A Verdade escrita por mybdns
Sam chegou cedo no dia seguinte.
- Bem, Sam. As mamadeiras estão no...
- Não precisa dizer, Anne. Eu já sei. – disse me interrompendo.
- Okay, qualquer coisa, por favor, nos ligue. Qualquer hora.
- Entendi.
- Tome cuidado, Sam. Pelo amor de Deus, tome cuidado. – disse Don.
- Tá, Don. – disse um pouco impaciente.
- Vamos, querido?
- Vamos.
- Tchau Sam, boa sorte.
- Obrigada Anne.
- Sua última chance, está ouvindo?
- Vamos logo, Donald!
- Ninguém me chama assim há anos! – disse saindo da sala. Sam fechou a porta e nós fomos para o trabalho. Por volta das duas da tarde, Tyler e eu analisávamos no sistema o nome de algumas crianças desaparecidas quando Don entrou na sala correndo.
- Graças à Deus eu te achei.
- O que você tem? – perguntei assustada.
- Eu não sei como te dizer isso, mas a Sam acabou de me ligar.
- O que aconteceu com a Lívia? Fala logo!
- A Sam a levou no Central Park e...
- E o que?
- A sequestraram, Anne.
- Ah, meu Deus. – sentei na cadeira pra não cair.
- Como foi isso, Don? – perguntou Tyler.
- O Mac e os outros estão lá.
- Eu vou com vocês. – eu disse.
- Você tem certeza? Não me parece muito bem. – disse Tyler.
- Eu quero minha filha! Eu vou encontrá-la.
- Anne, por favor, mantenha a calma. – disse Don. – vai ficar tudo bem.
- Eu não acredito. Isso não está acontecendo. – as lágrimas começaram a rolar pelo me rosto.
- Calma, querida. – disse Don me abraçando. – vamos encontrá-la.
- Vamos, não podemos perder tempo. – fomos correndo até o Central Perk. Quando chegamos, Sam estava sentada em um dos bancos, ao lado do carrinho da Lívia, conversando com Alanis.
- Don, eu não tive culpa, eu juro. – ela se desculpou.
- Depois a gente fala sobre isso. O que aconteceu?
- Eu resolvi levá-la para tomar um ar, hoje não está ventando muito. Eu me sentei exatamente onde eu estava agora a pouco e um homem se aproximou de mim. Ele disse que estava perdido, que nunca tinha estado em Nova York antes e me perguntou o nome de uma rua.
- Certo, como ele era?
- Alto, loiro, olhos castanhos. Uns vinte a trinta anos.
- Alguma marca? Qualquer coisa que seja mais fácil reconhecê-lo?
- Tinha uma tatuagem no pescoço. Uma caveira. Usava alargadores também. Ele jogou uma lata de refrigerante naquela lata ali. – disse apontando.
- Ótimo. Havia pessoas no parque?
- Algumas crianças, alguns velhinhos alimentando pombas. O sorveteiro.
- Lindsay e eu falamos com todas essas pessoas e ninguém viu ou ouviu nada. – disse Danny.
- Como sequestram uma criança no Central Park no meio do dia e ninguém vê nada? Mais que inferno! – disse Don, muito alterado.
Eu via tudo isso de longe. Não consegui pensar em nada, apenas na minha filha nas mãos de um desconhecido. E eu estava a toda hora me perguntando o porquê daquilo e quem tinha coragem de fazer mal a uma garotinha de um ano e seis meses.
- Anne? Você está legal? – disse Adam, parando ao meu lado.
- Não.
- Melhor você ir para casa, querida. – disse Mac.
- Não quero. Quero ficar aqui.
- Pessoal? Olha o que eu achei. – disse Sheldon.
- Uma carta... As quatro, entraremos em contato. Ela vai ficar bem. Se vocês obedecerem. - Don leu.
- Vamos levar as evidências para o laboratório. Colocar fotos da Lívia em todos os meios de comunicação. Todos os casos da Unidade estão parados. Ouviram? – disse Alanis, dando as últimas instruções para o resto de sua equipe.
Eles foram rápidos. Nós voltamos para o laboratório. Fui para os armários e sentei-me no chão. Fiquei lá até Mac me encontrar.
- Anne, eu sei que este é um momento complicado. Mas, você precisa ser forte. Eu sei que você é forte. Nós vamos encontrar a Lívia.
- Eu não consigo pensar em nada, pai. Eu quero minha filha aqui.
- E você vai tê-la. Eu te garanto. – disse beijando minha testa. – vamos? Está quase na hora de os sequestradores entrarem em contato.
Subimos e ficamos na sala de Adam. As quatro horas em ponto, o celular de Don tocou. Ele colocou no viva voz para escutarmos.
- Flack?
- Oi detetive. Como vai? – disse uma voz masculina distorcida.
- Onde está minha filha, seu desgraçado filho de uma mãe?
- Calma! A garotinha está bem. Tem gente cuidando dela.
- O que você quer?
- Eu vou ser bem claro, detetive. Cinco milhões de dólares até amanhã. Eu quero só você e sua esposa. Nada de outros policiais. Eu quero os cinco milhões de dólares amanhã, até às dez da noite. Ou isso, ou eu vou ter o prazer de arrancar cada membro da sua garotinha e te enviar numa caixa pelo correio.
- Nós não temos esse dinheiro!
- Temos sim. – eu disse.
- Como?
- Eu disse que temos o dinheiro.
- Amanhã, dez horas da noite, na ponte do Rio Hudson. Levem o dinheiro que eu levo a garota. Combinado? Ótimo. – o telefone ficou mudo.
- Que papo é esse de que nós temos cinco milhões de dólares, Anne? Você ficou louca?
- Vou ligar pra minha gerente agora.
- Vai fazer um empréstimo?
- Não, Don. Eu tenho cinco milhões de dólares no banco. Aplicado. Lembra-se de que eu herdei todo o dinheiro que era do meu padrasto? Então. Eu paguei todos os meus estudos com uma parte. Nunca mexi no resto.
- Eu não acredito! E você não me contou nada?
- Eu sinto muito, mas depois conversamos sobre isso. – eu disse discando pra minha gerente. Conversei com ela, expliquei a situação. Seria difícil cinco milhões de dólares caírem na minha conta assim, de um dia para o outro, mas ela abriu uma exceção.
- Você conseguiu rastrear a chamada, Adam? – perguntou Stella.
- Não deu tempo, desculpa.
- Tudo bem.
- Encontrei algumas digitais no carrinho e elas são todas de pessoas conhecidas. – disse Sheldon.
- Encontrei um fio de cabelo preto no carrinho. – disse Danny. – o DNA está no sistema.
- Quem é?
- Simone Hale, sua babá. Foi presa a três anos por dirigir embriagada.
- Será que ela seria capaz de... – disse Don.
- Não sei, ela me parece ser uma moça boa.
- Parecer não quer dizer ser, Anne. – disse Mac.
- Não sei. Eu não sei.
As investigações adentraram a noite. Eu andava de um lado para o outro, chorando muito.
- Porque você não vai para casa? – perguntou Stella. – está muito cansada. Durma um pouco.
- Minha filha está sabe Deus onde e você quer que eu durma? – disse irritada.
- Tudo bem, eu entendo. – ela saiu da sala. - Anne, o Danny descobriu uma coisa. – disse Stella voltando. Venha. – a segui e fui onde Danny estava.
- Bom, eu encontrei uma parcial no bilhete. Bate com as digitais encontradas no carrinho, da sua babá.
- Aquela vadia desgraçada. Eu sabia que não podia confiar nela, mais eu fui estúpida e confiei.
- Não se culpe Anne. Você não tinha como saber. – disse Stella.
- O DNA da lata de refrigerante está no sistema, e é compatível com a babá. São irmãos. O nome dele é Vitor Hale e ele já foi preso em Orleans por tráfico e estupro. Não tem residência em NY.
- Estão agindo em família.
- Vamos para o apartamento da Simone.
- O endereço é falso, Anne. Sinto muito.
- Desgraçados!
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