O Acordo - Rose Weasley & Scorpius Malfoy escrita por Lilly Moon Malfoy


Capítulo 16
O pesadelo se repete


Notas iniciais do capítulo

OOOOOI pessoas lindass!!!! me desculpem a demora, mas está aiiii !!! demorou muuuito escrever esse capitulo como podem ver kkkkkkk mas está protinho para vcs!!!
queria agradecer imeeensamente ás minhas duuuas maravilhosas leitoras que recomendaram á historia, voces quase me fizeram ter um ataque cardiaco! AliceWonderland , petrova, esse cap vai direto para vcs!!! beeeeijos amores, esse cap eh para vcs!!!



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Rose pensava conhecer o verdadeiro Scorpius Malfoy, mas ao julgar pela garota loura parada á sua frente com um sorriso tão surpreso quanto o rosto de Scorpius demonstrava estar agora, a garota não sabia um terço sobre o garoto que por consequência atendia por seu namorado, ou algo do gênero.

—Receba Kendra da maneira correta, querido. Não seja indelicado. –Astoria teve que intervir entre os dois ao julgar pelo fato de que Scorpius parecia ter criado raízes no lugar onde estava. –Kendra veio de muito longe, seja mais amável.

—Sentiu minha falta, Scorp? –sussurrou Kendra enquanto os dois trocavam um abraço desconfortável.

Scorpius não a respondera. Enquanto isso ao seu lado, havia uma garota ruiva confusa e desconexa na conversa, buscando com emergência o olhar de Scorpius, que não a correspondera. O garoto se concentrava em encarar seu pai, parado a sua frente e que sustentava muito bem seu olhar, bebericando um copo de uísque. 

— E você é? - Por cerca de um centésimo de segundo, a garota loura arregalou os olhos e deixou transparecer toda a surpresa que continha em si, de modo desdenhoso e curioso.

— Essa é Rose Weasley. Minha namorada. - prontificou-se Scorpius em uma postura rígida, passando seu braço pela cintura de Rose, que parecia meio mole e frágil, percebeu o garoto.

— Sua namorada? Meus parabéns.

— Obrigada - disse Scorpius.

— Não digo explicitamente a você, e sim a ela. - Kendra continuou, mencionando Rose como se ela não estivesse ali. E a ruiva, quase começou a acreditar que de fato não estava. - Sabemos que não é fácil fisgar o coração do lendário Scorpius Malfoy. Quantas já falharam?

Kendra riu porém sem um pingo de graça. Rose permanecia perplexa, e perdidamente confusa diante de tudo aquilo.

 

Kendra tinha olhos esverdeados, lábios finos, e cabelos louros. Porém uma de suas características mais notáveis, era seu ar de arrogância proeminente no olhar.

—Kendra só deveria chegar depois do jantar, pretendíamos lhe fazer uma surpresa. –dizia Astoria constrangida pela tensão que se instalara entre os cinco.

—Pode acreditar, estou mais do que surpreso. –disse Scorpius com escárnio.

—Vou levar isso como um “senti sua falta, Kendra”. Pensei que o fato de não nos contatarmos durante sete anos, o faria ao menos ficar feliz por me ver. Mas... –ela dizia sem olhá-lo com a expressão ligeiramente enrijecida que ela parecera se esforçar para não demonstrar antes. –Vejo que continua muito bem sem mim. 

—Mas é claro que Scorpius está feliz por lhe ver querida. –Draco se interpôs ao julgar o rumo que as coisas estavam tomando. –Vocês são amigos de longa data, você é sempre bem-vinda a nossa residência. Srta. Weasley, - Rose se assustou ao ouvir Draco lhe dirigindo a palavra. - Já que nos conhece a tão pouco tempo, deixe-me apresentar minha afilhada, Kendra Dolohov. Kendra é praticamente da família, e é amiga de Scorpius a longa data. Não é mesmo Scorpius? Inclusive, Kendra foi o primeiro amor do meu filho.

— Éramos apenas crianças, pai. - rosnou o louro em direção ao velho aristocrata parado diante a ele.

Se fossemos comparar tais circunstâncias com um quebra-cabeça que possuía uma peça faltando, Rose Weasley certamente seria a peça que estava ausente.

Rose estava totalmente deslocada em relação á tudo isso. Quando desejara se misturar á mobília e se tornar invisível, nunca imaginara que isso literalmente fosse ocorrer.

Até mesmo Scorpius percebera, enquanto sentia a garota ao seu lado se encolher cada vez mais.

Rose lançou um sorriso constrangido á Kendra, que possuía uma notável descrença em seu olhar. Como se não pudesse ao menos cogitar a ideia de um Malfoy estar apaixonado por uma Weasley.

— É um prazer conhecê-la, Kendra. - Rose ressurgiu de seu estado estático, estendendo a mão a Kendra, que a apertou de modo duro e firme. Fogo e gelo se cruzando em campo. Os olhos de Kendra passeavam pela garota de lábios rubros com um quê de ceticismo revestindo seu rosto. 

Antes que pudesse responder algo, Draco se posicionou ao lado da loura, lhe deslocando para perto de si e de Astoria.

—Deixe-me apresentar algumas pessoas, Kendra. Vários funcionários do alto escalão do Ministério da Magia estão aqui, ou seja, pessoas importantes estão presentes esta noite, por esse motivo, temos lhes passar uma boa imagem. E quem melhor do que você em demonstrar uma boa imagem? - disse Draco passando seu braço pelos ombros da afilhada loura, que sorriu.

— Nos vemos depois, Scorpius. - Kendra lançou um sorriso ao louro, que conservou sua postura firme e assentiu duramente e de modo indiferente. 

Assim que os dois se afastaram, Astoria os acompanhou silenciosamente, e visivelmente embaraçada. Rose se sentiu ligeiramente aliviada por isso. Os três seguiram pelo salão da elegante mansão, que possuía um leve aspecto sombrio naquele momento. 

— O que foi isso? - disse Rose pausadamente a Scorpius.  

— Eu não sei, Rose. Sinto muito por isso. Não quero que se sinta constrangida. O que aconteceu entre Kendra e eu, foi a muito tempo. Não significou nada. Sabe disso. Meu primeiro amor foi você. - Scorpius segurou as mãos geladas de Rose, e buscou seu olhar de modo incessante.

— Confio em você. - Rose disse baixo, cedendo a tensão. Sabia que o garoto não tinha nada haver com a situação que ocorrera. E esperava que ele permanecesse igualmente longe de tudo isso. - Vamos nos sentar, meus pés estão doendo.

Os dois permaneceram ambos em silencio até que chegassem á mesa que vibrava pela transparecida curiosidade.

—Lillian você pode... Pode me acompanhar até lá fora durante um instante? Preciso de um pouco de ar. –Rose estava visivelmente sufocada. Lillian se levantara rapidamente, e antes que as duas pudessem deixar o local, Scorpius segurou a mão de Rose, impedindo-a de se mover.

—Está tudo bem? Quer que eu vá com você? –ele perguntou buscando o olhar da garota.

—Não, está tudo bem. Eu estou bem. Não se preocupe comigo. –ela lhe lançou um sorriso terno que lhe doera quase que fisicamente. –Nós já... Voltamos.

A garota ruiva se desvencilhou do aperto insistente de Scorpius em sua mão, e ao mesmo tempo, quando suas mãos se afastaram uma da outra, uma imensidão de distancia se instalara entre os dois. De uma maneira que até mesmo Albus e Zabini conseguiram ver.

***

—Não foi uma boa ideia. –Rose se agarrava ao corrimão da escada de pedra, enquanto sentia o vento lhe açoitar o rosto, algo que lhe aliviava de certo modo.

—O que não foi uma boa ideia? –Lillian perguntara á prima.

—Ter vindo á esse jantar. Eu sabia desde o começo que não era uma boa ideia. Desde que percebi o modo como o pai de Scorpius me tratava, eu sabia que ele não tinha uma boa impressão sobre mim. E hoje... –as palavras quase lhe fugiam, como se temesse dizê-las em voz alta. – O modo desdenhoso como ele pronunciava meu nome. O modo como seu rosto se enrijecia quando Scorpius se aproximava de mim. Parece... Parece se envergonhar de mim. Talvez ache que não sou boa demais para Scorpius. Ele inclusive nos apresentou a antiga e maravilhosa ex-namorada de Scorpius.

—Zabini nos adiantou a história... Kendra costumava passar todos os verões aqui. Sua família queria prometê-la a Scorpius... - vendo que não ajudou em nada seu comentário, Lilian rapidamente se retificou ao ver os ombros caídos da prima. Você de longe é a melhor garota que Scorpius teve a sorte de ter em sua vida. Nenhuma das garotas que passou pela vida do Malfoy fez a menor alteração nela. E olha que já foram muitas. –Rose lhe lançara um olhar de descrença. –Me desculpe. O que estou tentando lhe dizer é que... Veja só. O quanto você conseguiu mudar Scorpius. Você simplesmente entrou na vida dele e fez um estardalhaço colocando tudo o que ele conhecia de cabeça pra baixo. No bom sentido, é claro. Você mudou Scorpius de uma maneira que ninguém nunca achou ser possível. O Sr. Malfoy tem que dar certo crédito á isso. Ele confia em você. Ele ama você, Rose. Assim como você ama ele. Não acha que é o bastante? Não deixe isso ser arruinado por uma pessoa do passado. E acima de tudo. Confie em você. Você sabe que tenho razão.

Rose suspirou. A prima tinha total razão. Sabia que não deveria deixar alguém interferir nisso. Lillian estava certa, exceto por um detalhe.

 

***

—Sua ex namorada tá de volta pra valer!? –esganiçou-se Albus fazendo com que Zabini e Scorpius trocassem um olhar confidencial.-Está me dizendo que aquela loira estonteante é a Kendra Malfoy? A garota que desapareceu á sete anos atrás está aqui, nessa festa? Então está me dizendo que ela voltou?

—Eu não sei. –disse Scorpius afagando o queixo pensativamente. –Espero que não. Quando Kendra está por perto tudo tende a dar errado.

—E você? –Albus se voltou para Zabini que se manteve em silencio. –Sabia quem ela era?

—Mas é claro que sabia. Meu pai é amigo dos pais de Kendra.

Albus franziu a testa, incomodado por estar por fora do assunto.

—E aquela discussão entre vocês? Sobre o que era? –perguntou Albus.

—Sabe Albus, ás vezes você é tão inconveniente e insolente que parece uma adolescente abelhuda. –disse Scorpius azedamente. –Não consigo me conformar com o fato de Kendra ter voltado. É... Surreal. Não consigo imaginar os motivos que a levaram a voltar, mas...

—Mas? –instigou Albus.

—Mas isso não deixa de me preocupar.

***

—Então quer dizer que Scorpius não sabia de nada? –perguntou Lillian á Rose enquanto as duas caminhavam pelo labirinto do jardim sob a luz noturna.

—Sim. Assim eu espero. Se eu descobrir que ele está mentin...– Rose dizia chutando as raízes presas ao chão.

—Falando em Scorpius... –Lillian dizia aos próprios pés.

Rose franzira a testa, e ao se voltar para trás, se deparara com o garoto louro balançando-se nos calcanhares com as mãos inseridas nos bolsos do paletó.

Lillian não dissera uma única palavra ao deixá-los á sós, somente lhe lançou um olhar repleto de significados. Rose conhecia aquela garota demasiadamente bem, desse modo as duas sequer precisavam de palavras para se comunicar. A ruiva entendera o significado por trás de seu olhar. Significava algo do gênero, “lembre-se de meus conselhos e mantenha a calma”. Então se fora.

—Estes olhares enigmáticos que você mulheres trocam entre si. É algo que nunca vou conseguir compreender. –começou ele tentando se livrar da tensão e da ansiedade que o silêncio da garota provocava nele.

Como Scorpius previu, Rose continuara em silencio, apenas encarando as raízes quase como se ignorasse sua presença.

—Entendi. Eu compreendo o que está sentindo. E sei que há motivos para isso, mas... Eu só quero que saiba... Que eu não escondi nada de você.

—Está me dizendo que aquela loira lá dentro não é real? Que é apenas um fruto da minha imaginação? Por que nunca me falou dela? Lilian disse que ela foi prometida a você. Não haja como se não fosse nada, ou um simples namoro de crianças –perguntou a ruiva com ceticismo.

—Não... –ele afagara as têmporas pedindo paciência. –Só achei que não fosse um detalhe muito importante. Deixe-me explicar. –disse o garoto ao perceber que Rose estava prestes a lançar mais um de seus comentários irônicos. –Kendra foi embora á muito tempo atrás. Antes mesmo de eu conhecer você. E eu nunca fui apaixonado por ela. Meu pai sempre quis que nós nos envolvêssemos por... negócios. A família de Kendra é muito influente. Mas depois que ela foi estudar em Beauxbatons, nunca mais nos vimos. Tem que acreditar em mim

Fora a vez de Scorpius encarar as raízes que se prendiam ao solo, como se as culpasse pela situação que ocorria.

Quase que por instinto, Rose afagara o ombro do garoto, que elevou os olhos demonstrando uma visível mudança na expressão antes tão enrijecida que lhe parecera que nunca mais voltaria ao seu estado inicial.

—Acredito em você. –ela disse enquanto o vento lhe açoitava o rosto abafando sua voz.

—E quanto ao meu pai...

—Não precisamos tocar nesse assunto agora. –ela disse entrelaçando suas mãos nas de Scorpius. Fogo e gelo colidindo e se fundindo ao mesmo tempo. Duas peças de diferentes quebra-cabeças que se encaixavam perfeitamente.–é véspera de Ano Novo. Vamos deixar os velhos problemas para trás.

Ela tentava abraçar o futuro, embora soubesse perfeitamente bem que o fato de deixar os velhos problemas para trás não significava de maneira alguma que os velhos problemas a deixariam seguir em frente.

—Vem comigo. Quero lhe mostrar uma coisa. –ele disse sorrindo de um modo tão familiar á Rose que ela sabia exatamente o que significava. Mas não cogitou nenhum momento antes de segui-lo entre os arbustos elevados que formavam um caracol até o centro do labirinto.

E era exatamente para lá que os dois rumavam sob a luz pálida que a luz produzia em seus corpos. De vez em quando os dois ouviam o som de risadas, murmúrios e o tilintar de taças o que os confortava de certo modo, os certificando de que não estavam sozinhos naquele lugar um tanto claustrofóbico.

—Não se preocupe. –ele disse ao sentir o aperto firme de Rose em seu braço ao ouvir o pio de uma coruja escondida na escuridão. –Já decorei o caminho. Conheço este labirinto como a palma de minha mão. Na verdade, sou o único que consegue a proeza de não se perder nesse lugar. Mamãe não costuma vir muito aqui, pois o salto alto afunda na terra. Ela desiste na entrada do labirinto. –ele revirou os olhos e Rose soltou uma risada. –E meu pai só veio aqui uma vez, há muitos anos atrás para falar a verdade. No dia em que presenteara minha mãe com esse lugar.

—Seu pai presenteou sua mãe com um jardim em forma de labirinto? –perguntou a garota surpresa. Era um presente um tanto inusitado, mas encantador e original de certo modo. Algo que você não consegue imaginar Draco Malfoy fazendo.

—Não era bem o labirinto o presente em si. Ele só é parte do elemento, algo para torna-lo mais mágico. Algo para esconder a verdadeira essência do presente.

—Então o que é? –perguntou ao garoto que possuía um sorriso que formava uma linha fina em seus lábios.

—Veja por si mesma. –ele apontara em direção ao que parecia ser o ponto final do labirinto.

Assim que Rose enxergara a “essência” do labirinto o qual Scorpius mencionara, foi tomada por uma onda de encantamento que a deixara anestesiada. A sombra azulada que a lua produzia na pequena clareira deixava o lugar com uma aparência mais mágica do que já aparentava ser. Pequenas criaturas deixavam o lugar com uma atmosfera quase que surreal, como se os dois tivessem mergulhado em um conto de fadas.

O jardim possuía copas elevadas além de uma fonte de mármore travertino no centro que Rose identificar retratar Draco e Astoria Malfoy sentados em uma pedra de maneira aristocrata. A luz branca da noite fazia parecer que as estatuas poderiam criar vida a qualquer momento. Rose possuía uma expressão tão encantada quando a de uma criança que descobre estar nevando na manhã de natal.

Um rosto tão iluminado que Scorpius tinha certeza que poderia observar durante horas seguidas.

—Eu não tenho palavras. –e não precisava. Seu rosto já transmitia tudo.

—é lindo não é? –disse Scorpius se aproximando de seu rosto. –Eu mesmo trato de cuidar para que ele permaneça assim. Já que nenhum jardineiro que minha mãe contratou conseguiu chegar até aqui. Era aqui que eu treinava quadribol em segredo quando era menor. É um ótimo lugar para fugir da realidade.

E como era. O lugar possuía proporções imensas. Era como um mundo particular. Scorpius a guiara pela clareira onde os dois se sentaram sobre um banco de mármore branco para embevecer a infinita fascinação que aquele pequeno refúgio produzia sobre eles.

—é magico. Simplesmente perfeito. –ela dizia. –Já trouxe mais alguma garota aqui?

—Minha mãe conta? –ele ironizou e a garota riu.–Não, você é a primeira, Cenourinha. Você é a primeira a inaugurar muitas coisas em minha vida, Weasley.

—é uma boa resposta. –ela disse com o tom de ironia que Scorpius sempre costumava encontrar em sua voz.

E que nunca cansaria de ouvir. O luar, a clareira, ele ao lado dela. Rose poderia passar horas presa aquele momento.

Mas tanto ela quanto ele tinham consciência de que a noite ainda não havia acabado. Muito pelo contrario, estava prestes a começar. Ali, á sós, tudo estava perfeito. Embora o destino não lhes garantisse de maneira alguma que tudo permaneceria assim.

***

—Albus você nunca para de comer? –enfureceu-se Lillian constrangida pelos olhares que os três recebiam sendo que Albus parecia prestes a devorar a mesa. –Foi somente para isso que veio? Comer?

—Oque eu mais eu poderia fazer em uma festa dessas sem acompanhante, ué? Só estou aqui pela comida, deixo isso bem claro todos os anos. Ai! –ele afagou o braço em que Lillian lhe depositara um tapa. –Se Hugo estivesse aqui concordaria comigo. Eu aposto que você não reclamaria dele.

—O que ele quis dizer com isso Lillian? –o olhar averiguador de Zabini caíra sobre Lillian que corara levemente.

—Isso já faz tanto tempo, éramos novos, não vejo motivos para tocar nisso agora...

—Então você admite que seja apaixonada por seu primo? –Zabini se levantou seguido por Lillian. –Isso é considerado incesto sabia?

—é realmente bizarro. –dizia Albus divertido no meio dos dois furacões.

—Zabini, não estou apaixonada por Hugo, será que você não enxerga um palmo á sua frente a ponto de perceber...

—Não me venha com desculpa esfarrapadas, Lillian.

—Será que você não vai me deixar concluir apenas uma frase?!

—Adoro ser eu. –disse o sorridente garoto se levantando de fininho e deixando o casal aos berros travando discussões ciumentas sem que ao menos se dessem conta. Pois no fundo sabiam que se importavam um com o outro.

Tudo o que Albus fizera fora dar um singelo empurrãozinho.

***

—Aquele lugar pode permanecer como um segredinho nosso. –disse Scorpius quando os dois adentraram o salão e voltaram á força para a realidade.

—Nosso pequeno universo particular. –disse ela lançando um sorriso doce ao garoto. E logo parara para observar o delicado relógio cravejado de cristais.

—Não dei conta de que nos ausentamos por tanto tempo. Faltam cerca de uma hora para a meia-noite.

—Perdemos a noção do tempo enquanto estamos nos divertindo. –ás vezes a fantasia pode se tornar viciante. Rose Weasley e Scorpius Malfoy que o digam.

—Onde você estava? –perguntou Lillian perturbada e com um quê de loucura brilhando em seus olhos esbugalhados.

—Estava no jardim com Scorpius. –Rose franzira a testa pelo fato de Lillian cravar suas unhas em seus pulsos.

—Zabini está me enlouquecendo! –ela sussurrou com tom de histeria se sobressaltando em sua voz esganiçada.

—Me diga quando um de vocês não está enlouquecendo o outro, Lill’s? –perguntou Rose com um sorriso travesso e malicioso nos lábios que irritou Lillian.

—Só estou dizendo que se ele continuar não sobreviverá até o próximo ano. –ela disse azeda. As duas se dirigiram á mesa onde os três garotos se encontravam sentados.

—Oque você ficaram fazendo lá fora sozinhos durante todo esse tempo? –perguntou Albus aos dois. –Esqueça o que eu disse. Não quero saber.

Todos riram.

—Aceita deixar os dois babacas aí e dançar comigo? –perguntou Scorpius estendendo a mão cordialmente á Rose.

—E eu sou o que, um legume?-perguntou Lillian. Detestava ser ignorada.

—Vem legume. –Zabini estendeu a mão á Lillian.

—Oque? Quer dizer que você me tira do sério e depois me chama para dançar? –perguntou ela cogitando secretamente se deveria ou não.

—Poupe-me, baixinha. Você está louca para me ter em seus braços. Lillian revirou os olhos e agarrou a mão de Zabini.

—Você não desiste mesmo não é? –ela perguntou enquanto os dois iam em direção á pista onde Rose e Scorpius já se encontravam.

—Não importa o quanto tempo passe. Eu nunca vou me cansar de te provocar, nanica. –ele disse despenteando-a. E ela não podia deixar de apreciar isso.

—Podem ir, eu fico bem aqui. Sozinho. –Albus dizia observando os quatro.

***

—Agora abre o jogo. Você realmente é apaixonada por seu primo Hugo? –perguntou Zabini desejando mais do que tudo que Lillian negasse.

—Mas é claro que não. Pelo menos não mais. –dizia Lillian enquanto os dois giravam pelo salão. –éramos crianças. Nada demais.

—Ah... –ele disse ao piso. Lillian estreitou os olhos em sua direção. -Por que está me perguntando isso?

—Nada. Só fiquei curioso. Nada demais. –ele disse á ela.

Zabini não pôde deixar de ficar imensamente aliviado por isso.

***

—é uma garota vulgar. Veja sua postura. –Draco Malfoy observava Rose e Scorpius ao longe, desaprovando totalmente o que via. –Não sei como Scorpius tem a coragem de trazê-la até aqui. Só pode estar querendo me passar uma lição.

—Não diga isso perto de Scorpius. –Astoria alertou o marido. –Sabe o quanto ficaria zangado.

—Zangado. –ele dera um muxoxo. –Eu estou no direito de estar zangado. Pessoas importantes estão aqui, ele me trás essa garota com ele? O que vão pensar? Mas ele irá se reaproximar de Kendra. Lhe garanto isso.

—Gosto dela. –disse Astoria sem olhá-lo enquanto observava o casal rodopiar.

—Mas é claro que gosta Tori. Mas isso não a torna menos imprópria para Scorpius. Kendra sim é uma boa menina para nosso filho. De família importante, imponente.–ele dizia. - Darei um jeito nisso.

. Draco Malfoy considerava ter o poder sobre tudo. E certamente uma paixãozinha adolescente não iria interferir nisso.

***

—Faltam cinco minutos para meia-noite. Faça um pedido. –disse Lillian enquanto os circulavam pelo salão.

—Eu não sabia que se deveria fazer isso. –disse Zabini franzindo a testa.

—Anda. Não diga em voz alta, ou do contrário não irá se realizar.

—Ok, tudo bem... Vamos lá. Oque eu desejo é...

—Não diga em volta alta, Dominic! –Lillian choramingou.

—Me chamou de Dominic? –ele disse surpreso. Lillian baixara os olhos.

—Ué, é seu nome que eu saiba...

—Você nunca me chama de Dominic. –ele estreitou os olhos em direção á ela.

—há sempre uma primeira vez para tudo. –ela disse sorrindo. –Já fez seu pedido?

—Hã... Ainda não. É simples.

—Então faça logo, oras. –ela insistiu.

Você...

—E então? –ela disse ansiosa.

—Feito. Agora a parte sobre se realizar eu não tenho tanta certeza.

—Sempre há esperanças. –ela lhe lançara um sorriso travesso.

—espero que esteja certa com relação á isso.

Ele desejava isso com todas as forças. E esperava que algum dia, pudesse ter aquela menina doce em seus braços.

***

—Um minuto. Prepare-se, ainda há uma surpresa á sua espera. –Scorpius disse ao pé do ouvido da garota sendo que o barulho era elevado devido á excitação de todos á espera da contagem regressiva.

—Mais uma? –ela disse sorridente.

—O que deseja para esse novo ano? –perguntou ele olhando diretamente nos olhos da garota ruiva que não cogitou antes de dizer:

—Nada. Eu já tenho tudo de que preciso. Exatamente aqui. –ela sorriu acompanhada do garoto louro á sua frente.

—Rápido, corre! –ele disse a puxando bruscamente e correndo entre os convidados.

—Por quê?! –perguntou a garota confusa tropeçando enquanto os dois cortavam caminho entre os convidados.

—10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1!

—Agora! –gritou o garoto se empoleirando na janela alta a ponto de ver a chuva de artifícios explodirem no céu, incendiando a noite, tornando-a mais mágica do que Rose pensava ser possível.

—Eu lhe disse que possuía tudo de que preciso exatamente aqui. –ela não precisou dizer mais nada. Os dois apenas trocaram um beijo apaixonado que incendiara o salão.

Um beijo que selava o começo de um novo ano, um começo de uma nova vida. Enquanto todos celebravam a chegada do novo ano, seja com beijos ou abraços, Lillian e Zabini encaravam os próprios pés sem saber o que dizer.

—é... Feliz ano novo então... –disse Lillian á Zabini de maneira constrangida.

—Para você também... –Zabini dizia mais aos seus pés do que para Lillian. Então por um breve momento, os dois se encararam. E Dominic tivera quase certeza de que seu pedido estava prestes a se concretizar. -Dane-se. –Lillian soltou sua taça de cerveja amanteigada e lhe tascou um beijo e Zabini correspondera de bom grado.

—Mas oque?... –disse Albus franzindo a testa ao ver a cena. Zabini erguera Lillian com uma facilidade e entusiasmo notáveis, parecendo mais no que feliz em tê-la em seus braços.

—Eu somente o beijei para dar sorte, ué. Era meia-noite, só fiz isso para garantir um pouco de sorte no próximo ano. –disse Lillian á Albus que encarava o casal de maneira confusa.

—Então me deixe garantir um pouco mais de sorte também. –Zabini disse buscando os lábios de Lillian novamente.

—E eu beijo o que? Uma pilastra? –ele se volta para a pilastra de mármore branco localizada ao seu lado. –é, até que você é atraente. Albus pensara em intervir, mas sabia que era um caso perdido.

Até mesmo ele sabia que Lillian Luna Potter e Dominic Zabini estavam destinados a ficarem juntos tanto quanto Rose Weasley e Scorpius Malfoy estavam.

***

—Dá pra você parar com isso?! –Draco Malfoy empurrara o ombro do filho afastando-o de Rose, repentina e bruscamente. –Não poderia manter esse seu relacionamentozinho com essa garota somente na escola? Já não era o bastante? Precisava me embaraçar aqui também? Estou apresentando Kendra ao pessoal de alto escalão, todos concordam que ela é a garota certa para você.

Aquelas palavras soaram como um soco no estomago de Rose. Um círculo de rostos curiosos e apreensivos se formara em torno dos três, loucos pelo próximo ato.

—Como se atreve a dizer isso? Como se atreve a constrangê-la desse modo na frente de todos? –a voz de Scorpius fluía como um sussurro. O ódio entalado em sua garganta o impedia sequer de respirar. –é melhor não repetir o que disse ou eu...

—Ou eu o que, Scorpius? –a voz ameaçadora de Draco rasgara o silencio como uma navalha. –Você já está me punindo. Uma Weasley. Ainda por cima filha de uma sangue-ruim com um traidor de sangue. Não haveria desgraça maior.

Scorpius fechara os olhos. Seus pulsos se mantinham cerrados, quase como se guardassem todo o ódio que o garoto sentia naquele momento.

Vibrações elétricas subiam e desciam por seu corpo, quase como se o possuísse.

Sentia o gosto de sangue em seus lábios. O gosto amargo de ferrugem que o ódio lhe proporcionava.

—Isso tudo se deve ao fato de eu não ter lhe autorizado que se tornasse um jogador profissional de quadribol? Então como vingança contra seu pai você decidiu namorar a ralé?

E mais uma vez a cena se repetia. Risadas eclodiam no amplo salão, embora o que Draco dissera não contivesse uma centelha de graça.

A um canto, Rose se encontrava resignada, e aos prantos. As lágrimas que escorriam por sua face faziam Scorpius sentir como se levasse mil apunhaladas no peito.

Ele não permitiria que ele fizesse isso. Não novamente. Se ainda existia uma chance de se redimir por não proteger o que verdadeiramente lhe importava, esse momento era agora. Não era mais aquele garotinho assustado que fizera as escolhas erradas. Desta vez, faria o que lhe julgava ser certo. Por ela.

—NÃO PAI DE NOVO NÃO! VOCÊ NÃO VAI FAZER ISSO NOVAMENTE! NÃO VOU PERMITIR QUE FAÇA COM ROSE O QUE FEZ COM OS SCAMENDER!–a voz de Scorpius soara como um trovão sob a abóboda do salão.

—O que eu fiz com os Scamender? –caçoou o homem. –Não fiz nada á eles! Apenas lhes mostrei seu verdadeiro lugar! Assim como estou mostrando o verdadeiro lugar dela!

—Você sequer tem o direito de mostrar ninguém qual é seu verdadeiro lugar. Você não passa de um esnobe corrupto metido a rei do mundo! Eu tenho nojo de você, pai.

Draco não esperava que aquelas palavras lhe atingissem, porém, a sensação que tivera ao ouvir aquelas palavras fora semelhante ao de uma adaga atravessando seu coração.

—Eu a amo. E essa é a única coisa a qual você não tem o controle de alterar–Scorpius cuspia as palavras em cima do homem que naquele momento parecia ter envelhecido quinhentos anos. - E isso dói, não é?

Naquele momento, Rose correra porta afora da mansão, com Scorpius logo atrás, terrivelmente assustado pela reação da garota.

—Rose espera! O que está fazendo, não vá embora, por favor! –suas suplicas se perdiam no vento, levando em conta de que a garota as ignorava completamente.

—Eu lhe avisei Scorpius! –ela se virou de repente, com uma expressão desmoronada, que fizera o peito de Scorpius pesar de uma maneira tão desconfortável, que era como se seu coração tivesse despencado. –Eu lhe disse que não era uma boa ideia! Mas você não me escutou!

—Não dê ouvidos á ele, Rose!

—Ele tem razão Scorpius! –ela disse quase que confortadora. Como se quisesse faze-lo aceitar os fatos. –Somos de mundos diferentes. Eu... Não pertenço á esse lugar! Nada disso faz sentido para mim! Como podemos ser tão inocentes a ponto de achar que isso daria certo...

—Não, não diga isso, Rose! Eu te amo será que isso não tem a menor importância á você? –ele segurava o rosto da garota ruiva em suas mãos firmes com ferocidade, tentando fazer suas palavras serem apagadas pelo vento. –Não somos de mundos diferentes. Você acabou se tornando meu mundo Rose. Eu desisto de tudo por você! Eu desisto disso, eu desisto do quadribol, eu...

—Você sabe que não é tão simples assim. Ele tem razão. Não sou linda, rica e poderosa como Kendra. –Rose se afastou esgotada, e o corpo de ambos pareceu enfraquecer pelo distanciamento. –ás vezes temos de encarar a realidade. Veja desde o começo o destino provou que nós... A palavra nós simplesmente não se aplicava a gente. Me desculpe.

—NÃO!-tarde demais. Em uma tentativa falha de agarrar a garota antes que a mesma aparatasse, acabou por agarrar o vento frio. Isso provava que ela realmente se fora.

Ele não tinha certeza do que sentia. Só sabia que era um pesar enorme, que o impedia sequer de se mover. Ou talvez não tivesse forças para isso. Sua força assim como uma parte dele próprio se fora, juntamente com a garota ruiva que desaparecera também.

Apalpara o bolso direito do paletó, e sentira o pequeno volume da caixinha de veludo que poderia ter sido seu futuro ao lado dela. Um futuro que agora se encontrava terrivelmente incerto.

***

Tudo o que Rose Weasley pretendia fazer era chorar. Mas o ato fluía como golfadas afogadas pelos soluços e pelo pesar. E sequer amenizava a dor que sentia agora.

Agradecia imensamente que todos ainda estivessem na Toca, provavelmente comemorando felizes e empolgados a chegada do novo ano. Felicidade. Era algo que Rose desconhecia neste momento.

Recostara-se na porta de entrada, e se deixara desmoronar no piso gelado, assim como tudo dentro dela parecia desmoronar da mesma forma.

—O que está fazendo aqui, não deveria estar... –a voz de Lysander desaparecera ao ver o estado que a garota se encontrava. Um estado que ele nunca presenciara antes na garota durona que Rose sempre aparentava ser. –O que aconteceu com você?

Não havia nenhum tipo de arrogância ou ceticismo em sua voz. Muito pelo contrário, havia uma sincera preocupação brilhando em seus olhos azuis.

Lysander se agachara no chão, e afastara uma mecha ruiva de cabelo do rosto manchado da garota.

Rose não sabia o porquê fizera isso apenas... O fizera. Lançou seus braços em torno do pescoço de Lysander, se prendendo á aquele abraço como se fosse isso que a mantivesse viva.

Lysander permanecera estático durante alguns segundos, antes de afagar suas costas, enquanto a mesma enterrava o rosto em seu pescoço.

Com dificuldade, erguera Rose em seus braços e subira ás escadas com os saltos altos que a garota segurava em suas mãos batendo em suas costas.

A deitara com um cuidado excessivo, levando em conta de que a garota que ainda soluçava, parecia extremamente frágil naquele momento.

Resolveu não levantar perguntas, ao julgar pelo fato de que Rose não possuía nenhuma condição de respondê-las agora.

Ia se afastando da cama da garota quando a mesma segurara sua mão em um aperto firme que Lysander não julgava ser possível que a garota realizasse agora.

—Fica. Não me deixa sozinha. –foi tudo o que ela dissera. Lysander chegou a ter uma pontada de pena de Rose, que parecia uma criança assustada depois de ver um filme de terror.

Rose Weasley nunca lhe pedira nada desse gênero. Muito pelo contrário. Costumava pedir á ele que permanecesse o mais longe o possível dela. Mas agora, enquanto ela o observava de uma maneira súplice e resignada de uma maneira que ele nunca pensou que algum dia veria, sabia que não tinha escolha. Ainda mais que a garota aparentava estar tão frágil á ponto de estilhaçar.

Franzira a testa, tirara os sapatos, e se deitou devagar ao lado de Rose, receoso de que a qualquer momento ela pudesse expulsá-lo. Quando não havia perigo de Rose atirá-lo longe ou estuporá-lo, o garoto jogou a coberta pesada em cima dela, fora quando a mesma se aconchegou e suspirou, parecendo pronta para cair no sono, ao não ser pelas silenciosas lágrimas que ainda insistiam em escorrer por sua face.

Rose Weasley não sabia muito bem se aquilo era considerado confraternizar com o inimigo. Só sabia que fora em seu inimigo que encontrara seu único consolo naquele momento.


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Notas finais do capítulo

entao gostaram??? espero que sim e peço que me perdoem novamente pela demora :)))))) beeeeijos meus lindos leitores, até o proximo, a espera da opiniao de vcs!!!! beeeeeijooos bjs bjs