinha? O Acordo está quase indo para suas decisões finais, acho que provavelmente a história acabará no cap 25 :(
E você Sammy K que vontade de te abraçar até reduzir seus ossos á pó -brincadeira não sou tão malvada kkkk -gente que linda sua recomendação chorei sério, muuuito obrigada flor!!!
peço que me desculpem pela demora meus amores realmente me desculpeeeem!!! mas está aí, e tomara que gostem e que não tenham me abandonado, por que faça chuva ou faça sol, com mal machucada ou não, o acordo será finalizado!! eu nunca abadonaria a fic, pois eu a aamo de paixão, tanto quanto o final dela, que eu simplesmente não poderia deixar de postar :)
então é isso pessoal, espero que gostem beeijõõões meus amores, e até o próximo cap, que vai ser um pouco tenso!!!
Lilly Moon Malfoy



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Scorpius Malfoy despertara naquela manhã, desprovido de qualquer vontade de abrir os olhos.

Desejava mais do que tudo no mundo que a noite anterior não tivesse passado de uma terrível alucinação, e que ao embarcar no trem de Hogwarts hoje ás onze horas para finalmente regressar á escola, pudesse se deparar com a garota ruiva de sorriso doce a qual ele aprendera a amar, por meio de um acordo. Tal acordo que mudara tanto ele, quanto ela por completo.

Ao regressar á Hogwarts, onde tudo começara todos certamente notariam que Scorpius Malfoy já não era mais o antigo mulherengo que todas as garotas pensavam conhecer – e que somente Rose Weasley acabara por conhecer de verdade. –Assim como Rose não era a mesma garota que passava o dia com o nariz enterrado em livros e que se esquecia de viver.

Ambos aprenderam lições valiosas um com o outro. E principalmente, aprenderam coisas sobre si que nunca imaginariam existir. Mas era realmente um infortúnio que não pudessem mais compartilhar isso um com o outro novamente.

Era difícil imaginar sua vida sem Rose Weasley. Scorpius estava acostumado á discutir com a garota e logo depois correr para seus braços. Mas agora era completamente diferente. Não podia simplesmente correr para seus braços como antes. Embora fosse a única coisa que desejasse fazer no momento.

Assim como desejava que tudo isso fosse apenas um daqueles pesadelos em que a realidade se mistura com a fantasia. Pois essa era a única explicação plausível para o que estava acontecendo.

Mas infelizmente, ele sabia que não era. Do contrário não se encontraria em um dos aposentos puídos e de iluminação precária que alugara ontem á noite ás pressas no Caldeirão Furado.

Logo depois que ela se fora, ele simplesmente se dera conta de que não poderia passar um segundo sequer naquele lugar. Talvez aquele quarto escuro e mal iluminado fosse de certo modo mais acolhedor do que sua própria casa.

Levantara-se e fora até a janela, que possuía uma vista perfeita do Beco Diagonal. A última vez que estivera ali foi com ela. A lembrança era ligeiramente dolorosa á ele. Fora naquele mesmo lugar que comprara a aliança que poderia simbolizar seu futuro ao lado de Rose. Um futuro que poderia ter sido concretizado na noite anterior, quando o mesmo se dissipou em questão de segundos.

A pequena aliança ainda se encontrava intocada no bolso interno de seu paletó, jogado em um canto do quarto propositalmente para impedi-lo de ficar olhando o pequeno objeto a todo o momento. Coisa que não o ajudava em nada, sabia ele.

Porém, quase como se sentisse atraído pela pequena caixinha de veludo, Scorpius a apanhara e observou o pequeno pomo de ouro que cintilava à medida que o sol matutino entrava pela janela aberta. Duas coisas que se encontravam incertas agora: Seu sonho de se tornar jogador de quadribol profissional e seu futuro ao lado da mulher que ama. Coisas que se tornaram interligadas de certo modo. Tanto pelo fato do acordo, quanto serem arruinadas pela mesma pessoa.

***

–Já estou descendo mãe! –Rose dissera á Hermione enquanto enumerava mentalmente em frente ao espelho tudo o que precisava. E em todas às vezes parecia lhe faltar algo.

“Você sabe o que está faltando...”.

A garota sacudira a cabeça vigorosamente tentando afugentar o pensamento atormentador e sugestivo que surgira em sua mente repentinamente.

Já havia se livrado do vestido amarrotado de seda vermelha que trajava ontem á noite, assim como havia mascarado as olheiras profundas que se assemelhavam á covas.

Seu estado exterior agora se encontrava imaculado e em ordem, embora seu interior se encontrasse em um caos turbulento que fazia seu corpo zunir.

Sua maquiagem já não se encontrava mais borrada e suas lágrimas já não traçavam um caminho por seu rosto onde as mesmas secaram.

Tudo estava em ordem novamente. Pelo menos por fora.

***

–Pegaram todas as malas? –dissera Rony pressionado o porta-malas com força necessária para que o mesmo se fechasse. –Bom, é melhor que tenham. Pois não cabe mais nada aqui.

–Está tudo aí, papai. Eu mesma já verifiquei. –Rose surgira no pomar com um sorriso doloroso aos olhos de Lysander. Só ele sabia o quanto a garota se esforçava para mantê-lo. A noite passada ainda estava presente em ambas às mentes, porém, ao invés de funcionar como um passaporte para uma possível aproximação agiu de forma totalmente contrária. Os dois se encontravam tão constrangidos com relação ao outro, que todos ao redor notaram a ausência das provocações matinais no ar. –Já podemos ir.

–Tudo bem. Entrem no carro. –Ronald dissera enquanto adentrava o veiculo azul.

–Adeus querida. Sentirei sua falta. –Hermione dizia enquanto abraçava a garota ruiva de maneira sufocante e ao mesmo tempo afetuosa.

–Você não vem? –Rose perguntara.

–Só cabem cinco pessoas no carro. Não há espaço para mais um. Seja uma boa menina, e não se esqueça de escrever todas as semanas. Amo você, meu anjo. –ela disse afagando o rosto da filha.

–Também amo você, mamãe. –a garota abraçara a mãe mais uma vez preparando-se para a última despedida.

–Ah, já ia me esquecendo. Mande um abraço á Scorpius por mim. Faz tempo que não o vejo. –o nome a atingira como uma punhalada no estomago. Seus olhos umedeceram levemente e ela ergueu os olhos para o rosto da mãe com receio de que as lágrimas cedessem.

Ninguém naquela casa além de Lysander tinha conhecimento do ocorrido na noite de Ano Novo. E a garota pretendia manter as coisas dessa forma. O que menos necessitava agora era ser bombardeada com lamentos ou advertências do tipo “eu lhe avisei”.

–Pode deixar. –a garota dissera enquanto Hermione lhe aplicava um beijo na testa.

–Hugo pare onde está. –Hermione apontara o dedo para o garoto como se profetizasse uma maldição. –Vire-se. E volte aqui com essa mochila.

Hugo se arrastara até a mãe com os ombros encolhidos, pego no ato.

–Me dê.

–O que? –ele perguntara fingindo-se de desentendido.

–Não ouse afrontar minha inteligência Hugo Arthur Weasley. Dê-me a mochila agora. –ordenara a voz autoritária de Hermione.

–é melhor ouvir sua mãe, Hugo. –a voz de Ronald surgira de dentro do carro. –Você sabe que coisas terríveis acontecessem se ousar afrontar a inteligência de Hermione Weasley. Ela pode arremessar pássaros contra você, pode lhe fazer dormir naquele sofá cheio de calombos...

–Ronald não está ajudando. –Hermione lançara um olhar de reprovação ao homem pelo retrovisor do carro que fez Rony se lembrar automaticamente de Molly Weasley. –Abra.

Hugo suspirou e abriu a mochila lentamente, como se isso fosse lhe garantir alguns segundos extras de vida.

–Caramelo incha-língua, cremes de canário, nugá sangra-nariz, vomitilhas. –ela dizia enumerando o conteúdo de dentro da mochila. –é para isso que lhe mandamos para a escola, Hugo? Pregar peças nos outros?

–O tio Jorge me deu outro dia. Estava me ensinando como preparar as receitas da maneira certa. É pra lá que vou quando terminar os estudos de Hogwarts. Tenho que ter alguma experiência no assunto, não é?

–Como Jorge permitiu isso?

–Querida, estamos falando de Jorge. –disse Rony como se isso fosse algo óbvio.

–Tudo bem. Converso com os dois outra hora. –ela disse enquanto suspirava. Sabia que Jorge, um dos irmãos de seu marido via em Hugo uma versão de Fred, seu falecido irmão. Por esse motivo, deixara passar desta vez. –Me dê um abraço, futuro inventor de travessuras. Você é Weasley nato.

–Anda mamãe! Eu vou me atrasar para o embarque! –gritou Rose da janela do carro.

–E você uma Granger nata. –Rony disse baixinho com um sorriso brincando no canto de seus lábios.

–Tudo bem, me dê um beijo querido. E prometa que irá se comportar. E vocês dois também me deem um abraço. –ela disse esmagando os gêmeos Scamender. –foi um prazer recebe-los em nossa casa.

–O prazer foi nosso, senhora Weasley. –dissera Lorcan recebendo um beijo afetuoso da mulher.

–Se comportem queridos. É sempre um imenso agrado tê-los aqui. Apareçam quando quiser. Agora vão ou irão se atrasar. –ela disse finalmente os soltando para que pudessem embarcar no carro. - Tenham uma boa aula. E não se esqueçam de escrever á nós.

–Sim mamãe. –disseram Rose e Hugo em uníssono enquanto acenavam da janela do carro já em movimento.

Enquanto a figura de Hermione era deixada para trás e se afastava cada vez mais, Rose imaginara o mesmo parâmetro para suas férias de Natal, que finalmente haviam chegado ao fim. E quisesse a garota ou não, transformaria todas as outras férias que pudesse ter em algo monótono e maçante. E por mais piegas que isso pudesse soar, era exatamente assim que sua vida e se resumia antes de conhecer ele. E como se resumia agora sem ele.

***

–Vai ficar tudo bem, cara. –dizia Albus enquanto ele, Scorpius, Dominic e Kendra – que caminhava alguns passos atrás com os pés doloridos pelos saltos altos. –andavam entre a multidão de trouxas em busca da coluna de blocos de pedra que os levariam até a plataforma nove três quartos. –Esse tempo em Hogwarts vai ser bom para você. Vai lhe dar um tempo para esfriar a cabeça com relação ao seu pai, pensar um pouco...

–Não, Albus. As coisas entre eu e meu pai não irão esfriar. Eu não pretendo perdoá-lo nunca pelo o que fez. Nem que ele me implore de joelhos. –dissera Scorpius frívolo.

–Não seja tão duro com papai e principalmente consigo mesmo, Scorpius. –Kendra protestara quando finalmente alcançara os garotos sendo que os mesmos pareciam apressar o passo todas as vezes que a garota chegava perto de alcançá-los.

–Quer dizer que ele pode ser duro com todos que desejar e as pessoas têm de aturar tudo em silencio pelo simples fato de ele se auto intitular o rei do mundo? Bom, se a resposta é essa, eu estou mais do que disposto a mudar essa condição.

As palavras do garoto se dissiparam no ar enquanto os quatro atravessavam a parede de blocos e surgiam na movimentada plataforma. Onde todos pareciam saber sobre o ocorrido. A noticia sobre o escândalo humilhante da noite anterior parecia ter se espalhado pela sociedade bruxa como fogo em palha, sendo que ao passar entre pequenos grupos amontoados Scorpius era capaz de ouvir os cochichos apressados, e detectar os olhares que queimavam suas costas.

–Soube que terminou com aquela Weasley, Scorp. –dissera uma garota de cabelos negros e olhar provocante que o fitava com malicia. –quer dizer que está disponível novamente?

–Não sejam tão insensíveis garotas. –dizia Albus enquanto empurrava o garoto louro para longe da garota que o olhava de uma maneira como se Scorpius fosse sua sobremesa predileta. –Nosso Scorpius aqui precisa de um tempo antes de voltar á ação. Ai! –Albus se curvara depois de levar um soco no estomago vindo de Scorpius. –Ou não.

–A pergunta é. Como é que elas sabem que terminei com Rose? Terminamos no jardim, sem que ninguém estivesse presente.

–Acho que é meio óbvio, não é? -perguntou Albus sugestivamente. –Quero dizer, ninguém esperava que depois daquela cena lá dentro da mansão vocês continuassem a viver como um casal em felicidade plena de mãos dadas saltitando sob o pôr do sol.

–Talvez... Não seja tão óbvio assim. –dissera Zabini roubando um exemplar de o Profeta Diário das mãos de uma garota quintanista.

–E aí, Scorp. Têm planos para hoje á no...

–Agora não garota. –dissera Albus empurrando a menina de cabelos cacheados bruscamente, para que logo depois pudesse receber um olhar feio da garota.

Os três garotos pararam para olhar a coluna da pretensiosa e velha Rita Skeeter que fizera questão de ressaltar a matéria colocando-a na primeira página do Profeta.

–Eu não acredito que ainda permitam que essa mulher publique coisas no Profeta Diário. –dissera Albus enojado.

–Talvez tenham pena dela. Sabem que ficaria desempregada se a despedissem do Profeta Diário. A única coisa que Rita Skeeter sabe fazer como ninguém é fofocar.

–O que estão olhando? –perguntara Kendra esticando o pescoço para que pudesse ver entre o trio aglomerado.

–Talvez não houvesse pessoas que pudessem ouvir a conversa o jardim. Mas um besouro é imperceptível á noite. –dissera Albus incrédulo.

Escândalo na Mansão Malfoy – Fim do amor adolescente.

A Mansão dos Malfoy, lar de uma das famílias mais influentes na sociedade bruxa, realizara um evento anual ontem á noite que tivera um desfecho humilhante;

Fora um choque para todos os presentes na comemoração de ano novo na mansão quando o renomado Draco Malfoy, conhecido como um dos maiores arqui-inimigos de Harry Potter, humilhara a jovem Rose Weasley, filha de dois dos membros do velho e famoso trio de ouro, exatamente por possuir essa ligação com o passado que Malfoy insisti em tentar apagar da mente do povo bruxo, com ações comunitárias e ajudas financeiras no ministério, tudo para provar que realmente mudou.

Algo que ele provou não ser verdade após deixar a pobre Weasley se debulhando em lágrimas depois que Draco Malfoy julgara a garota por considerá-la vergonhosa para ser vista ao lado de seu único filho, Scorpius Malfoy, atual – infelizmente ex no momento pelos mesmos motivos descritos acima. – affair da garota, que se mostrou terrivelmente decepcionado com o pai, revelando comportamentos agressivos para defender a garota que ama.

Algo realmente adorável, que infelizmente não significou muito para Rose Weasley, que não pensara duas vezes em por um ponto final na relação entre os dois.

Talvez a garota finalmente tivesse percebido que seu charme encantador de menininha inocente e tosca não fora suficiente para lhe ajudar a colocar as garras na extensa conta bancária da família Malfoy.

Porventura, Rose Weasley acabará nos braços do jovem e disputado Malfoy novamente. É o que esperamos ansiosamente.

Acompanhe somente aqui, o desfecho da história dos dois jovens que atravessaram as paredes da rivalidade do passado entre ambas as famílias em nome do amor.

Por, Rita Skeeter.

–Essa mulher não sabe mais sobre o que escrever para falar a verdade. –dissera Albus tomando o exemplar das mãos de Kendra que narrava o texto com crescente incredulidade na voz. –Não liga pra isso, Scorpius.

–Eu posso não ligar. Mas tenho certeza de que quando Rose ver isso, ela sim vai.

***

–Eu disse á mamãe que iríamos nos atrasar! –Rose corria em uma velocidade extraordinária em direção á coluna entre a plataforma nove e dez, como se receasse que a mesma desaparecesse se não a atravessasse suficientemente rápido.

–Se atrasar? Pra quê, chegar adiantada? –dissera Hugo revirando os olhos.

–Veja por si mesmo, Hugo! Faltam cerca de cinco minutos para o trem de Hogwarts partir. –ela apontara para o enorme relógio da estação central, que confirmara suas palavras desesperadas.

–Tanto faz. Estamos mais do que adiantados para mim. –Hugo replicou.

–Se não fosse por você, poderíamos ter aparatado. –Rose parecia capaz de atirar os trouxas longe que cruzassem seu caminho.

–E por que não usamos a Rede de Flu? –perguntou Hugo franzindo o cenho.

–Não há lareiras em uma estação de trem, seu otário... –as palavras de Rose pareceram se desprender dela, quando a mesma atravessou a coluna e Hugo suspirou de alivio.

–Estou pensando seriamente em permanecer deste lado.

–Vamos, Hugo. Conhece sua irmã. É igualzinha á sua mãe quando se trata de pontualidade. No dia do nosso casamento Hermione chegou antes de mim no altar. Era totalmente adversa á tradição sobre noivas terem de chegar atrasadas na cerimônia. –dizia Rony revirando os olhos enquanto atravessava a coluna, acompanhado por Hugo.

–Espera. –disse Lorcan pousando a mão no tórax do irmão quando os dois se encontraram á sós.

–Rose tem razão, vamos nos atrasar...

–Você deve ter notado o desequilíbrio sentimental da Rose, não é? –perguntou Lorcan encarando o irmão tão profundamente que Lysander se sentira constrangido. –Sabe o motivo disso?

–Por que saberia? –Lysander devolvera, utilizando o mesmo jogo do irmão.

–Sei lá... Talvez por que quando cheguei em casa com o Sr. e a senhora Weasley, e vi você saindo do quarto dela de fininho, isso tarde da noite. Curioso, não?

Lysander engolira em seco.

–é melhor parar com o que quer que esteja fazendo, Lysander. –o tom de Lorcan quase sempre tão gentil, revelara um lado hostil e ameaçador que poucos chegaram a conhecer. Sua voz se tornara arrastada e grave, fazendo os olhos de Lysander se desviarem do olhar averiguador do garoto, que esquadrinhava seu rosto como se procurasse as respostas escondidas nele. –Não vou deixar uma paixonite patética como a sua estragar meu plano. Não desvie seu foco. Falando em plano... Estamos prontos. Iremos inicia-lo amanhã. É um dia perfeito. Nas finais do campeonato de quadribol todos estarão ocupados assistindo o jogo nas arquibancadas. Já que não podemos acabar com o grande Draco Malfoy, vamos acabar com seu maior troféu. Papai finalmente será vingado. Os dias de Malfoy em Hogwarts finalmente estão contados.

***

–Sentirei a falta dos dois. –Rony espremera os filhos entre os braços, de um jeito desajeitado, como sempre se mostrara ser com relação á demonstrar sentimentos. -E pelo amor de Merlin, escrevam á sua mãe, ou enfrentaremos problemas.

–Tudo bem, papai. –Hugo dissera depois de ajeitar a camisa amarrotada pelo pai.

–Tenho que ir. Estão precisando de mim no ministério. Já devo estar atrasado. Amo vocês. –ele disse enquanto aplicava rápidos beijos na testa dos dois e saía correndo apressado.

–Vamos embarcar no trem. –Rose dissera carregando as malas com esforço.

–é claro, por que do contrário você é capaz de enfartar. –Hugo suspirara profundamente enquanto seguia a irmã.

–ótimo quase todos os vagões já estão ocupados. –resmungava Rose enquanto espiava para dentro de cada vagão á procura de um vago. –Se não tivéssemos demorado...

–Rose, cala a boca. Já estamos dentro do trem. –dizia Hugo.

–Rose! –a garota ouvira a familiar voz de Lillian soar á suas costas e quando avistou a garota baixinha pulando em seu encontro, Rose foi tomada por uma sensação imensa de alivio.

Se havia alguma pessoa no mundo capaz de compreender seus sentimentos e aliviar a loucura em sua cabeça, essa pessoa era Lillian Luna Potter.

A abraçou de um jeito sufocante, como uma cobra abraça sua presa em seu momento final, antes de quebrar seus ossos por completo. Lillian certamente se familiarizava com a situação da presa agora.

–Tudo bem, tudo bem... –ela dizia em um fio de voz dando leves tapinhas nas costas da amiga, enquanto Lysander, Lorcan e Hugo adentravam a cabine onde Lillian se encontrava antes.

–Eu e Scorpius...

–Terminaram. –concluiu Lillian e Rose a olhou confusa. –é eu sei. E sinto muito mesmo.

–Como...

–Eu sei? Infelizmente Rosie... Todos já sabem. Veja por si só. –Lillian retirara um Exemplar de O Profeta Diário de sua mochila, e quanto mais Rose lia, mais sua raiva crescia.

–Mas... É impossível que soubesse que eu terminei com ele. Como é que Rita Skeeter sabe disso se nem estava na festa?

Para essa pergunta nem mesmo Lillian tinha respostas.

–Somente eu e ele estávamos lá. Não há como alguém saber certos detalhes não é? Só se ele... Só se ele contou. –Rose dissera a última frase com tanta determinação e certeza que fizera Lillian encolher os ombros, e temer a próxima reação da prima.

–Rose, acho melhor não tirar conclusões precipitadas...

–Não é uma conclusão precipitada, Lillian. É a única conclusão que se pode obter em meio a circunstancias. Inocente e tosca? E ainda por cima dizer que eu só queria colocar minhas garras no dinheiro dos Malfoy? Como se isso fosse capaz! O que é isso, o jogo do “você terminou comigo e então vou me vingar?”. Pois então, Malfoy. Vamos jogar.

Lillian murchou os ombros e saiu no encalço da garota furiosa á sua frente, que avançava em direção á seu alvo, que naquele momento, se encontrava dentro de uma cabine, sem ter ideia de que seria atacado em segundos.

–Rose... –começou o garoto quando avistou a menina á porta da cabine, e logo parou ao ver a expressão furiosa que revestia o rosto da ruiva.

–Quer dizer que eu só quero colocar as garras em seu dinheiro, Malfoy? É isso o que pensa? –Rose afrontara o garoto, que sentia a cabeça zunir com essa confusão.

–Mas oque? Ah, sobre isso...

–Então você sabe exatamente o que estou falando! Depois que eu saí à primeira coisa que decidiu fazer é dar uma entrevista exclusiva á Rita Skeeter? Mas você é muito baixo mesmo!

–Acha mesmo que fui eu que disse aquilo á ela? Pensei que fosse mais inteligente!

–Faça-me o favor, só havia duas pessoas naquele jardim e essas pessoas éramos nós! E se não fui eu quem contou resta quem nessa história, Malfoy?

–Rose, estamos falando de Rita Skeeter! Não precisamos vê-la para saber que está ali! Se ao menos você me deixasse explicar...

–ótimo. Eles voltaram a brigar. Parece que tudo voltou ao normal. –disse Lillian ao sentar ao lado de Zabini, e logo sendo separados por Albus que fizera questão de se sentar entre os dois á força.

–Ah esquece. Já não importa mais. Todos já sabem de qualquer maneira. Nunca pensei que fosse capaz disso.

–E eu pensava que confiava em mim. –ele disse olhando dentro de seus olhos, ato que deixou as pernas de Rose bambas involuntariamente, deixando-a ainda mais irritada.

–Vamos, Lillian. –ela disse em tom monótono, e Lillian a acompanhou apressadamente, sem dizer uma palavra como se temesse que Rose se enfurecesse com ela também se não a acompanhasse suficientemente rápido.

–Bom, talvez voltar á Hogwarts tenha apenas um probleminha. –dissera Albus á Scorpius quando as duas garotas os deixaram a sós novamente-. –Rose estará lá.

E quase como se as palavras de Albus Potter funcionassem como um prenúncio, se concretizaram em questão de segundos.

Se antes todos odiavam testemunhar as costumeiras discussões dos dois, talvez agora presumissem que a situação atual era bem pior.

–O Profeta Diário com certeza está mais popular do que nunca. Rita Skeeter finalmente conseguiu o que queria. –dizia Lillian entediada com o fato de ainda ter de aturar dois longos tempos de Trato das Criaturas Mágicas, ouvindo a voz arrastada e maçante do professor, combinada com os sibilos ferozes entre Rose e Scorpius á sua frente.

–Sabe como funciona. Um escândalo sempre atrai adolescentes curiosas e fofoqueiras. –dizia Zabini lendo o artigo pela décima terceira vez, recebendo um olhar nada amistoso da garota, que arrancara o jornal de suas mãos bruscamente.

–Sr. Malfoy? –a cabeça de Scorpius se virou automaticamente na direção do professor, que o encarava de sobrancelhas arqueadas, batendo o pé direito contra o chão batido, a espera da resposta de Scorpius impacientemente.

–Sim professor. –ele respondeu de maneira monótona.

–Será que o assunto que tanto discuti com a Srta. Weasley é tão urgente que não pode ser tratado depois da aula?

–Na verdade, é importante sim senhor, professor. –várias expressões se tornaram chocadas pela audácia do garoto.

O professor Altenburg, era um homem barrigudo com uma lente de vidro no lugar do olho esquerdo, que guardava a história sobre a vez em que um feroz dragão quase lhe decepara a cabeça, e que ele tivera a infortuna sorte de ter perdido somente um olho. Acontecimento que ele já descrevera tantas vezes aos alunos, que todos já estavam mais do que cansados de ouvir.

–Já que se acha tão esperto, Sr. Malfoy, por que não demonstra ao resto dos alunos, o jeito correto de se domar um hipogrifo?-desafiou o professor elevando sua sobrancelha única e repleta de fios prateados que combinavam com a cabeça calva e lustrosa no topo de sua cabeça, com tufos de cabelo branco crescendo dos lados.

Malfoy engolira em seco e encarou o animal com cabeça de águia e corpo de cavalo, com penas lustrosas e negras revestindo seu corpo longo, enquanto seu bico inclinado apontava em sua direção de maneira desafiadora, como se soubesse que ele fora o escolhido, afrontando-o a chegar mais perto.

–Vamos, não tenha medo. Ele não irá machucá-lo, se seguir todos os passos que eu acabei de descrever. Acho que o senhor está á par deles, não está, Sr. Malfoy?

Scorpius se levantou lentamente, e caminhou até o animal. Não era possível que um hipogrifo pudesse machucá-lo. O professor só estava blefando. Não deixaria um de seus alunos se machucarem. Deixaria?

Scorpius lançara ao animal um sorriso trêmulo e nervoso. Tudo o que não deveria fazer levando em conta de que tudo o que precisava fazer naquele momento era passar confiança ao hipogrifo.

Os outros pareciam ao menos nem respirar enquanto observavam o garoto esticar sua mão convulsiva e frenética até o animal, que se movia inquieto.

–Eu não faria isso. Não se deve tocar um hipogrifo antes de...

Mas a advertência se tornara inútil quando o hipogrifo negro se erguera nas patas traseiras e plantara as duas patas da frente em Scorpius que fora lançado como um boneco de testes para longe do animal.

Em questão de segundos, um círculo de pessoas se formara ao seu redor repleto de expressões apavoradas, enquanto ele continuava estatelado no chão. Como um sono que chegava logo após uma festa, ele fora perdendo a consciência gradativamente. A última coisa que avistara fora uma massa de cabelos ruivos antes de ser engolido por uma escuridão absoluta.

***

–Acha que ele está morto? –uma voz cochichara ali perto, quase como um eco sem direção.

–Não ele está bem. Está respirando. Bom, é melhor que esteja. Ele está me devendo sete galeões. –a outra voz respondera ao eco.

Scorpius abrira os olhos enquanto piscava freneticamente, tentando estabilizar sua visão embaçada, que captava duas figuras distintas á sua frente, que quando se tornaram claras, Scorpius pudera identificar pertencerem á Dominic e Albus.

–O que aconteceu? –perguntou ele esquadrinhando com o olhar a enfermaria da escola.

–Parece que o coice afetou sua memória também. Não se lembra? –perguntou Albus cético. –O hipogrifo acertou você em cheio, cara.

–Você atingiu o chão como uma marionete. Começamos a rir até que percebemos que você estava desacordado. –dissera Zabini.

–E rimos mais um pouco da sua cara de retardado inconsciente. –completou Albus em meio às risadas imitando a expressão de Scorpius e arrancando risadas de Zabini.

–Belos amigos vocês são. Há quanto tempo estou aqui? –perguntou Scorpius observando a paisagem por entre a janela aberta, e notando que o céu já possuía respingos alaranjados e rosados, o que significava que permanecera ali até o fim da tarde.

–Umas quatro horas. Chegamos aqui á pouco tempo. Infelizmente não levamos um coice de um hipogrifo e tivemos de comparecer á todas as aulas da manhã e da tarde. E mesmo sendo o primeiro dia da volta ás aulas, os professores não pegaram leve nas tarefas. Não que eu tenha copiado é claro, por isso terá de copiar o conteúdo que perdeu ficando aí apagado com outra pessoa. –Albus falou. –Bom, falando em volta ás aulas, amanhã é a final do campeonato de quadribol, está lembrado?

–E você está lembrado que eu não estou autorizado a participar? –retrucou o garoto irritado por ser lembrado desse detalhe. E que o fizera se lembrar também que a seleção para o novo capitão Puddlemere United era daqui a exatos cinco dias. O que o deixava muito mais carrancudo do que já se encontrava. –Tudo está arruinado. Minha chance de se tornar o novo capitão, minha chance com... - ela– Na verdade, tudo já era. Eu não tive tempo de treinar nem um dia essa semana. E ao menos nem fui expulso. Todos os meus objetivos foram falhos.

–Mas Scorpius, não me leve a mal, mas foi você mesmo quem escolheu... Ela. Sabia que seria assim. Sabia que de duas opções só havia apenas uma a qual pudesse escolher. E você a escolheu. –dissera Albus atipicamente sério.

–E nem isso eu tenho agora, Albus. –rosnara Scorpius colérico.

–Ah, Sr. Malfoy, fico feliz que já tenha acordado! Parece que a poção Wiggenweld fez efeito finalmente. Falando nisso, algum de vocês três sabe para aonde a garota que estava aqui foi? –Madame Pomfrey irrompera a sala circular com uma bandeja nas mãos.

–Garota? Não, não. São só dois garotos em volta de outro garoto. Nada de garotas. –ironizou Albus.

–Não estou falando disso. Estou falando da garota ruiva que estava aqui antes. Disse que o conhecia, Sr. Malfoy. Passou a tarde toda aqui para garantir que o senhor ficasse bem novamente.

Scorpius ofegara, enquanto os três garotos se encaravam, cada um demonstrando uma diferente emoção no olhar. Tinha certeza que Madame Pomfrey mencionara a garota ruiva em que ele pensava. Talvez tudo ainda não estivesse arruinado. Talvez ainda houvesse uma chance de se redimir.

Se Scorpius Malfoy ainda não havia desistido, é por que sabia que ainda valia a pena lutar.

***

–Por que não me acompanha no jogo de amanhã, Rose, anda vai ser divertido! –implorava Lillian enquanto as duas caminhavam em direção á biblioteca.

–Sabe o quanto eu adoro quadribol, não é Lillian? Meu conhecimento nessa área é igualado ao conhecimento de Albus sobre Runas Antigas. Eu simplesmente não me encaixo em um lugar como esse. Vá você, todos estarão lá. Se divirta. –Rose dizia caminhando apressadamente em direção as portas entalhadas da biblioteca, como se estas fossem lhe ajudar a se livrar da persistente Lillian. –Além disso, eu estarei ocupada. Preciso revisar muitos conteúdos. Resumidamente, pretendo me trancar na biblioteca e só sair de lá quando for verão.

–Boa Sorte então. –dissera Lillian contornando a garota e seguindo na direção contrária. –Te vejo depois no dormitório.

–Te encontro lá. –respondera Rose.

Adentrara o lugar, e se sentira no mesmo momento, aliviada. A biblioteca era um tipo de refúgio para Rose, quando nem mesmo Lillian conseguia aplacar sua confusão. Os livros certamente a fariam esquecer-se de tudo ao seu redor. Sempre dera certo, e ela esperava que pelo menos desta vez funcionasse.

Apanhara uma pilha de livros e se sentara em uma das mesas, na esperança de que finalmente pudesse relaxar. Estava redondamente enganada.

–Sabia que te encontraria aqui. –uma voz familiar surgira ás suas costas e Rose fechara os olhos esperando ser seu cansaço pregando peças em sua mente. –é o único lugar de Hogwarts onde se espera encontrar Rose Weasley.

–Oque está fazendo aqui, Malfoy? –Rose perguntara frivolamente, o humor se dissipando do rosto de Scorpius.

–Você não é a única que vem a biblioteca sabia? –disse ele pegando um livro qualquer e olhando em volta, notando que sua desculpa não fora nem um pouco plausível. O lugar estava deserto. Enquanto isso, Rose o observava de sobrancelhas arqueadas, alternando seu olhar entre suas mãos que seguravam o livro de capa dura e gasta e seu rosto inseguro e nervoso. Só então Scorpius notara que segurava o livro de cabeça para baixo. –Tudo bem, você é a única, e certamente deve ter notado que não vim até aqui pelos livros.

–Se não foi pelos livros que veio até a biblioteca, Malfoy, acho que está no lugar errado. –ela disse voltando-se para o livro que segurava em suas mãos, procurando ignorar a existência do garoto.

–Não aja como se não se importasse, Weasley. Ou do contrário não teria passado à tarde ao meu lado na enfermaria se certificando de que eu estivesse bem. –ele utilizara as palavras da Madame Pomfrey esperando não estar enganado. Mas notara que estava redondamente certo quando as maçãs do rosto de Rose começaram a arder em chamas. A conhecia suficientemente bem para detectar uma mentira no rosto da garota.

–Quem lhe disse isso? –perguntou ela em baixo volume, abandonando totalmente sua leitura.

–Não importa. Eu só quero que saiba que não vou desistir. –ele disse se levantando e a olhando diretamente nos olhos, como sempre fazia, coisa que a deixava momentaneamente desestabilizada.

–E por que não? –ela perguntou sabendo exatamente do que o garoto falava.

–Por que você ainda não desistiu. –ele disse em um tom que fizera Rose ter uma imensa vontade de confessar tudo o que sentia agora.

Scorpius lhe lançara um último olhar, e abandonou o lugar, deixando Rose Weasley apenas na companhia dos livros velhos e empoeirados.

Tanto ele quanto ela, tinham certeza de que isso não havia acabado. Assim como o velho destino, que por mais errado que isso pudesse parecer, sabia exatamente o que estava fazendo.


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Notas finais do capítulo

E aí gente gostaram??? Espero que sim, e meu deus ficou enooorme não é? kkkkkk mas podem ter certeza de que foi escrito com muito carinho e amor direto para vocês!!!! beeeijos meus anjos, se cuidem!!!
Lilly Moon Malfoy